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UNIDADE 2

SERES VIVOS

Você sabia que existe um ser vivo que faz fotossíntese, mas que não é planta, que se locomove, mas que não é um animal? Sim, ele existe! A euglena (Euglena sp.) é um exemplo de ser vivo que tem estruturas celulares que favorecem sua locomoção e que a possibilitam produzir o próprio alimento. Ela é formada por uma única célula e pode ser encontrada em água doce e salobra.

Entender a estrutura, a composição química e o metabolismo das células auxilia na compreensão da complexidade dos seres vivos. Ao longo do último século, o aperfeiçoamento dos microscópios permitiu que observássemos células em detalhe, pois muitas delas são tão pequenas que só podem ser vistas com a ajuda desses instrumentos.

a ) O que você sabe a respeito das células? Compartilhe as informações com os colegas.

b ) Apesar das grandes diferenças entre os seres vivos, todos são compostos de células. Quais estruturas celulares são comuns a todos os seres vivos?

c ) Cite uma característica geral das plantas.

d ) Em contraste com as plantas, cite uma caraterística geral dos animais.

Respostas nas Orientações para o professor.

Nesta unidade, vamos estudar...

  • tipos de células;
  • componentes celulares orgânicos e inorgânicos;
  • estrutura celular eucariótica;
  • ciclo celular;
  • mitose;
  • meiose;
  • classificação dos seres vivos;
  • sistemática filogenética;
  • bactérias;
  • vírus;
  • protistas;
  • fungos;
  • plantas;
  • animais.

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Fotografia do zoom microscópico de uma estrutura cilíndrica verde com as extremidades arredondadas. Em umas das extremidades há um flagelo. A superfície da estrutura apresenta linhas horizontais, e está sobre uma superfície irregular.
Euglena sp. Imagem ampliada cerca de 3.000 vezes e colorida em computador.

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CAPÍTULO4

Citologia I – química celular

Estudando as células

Leia o trecho da reportagem a seguir.

Cientistas identificam como o novo coronavírus invade células humanas
Pesquisadores chineses usaram técnicas avançadas de microscopia para enxergar o local exato das células humanas onde se acopla o novo coronavírus […].
Os dados, que acabaram de sair na revista especializada Science, podem ajudar os cientistas a desenhar estratégias que bloqueiam com precisão a entrada do parasita microscópico.
[…]

LOPES, Reinaldo José. Cientistas identificam como o novo coronavírus invade células humanas. Folha de S.Paulo, ano 100, n. 33.232, 6 mar. 2020. p. B2.

A Citologia é a área da Biologia que estuda as células, unidades estruturais e funcionais dos seres vivos. O ser humano, assim como diversos outros seres vivos, é composto de trilhões de células, que atuam de modo coordenado para o funcionamento adequado do organismo. No entanto, as células também são o alvo de diversos patógenos, como o vírus SARS-CoV-2, responsável por causar a doença covid-19, abordado no trecho de reportagem.

Por esse e diversos outros motivos, conhecer as células, sua estrutura e seu funcionamento, bem como o papel de cada uma de suas biomoléculas, possibilita, por exemplo, entender o funcionamento do corpo humano e auxilia a Ciência a compreender doenças e propor medidas de contenção, prevenção e tratamentos.

Ícone para acessar o objeto digital infográfico.

O conhecimento de que todos os seres vivos são formados por células faz parte da chamada teoria celular, proposta inicialmente pelo fisiologista alemão Theodor Schwann (1810-1882). No entanto, o termo célula (do latim, cellula, que significa "cubículo" ou "cela") foi sugerido cerca de dois séculos antes, pelo cientista inglês Robert Hooke (1635-1703), para se referir às pequenas cavidades que identificou ao observar um pedaço de cortiça ao microscópio.

Fotografia de uma página de um livro antigo, ao centro, em um fundo escuro, há uma ilustração com dois fragmentos de cortiça, estruturas com formato irregular. À esquerda, a estrutura é mais alongada e sua superfície composta por fileiras de pequenos retângulos. À direita, a estrutura é mais arredondada, com sua superfície composta por pequenas esferas. Na parte superior da página, há alguns escritos e na parte inferior, uma ilustração de um pedaço de galho com folhas.
Desenho de cortiça visto ao microscópio por Robert Hooke.
Cortiça:
material obtido da parte externa do caule de uma planta conhecida como sobreiro, muito utilizada na confecção de rolhas de garrafas.

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O avanço da microscopia possibilitou estudos mais detalhados da estrutura celular, e os cientistas perceberam que as células apresentavam dois padrões básicos de organização.

Em um desses padrões, os cientistas observaram células que continham núcleo celular organizado, onde se encontrava o material genético. Essas células foram denominadas eucarióticas (do grego, eu significa "verdadeiro"; karyon, "núcleo"), e os organismos que apresentam esse tipo de célula passaram a ser chamados de eucariotos. Além da presença de um núcleo, identificaram que as células eucarióticas têm organelas delimitadas por membranas, cada qual com funções definidas.

A seguir, são apresentados dois exemplos de células eucarióticas.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de recorte do interior de uma célula animal. Há uma camada, denominada membrana plasmática que reveste toda parte externa da célula. No centro, está o núcleo, estrutura esférica com um corte, onde há uma esfera dentro, desta partem filamentos denominados D N A. Entre a membrana plasmática e o núcleo, está o citoplasma, composto por uma camada plana. Nele encontram-se diversas organelas. Ao redor do núcleo, está o retículo endoplasmático granular, composto de formas alongadas e curvadas, e, na sua superfície, há pequenas bolinhas denominadas ribossomo. Bem próximo está o complexo golgiense, composto de formas achatadas que são empilhadas e alongadas. Também há mitocôndrias, estruturas ovaladas e compridas, com uma membrana dentro em formato ondulado. Ao lado estão os centríolos, composto por formas cilíndricas e finas agrupadas formado uma estrutura cilíndrica maior, de onde partem linhas em várias direções. À frente está o peroxissomo, estrutura com o formato de uma pequena esfera. Na lateral há o lisossomo, estrutura com o formato de uma pequena esfera. Também há o retículo endoplasmático agranular, localizado próximo ao núcleo, com filamentos cilíndricos curvos.
Representação de célula eucariótica animal com suas principais estruturas e organelas, em corte.
Ilustração em recorte do interior de uma célula vegetal. Na parte exterior, revestindo toda a estrutura, está a parede celular, em formato de hexágono com pequenas esferas. No centro, está o núcleo, estrutura esférica com um corte, dentro há uma esfera com filamentos denominados D N A. Entre a parede celular e o núcleo, está o citoplasma, composto por uma camada plana. Nele encontram-se diversas organelas. Ao redor do núcleo, está o retículo endoplasmático granular, composto de formas alongadas e curvadas. Na superfície do retículo endoplasmático granular e do núcleo há pequenas bolinhas denominadas ribossomo. Abaixo há o complexo golgiense, composto de formas achatadas que são empilhadas e alongadas. Também há o retículo endoplasmático agranular, localizado próximo ao retículo endoplasmático granular, com filamentos cilíndricos curvos. Na parte inferior estão as mitocôndrias, estruturas ovaladas e compridas, com uma membrana dentro em formato ondulado. Próximo está o peroxissomo, estrutura com o formato de uma esfera com uma bolinha ao centro. Também há o cloroplasto, estrutura com o formato ovalado com pequenas estruturas arredondadas empilhadas dentro. Entre o os retículos endoplasmáticos granular e agranular e os cloroplastos, está o vacúolo, estrutura com formato alongado e curvado, semelhante a um balão.
Representação de célula eucariótica vegetal com suas principais estruturas e organelas, em corte.

Imagens elaboradas com base em: SADAVA, David et al. Vida: a ciência da biologia. Tradução: Ardala Katzfuss et al. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. p. 90-91.

Outro padrão celular identificado pelos cientistas foi a célula procariótica (do grego, pro significa "antes"; karyon, "núcleo"). Eles verificaram que essas células são mais simples em seu arranjo do que as células eucarióticas, pois não possuem núcleo nem estruturas membranosas em seu interior. Os seres vivos com esse tipo de organização celular são chamados procariotos.

Apesar das diferenças, sabe-se que as células procarióticas e as eucarióticas têm algumas características comuns, como a presença de membrana plasmática, de material genético, de ribossomos (relacionados à síntese proteica) e de metabolismo.

Ilustração do recorte do interior de uma célula procariótica, estrutura com o formato cilíndrico e as extremidades arredondadas. Na parte externa, a parede celular envolvendo toda a estrutura, com filamentos em toda a superfície, as fímbrias. Na extremidade inferior, há filamentos mais alongados, o flagelo. Após a parede celular, a membrana plasmática também está envolvendo toda a estrutura. Na parte interior da célula, há uma estrutura plana, o citoplasma. Ao centro, há uma estrutura composta por filamentos emaranhados, o D N A. Em volta do D N A, há pequenas esferas, com algumas agrupadas.
Representação de célula procariótica, parcialmente em corte, mostrando suas principais estruturas.

Imagem elaborada com base em: SADAVA, David et al. Vida: a ciência da biologia. Tradução: Ardala Katzfuss et al. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. p. 86.

Professor, professora: Ao explorar as imagens dos tipos celulares com os estudantes, comente que membrana plasmática, citoplasma e núcleo, bem como as organelas identificadas nas imagens, serão estudados com mais detalhes no próximo capítulo. Se considerar pertinente, explique que as fímbrias são estruturas relacionadas à adesão de bactérias em superfícies ou outras células.

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CONEXÕES com ... MATEMÁTICA

Escalas microscópicas

As estruturas biológicas, assim como tudo ao nosso redor, podem ser reunidas em dois grandes grupos: o de dimensão macroscópica ou visível a olho nu e o de dimensão microscópica, cuja observação pelo ser humano só é possível com o uso de equipamentos específicos, como os microscópios ópticos ou eletrônicos.

As escalas microscópicas envolvem tamanhos bastante diminutos e que, normalmente, são expressos por subdivisões da unidade metro metro ( m ) . Confira a seguir.

Escalas microscópicas
Unidade de medida Equivalência em metro metro ( m )

milímetro milímetro ( mm )

10 elevado a menos 3 metros 10 3  m

micrômetro abre parênteses micrômetro fecha parênteses ( µm )

10 elevado a menos 6 metros 10 6  m

nanômetro abre parênteses nanômetro fecha parênteses ( nm )

10 elevado a menos 9 metros 10 9  m

angstrom abre parênteses Angstrom fecha parênteses ( Å )

10 elevado a menos 10 metros 10 10  m

Para facilitar a representação e a leitura de números muito grandes ou pequenos demais, é possível escrevê-los sob a forma de notação científica, que reduz a quantidade de dígitos e se baseia no uso de potências de base 10. Confira a seguir.

a vezes 10 elevado a n a · 10 n

Nessa representação, a a é um número maior do que 1 e menor do que 10 e n n é um número inteiro.

A transformação de determinado valor numérico em notação científica envolve o deslocamento da vírgula para a esquerda ou para a direita, o equivalente a multiplicar ou dividir o número por 10, respectivamente. Assim, o expoente corresponde à quantidade de casas decimais que a vírgula avançou. Se o avanço da vírgula for para a direita, o expoente é negativo; se for para a esquerda, é positivo.

Agora, confira alguns exemplos de uso de notações científicas.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Astros (dimensões)

Sol: aproximadamente 1.390.000 quilômetros 1 . 390 . 000  km de diâmetro.

Terra: aproximadamente 12.756 quilômetros 12 . 756  km de diâmetro.

Distância entre a Terra e o Sol: 149.600.000 metros implica em 1 vírgula 496 vezes 100.000.000 portanto 1 vírgula 496 vezes 10 elevado a 8 metros 149 . 600 . 000  m 1,496 · 100 . 000 . 000 1,496 · 10 8  m

Fotografia do Sol à esquerda visto no espaço. Ao fundo e à direita, está o planeta Terra.
Representação do Sol e da Terra.

Diâmetro de um eritrócito: 0 vírgula 0 0 0 0 0 75 metro implica em início de fração, numerador: 7 vírgula 5, denominador: 1.000.000, fim de fração portanto 7 vírgula 5 vezes 10 elevado a menos 6 metros 0,0000075  m 7,5 1 . 000 . 000 7,5 · 10 6  m

Fotografia do zoom microscópico de eritrócitos, estruturas redondas e com coloração vermelhas, com a região central achatada.
Eritrócitos humano. Imagem ampliada cerca de 3.900 vezes e colorida em computador.

Comprimento da molécula de etanol: 0 vírgula 0 0 0 0 0 0 0 0 0 44 metro portanto 4 vírgula 4 vezes 10 elevado a menos 10 metros 0,00000000044  m 4,4 · 10 10  m

Ilustração de uma estrutura tridimensional composta por duas esferas pretas conectadas entre si por um palito, com uma delas também conectada a uma esfera vermelha. Cada uma das três esferas também está conectada a esferas brancas menores, sendo uma preta conectada a 3 esferas brancas, a outra por 2 esferas brancas e a esfera vermelha conectada a uma esfera branca.
Representação de molécula de etanol abre parênteses C subscrito 2 H subscrito 6 O fecha parênteses ( C 2 H 6 O ) . Nessa imagem, o átomo de oxigênio está representado em vermelho; os dois átomos de carbono, em preto; e os seis átomos de hidrogênio, em cinza.

a ) O picômetro também é uma subdivisão da unidade metro. Faça uma pesquisa e escreva em seu caderno a notação científica do equivalente em metro dessa unidade de medida.

Resposta: Um picômetro é 0 vírgula 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 metro é igual a 1 vezes 10 elevado a menos 12 metro portanto 1 p m 0,000000000001  metro = 1 · 10 12  m 1  pm .

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Componentes orgânicos e inorgânicos

As células são constituídas de diferentes moléculas, sendo grande parte delas orgânicas.

As moléculas orgânicas são aquelas que têm carbono abre parênteses C fecha parênteses ( C ) em sua constituição, o qual pode estar ligado a átomos de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) , oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) , nitrogênio abre parênteses N fecha parênteses ( N ) , fósforo abre parênteses P fecha parênteses ( P ) e enxofre abre parênteses S fecha parênteses ( S ) . Entre as substâncias orgânicas, podemos citar pequenas moléculas, como ácidos graxos, aminoácidos e nucleotídeos, que podem se unir e formar moléculas maiores, como proteínas, ácidos nucleicos e polissacarídeos. Já as moléculas inorgânicas são os demais compostos que, geralmente, não têm átomos do elemento químico carbono, com exceção de algumas moléculas, como o dióxido de carbono abre parênteses CO subscrito 2 fecha parênteses ( CO 2 ) , o ácido carbônico abre parênteses H subscrito 2 C O subscrito 3 fecha parênteses ( H 2 C O 3 )   e o carbonato de cálcio abre parênteses C a C O subscrito 3 fecha parênteses ( CaC O 3 ) .

A seguir, vamos conhecer algumas das principais moléculas constituintes das células.

Água

A água é uma substância inorgânica e o componente mais abundante das células, correspondendo a cerca de 70% do volume celular. Sua porcentagem no organismo pode variar de acordo com diferentes fatores, como a idade. Em seres humanos, por exemplo, essa quantidade é menor em idosos em comparação aos recém-nascidos.

A molécula de água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) é composta de dois átomos de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) e um átomo de oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) . O modo como ocorre a interação entre esses átomos e entre as moléculas de água garante a essa substância características únicas essenciais à vida na Terra.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma estrutura tridimensional composta por três esferas conectadas por palitos. Uma esfera vermelha maior está posicionada no centro e conectada a duas esferas brancas menores, uma de cada lado.
Representação de molécula de água. Nessa imagem, o átomo de oxigênio está representado na cor vermelha; os átomos de hidrogênio, na cor cinza.

As reações químicas celulares ocorrem em meio aquoso, ou seja, em meio provido de água. Dessa forma, a água líquida é essencial para as atividades celulares e, consequentemente, para o funcionamento celular e do organismo. Além disso, por ser um solvente universal, essa substância é essencial no transporte de inúmeros materiais, como nutrientes, gases e resíduos, no interior das células e entre elas.

Dica

Nem todas as substâncias se dissolvem na água. As que se dissolvem são chamadas hidrofílicas e as que não se dissolvem, hidrofóbicas.

Além de possibilitar diversas reações químicas, a água pode participar como reagente dessas reações, possibilitando, por exemplo, a síntese de nutrientes, de enzimas e de hormônios do corpo humano. Ela também participa da quebra de moléculas de nutrientes, reduzindo seu tamanho, permitindo a absorção pelo corpo humano e a utilização pelas células como fonte de energia. No processo de digestão, por exemplo, com a participação da água, a sacarose pode ser degradada nos dois açúcares que a compõem, a glicose e a frutose, facilitando a absorção desses carboidratos.

O alto calor específico da água contribui para a manutenção da temperatura do corpo dos seres vivos e consequentemente das células, favorecendo seu funcionamento adequado.

O suor é uma importante forma de controlar a temperatura corporal na maioria dos mamíferos, como os seres humanos. Ao evaporar, a água do suor presente na superfície da pele absorve calor do organismo, reduzindo a temperatura corporal.

Fotografia do rosto de uma pessoa adulta com gotas de suor.
Pessoa suando.

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Carboidratos

1. Qual é a importância dos carboidratos para o organismo?

Resposta: O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito desses nutrientes, para então, ao longo do capítulo, capacitá-los a compreender essa importância no nível celular, e não apenas para o organismo.

Nas células, os carboidratos, também chamados hidratos de carbono, participam da formação da membrana plasmática, onde se associam a proteínas (glicoproteínas) e lipídios (glicolipídios).

Nas membranas, a porção dos carboidratos fica sempre voltada para a parte externa da célula, formando uma espécie de camada de carboidratos. Essa camada exerce papéis na célula, como a proteção contra estresses mecânico e químico, a comunicação entre as células, a adesão delas entre si, o local de interação de diversos patógenos, entre outras funções. Por se ligarem a moléculas de água, os carboidratos na membrana celular também mantêm as células lubrificadas, facilitando sua movimentação.

Os carboidratos são a principal fonte de energia nas células. Esses componentes orgânicos podem atuar no armazenamento de energia sob a forma de glicogênio, em animais, e na forma de amido, em vegetais, por exemplo. Além disso, estão presentes no material genético dos seres vivos, fazendo parte do DNA e do RNA.

Alguns carboidratos auxiliam na estruturação das células e na proteção do corpo dos seres vivos. A quitina, por exemplo, é um carboidrato que constitui o exoesqueleto dos artrópodes e a parede celular de fungos. Já as células vegetais têm celulose em suas paredes.

Fotografia do zoom microscópico de estruturas arredondadas, denominadas grãos de amido, que estão dentro de cavidades com formatos esféricos.
Grãos de amido em células de semente de feijão. Imagem ampliada cerca de 800 vezes e colorida em computador.
Fotografia do zoom microscópico de estruturas com formato irregular, semelhantes a hexágonos. A camada mais externa, é denominada como paredes celulares e, na parte interna, há cloroplastos, que são pequenas estruturas ovaladas.
Células de musgo. Imagem ampliada cerca de 400 vezes e colorida artificialmente.

2. Como a energia contida nas moléculas de carboidratos pode ser disponibilizada para as células do corpo humano?

Resposta: Para essa energia ser disponibilizada para a célula, os carboidratos precisam ser transformados, por meio da respiração celular, em moléculas acessíveis de energia – as moléculas de ATP (adenosina trifosfato).

De acordo com sua constituição, os carboidratos são classificados em monossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos. A fórmula química geral dos monossacarídeos, tipo mais simples de carboidrato, é abre parênteses C H subscrito 2 O fecha parênteses subscrito n ( CH 2 O ) n . A maioria deles tem cinco ou seis átomos de carbono, chamados pentoses e hexoses, respectivamente. Como exemplos desse tipo de carboidrato, podemos citar a glicose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses ( C 6 H 12 O 6 ) , a ribose abre parênteses C subscrito 5 H subscrito 10 O subscrito 5 fecha parênteses ( C 5 H 10 O 5 ) e a frutose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses ( C 6 H 12 O 6 ) .

Professor, professora: Ao explorar a fórmula química geral dos monossacarídeos, comente que a letra n n representa a variável, ou seja, o número que se altera.

Dica

O tipo de carboidrato é determinado não apenas pela quantidade de átomos de cada elemento químico em determinada molécula, mas também por como esses elementos se ligam entre si. A fórmula química C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 C 6 H 12 O 6 , por exemplo, representa tanto a glicose como a galactose e a manose.

A união de dois monossacarídeos resulta na formação de dissacarídeos, como a sacarose abre parênteses C subscrito 12 H subscrito 22 O subscrito 11 fecha parênteses ( C 12 H 22 O 11 ) , que é formada pela união de uma molécula de glicose com uma de frutose. Outro exemplo é a lactose abre parênteses C subscrito 12 H subscrito 22 O subscrito 11 fecha parênteses ( C 12 H 22 O 11 ) , formada pela união de uma molécula de galactose com uma de glicose.

Quando um carboidrato é constituído de diversos monossacarídeos, ele recebe o nome de polissacarídeo, como é o caso do amido, da celulose e do glicogênio.

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Lipídios

3. Qual é a importância dos lipídios para o organismo?

Resposta: O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito desses nutrientes, para então, ao longo do capítulo, capacitá-los a compreender essa importância no nível celular, e não apenas para o organismo.

Os lipídios são substâncias orgânicas, também conhecidas como gorduras. Uma das características químicas dos lipídios é a de ser solúvel em substâncias orgânicas, como o éter, e praticamente insolúvel em água. Há, no entanto, alguns lipídios anfipáticos, ou seja, que têm porções hidrofílicas (com afinidade à água) e porções hidrofóbicas (com aversão à água). Esse é o caso dos lipídios que compõem a membrana plasmática das células.

Os lipídios podem ser de diferentes tipos e desempenhar diferentes papéis nas células, como o estrutural, o energético e o de sinalização.

Os fosfolipídios são o principal tipo de lipídio encontrado em membranas celulares. A estrutura dessa molécula tem uma extremidade hidrofílica e uma cauda hidrofóbica. Essa característica anfipática dos fosfolipídios é essencial para a formação da estrutura de bicamada lipídica da membrana plasmática.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma estrutura formada por uma esfera com duas caudas abaixo, que são linhas curvas preenchidas por várias bolinhas. Está indicado que a parte esférica é denominada extremidade hidrofílica, enquanto as caldas são denominadas calda hidrofóbica.
Representação de fosfolipídio.

Imagem elaborada com base em: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 55.

Além dos fosfolipídios, as membranas têm outros tipos de lipídios, como os esteróis, tipo de lipídio existente na membrana plasmática da maioria dos eucariotos. Entre esses lipídios, podemos citar o colesterol, presente em células de animais. De modo geral, esse lipídio ajuda a reforçar a estrutura da membrana, tornando-a mais rígida e menos permeável. Além disso, é utilizado pela célula na síntese de hormônios sexuais, sais biliares e vitamina D, por exemplo.

Os esfingolipídios são lipídios de membrana, e seu precursor estrutural é a ceramida.

Nas células humanas, os esfingolipídios estão representados, por exemplo, pelas esfingomielinas, lipídios encontrados no axônio de alguns neurônios, nos quais se observa a formação do extrato mielínico ou bainha de mielina. A presença dessa camada descontínua, rica em lipídios, nos neurônios aumenta a velocidade de transmissão do impulso nervoso.

Ilustração de um neurônio, uma estrutura principal com formato curvo e alongado. Na extremidade à esquerda há filamentos que bifurcam e ramificam. Em seguida a estrutura principal, é envolta por estruturas cilíndricas e espessas, o estrato mielínico. Na extremidade à direita, a estrutura principal apresenta formato arredondado de onde partem ramificações que bifurcam.
Representação de neurônio humano.

Imagem elaborada com base em: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Tradução: Alexandre Lins Verneck et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 240.

Os triacilgliceróis são lipídios de armazenamento energético e os mais abundantes na natureza. As gorduras animais e os óleos vegetais são compostos de triacilgliceróis.

Nas células humanas, os triacilgliceróis são armazenados em células específicas, chamadas adipócitos. Em casos de demanda energética, essas células liberam seu conteúdo na corrente sanguínea, que o distribui a células específicas, como as musculares. Os lipídios de armazenamento são considerados uma importante fonte de energia, uma vez que sua degradação disponibiliza para a célula cerca de seis vezes mais energia do que a degradação da glicose.

Fotografia do zoom microscópico composto por uma estrutura oval, dentro dela, o citoplasma, área com coloração avermelhada. No citoplasma há três estruturas arredondadas, amarelas interligadas, denominada gordura. Na parte inferior do citoplasma, está o núcleo, uma estrutura ovalada e achatada.
Adipócitos humanos. Imagem ampliada cerca de 4.000 vezes e colorida em computador.

A cera é outro exemplo de lipídio de armazenamento energético. As ceras estão presentes nas glândulas de vertebrados, protegendo pelos e pele – nas aves marinhas, ajudam a manter suas penas impermeáveis à água –, e são a forma de armazenamento de energia de alguns seres vivos, como o plâncton marinho.

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ATIVIDADES

1. Ao comprar novamente um alimento de que gostava muito, André reparou que foi adicionado um selo na embalagem daquele produto que até então não havia observado.

Analise a imagem apresentada e, então, responda às questões.

Ilustração de um retângulo com três retângulos menores dentro. O primeiro retângulo, à esquerda, tem fundo branco e uma lupa e está escrito alto em. O segundo retângulo tem o fundo preto e está escrito açúcar adicionado. O terceiro retângulo, com fundo preto escrito gordura saturada.
Selo apresentado em embalagem de alimento.

a ) A quais grupos de substâncias orgânicas pertencem os dois componentes indicados no selo da embalagem de alimento?

Resposta: Os açúcares fazem parte do grupo dos carboidratos e as gorduras, do grupo dos lipídios.

b ) O que são gorduras saturadas e quais suas principais fontes alimentares?

Gorduras saturadas são um tipo de lipídio que apresenta cadeias longas e, portanto, mais interações intermoleculares. Por esse motivo, esse tipo de gordura apresenta maior temperatura de fusão, quando comparado com outros tipos de gorduras, sendo, portanto, sólido em temperatura ambiente (25 graus Celsius 25   ° C ). As gorduras saturadas estão disponíveis, principalmente, em alimentos de origem animal, como ovos, carnes e leite, e industrializados, como sorvetes, bolachas e margarinas.

c ) Considerando a informação contida na embalagem, André pode considerar que está comprando um alimento saudável? Por quê?

Resposta nas Orientações para o professor.

d ) Você considera que a presença de selos como esse na embalagem de alimentos é importante para os consumidores? Justifique sua resposta.

Resposta nas Orientações para o professor.

2. Em um experimento de laboratório para a aula de Biologia, os estudantes receberam três lâminas para observar ao microscópio. Cada uma dessas lâminas tinha uma amostra de um tipo celular diferente, conforme apresentado a seguir.

Fotografia do zoom microscópico de epiderme, uma superfície esverdeada composta por estruturas retangulares justapostas e algumas estruturas redondas menores sob elas.
Epiderme de cebola em corte longitudinal. Imagem ampliada cerca de 200 vezes e colorida artificialmente.
Fotografia do zoom microscópico de tecido muscular. São estruturas cilíndricas e alongadas justapostas, e em cada estrutura há uma pequena esfera em uma das extremidades.
Tecido muscular cardíaco em corte longitudinal. Imagem ampliada cerca de 300 vezes e colorida artificialmente.
Fotografia do zoom microscópico de um aglomerado de estruturas cilíndricas amarelas.
Lactobacillus rhamnosus. Imagem ampliada cerca de 6.500 vezes e colorida em computador.

Sabendo que as amostras I, II e III eram células de cebola, músculo cardíaco humano e bactérias, respectivamente, é correto afirmar que:

a ) as amostras I e III são de células eucarióticas e a amostra II é de células procarióticas.

b ) a amostra I é de células eucarióticas e as amostras II e III são de células procarióticas.

c ) as amostras I e II são de células procarióticas e a amostra III é de células eucarióticas.

d ) as amostras II e III são de células eucarióticas e a amostra I é de células procarióticas.

e ) as amostras I e II são de células eucarióticas e a amostra III é de células procarióticas.

Resposta: Alternativa e.

3. A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que ataca a porção central do sistema nervoso, podendo causar uma série de sintomas nos pacientes acometidos. Nessa doença, a bainha de mielina dos neurônios é atacada pelas células de defesa do organismo, danificando os axônios das células nervosas.

Sabendo qual é a região celular afetada pela EM, que substância orgânica é degradada pela doença e qual atividade celular pode ser comprometida com a progressão do quadro clínico?

Resposta: As substâncias orgânicas degradadas são os esfingolipídios (um tipo de lipídio), que compõem a bainha de mielina. Havendo danos nessa região, espera-se que haja comprometimento na transmissão dos impulsos nervosos.

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Proteínas

4. Qual é a importância das proteínas para o organismo?

Resposta: O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito desses nutrientes, para então, ao longo do capítulo, capacitá-los a compreender essa importância no nível celular, e não apenas para o organismo.

As proteínas são substâncias orgânicas que fazem parte da constituição das células, estando presentes em diferentes porções celulares, como na membrana plasmática, e formando uma rede de filamentos no citoplasma.

A estrutura básica da membrana plasmática é semelhante em todas as células. No entanto, a composição proteica dessas estruturas celulares é bastante variável e está diretamente relacionada com o tipo de célula e o papel que ela desempenha no organismo. Observe o exemplo apresentado.

Por exemplo, as proteínas presentes na membrana plasmática de várias células são essenciais para o controle da concentração de glicose no sangue. Essas proteínas atuam como receptores de insulina, hormônio responsável por controlar esse carboidrato na corrente sanguínea.

A molécula desse hormônio se liga à proteína da membrana, alterando-a de inativa para ativa. Sob essa forma, a proteína, então, promove a entrada de glicose na célula através de proteínas específicas, reduzindo a quantidade de carboidrato no sangue.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Esquema ilustrativo com a membrana plasmática no centro, uma estrutura horizontal que divide a figura em uma parte superior e uma parte inferior. A membrana plasmática é composta por duas camadas de pequenas estruturas cilíndricas, que apresentam em suas extremidades externas uma coloração diferente. Atravessando de um lado ao outro da membrana plasmática, há o transportador de glicose, uma estrutura com aspecto de cacho de uva, formado por aglomerado de pequenas estruturas cilíndricas com extremidades arredondadas. Na parte superior, está a glicose, estrutura com formato cilíndrico e extremidades arredondadas, atravessa a membrana plasmática, para a parte inferior da figura, passando pelo transportador de glicose. Ao centro, uma estrutura maior, com formato ovalado, composto por um aglomerado de estruturas com formato cilíndrico e extremidades arredondadas. Essa estrutura é composta por uma parte superior e outra inferior, que atravessa a membrana plasmática, denominada receptor de insulina. Ligado a parte superior do receptor de insulina, está a insulina, um aglomerado de estruturas com formato cilíndrico e extremidades arredondadas.
Representação de receptor de insulina e transportador de glicose em membrana plasmática.

Imagem elaborada com base em: NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica de Lehninger. Tradução: Ana Beatriz Gorini da Veiga et al. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 408.

Professor, professora: Ao abordar o transporte de glicose, comente com os estudantes que uma exceção desse padrão são as células do cérebro que conseguem captar glicose sem a necessidade da presença de insulina. Essa capacidade garante o processo de captação mesmo quando os níveis de glicose no sangue estão baixos.

Além de comporem a membrana plasmática, as proteínas exercem muitas outras funções no organismo, como: participação em reações químicas, atuando como agentes catalisadores e acelerando as reações; proteção contra doenças, na forma de anticorpos; coordenação de funções do organismo, na forma de hormônios, como a insulina; movimentação dos organismos, sendo responsáveis pelo processo de contração das fibras musculares e também constituindo outras estruturas celulares, como cílios e flagelos, que atuam, por exemplo, na movimentação da célula ou no deslocamento de materiais na superfície celular.

Professor, professora: Diga aos estudantes que a prolina é uma exceção; ela contém um grupo imino (representado por menos N H NH ) em vez do grupo amino.

As proteínas são constituídas de aminoácidos, moléculas que apresentam, de maneira geral, um grupo amino, um grupo carboxila e uma cadeia lateral, genericamente chamada de radical, que varia de acordo com o tipo de aminoácido.

Estrutura química formada por símbolos de elementos químicos e linhas. Da esquerda para direita: há um elemento R indicado por radical ligado ao grupo amino, N H índice 2 por duas linhas que formam um vértice, da qual está ligado a um elemento C por uma linha simples. Esse elemento C está ligado a um elemento O acima, por uma linha dupla, e está ligado a um grupo O H por uma linha simples. As ligações envolvendo o grupo O H e os elementos O e C está circulada e está indicado grupo carboxila
Estrutura geral de um aminoácido.

Todos os seres vivos apresentam 20 tipos de aminoácidos. No entanto, nem todo ser vivo produz todos os aminoácidos necessários ao funcionamento adequado de seu organismo. Aqueles que não são produzidos pelo organismo são chamados de aminoácidos essenciais. Já os produzidos naturalmente pelo organismo são os aminoácidos naturais. No caso do ser humano, apenas 11 dos 20 aminoácidos são naturais.

Professor, professora: Ao abordar os tipos de aminoácidos, explique aos estudantes que, nos seres humanos, os aminoácidos essenciais são histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina.

5. De que maneira o ser humano pode adquirir os aminoácidos essenciais para o organismo?

Resposta: De modo geral, por meio da alimentação. Alguns estudantes podem citar os suplementos alimentares.

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Estrutura proteica

As inúmeras possibilidades de combinação entre os vinte aminoácidos resultam na formação de uma grande diversidade de proteínas. Para formar essas macromoléculas, os aminoácidos se unem por meio de ligações peptídicas e, por isso, recebem o nome de peptídeos.

A união de inúmeros peptídeos resulta em cadeias polipeptídicas; as proteínas são formadas por uma ou mais dessas cadeias. A estrutura da proteína é determinada pela sequência de aminoácidos, pela forma como eles se dispõem em relação aos outros e pelo modo como estabelecem interações entre si.

As proteínas têm basicamente quatro níveis estruturais.

A estrutura primária (imagem A) é a sequência linear de aminoácidos na cadeia polipeptídica. Já a estrutura secundária (imagem B) apresenta a sequência de aminoácidos como um fio que se torce, formando uma estrutura helicoidal, chamada alfa traço hélice α−hélice . A estrutura proteica secundária também pode se apresentar sob outras formas, como a de beta traço folha β-folha .

Algumas proteínas são formadas por cadeias de aminoácidos, nas quais a estrutura em hélice se dobra várias vezes sobre si mesma, adquirindo uma estrutura tridimensional chamada estrutura terciária (imagem C).

Há proteínas formadas por duas ou mais sequências de aminoácidos enoveladas (cadeias polipeptídicas ou subunidades), idênticas ou não, que se unem quimicamente, a chamada estrutura quaternária (imagem D).

A estrutura proteica está intimamente relacionada com a funcionalidade da proteína. Dessa forma, alterações estruturais podem interferir na atividade da proteína no organismo. Os aminoácidos podem ser representados por letras. No exemplo a seguir da estrutura proteica primária, estão representadas: Ala Ala (alanina), Ser Ser (serina), Leu Leu (leucina), A r g Arg (arginina).

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

A.

Ilustração de 12 esferas em disposição linear, com siglas dentro, sendo elas: Leu com coloração azul, Ala com coloração cor-de-rosa; A r g com coloração verde e Ser com coloração amarela. Em sequência, da esquerda para direita estão: Leu; Ala; A r g; A r g; Ser; Ala; Ser; Leu; Ala; Ser; Leu; A r g.
Representação da estrutura proteica primária.

B.

Ilustração de 12 esferas em disposição de formato de ondas, com siglas dentro, sendo elas: esfera Leu com coloração azul, Ala com coloração rosa, Arg com coloração verde e Ser com coloração amarela. Em sequência, estão: Leu, Ala, A r g. A r g, Ser, Ala, Ser, Leu, Ala, Ser, Leu, A r g.
Representação da estrutura proteica secundária.

C.

Ilustração de estruturas cilíndricas alongadas e emaranhadas. Dentro de uma porção desta estrutura, há outra estrutura em formato de onda com indicação do número romano 1.
Representação da estrutura proteica terciária, com indicação da porção referente à estrutura secundária (I).

D.

Ilustração de estruturas cilíndricas alongadas e emaranhadas, com duas cores diferentes. Uma porção da estrutura, na parte superior direita, está com a indicação do número romano 2.
Representação da estrutura proteica quaternária, com indicação da porção referente à estrutura terciária (II).

Imagens elaboradas com base em: NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 96.

Desnaturação de proteínas

A febre caracteriza-se pelo aumento da temperatura média do corpo humano, aproximadamente 37 graus Celsius 37  °C . A ocorrência da febre serve de alerta de que algo não está bem no organismo, estando comumente relacionado a inflamações ou infecções. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, a febre era um dos sintomas associados à infeção pelo vírus SARS-Cov-2.

Embora a febre possa sinalizar a tentativa do organismo de eliminar patógenos, essa condição pode ser prejudicial às células e, por isso, deve ser rapidamente controlada.

Fotografia de uma pessoa adulta vistas de costas e em pé, usando um avental cirúrgico, máscara e touca descartável. Está apontando um termômetro em direção a testa de um motorista dentro de um carro, que também está usando máscara. Eles estão em uma rua.
Mensuração da temperatura corporal de pessoas, na entrada do município de Itanhaém (SP), em 2020, durante a pandemia de covid-19.
Inflamações:
respostas localizadas que visam destruir ou isolar o agente infeccioso ou o tecido lesionado, caracterizando-se por vermelhidão, dor e calor, por exemplo.
Infecções:
invasões e multiplicações de agentes patogênicos no corpo.

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6. Por que a febre pode causar prejuízos ao organismo?

Resposta: A febre pode causar prejuízos ao organismo, pois diversas reações químicas ocorrem em temperaturas específicas e muitas moléculas são funcionais em temperatura específica, como é o caso de proteínas. Assim, essas moléculas podem perder sua funcionalidade em temperaturas muito elevadas, como em situações de febre.

Uma das possíveis consequências da febre é a desnaturação de proteínas. Nesse processo, ocorrem mudanças na estrutura da proteína que, geralmente, resulta na perda da função dessa molécula. A desnaturação pode ser decorrente de fatores físicos e químicos, como alterações de temperatura, pH e exposição a determinados ácidos e bases.

Enzimas

Um dos processos característicos de seres vivos é o metabolismo, ou seja, o conjunto de reações químicas executadas pelas células. Naturalmente, a maioria dessas reações ocorreria apenas em temperaturas mais elevadas do que a do corpo humano e, consequentemente, de suas células. No entanto, o aumento da temperatura corporal pode prejudicar o funcionamento adequado do organismo. Como, então, é possível a existência do metabolismo? Isso é possível graças às enzimas.

As enzimas são um grupo de moléculas formado principalmente por proteínas, que catalisam e aceleram reações químicas nos seres vivos. Cada enzima atua em um tipo específico de reação química e em um tipo específico de substrato. Além disso, elas podem intermediar tanto reações de degradação, o chamado catabolismo, como de formação de moléculas, o chamado anabolismo.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Esquema ilustrativo. À esquerda na parte superior há uma esfera com um recorte em formato triangular, denominada enzima, com indicação do número 1; sai seta para baixo, com um losango denominado substrato. Dele uma seta para direita, aponta para um losango e em sua parte superior uma esfera com o recorte em formato triangular, denominados complexo enzima-substrato, com a indicação de número 2. Dela sai uma seta para direita, com um triângulo e em sua parte superior uma esfera com o recorte em formato triangular, denominada como complexo enzima-produto, com a indicação do número 3. Há uma seta bifurcando, para direita, com um triângulo denominado produto com a indicação do número 4; uma seta para cima, aponta para uma esfera com o recorte em formato triangular; e dela sai uma seta para esquerda fechando o esquema.
Representação simplificada da especificidade de enzimas.

Imagem elaborada com base em: ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 74.

Cada enzima tem um sítio ativo, no qual se liga o substrato, ou seja, a molécula que sofrerá a ação da enzima (1). Essa ligação resulta na formação do complexo enzima-substrato (2). Transcorrida a reação química, forma-se um complexo enzima-produto (3). O produto é liberado e a enzima fica disponível para se ligar a outro substrato, participando de outra reação química (4).

A ação das enzimas depende de alguns fatores, como o pH (potencial hidrogeniônico) e a temperatura, que podem alterar a conformação da enzima e, dessa maneira, modificar ou impedir sua atuação.

A escala de pH varia de 0 a 14. Observe a seguir.

Ilustração de uma escala de cores e números, dividida em três linhas. Na primeira linha há 14 retângulos coloridos na posição vertical. Na segunda linha cada retângulo está numerado, de 0 a 14. Da esquerda para direita os retângulos são: 0 vermelho, 1 laranja, 2 amarelo, de 3 a 8 tonalidades de verde variando do mais claro ao mais escuro, 9 azul, de 10 a 14 tonalidades em roxo variando do mais claro ao mais escuro. Na terceira linha, do número zero ao 6 está indicado o grupo ácido com uma seta para esquerda intitulada aumento de acidez; o número 7 é denominado o grupo neutro; e dos números 8 ao 14 é denominado grupo básico com uma seta para direita intitulada aumento da basicidade.
Representação da escala de pH.

Imagem elaborada com base em: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. Tradução: Eloiza Lopes, Tiago Jonas e Sonia Midori Yamamoto. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. p. 717.

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As enzimas envolvidas no processo de digestão dos alimentos, por exemplo, têm valores de pH específicos para sua atuação. Dessa forma, ao longo do trato digestório, observa-se uma variação do pH no interior das estruturas do sistema digestório. Acompanhe o exemplo a seguir.

A enzima amilase salivar é produzida pelas glândulas salivares e liberada na cavidade bucal. Ela é ativa no pH salivar, geralmente neutro ou levemente básico.

O suco gástrico é liberado no estômago. O pH ácido desse suco abre parênteses p H é aproximadamente igual a 2 fecha parênteses ( pH 2 ) transforma pepsinogênio em pepsina, a forma ativa da enzima, e ativa a lipase lingual, produzida em glândulas presentes na língua na forma inativa. O pH do estômago inativa a amilase salivar.

O suco pancreático é liberado no intestino delgado. O pH desse suco (entre 7,1 e 8,2) inativa a pepsina e ativa as enzimas intestinais, como amilase, lipase e nuclease pancreáticas.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração da silhueta de uma pessoa, com destaque para alguns órgãos do sistema digestório. Destaque para: as glândulas salivares, pequenas formas arredondadas, localizadas na parte inferior da boca e abaixo do ouvido; em seguida um órgão com formato de um longo tubo vertical, que se estende do pescoço até o abdômen. Na região do abdômen, há um órgão com forma triangular com as extremidades arredondadas; logo abaixo, o estômago, com formato cilíndrico e curvo. Em seguida, localizado abaixo do estômago, um tubo largo e curto, abaixo está o intestino delgado, tubo longo e fino enrolado. Na região pélvica, há um canal vertical e curto.
Representação do sistema digestório humano.

Imagem elaboradacom base em: TORTORA, Gerard J.;DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 478.

7. Qual é o papel de cada uma das enzimas citadas no texto: amilase salivar, pepsina, lipase lingual, amilase pancreática, lipase pancreática e nuclease pancreática?

Resposta: A amilase salivar e a amilase pancreática atuam na digestão de carboidratos; a pepsina atua na digestão de proteínas; a lipase lingual e a lipase pancreática atuam na digestão de lipídios; a nuclease pancreática atua na digestão de ácidos nucleicos.

Para que as reações químicas ocorram, é necessária uma quantidade específica de energia inicial, a chamada energia de ativação. Essa pode ser considerada uma barreira energética que precisa ser vencida para que ocorra a reação química. Confira nos gráficos A e B a seguir.

Energia de ativação abre parênteses E subscrito a fecha parênteses ( E a ) em reação química na ausência de enzima

Gráfico A, no eixo vertical está a Energia total com uma seta em direção para cima; e no eixo horizontal está a Via de reação não catalisada, com uma seta em sentido para a direita. O gráfico inicia com a linha na metade do eixo vertical, indo paralelamente ao eixo horizontal, até um ponto onde há uma esfera denominada y, de onde sai um tracejado em direção a parte superior e está escrito reagente. Em seguida, a linha do gráfico sobe fazendo uma curva ascendente, essa área de pico do gráfico está marcada como E a. Em seguida a linha desce quase até o eixo horizontal continuando paralelamente a ele até o final do gráfico, onde há uma esfera denominada x, de onde sai um tracejado em direção a parte superior e está escrito produto. Há uma seta curva, partindo da esfera y, passando pelo pico E a e descendo até a esfera x.

Fonte de pesquisa: ALBERTS, Bruce. et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 73.

Energia de ativação abre parênteses E subscrito a fecha parênteses ( E a ) em reação química na presença de enzima

Gráfico B, no eixo vertical está a Energia total com uma seta em direção para cima; e no eixo horizontal está a Via de reação não catalisada, com uma seta em sentido para a direita. O gráfico inicia com a linha na metade do eixo vertical, indo paralelamente ao eixo horizontal, até um ponto onde há uma esfera denominada y, de onde sai um tracejado em direção a parte superior e está escrito reagente. Em seguida, a linha do gráfico sobe fazendo uma pequena curva ascendente, essa área de pico do gráfico está marcada como E a. Em seguida a linha desce quase até o eixo horizontal continuando paralelamente a ele até o final do gráfico, onde há uma esfera denominada x, de onde sai um tracejado em direção a parte superior e está escrito produto. Há uma seta curva, partindo da esfera y, passando pelo pico E a e descendo até a esfera x.

Fonte de pesquisa: ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 73.

8. O que você conclui ao analisar e comparar esses dois gráficos?

Resposta: Na presença de enzima (gráfico B), a energia de ativação é menor, ou seja, a reação é facilitada e ocorre mais rapidamente quando comparada com a reação em que a enzima não está presente (gráfico A) e, consequentemente, a energia de ativação requerida é maior.

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Como você pode perceber, ao analisar os gráficos da página anterior, as enzimas reduzem a energia de ativação das reações químicas, por conta de sua ligação com o substrato, facilitando sua ocorrência e aumentando sua velocidade. Por essa razão, as enzimas também são conhecidas como catalisadores biológicos.

A velocidade das reações químicas mediadas por enzimas sofre influência de diferentes fatores, como a concentração de enzimas e de substratos. De modo geral, quanto maior for a concentração de enzima no meio, para uma quantidade fixa de substrato, maior será a velocidade da reação química. Já em relação à concentração do substrato, confira o gráfico "Influência do aumento da concentração do substrato na velocidade da reação química".

Influência do aumento da concentração do substrato na velocidade da reação química

Gráfico em linha. No eixo vertical está a velocidade inicial v zero em micrômetro por minuto, e no eixo horizontal está a concentração de substrato S, em milimol. Há uma curva ascendente iniciando na intersecção dos dois eixos. Ela segue crescente e logo no início há uma indicação do ponto A, com um círculo com estruturas em formato da letra C, e duas destas estruturas com uma esfera ao centro. Em seguida a curva passa por um ponto B, com um círculo com estruturas em formato da letra C, denominada enzima, e, quatro destas estruturas têm uma esfera ao centro. Próximo ao fim da curva há um ponto C, com um círculo com estruturas em formato da letra C e, todas as estruturas com uma esfera ao centro, denominadas substrato, a união da estrutura em formato em C mais a esfera formam o complexo enzima-substrato.

Fonte de pesquisa: NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 201.

9. O que você pode concluir a respeito da concentração de substrato e da velocidade da reação química?

Resposta: Espera-se que os estudantes concluam que, quanto maior for a concentração do substrato abre colchetes S fecha colchetes [ S ] , mais rápida será a reação química. No entanto, isso se mantém até certo ponto, a partir do qual a rapidez de ocorrência da reação química não se altera com o aumento da concentração de substrato.

Analisando o gráfico anterior, podemos concluir que, para uma concentração fixa de enzimas, a reação química se torna mais rápida conforme aumenta a concentração de substrato no meio (A e B). Esse aumento, no entanto, ocorre até o estado em que todas as enzimas disponíveis estão ligadas ao substrato, formando o complexo enzima-substrato (C). Nesse ponto, o aumento na concentração de substrato não interfere na rapidez da reação. À medida que o substrato se converte em produto, a velocidade da reação tende a diminuir.

Sais minerais e vitaminas

Em muitas reações de catálise, as enzimas precisam se associar a outras moléculas ou íons, chamados cofatores. Eles não fazem parte da proteína, mas auxiliam sua atividade. Entre os cofatores, podemos citar os sais minerais e as vitaminas.

Dessa maneira, ambos os grupos de moléculas ajudam a regular as atividades enzimáticas. Além disso, essas moléculas participam de diversas outras reações químicas no organismo, sendo, portanto, essenciais para o funcionamento e o desenvolvimento adequados do organismo.

Os sais minerais são substâncias inorgânicas representadas, por exemplo, por cálcio abre parênteses C a fecha parênteses ( Ca ) , cloro abre parênteses C l fecha parênteses ( C l ) , ferro abre parênteses F e fecha parênteses ( Fe ) , flúor abre parênteses F fecha parênteses ( F ) , fósforo abre parênteses P fecha parênteses ( P ) , iodo abre parênteses I fecha parênteses ( I ) , potássio abre parênteses K fecha parênteses ( K ) e sódio abre parênteses N a fecha parênteses ( Na ) . Já as vitaminas são compostos orgânicos classificados em hidrossolúveis abre parênteses B subscrito 1 vírgula B subscrito 2 vírgula B subscrito 3 vírgula B subscrito 5 vírgula B subscrito 6 vírgula B subscrito 9 vírgula B subscrito 12 e C fecha parênteses ( B 1 ,   B 2 ,   B 3 ,   B 5 ,   B 6 ,   B 9 ,   B 12  e  C ) ou lipossolúveis abre parênteses A vírgula D vírgula E e K fecha parênteses ( A ,   D ,   E  e  K ) . Para serem absorvidas, as vitaminas lipossolúveis precisam de sais biliares e lipídios. As hidrossolúveis, por sua vez, são absorvidas no sistema digestório com a água, depois se dissolvem nos fluidos corporais.

Os sais minerais e quase todas as vitaminas não são produzidos no organismo. Por isso, precisam ser adquiridos, principalmente, por meio da alimentação.

A seguir, vamos conhecer algumas fontes alimentares de origem animal e vegetal dessas moléculas.

Fotografia de vários alimentos dentro e ao redor de uma cesta, incluindo frutas, legumes, vegetais, pão, queijo, ovos, peixe, jarra com líquido.
Alimentos variados de origem animal e vegetal.

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Sais minerais e suas principais fontes
Mineral Principais importâncias Exemplos de fontes

Cálcio

Formação de ossos e dentes, coagulação sanguínea e participação na atividade do sistema nervoso.

Leite e derivados, folhas verdes e legumes.

Cloro

Manutenção do pH e do equilíbrio hídrico do corpo humano e formação do suco gástrico.

Sal de cozinha (em quantidades moderadas).

Ferro

Composição da molécula de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio para as células do corpo humano.

Carnes, ovos, feijão e folhas verdes.

Fósforo

Formação dos ossos e dentes, participação no equilíbrio do pH do sangue, composição de ácidos nucleicos.

Leite e derivados, carnes em geral e nozes.

Iodo

Atuação na glândula tireoide na síntese de hormônios relacionados ao metabolismo.

Frutos do mar e sal de cozinha.

Potássio

Atuação na transmissão de impulsos nervosos e na contração muscular.

Banana, ervilha, lentilha, espinafre e tomate.

Sódio

Manutenção do pH e do equilíbrio hídrico do corpo humano e participação na condução de impulsos nervosos.

Sal de cozinha (em quantidades moderadas).

Fontes de pesquisa: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 510-511. REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 895.

Vitaminas e suas principais fontes
Vitamina Principais importâncias Exemplos de fontes

Tiamina (B subscrito 1 B 1 )

Metabolismo de carboidratos.

Ovos, carne suína e alimentos integrais.

Riboflavina (B subscrito 2 B 2 )

Metabolismo de proteínas e carboidratos.

Carnes, ervilha, beterraba e amendoim.

Niacina (B subscrito 3 B 3 )

Metabolismo de lipídios, inibindo a produção de colesterol e degradando triglicerídeos.

Carnes, nozes e alimentos integrais.

Ácido pantotênico (B subscrito 5 B 5 )

Conversão de lipídios e aminoácidos em glicose e síntese de colesterol e alguns hormônios.

Folhas verdes, cereais e fígado.

Piridoxina (B subscrito 6 B 6 )

Metabolismo de aminoácidos e triglicerídeos.

Carnes, hortaliças e grãos integrais.

Biotina (B subscrito 7 B 7 )

Síntese de ácidos graxos.

Fígado, legumes e gema de ovo.

Ácido fólico (B subscrito 9 B 9 )

Síntese de DNA e RNA e também produção de glóbulos vermelhos e glóbulos brancos do sangue.

Folhas verdes, laranja e nozes.

Cobalamina (B subscrito 12 B 12 )

Formação de glóbulos vermelhos e síntese de alguns aminoácidos.

Leite e derivados, ovos e carnes em geral.

Ácido ascórbico abre parênteses C fecha parênteses (C)

Síntese de colágeno e ação em várias reações metabólicas, como antioxidante.

Frutas cítricas, vegetais verdes e tomate.

Retinol abre parênteses A fecha parênteses (A)

Manutenção das células epiteliais, composição de pigmentos visuais.

Cenoura, beterraba, leite e derivados.

Calciferol abre parênteses D fecha parênteses (D)

Absorção de cálcio e fósforo pelo sistema digestório.

Óleo de fígado de peixe e gema de ovo.

Tocoferol abre parênteses E fecha parênteses (E)

Ação antioxidante e absorção de gorduras.

Óleos vegetais, nozes e folhas verdes.

Filoquinona abre parênteses K fecha parênteses (K)

Síntese de fatores de coagulação do sangue.

Espinafre, couve-flor, repolho e fígado.

Fontes de pesquisa: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 512-514. REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 894.

10. Em sua opinião, qual é a importância de conhecer as principais fontes dos sais minerais e das vitaminas, bem como os papéis desempenhados por eles no organismo?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que esse tipo de conhecimento possibilita desenvolver a consciência alimentar a respeito do que se consome diariamente, dando importância a uma alimentação equilibrada e diversificada. Além disso, desenvolve-se a responsabilidade com o autocuidado.

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Ácidos nucleicos

Todos os seres vivos têm material genético sob a forma de ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA), chamados coletivamente de ácidos nucleicos. Essas moléculas são constituídas de inúmeros nucleotídeos, ligados entre si.

Os nucleotídeos são unidades relacionadas ao armazenamento e à disponibilização de informações genéticas, por meio da orientação da síntese de proteínas. Cada unidade é composta de uma pentose, uma base nitrogenada e um grupo fosfato abre parênteses P O subscrito 4 início sobrescrito, 3 menos, fim sobrescrito fecha parênteses ( PO 4 3 ) . A pentose pode ser desoxirribose ou ribose e as bases nitrogenadas podem ser de cinco tipos: adenina abre parênteses A maiúsculo fecha parênteses (A) , guanina abre parênteses G fecha parênteses (G) , citosina abre parênteses C fecha parênteses (C) , timina abre parênteses T fecha parênteses (T) e uracila abre parênteses U fecha parênteses (U)  .

Ilustração de uma estrutura composta por uma esfera ao lado esquerdo denominada grupo fosfato. Ela está ligada a uma linha até um pentágono denominado pentose, a qual está ligado a uma linha até um retângulo denominado base nitrogenada.
Representação de nucleotídeo.

Imagem elaborada com base em: SADAVA, David et al. Vida: a ciência da biologia. Tradução: Ardala Katzfuss et al. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. p. 66.

DNA

Cada molécula de DNA é formada por duas cadeias (filamentos) de nucleotídeos ligados, que se torcem entre si e, por isso, recebem o nome de dupla hélice. A molécula de DNA apresenta a desoxirribose e pode ter quatro tipos de bases nitrogenadas: a adenina, a timina, a citosina e a guanina. A adenina e a guanina são chamadas de bases púricas ou purinas, e a citosina e a timina são denominadas bases pirimídicas ou pirimidinas.

Na molécula de DNA, a adenina sempre se pareia com a timina, e a citosina sempre se pareia com a guanina. Alguns trechos do DNA orientam a formação de proteínas, sendo responsáveis pelas características geneticamente determinadas no indivíduo. Essas características podem ser transmitidas ao longo das gerações por meio da reprodução.

Ilustração de duas fitas verticais entrelaçadas denominada cadeia (filamento). As fitas são ligadas por formas geométricas indicadas por letras, denominada base nitrogenada, em que suas extremidades se encaixam. Há pontilhados entre as formas. A letra G tem a extremidade arredondada que encaixa na extremidade côncava da letra C. A letra A tem a extremidade com formato de seta que encaixa na extremidade em formato de v da letra T. As fitas formam quatro voltas. Na parte superior, na primeira volta, estão as formas das letras G e C, seguida por A e T. Na segunda volta, estão as formas das letras G e C, A e T, C e G e, C e G. Na terceira, estão as letras T e A, C e G, A e T e, A e T. E na quarta volta, estão as formas das letras G e C e, A e T.
Representação da estrutura do DNA em dupla hélice.

Imagem elaborada com base em: GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. 10. ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2013. p. 224.

RNA

Cada molécula de RNA, geralmente, apresenta uma única cadeia de nucleotídeos (fita simples). Esse tipo de ácido nucleico apresenta a ribose e quatro possíveis bases nitrogenadas: adenina, guanina, citosina e uracila. No RNA, a adenina sempre se pareia com a uracila, e a citosina sempre se pareia com a guanina.

Algumas moléculas de RNA podem desempenhar papéis semelhantes aos das enzimas, sendo chamadas ribozimas. No entanto, o papel principal do RNA está relacionado à síntese de proteínas nas células. Por causa da importância das proteínas nas células, o RNA é essencial para a manutenção e o desenvolvimento celular.

Ilustração de uma fita vertical, denominada filamento, que está torcida. A fita forma três voltas. Ligada ao filamento, há estruturas geométricas, denominada base nitrogenada, indicadas por letras. A letra U apresenta extremidade em formato de v, a letra A apresenta extremidade em formato de seta, a letra C apresenta extremidade côncava e, a letra G apresenta extremidade arredondada. Na primeira volta, na parte superior, estão as formas das letras U, A, C e G. Na segunda volta, estão as formas das letras G, A, G e C. E na terceira volta, a forma da letra U.
Representação da estrutura da molécula de RNA.

Imagem elaborada com base em: PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 161.

Professor, professora: Enfatize aos estudantes que o pareamento é com a fita molde de DNA.

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PRÁTICA CIENTÍFICA

Observação celular

A microscopia óptica possibilita a observação de algumas estruturas não visíveis a olho nu e, para isso, muitas vezes usa corantes específicos. De que maneira os corantes podem auxiliar na observação de estruturas celulares? Para responder a esta questão, realize a atividade a seguir.

Materiais

  • bulbo de cebola dividido em quatro partes
  • 2 lâminas para microscopia
  • 2 lamínulas
  • conta-gotas
  • água
  • pinça de metal
  • corante azul de metileno
  • etiqueta
  • lápis grafite
  • papel-toalha

Professor, professora: Antes da realização da atividade, calcule quantos bulbos de cebola serão necessários para toda a turma, descasque-os e deixe-os cortados em quatro partes.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Como proceder

A. Enumere as lâminas como I e II utilizando a etiqueta e o lápis.

B. Pegue uma das partes do bulbo de cebola e, com a pinça, retire cuidadosamente a película que recobre a folha do bulbo de cebola.

Ilustração de duas mãos, uma segura uma pinça que está puxando uma camada fina de um pedaço de cebola, que está na outra mão.
Imagem referente à etapa B.

C. Divida a película em duas partes. Coloque uma das partes da película sobre a lâmina I e a outra sobre a lâmina II.

D. Com o conta-gotas, pingue uma gota de água sobre a película da lâmina I. Em seguida, cubra-a com a lamínula.

E. Acrescente uma gota de corante azul de metileno sobre a película da lâmina II e cubra-a com a lamínula.

Ilustração de uma mão posicionando uma lamínula sobre uma lâmina histológica. Ao centro da lâmina há um fragmento pequeno de cebola imerso em água. Na lâmina está escrito o número dois em número romano.
Imagem referente à etapa E.

F. Retire o excesso de água e corante das lâminas usando um pedaço de papel-toalha.

G. Utilizando a objetiva de 10 vezes 10 × , observe as lâminas I e II pelo microscópio óptico. Verifique quais estruturas são mais fáceis de serem identificadas em cada lâmina e anote suas observações no caderno.

Dica

Para evitar a formação de bolhas nas lâminas, que podem dificultar a visualização das células, posicione a lamínula em ângulo de 45 graus 45 ° em relação à lâmina e desça-a delicadamente até que ela encoste completamente na lâmina.

Análise

1. Que estruturas celulares você identificou em cada lâmina?

2. Quais diferenças você notou ao observar as duas lâminas?

3. Como o corante pode auxiliar na observação de células no microscópio óptico?

4. No caderno, faça um desenho representando as imagens observadas no microscópio para as lâminas I e II e identifique as estruturas celulares.

Respostas nas Orientações para o professor.

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ATIVIDADES

1. Os alimentos de origem vegetal desempenham um importante papel na alimentação humana em razão de suas propriedades nutricionais, principalmente sais minerais, fibras e vitaminas. Confira a seguir os valores nutricionais da flor de brócolis e suas variações em diferentes métodos de cocção.

Teor de certos nutrientes para a flor de brócolis, submetida a diferentes métodos de cocção
Método de cocção Proteínas (%) Lipídios (%) Fibras (%) Vitamina C (%)

Cru

5,11

0,32

4,63

24,33

Imersão

1,83

0,21

1,74

10,61

Vapor

2,07

0,22

2,75

11,81

Panela de pressão

1,88

0,12

1,88

10,64

Micro-ondas

2,51

0,25

2,85

11,24

Fonte de pesquisa: PIGOLI, Daniela R. Alterações nutricionais em hortaliças decorrentes de diferentes métodos de cozimento. 2012. Dissertação (Mestrado em Agronomia) − Universidade Estadual Paulista, Botucatu. Disponível em: https://s.livro.pro/3g92zv. Acesso em: 31 jul. 2024.

a ) Considerando os dados da tabela, é possível concluir que o alimento é nutricionalmente mais benéfico ao organismo quando consumido cru ou cozido? Justifique sua resposta.

Resposta: Cru. Porque o teor nutricional do alimento se altera após o cozimento, havendo redução do teor de nutrientes.

b ) Quais são as possíveis alterações resultantes da cocção de alimentos como a flor de brócolis?

Resposta: O cozimento pode tornar o alimento mais agradável ao paladar, degradar possíveis toxinas presentes nele e alterar seu valor nutricional.

c ) Que método de cocção foi o mais eficiente em relação à manutenção de valores de proteínas? Justifique sua resposta.

Resposta: Cocção em micro-ondas, uma vez que a redução foi de 2,6. Para os demais métodos de cocção, as reduções no teor de proteínas foram maiores: imersão (3,28); vapor (3,04); panela de pressão (3,23).

d ) É esperado que a atividade enzimática seja mais elevada na flor de brócolis antes ou após a cocção? Por quê?

Resposta: Antes da cocção, porque as enzimas apresentam uma temperatura ótima de funcionamento e a cocção pode desnaturar proteínas e causar perda de funcionalidade.

2. Classifique as bases nitrogenadas apresentadas em pirimidinas e purinas. Em seguida, determine em que tipo de ácido nucleico elas podem ser encontradas: no DNA e/ou no RNA.

a ) Citosina.

Resposta: Citocina é do tipo pirimidina e é encontrada tanto no DNA quanto no RNA.

b ) Adenina.

Resposta: Adenina é do tipo purina e é encontrada tanto no DNA quanto no RNA.

c ) Uracila.

Resposta: Uracila é do tipo pirimidina e é encontrada apenas no RNA.

d ) Timina.

Resposta: Timina é do tipo pirimidina e é encontrada apenas no DNA.

e ) Guanina.

Resposta: Guanina é do tipo purina e é encontrada tanto no DNA quanto no RNA.

3. Analise o gráfico e responda às questões a seguir.

Influência enzimática na energia de ativação de uma reação química

Gráfico de linha com a área abaixo da dessa linha preenchida em verde. No eixo vertical está a energia total com uma seta com indicação para cima, e no eixo horizontal, está a via da reação catalisada com uma seta horizontal com indicação para direita. A linha inicia na parte superior à esquerda do gráfico, com uma esfera y. A linha sobe, fazendo uma pequena curva ascendente, com a indicação da letra a na extremidade superior da curva e a indicação da letra b na extremidade inferior da curva. A linha do gráfico desce ficando paralela ao eixo horizontal e, na extremidade direita há uma esfera x.

Fonte de pesquisa: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 89.

a ) Em que sentido da reação química, representada no gráfico, a energia de ativação é menor: de y para x ou de x para y?

Resposta: No sentido y para x.

b ) Em que sentido a ocorrência da reação química é mais difícil? Justifique sua resposta.

Resposta: No sentido x para y, pois a energia de ativação necessária para iniciar a reação é muito maior do que no sentido y para x.

c ) Que região do gráfico representa a atuação da enzima na reação química? Justifique sua resposta.

Resposta: A enzima atua no trecho do gráfico delimitado pelas letras a e b, o qual corresponde à energia de ativação necessária para iniciar a reação química.

d ) Elabore um gráfico semelhante ao apresentado que represente a reação química na ausência de enzima.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes representem um gráfico com energia ativação maior do que o apresentado na atividade, ou seja, coluna a-b maior.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

d ) Em dupla, elaborem um gráfico semelhante ao apresentado que represente a reação química na ausência de enzimas.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes representem um gráfico com energia de ativação maior do que o apresentado na atividade, ou seja, coluna a-b maior.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. Oriente-os a inicialmente conversar sobre reações químicas que ocorrem na ausência de enzimas. Em seguida, solicite ao estudante não vidente que descreva como seria a energia de ativação nessa reação. Por fim, peça-lhes que juntos elaborem o gráfico com base na conversa sobre o assunto e na descrição do estudante não vidente.

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4. A lisozima é uma enzima encontrada na clara do ovo, nas lágrimas e na saliva e age como antibiótico natural. Ela é responsável por catalisar reações químicas envolvendo os polissacarídeos da parede celular das bactérias. A ligação da lisozima com a cadeia polissacarídica provoca a ruptura da parede celular, causando a morte da bactéria.

Confira no esquema apresentado a seguir a ação da lisozima na quebra da cadeia de polissacarídeos da parede celular de uma bactéria.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração em sequência de quatro etapas. A primeira etapa, é uma estrutura com formato ovalado, com uma pequena reentrância ao meio, denominada A; ao lado uma estrutura cilíndrica, denominada B. A segunda etapa é composta pela estrutura B que está encaixada na reentrância da estrutura A, e juntas são denominadas de estrutura C. Na terceira etapa, a estrutura B, ainda encaixada na estrutura A, se divide em duas partes, e juntas formam a estrutura D. A quarta etapa é composta pela estrutura A e as duas partes da estrutura B agora denominada estrutura E.
Representação de diferentes etapas da atuação da lisozima no processo de rompimento da parede celular bacteriana.

Imagem elaborada com base em: ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 164.

a ) Relacione cada um dos componentes a seguir às letras A, B, C, D e E do esquema.

substrato

complexo enzima-produto

produtos

enzima

complexo enzima-substrato

Resposta: A – enzima; B – substrato; C – complexo enzima-substrato; D – complexo enzima-produto; E – produtos.

b ) A quebra da parede celular é causada pela adição de uma molécula de água entre os açúcares componentes dessa estrutura, causando a ruptura da ligação química. Na ausência da lisozima, as células bacterianas podem passar longos períodos em contato com a água sem que sua parede se rompa. Por que isso ocorre?

A reação da água com os açúcares da parede celular não é energeticamente favorável, ou seja, não ocorre de modo espontâneo (sem a atuação da enzima). Na presença da lisozima, no entanto, essa reação é facilitada. Por isso, tal quebra ocorre apenas na presença da enzima.

c ) A lisozima se torna inutilizável pelo organismo após participar do processo descrito anteriormente? Justifique sua resposta.

Não, a enzima pode participar de outros processos semelhantes, tendo em vista que sua ligação com o substrato é temporária e a enzima não é alterada por essa interação.

5. Analise as fotografias a seguir e responda às questões.

A.

Fotografia de 3 ovos crus, com a gema amarela e a clara transparente, dentro de uma tigela.
Ovos crus.

B.

Fotografia de 3 ovos fritos, com a gema amarela e a clara branca, dentro de uma frigideira.
Ovos fritos.

a ) Em relação às proteínas, que processo ocorreu entre as etapas A e B?

Resposta: Desnaturação proteica.

b ) O processo observado entre as etapas A e B é reversível? Justifique sua resposta.

Resposta: É irreversível, pois a desnaturação proteica promove alterações na conformação da proteína do alimento que, de maneira geral, não são passíveis de reversão.

c ) Que agente físico foi responsável pela transformação que ocorreu com o alimento da etapa A para a etapa B?

Resposta: O calor.

d ) Que características desse alimento possivelmente se alteraram com o processo representado?

Resposta: Cor, sabor e textura do alimento.

6. Leia o texto a seguir e responda às questões.

Excesso de vitamina D
Especialistas britânicos alertam para o risco da ingestão excessiva da substância

EXCESSO de vitamina D. Diário do Nordeste, Fortaleza, 9 jul. 2022. p. 11.

a ) Considerando a classificação das vitaminas, a qual grupo pertence a vitamina citada no texto?

Resposta: A vitamina D é uma vitamina do tipo lipossolúvel.

b ) Pesquise qual é o risco da ingestão excessiva do grupo de vitaminas identificado no item a.

Resposta: As vitaminas do tipo lipossolúveis, quando ingeridas em excesso, acumulam-se na gordura do organismo. Por esse motivo, quando comparadas com as hidrossolúveis, são eliminadas com mais dificuldade pelo corpo, podendo levar a casos de hipervitaminoses, com efeitos tão nocivos à saúde quanto se houver deficiência da vitamina.

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CAPÍTULO5

Citologia II – estrutura celular

As diferentes estruturas de uma célula eucariótica

Apesar de as células eucarióticas terem algumas diferenças entre si, quase todas apresentam estruturas básicas em comum, sendo compostas por membrana plasmática, citoplasma e núcleo. A seguir, vamos estudar com mais detalhes cada uma dessas porções celulares.

Membrana plasmática

Analise a situação mostrada na fotografia das mãos humanas.

Fotografia de duas mãos com as palmas voltadas para cima e lado a lado encostando uma na outra. A pele dos dedos está enrugada e ao fundo há uma piscina.
Mãos humanas com pele enrugada após permanecerem certo tempo submersas na água.

1. Em sua opinião, como é possível relacionar o enrugamento da pele dos dedos, após submersão na água, com a membrana plasmática?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é que os estudantes reflitam sobre o processo de enrugamento e, com base em seus conhecimentos prévios sobre membrana plasmática e transportes de membrana, elaborem possíveis explicações para esse fenômeno.

Uma das possíveis razões para o enrugamento da pele dos dedos quando mantidos por certo período de tempo submersos na água, relaciona-se à membrana plasmática de células da epiderme, a camada mais superficial da pele. Para compreender esse processo, vamos estudar inicialmente a importância da membrana plasmática para as células.

A membrana plasmática separa o meio intracelular do meio extracelular, exercendo diferentes papéis na célula. Entre eles, o controle do transporte de substâncias para o interior e o exterior da célula, a sinalização química (propriedade que possibilita o reconhecimento de outras células e moléculas, por exemplo) e a estruturação de tecidos por meio da adesão celular.

Tais papéis estão diretamente relacionados à estrutura da membrana plasmática, que pode ser representada pelo modelo do mosaico fluido. De acordo com esse modelo, essa membrana é formada por duas camadas de lipídios, nas quais estão mergulhadas proteínas. Os lipídios e a maioria das proteínas presentes na membrana plasmática se deslocam, mas não perdem o contato entre si. Isso permite a fluidez da membrana, tornando-a elástica e resistente. Confira a estrutura simplificada da membrana plasmática.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração da membrana plasmática em corte, formada por uma camada superior e inferior de pequenas esferas. Unindo as camadas, há estruturas cilíndricas finas e, a junção destas estruturas é denominada bicama lipídica. A parte acima da camada superior é nomeada como exterior celular e abaixo da camada inferior, é denominada interior celular. Atravessando a bicama lipídica do exterior celular para o interior celular, estão as proteínas transmembranas, que são estruturas ovaladas. No exterior celular, em cima das proteínas transmembranas, há pequenas bolinhas empilhadas, chamadas glicoproteínas. Na camada exterior também em contato com a camada superior, há bolinhas empilhadas denominadas glicolipídeos. Entre a camada inferior da bicamada lipídica e o interior celular, há estruturas ovais chamadas proteína periférica.
Representação de membrana plasmática em corte.

Imagem elaborada com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 128.

Os lipídios das duas camadas da membrana plasmática (bicamada lipídica) estão arranjados de maneira que sua porção hidrofóbica fica voltada para o interior da bicamada, enquanto sua porção hidrofílica fica voltada para as porções externas dessa membrana.

As proteínas se apresentam na membrana plasmática tanto como proteínas transmembranas, que atravessam ambos os lados da bicamada lipídica, quanto proteínas periféricas, que estão em contato com uma das superfícies (interna ou externa) da membrana, mas não a atravessam.

As moléculas de carboidratos também estão presentes nas membranas. Se os carboidratos estiverem ligadas a lipídios, recebem o nome de glicolipídios; se ligados a proteínas, são chamados de glicoproteínas.

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Transportes celulares

A permeabilidade seletiva é a propriedade da membrana plasmática que possibilita controlar a entrada e a saída de materiais da célula. Por causa dessa propriedade, algumas moléculas são capazes de atravessar facilmente a membrana plasmática, enquanto outras, não. Ou seja, a membrana é considerada semipermeável.

A entrada e a saída de materiais das células podem ocorrer por transporte ativo ou transporte passivo, a depender do tipo de material.

O transporte passivo ocorre sem gasto energético pela célula, como na difusão simples, na difusão facilitada e na osmose.

A difusão simples envolve o transporte de água e pequenas moléculas, como o gás oxigênio e o gás carbônico, alguns ácidos graxos e vitaminas hidrossolúveis. Esse processo ocorre quando moléculas de um soluto (líquido ou gás) se movimentam de um local de maior concentração do soluto para um de menor concentração através de uma membrana semipermeável. Essa movimentação se dá a favor do gradiente de concentração e possibilita que o soluto se distribua igualmente nos meios interno e externo à célula.

Professor, professora: Ao abordar a imagem da difusão simples, comente com os estudantes que as moléculas de ácido graxo de cadeia curta são resultantes da digestão de carboidratos e lipídeos ou da ação, em carboidratos, de bactérias abundantes no trato gastrointestinal.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Os ácidos graxos, em alta concentração no lúmen intestinal, atravessam passivamente a membrana plasmática (A), aumentando a concentração desse soluto no interior da célula intestinal (B). Esse movimento de soluto ocorre até que a concentração dele se iguale entre os meios (C).

A.

Ilustração de um esquema retangular dividido em três partes. Ao centro está a membrana semipermeável da microvilosidade intestinal, uma estrutura composta por duas fileiras verticais de pequenas esferas ligadas por uma estrutura de pequenos círculos conectados, semelhante a uma corrente. Ao lado esquerdo da membrana, está o lúmen intestinal, com o fundo em coloração azul, com 10 pequenas esferas pretas, denominadas moléculas de ácido graxo (soluto). Em meio a membrana semipermeável, há 4 pequenas esferas pretas. Ao lado direito da membrana semipermeável, está o interior da célula intestinal, com o fundo com coloração avermelhada. Há uma seta partindo do lúmen intestinal em direção ao interior da célula do lúmen intestinal.

B.

Ilustração de um esquema retangular dividido em três partes como no esquema anterior. Do lado esquerdo da membrana, está o lúmen intestinal, com 9 pequenas esferas pretas. Em meio a membrana semipermeável, há duas pequenas esferas pretas. Ao lado direito da membrana semipermeável, no interior da célula intestinal, há 3 pequenas esferas pretas. Há uma seta partindo do lúmen intestinal em direção ao interior da célula do lúmen intestinal.

C.

Ilustração de um esquema retangular dividido em três partes como no esquema anterior. Ao lado esquerdo da membrana, no lúmen intestinal, há 7 pequenas esferas pretas. Ao lado direito da membrana semipermeável, no interior da célula intestinal, há 7 pequenas esferas pretas.

Representação da difusão simples das moléculas de ácido graxo de cadeia curta em três momentos distintos do processo (A, B, C).

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil. A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 132.

A osmose é um tipo de transporte passivo em que as moléculas de água atravessam uma membrana semipermeável de um local com menor concentração de soluto para outro com maior concentração. A movimentação da água ocorre até que as concentrações se igualem em ambos os lados da membrana celular.

A água atravessa passivamente a membrana plasmática (D), do lúmen intestinal para o interior da célula intestinal, aumentando a quantidade de moléculas de água nesse meio (E). Esse movimento da água ocorre até que as concentrações dos meios se igualem (F).

Professor, professora: Se considerar pertinente, comente com os estudantes que o gás oxigênio abre parênteses O subscrito 2 fecha parênteses ( O 2 ) atravessa a membrana plasmática por difusão simples. Como sua concentração é maior fora da célula, suas moléculas atravessam a bicamada lipídica e entram na célula. Já o gás carbônico abre parênteses C O subscrito 2 fecha parênteses ( C O 2 ) , cuja concentração é maior dentro da célula, tende a sair dela pela difusão através da membrana.

D.

Ilustração de um esquema retangular dividido em três partes. No centro está a membrana semipermeável da microvilosidade. Ao lado esquerdo dela está o lúmen intestinal, com 6 pequenas esferas vermelhas denominadas soluto e 10 pequenas esferas brancas denominadas água. Ao lado direito da membrana semipermeável, está o interior da célula intestinal, com 9 pequenas esferas vermelhas e 3 pequenas esferas brancas. Há uma seta partindo de uma pequena esfera branca no lúmen intestinal em direção ao interior da célula intestinal.

E.

Ilustração de um esquema retangular dividido em três partes como no esquema anterior. Ao lado esquerdo da membrana, no lúmen intestinal, há 6 pequenas esferas vermelhas e 7 pequenas esferas brancas. Ao lado direito da membrana semipermeável, no interior da célula intestinal há 9 pequenas esferas vermelhas e 6 pequenas esferas brancas. Há uma seta partindo de uma pequena esfera branca do lúmen intestinal em direção ao interior da célula intestinal.

F.

Ilustração de um esquema retangular dividido em três partes como no esquema anterior. Ao lado esquerdo da membrana, no lúmen intestinal, há 6 pequenas esferas vermelhas e 5 pequenas esferas brancas. Ao lado direito da membrana semipermeável, no interior da célula intestinal há 9 pequenas esferas vermelhas e 8 pequenas esferas brancas.

Representação do transporte de água através da membrana plasmática, via osmose, em três momentos distintos do processo (D, E, F).

Gradiente de concentração:
nesse caso, refere-se à diferença de concentração de uma substância entre o meio interno e o meio externo da célula.

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A difusão facilitada é outro tipo de transporte passivo. Algumas moléculas, como monossacarídeos, somente entram ou saem das células com o auxílio de proteínas carreadoras presentes na membrana plasmática. Esse transporte ocorre a favor do gradiente de concentração e pode acontecer de diferentes maneiras, a depender do tipo de molécula a ser transportada.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração da membrana plasmática ao centro, formada por uma camada superior e inferior de pequenas esferas e, unindo as camadas, pequenas estruturas circulares. A parte acima da membrana plasmática é denominada lúmen intestinal e a inferior, de interior da célula intestinal. No lúmen intestinal, há estruturas com formato de hexágonos, denominadas frutose. Atravessando a membrana plasmática, do lúmen intestinal para o interior na célula intestinal, está a proteína carreadora, uma estrutura com formato ovalado, com uma abertura na parte superior, na região central, um espaço em formato de hexágono e, uma abertura na parte inferior. A proteína carreadora à esquerda, está indicada pela letra G e está com a abertura superior em formato da letra V e há uma frutose, no lúmen intestinal, próxima a essa abertura. Em seguida, indicada por H, está uma proteína carreadora, com uma frutose encaixada na sua região central. À direita, há uma proteína carreadora com a abertura na parte inferior em formato de V e, há uma indicação da letra I em uma frutose no interior da célula intestinal.
Representação da difusão facilitada da frutose.

A frutose, por exemplo, não atravessa facilmente a membrana plasmática e precisa ser transportada por proteínas carreadoras.

A proteína carreadora tem um sítio de ligação específico para a frutose (G). Assim, para ser transportada, essa molécula se liga ao sítio da proteína carreadora (H). Tal ligação faz a proteína carreadora alterar sua conformação, resultando na liberação da frutose no interior da célula (I).

Imagem elaborada com base em: PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 88.

Professor, professora: Comente com os estudantes que a frutose é uma molécula polar, por isso não atravessa facilmente a membrana plasmática.

A organização dos lipídeos da membrana plasmática impede a passagem da maioria das moléculas. Além disso, muitas delas são transportadas contra o gradiente de concentração, ou seja, do meio menos concentrado para o mais concentrado. Isso torna necessário o transporte ativo, que requer o gasto de energia pela célula. Confira a seguir.

Esquema ilustrativo com a região superior identificada por lúmen intestinal. Abaixo há uma camada da membrana plasmática formada por uma camada superior e uma camada inferior de pequenas esferas e, unindo-as, a filamentos. Abaixo da camada da membrana plasmática, está o interior da célula intestinal e, em seguida, há outra camada da membrana plasmática. Na parte inferior desta, o é denominado meio extracelular. Há uma proteína transmembrana, atravessando a camada da membrana plasmática superior e uma atravessando a membrana plasmática inferior. A proteína transmembrana é uma estrutura ovalada, com uma abertura na parte superior, um espaço na região central e uma abertura inferior. No lúmen intestinal há a indicação da letra J, com uma seta indicando a entrada da glicose, uma esfera, e do grupo N A mais, pela abertura superior da proteína transmembrana até o interior da célula intestinal. No interior da célula intestinal há uma seta partindo de A T P e bifurcando em A D P e P. Há uma seta indicando a entrada de N A mais pela abertura superior da proteína transmembrana até o meio extracelular. No meio extracelular, há uma indicação da letra K e, uma seta indicando a entrada de K mais pela abertura inferior da proteína transmembrana até o interior da célula intestinal.
Representação do transporte ativo de glicose, mediante cotransporte de íon sódio.

Imagem elaborada com base em: PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 90.

A glicose, por exemplo, pode ser movimentada através membrana plasmática por meio de um cotransporte de íons sódio abre parênteses N a sobrescrito mais fecha parênteses ( Na + ) .

A proteína transmembrana, responsável por transportar a glicose para o interior da célula, apresenta um sítio de ligação tanto para esse carboidrato quanto para o N a sobrescrito mais Na + . Sendo assim, ambos são transportados do lúmen do intestino para o interior da célula intestinal (J). Como resultado desse processo, eleva-se a concentração de N a sobrescrito mais Na + na célula.

Para remover esse íon, visando manter a concentração iônica adequada nos meios intracelular e extracelular, utiliza-se um transportador denominado bomba de sódio-potássio. Esse transportador é responsável por movimentar íons sódio para fora da célula e íon potássio abre parênteses K sobrescrito mais fecha parênteses ( K + ) para o meio intracelular (K). Como esse transporte de íons ocorre contra o gradiente de concentração, há gasto de energia. Esse gasto é notado pela quebra do ATP (adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato) e fósforo abre parênteses P fecha parênteses ( P ) .

Professor, professora: Comente com os estudantes que o transporte de glicose pode ser ativo ou passivo, dependendo do tipo celular. Comentários nas Orientações para o professor.

Como estudamos, os transportes de células atuam de diferentes maneiras no organismo. Um exemplo é o enrugamento da pele das extremidades dos dedos quando ficamos em contato com a água por certo tempo. A osmose é um dos processos envolvidos nesse fenômeno.

Professor, professora: Enfatize aos estudantes que há algumas explicações para o enrugamento da pele envolvendo o contato com a água, e cientistas ainda estudam as relações fisiológicas e evolutivas desse processo com base em evidências científicas. Comentários nas Orientações para o professor.

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PRÁTICA CIENTÍFICA

Transporte de membrana

Por dentro do contexto

A geada é um fenômeno meteorológico que pode causar grandes danos e perdas econômicas para a agricultura.

Nessa condição, as folhas podem ficar manchadas e secas e cair, além de o sabor dos frutos ser alterado, tornando-os até mesmo amargos. As baixas temperaturas podem congelar os tecidos vegetais e muitas vezes provocar a deposição de gelo sobre as plantas.

Fotografia de uma plantação com fileiras de plantas baixas e folhas largas. A superfície das folhas está com coloração esbranquiçada.
Plantação de brócolis com cristais de gelo causada por geada no município de Londrina (PR), em 2021.

a ) Em sua opinião, o congelamento dos tecidos vegetais pode prejudicar a membrana plasmática e o funcionamento das células? Formule hipóteses sobre esse assunto.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir, com base em seus conhecimentos prévios sobre a estrutura e a funcionalidade da membrana plasmática, se o congelamento pode danificar essa estrutura celular e, consequentemente, interferir no funcionamento das células. Deixe que formulem hipóteses livremente e, se achar pertinente, anote-as na lousa. Espera-se que eles comentem em suas hipóteses que o congelamento pode romper as membranas plasmáticas e, uma vez rompidas, a função da membrana de controlar o transporte de substâncias para fora e dentro da célula será comprometida.

b ) Levando em consideração a estrutura da membrana plasmática, quais fatores você acha que podem afetá-la?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir sobre a estrutura lipoproteica da membrana plasmática e elencar fatores capazes de alterar essa estrutura. Eles podem citar altas temperaturas, capazes de desnaturar proteínas, ou substâncias capazes de dissolver a parte lipídica das membranas celulares, como os sabões, por exemplo.

Materiais

  • 5 cubos pequenos de beterraba sem casca
  • 5 recipientes de vidro transparentes
  • fogão ou forno micro-ondas
  • panela ou recipiente de vidro
  • freezer ou congelador
  • água
  • álcool 70%
  • querosene
  • papel-toalha
  • caneta hidrográfica permanente
  • seringa de 5 mililitros 5  mL
  • smartphone com câmera fotográfica

Como proceder

A. Usando a caneta hidrográfica, marque cada recipiente com um número de 1 a 5.

B. Com o papel-toalha, retire o excesso de pigmento dos cubos de beterraba.

C. Coloque um dos cubos de beterraba no congelador ou no freezer e deixe-o por alguns minutos, até congelar.

D. Coloque cada cubo de beterraba restante no fundo dos recipientes de vidro 1, 2, 4 e 5. No recipiente 3, deve ser adicionar o cubo de beterraba congelado.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um suporte com 5 tubos de ensaio numerados de 1 a 5 da esquerda para direita. Dentro de cada tubo há um cubo de coloração roxa. No tubo 3 o cubo tem a coloração roxa com a superfície branca e, a indicação de cubo de beterraba congelado.
Imagem referente à etapa D.

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E. Usando a seringa, deposite no fundo de cada recipiente 4 mililitros 4  mL do líquido determinado, de acordo com a lista a seguir.

  • Recipiente 1: 4 mililitros 4  mL de água
  • Recipiente 2: 4 mililitros 4  mL de água quente
  • Recipiente 3: 4 mililitros 4  mL de água
  • Recipiente 4: 4 mililitros 4  mL de querosene
  • Recipiente 5: 4 mililitros 4  mL de álcool 70%

Cuidado

Peça a um adulto que aqueça a água e que manipule o querosene.

Dica

O recipiente 1 será o grupo controle do seu experimento.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um suporte com 5 tubos de ensaio numerados de 1 a 5 da esquerda para direita. Dentro de cada tubo há um cubo de coloração roxa e um líquido incolor. No tubo 1 a indicação de cubo de beterraba mais água; tubo 2 cubo de beterraba mais água quente; no tubo 3 o cubo tem a coloração roxa com a superfície branca e a indicação de cubo de beterraba congelado mais água; no tubo 4 a indicação de cubo de beterraba mais querosene e, no tubo 5 a indicação de cubo de beterraba mais álcool 70 por cento.
Imagem referente à etapa E.

F. Após adicionar o álcool no último recipiente, fotografe-os com o smartphone.

G. Deixe a montagem em repouso por 30 minutos.

Professor, professora: Oriente os estudantes a marcar o intervalo de tempo com o auxílio do relógio ou do cronômetro do smartphone.

H. Decorrido os 30 minutos, registre os resultados com uma nova fotografia.

I. Observe o aspecto dos líquidos em cada um dos recipientes e faça anotações em seu caderno.

J. Compare as fotografias obtidas no início e ao final do intervalo de 30 minutos e anote as observações em seu caderno.

Análise e divulgação

1. O que você observou após 30 minutos nos recipientes 2 a 5? Compare suas observações com o grupo controle (recipiente 1).

2. Elabore uma explicação para os resultados observados.

3. É possível relacionar o tratamento realizado e os resultados observados no experimento 5 e a técnica de desinfecção? Justifique sua resposta.

4. Reflita sobre os resultados da atividade experimental e retome a resposta que você deu à pergunta do início da seção: as geadas podem prejudicar as membranas plasmáticas e interferir no funcionamento da célula vegetal? Você alteraria ou complementaria sua resposta? Justifique.

5. Junte-se a dois colegas e, utilizando as fotografias que você produziu durante a Prática científica, confeccionem um banner, item de divulgação comum no meio científico. Para confeccioná-lo, utilizem um programa de computador que permita editar as dimensões e formatações da página adequadas a esse tipo de material de divulgação. Vocês deverão inserir textos e as fotografias obtidas ao longo do experimento. O banner deverá conter as seguintes seções:

  • Introdução: contextualização da prática realizada por vocês.
  • Objetivo: apresentação do objetivo da investigação.
  • Hipóteses: apresentação das hipóteses levantadas no início da atividade prática.
  • Materiais e método: listagem dos materiais utilizados e descrição dos procedimentos realizados.
  • Resultados: apresentação das fotografias obtidas por vocês e da descrição dos resultados observados.
  • Discussão: apresentação dos principais aspectos discutidos sobre a prática.
  • Conclusão: apresentação das principais conclusões da prática, se possível, respondendo à hipótese levantada no início dela.

Respostas nas Orientações para o professor.

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Citoplasma

O citoplasma corresponde à região entre a membrana plasmática e o núcleo, sendo formado pelo citosol e as organelas nele submersas. O citosol é rico em água, tem grande quantidade de moléculas e é o local onde ocorre uma série de reações químicas.

2. Em sua opinião, como estão as estruturas internas no citosol de uma célula, livres ou organizadas?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir sobre esse tema, baseando-se em seus conhecimentos prévios sobre as células. Espera-se que eles reconheçam que a célula apresenta certa organização interna, ou seja, suas estruturas não estão livres no citosol.

Além dos diversos compartimentos, no citoplasma das células eucarióticas há uma rede de filamentos longos e finos de proteínas. Esse sistema de filamentos é chamado de citoesqueleto, sendo composto de diferentes tipos de proteínas, como microtúbulos de tubulina e filamentos de actina.

As células eucarióticas são complexas e precisam manter seus componentes organizados, bem como coordenar a distribuição de moléculas em seu interior. Essa organização é mantida pelo citoesqueleto.

Além disso, essa rede proteica ajuda a manter a estrutura celular, inclusive do núcleo, atua no posicionamento e na movimentação de organelas, auxilia no transporte interno de moléculas e na divisão celular, possibilita a movimentação das células no corpo, entre outras funções. Dessa forma, o citoesqueleto é essencial para que as células e o organismo como um todo permaneçam funcionando adequadamente.

Fotografia de zoom microscópico de célula renal. Há um emaranhado de túbulos finos com coloração esverdeada e avermelhados. Ao centro, há uma estrutura arredondada com coloração azul.
Célula epitelial renal de rato-canguru, evidenciando núcleo (em azul), microtúbulos de tubulina (em verde) e filamentos de actina (em vermelho). Imagem ampliada cerca de 500 vezes e colorida em computador.

Organelas

As organelas são estruturas e compartimentos celulares que desempenham funções específicas na célula. A seguir, vamos conhecer algumas dessas organelas.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de recorte do interior de uma célula animal. No centro, está o núcleo uma estrutura esférica. Ao redor do núcleo, o retículo endoplasmático granular, composto de formas alongadas e curvas com pequenas bolinhas denominadas ribossomo e, o retículo endoplasmático agranular, com filamentos cilíndricos e curvos. Ao lado, está o complexo golgiense, composto de formas achatadas que são empilhadas e alongadas. Em sequência, estão as mitocôndrias, que são estruturas ovaladas e compridas, com uma membrana interna em formato ondulado. Próximo está o peroxissomo, uma estrutura com o formato de uma pequena esfera. Também está indicado o lisossomo, uma estrutura com o formato de uma pequena esfera, localizada na parte lateral.
Representação de célula animal em corte.
Ilustração em recorte do interior de uma célula vegetal. No centro, está o núcleo, estrutura esférica com um corte. Ao redor do núcleo, está o retículo endoplasmático granular, composto de formas alongadas e curvadas e, o retículo endoplasmático agranular, com filamentos cilíndricos e curvos. Na superfície do retículo endoplasmático granular e do núcleo há pequenas bolinhas denominadas ribossomo. Próximo ao núcleo, está o complexo golgiense, uma estrutura composta de formas achatadas que são empilhadas e alongadas. A frente do retículo endoplasmático granular, está o vacúolo, uma estrutura com formato alongado e curvado, semelhante a um balão. Próximo ao vacúolo, está a mitocôndria, uma estrutura ovalada e comprida, com uma membrana interna em formato ondulado. Ao lado da mitocôndria, está o peroxissomo, uma estrutura com o formato de uma esfera com uma bolinha ao centro e, o cloroplasto, estrutura com formato ovalado com pequenas estruturas arredondadas empilhadas dentro.
Representação de célula vegetal em corte.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100-101.

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Os ribossomos são organelas encontradas tanto em procariotos quanto em eucariotos e estão relacionados à síntese de proteínas na célula. Essas estruturas são formadas por duas unidades de diferentes tamanhos e densidades, que englobam mais de cinquenta tipos de proteínas e diversas moléculas de RNA ribossômico (RNAr). Enquanto as proteínas ribossomais são produzidas no citoplasma, as moléculas de RNAr são produzidas no nucléolo e liberadas separadamente no citosol pelos poros presentes na membrana nuclear.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma grande estrutura arredondada, denominada unidade maior, sobre uma estrutura menor e cilíndrica com as extremidades arredondadas denominada unidade menor.
Representação de um ribossomo.

Imagem elaborada com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 103.

O retículo endoplasmático é um conjunto interconectado de túbulos e vesículas achatadas, cujas membranas mantêm continuidade com a membrana nuclear. Ele está relacionado a diversas funções celulares, como síntese e modificação de proteínas e lipídios, destoxificação de certos compostos tóxicos e armazenamento de cálcio, que auxilia no processo de sinalização celular e contração muscular.

As diferentes funções do retículo endoplasmático são executadas em regiões distintas, as quais podem apresentar ribossomos aderidos em sua membrana ou não. O retículo endoplasmático granular (também conhecido como retículo endoplasmático rugoso) tem ribossomos associados à face citoplasmática de suas membranas e está relacionado à síntese e à modificação de proteínas. Já o retículo endoplasmático agranular (também conhecido como retículo endoplasmático liso) não tem ribossomos aderidos à sua membrana e desempenha as demais funções dessa organela.

O complexo golgiense, anteriormente conhecido como complexo de Golgi, consiste em um conjunto de vesículas esféricas e sacos revestidos por membrana plasmática (cisternas) e está envolvido no processo de modificação de proteínas e lipídios provenientes do retículo endoplasmático. Essas modificações são essenciais para tornar tais moléculas funcionais, bem como no armazenamento, no transporte e na distribuição dessas substâncias na célula. Além disso, o complexo golgiense pode atuar na formação de outras organelas, os lisossomos.

As mitocôndrias são organelas onde acontece a geração de energia química para as células pela oxidação de moléculas orgânicas, como a glicose. Esse processo é conhecido como respiração celular e envolve o consumo de gás oxigênio e a liberação de gás carbônico, além de energia. Esta é armazenada em moléculas de ATP utilizadas em diversas atividades celulares. Nas mitocôndrias, são encontrados ribossomos e DNA, de origem materna, possibilitando a multiplicação dessas organelas, mesmo que a célula não esteja se dividindo.

Professor, professora: Ao citar as mitocôndrias, comente com os estudantes que os ribossomos da mitocôndria são originados do genoma mitocondrial.

Os lisossomos apresentam formato esférico e estão envolvidos na digestão intracelular de materiais obtidos por endocitose, bem como na reciclagem de organelas citoplasmáticas e de material celular, pela autofagia celular. Apesar da grande quantidade de enzimas, incluindo as proteases, e da acidez (pH em torno de 4,5 e 5) do interior do lisossomo, a membrana que o envolve não é degradada ou digerida por suas enzimas.

Os peroxissomos são organelas granulosas, envoltas por uma membrana simples e responsáveis pela degradação de ácidos graxos e pela destoxificação em células animais.

Os plastos são organelas vegetais e, assim como as mitocôndrias, têm um material genético próprio e dupla membrana. Podem sintetizar e armazenar pigmentos, como os cloroplastos, que produzem e armazenam clorofila, ou produzir e armazenar outras substâncias, como amido (amiloplastos), proteínas (proteoplastos) e óleos (oleoplastos).

Professor, professora: Se considerar pertinente, retome com os estudantes que a presença de material genético próprio e dupla membrana plasmática em mitocôndrias e plastos são evidências da endocitose de bactérias primitivas que possivelmente deram origem a essas organelas.

Os vacúolos são cavidades celulares envoltas por uma membrana e preenchidas por líquido. Nos vegetais, os vacúolos são responsáveis, por exemplo, pelo controle hídrico no interior da célula, acúmulo de nutrientes e metabólitos, digestão e depósito de toxinas e pigmentos. Nas células animais, os vacúolos estão relacionados, entre outras funções, à digestão intracelular.

Destoxificação:
processo que transforma moléculas tóxicas (álcool, conservantes, agrotóxicos, entre outros) em moléculas não tóxicas e de fácil eliminação pelo organismo.
Autofagia celular:
mecanismo por meio do qual a célula digere seus próprios componentes.

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ATIVIDADES

1. Confira as estruturas indicadas nas ilustrações e identifique a alternativa correta.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de recorte do interior de uma célula animal. Ao redor do núcleo, há uma indicação da estrutura A, composta por filamentos cilíndricos curvos. Há uma indicação com a letra B, uma estrutura ovalada e comprida, com uma membrana interna em formato ondulado. Há uma indicação da letra C, em uma estrutura com o formato de uma pequena esfera localizada na parte lateral. Há uma indicação da letra D, em formas achatadas que são empilhadas e alongadas localizadas próximo a estrutura indicada pela letra E, a qual é composta de formas alongadas e curvadas, e, na sua superfície, há pequenas bolinhas. Essas formas estão ao redor do núcleo.
Representação de célula animal em corte.
Ilustração em recorte do interior de uma célula vegetal. Há uma indicação da letra H em uma estrutura com formato alongado e curvado, semelhante a um balão e localizado a frente do retículo endoplasmático granular. Indicado pela letra F, e localizado ao lado da mitocôndria está uma estrutura com o formato de uma esfera com uma bolinha ao centro. E indicado pela letra G, localizado próximo a estrutura H, está uma estrutura com formato ovalado com pequenas estruturas arredondadas empilhadas dentro.
Representação de célula vegetal em corte.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100-101.

a ) As estruturas C e F são, respectivamente, peroxissomo e lisossomo, e ambos são responsáveis pela digestão intracelular.

b ) A organela indicada em F está presente apenas em células vegetais.

c ) As estruturas A, D, E estão relacionadas exclusivamente à síntese de proteínas.

d ) A estrutura B está relacionada à respiração celular e a G está relacionada à fotossíntese.

e ) A estrutura H está presente apenas nas células vegetais.

Resposta: Alternativa d.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

1. Sobre as células vegetais e animais, identifique a alternativa correta.

a ) O peroxissomo e o lisossomo são responsáveis pela digestão intracelular.

b ) O peroxissomo está presente apenas em células vegetais.

c) O retículo endoplasmático agranular, o complexo golgiense e o retículo endoplasmático granular estão relacionados exclusivamente à síntese de proteínas.

d) A mitocôndria está relacionada à respiração celular e o cloroplasto, à fotossíntese.

e) O vacúolo está presente apenas nas células vegetais.

Resposta: Alternativa d.

2. Qual é o nome de cada estrutura indicada nas imagens da atividade 1?

Resposta: A – retículo endoplasmático agranular; B – mitocôndria; C – lisossomo; D – complexo golgiense; E – retículo endoplasmático granular; F – peroxissomo; G – cloroplasto; H – vacúolo.

3. A fotografia apresentada a seguir mostra uma célula do fígado, o hepatócito. Nela, é possível identificar uma grande quantidade de retículo endoplasmático (em amarelo) e de mitocôndrias (em verde).

Fotografia de zoom microscópico de um hepatócito. Ao centro há uma estrutura redonda de coloração arroxeada com manchas esbranquiçadas, denominada núcleo. Ao redor, há estruturas com formato ovalado e alongadas, com reentrâncias na parte interna, denominadas mitocôndrias e, estruturas alongadas e curvadas, denominadas retículo endoplasmático.
Parte de um hepatócito em corte. Imagem ampliada cerca de 11.500 vezes e colorida em computador.

a ) Considerando o papel do fígado no organismo, por que há grande quantidade de retículo endoplasmático em suas células?

Resposta: Porque o fígado é um órgão relacionado à destoxificação e essa é uma das funções desempenhadas pelo retículo endoplasmático, mais especificamente, o agranular.

b ) Qual é a importância das mitocôndrias nas células?

As mitocôndrias são as organelas onde ocorre a respiração celular, processo responsável por liberar a energia necessária às atividades celulares.

4. Identifique a alternativa correta sobre o transporte de substâncias através da membrana plasmática.

a ) Na difusão simples, a molécula de gás oxigênio, por exemplo, se movimenta de um local com menor concentração desse gás para um de maior concentração.

b ) Na osmose, a movimentação da água ocorre com gasto de energia em razão da diferença de concentração de solutos.

c ) Por meio do transporte ativo, determinadas moléculas, como a glicose, conseguem atravessar a membrana plasmática de um local de menor concentração de soluto para outro de maior concentração.

d ) A osmose e a difusão simples são tipos de transporte ativo, ou seja, ocorrem com o gasto de energia.

e ) A difusão simples ocorre com o auxílio de proteínas carreadoras.

Resposta: Alternativa c.

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Núcleo

O núcleo é o centro de comando de uma célula eucariótica, pois carrega em seu interior a maioria do material responsável pela informação genética. O núcleo celular apresenta diferentes estruturas. Acompanhe a seguir.

O envoltório nuclear, também denominado carioteca, é formado por duas membranas plasmáticas e envolve o núcleo, separando o material genético do citoplasma. Diferentemente das demais membranas celulares, esse envoltório apresenta poros em sua estrutura, por onde passam as substâncias que entram e saem do núcleo. O nucleoplasma corresponde a uma solução aquosa que preenche os espaços no interior do núcleo.

O nucléolo está presente nas células eucarióticas e está envolvido com a produção dos ribossomos com base na instrução contida no DNA.

Nos eucariotos, o material genético apresenta-se na forma de cromatina no interior do núcleo.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

A.

Ilustração de recorte do interior de uma célula animal com diversas organelas. Há um destaque com um círculo, para o núcleo, estrutura esférica com um corte.
Representação de célula eucariótica em corte (A), com destaque para o núcleo e retículo endoplasmático (B).

B.

Ilustração de recorte do interior de uma célula animal. Em destaque, está circulado o núcleo, uma estrutura esférica com um corte, onde há uma esfera dentro, denominada nucléolo, deste partem filamentos, a cromatina. Na parte interior do núcleo, há uma estrutura plana denominada de nucleoplasma. Envolvendo o núcleo, há uma camada nomeada de envoltório nuclear e, na superfície externa do núcleo, há pequenas esferas denominadas poro. No entorno do núcleo, está o retículo endoplasmático granular, composto de formas alongadas e curvadas, com pequenas bolinhas em sua superfície e, o retículo endoplasmático agranular, com filamentos cilíndricos curvos.
Representação de núcleo e retículo endoplasmático de célula eucariótica. Imagem ampliada cerca de 2 vezes em relação à imagem A.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 103.

Em eucariotos, as moléculas de DNA estão organizadas em estruturas chamadas cromossomos. Cada um deles corresponde a uma longa molécula de DNA, que por sua vez se associa a proteínas específicas. Confira a seguir.

Ilustração de esquema em que as estruturas estão em sequência e conectadas. De cima para baixo há uma célula com formato esférico e ao centro uma pequena esfera, o núcleo. Do núcleo partem fitas com uma estrutura em forma de escada retorcida, conectadas por estruturas retangulares finas. As fitas estão indicadas como D N A. O final da fita de D N A é afinada e em espiral. Esta fita fina e espiralada, se enrolam em duas voltas em esferas que estão conectadas. Em cada esfera há um pequeno tubo cilíndrico. A junção da esfera mais do pequeno tubo cilíndrico é denominada proteínas (histonas). O conjunto das proteínas mais o D N A enrolado, compõem o nucleossomo. As esferas em fileira vão diminuindo de tamanho, e ao final delas saem um filamento ondulado. Este filamento forma uma estrutura espiralada denominado filamento de cromatina. O filamento de cromatina se conecta ao braço de um cromossomo em formato de X. Um dos braços é identificado como cromátide. O centro onde os braços se encontram é identificado como centrômero.
Representação de célula eucariótica e estrutura de um cromossomo.

A cromatina é formada pelas moléculas de DNA associadas a proteínas específicas.

Uma molécula de DNA associada a proteínas (histonas) forma os nucleossomos. Quando atingem o maior grau de compactação, os nucleossomos correspondem ao cromossomo metafásico, observado durante a divisão celular.

O cromossomo metafásico é o estado mais condensado da cromatina, permanecendo nesse estado durante a divisão celular. Quando não está se dividindo, a cromatina fica menos condensada.

Cada cromossomo é formado por duas cromátides unidas por uma região mais estreita denominada centrômero. Geralmente, o cromossomo tem somente um centrômero.

Imagem elaborada com base em: PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 161.

Professor, professora: Comente com os estudantes que cromossomos metafásicos são aqueles observados durante a metáfase, uma das fases da divisão celular, que será estudada em detalhes nas páginas seguintes.

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Ciclo celular

Uma das características dos seres vivos é a capacidade de multiplicação celular, essencial para que possam crescer e se reproduzir, por exemplo. Nos eucariotos, o ciclo celular inclui basicamente duas fases: a interfase, na qual a célula se prepara para se dividir, e a divisão celular, quando uma célula dá origem a células-filhas. A duração do ciclo celular varia entre os seres vivos e entre os tipos celulares.

Professor, professora: Comente com os estudantes que por muito tempo pensou-se que, nos seres humanos, quase todas as células se multiplicavam, com exceção das células nervosas e das células do músculo cardíaco. No entanto, estudos atuais têm demonstrado que essas células possivelmente também podem se multiplicar, revelando a necessidade de mais estudos sobre elas. Comentários nas Orientações para o professor.

Interfase

A interfase inclui três fases, conhecidas como G1, S e G2. Durante essas fases, ocorrem diversos eventos, como o aumento do volume celular, a multiplicação de organelas e a duplicação dos cromossomos, que passam a apresentar duas cromátides ligadas pelo centrômero, as chamadas cromátides-irmãs.

A duplicação dos cromossomos ocorre mais especificamente na fase S da interfase e seu condensamento, no início da divisão celular. Antes da interfase, cada cromossomo é composto de uma única cromátide.

Na interfase, também ocorre a organização de dois centrossomos, regiões onde há pares de centríolos e das quais partem filamentos. Esses darão origem aos fusos mitóticos, que atuam na distribuição do material genético nas células-filhas durante a divisão celular.

Divisão celular

A divisão celular é a etapa do ciclo celular em que uma célula origina células-filhas. Há dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose.

Mitose

A mitose é uma divisão equacional que ocorre quando uma célula origina duas células-filhas, cada uma com a mesma quantidade de cromossomos da célula que as originou. Esse tipo de divisão acontece nas células somáticas e compreende quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Prófase: os cromossomos duplicados se condensam, ficando com aspecto curto e espesso por conta do enovelamento da cromatina. O nucléolo e o envoltório nuclear se fragmentam e o nucleoplasma se mistura ao citoplasma. O fuso mitótico começa a se formar entre os dois centrossomos, que iniciam sua separação.

Ilustração de uma esfera, e dentro dela, uma estrutura circular, envolta por uma membrana denominada envoltório nuclear e no interior há filamentos, o cromossomo. Acima da estrutura circular, há quatro linhas curvas, chamadas fibras do fuso mitótico em formação, que estão entre duas estruturas, denominadas centrossomo com formato da letra T, que é composto por dois pequenos tubos, cada tubo é denominado centríolo.
Representação da fase de prófase da mitose em uma célula com seis cromossomos.

Metáfase: os pares de centríolos estão em polos opostos da célula, completando assim a formação do fuso mitótico, ou seja, um arranjo de microtúbulos. Os cromossomos se ligam às fibras do fuso mitótico e se posicionam no plano equatorial da célula.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos denominadas centríolos, com o formato da letra T, localizados nas extremidades e, entre eles, há dez linhas curvas, as fibras do fuso mitótico. Na região central da esfera há uma linha reta tracejada horizontal e, em cada fibra do fuso mitótico, os cromossomos, em pares com formato tubular, sobrepostos ou em formato da letra V.
Representação da fase de metáfase da mitose em uma célula com seis cromossomos.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 232-233.

Professor, professora: Comente com os estudantes que, na metáfase, os cromossomos atingem o grau máximo de condensação, sendo utilizados para a montagem de cariótipos.

Centríolos:
arranjos cilíndricos de microtúbulos, um dos tipos de filamento do citoesqueleto, geralmente encontrados em pares nas células eucarióticas.

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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Anáfase: os centríolos se separam e as cromátides-irmãs migram para polos opostos da célula.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas nas extremidades superior e inferior, compostas de dois pequenos tubos, o centríolo, com o formato da letra T. Entre elas, há linhas curvas verticais saindo das duas extremidades, algumas linhas se conectam de um lado ao outro, enquanto outras não e tem em suas extremidades uma estrutura em formato da letra V denominada cromátide.
Representação da fase de anáfase da mitose em uma célula com seis cromossomos.

Telófase: os dois conjuntos de cromossomos alcançam os polos opostos da célula e o fuso mitótico desaparece. Os cromossomos se descondensam e o envoltório nuclear se forma em torno de cada um dos conjuntos de cromossomos, dando origem a dois núcleos. Na região equatorial da célula, forma-se uma constrição, responsável por dividir o citoplasma (citocinese) entre as células-filhas.

Ilustração de uma estrutura com formato oval e a parte central estreita, essa região é denominada sulco de clivagem na citocinese. Nas extremidades, há duas estruturas compostas de pequenos tubos, o centríolo, com o formato da letra T. Na região à direita e esquerda da estrutura, há estruturas arredondadas com a indicação de formação do envoltório nuclear e, dentro delas filamentos, os cromossomos, que se sobrepõem e há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação da fase de telófase da mitose em uma célula com seis cromossomos.
Ícone para acessar o objeto digital carrossel de imagens.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 232-233.

Meiose

A meiose é uma divisão reducional que ocorre quando a célula em divisão origina quatro células-filhas, cada uma delas com a metade da quantidade de cromossomos da célula-mãe. Esse tipo de divisão celular acontece, por exemplo, nas células germinativas e é dividida em duas etapas: meiose I e meiose II.

A meiose I abrange prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I. Para facilitar o estudo da prófase I, há a definição de etapas: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.

Professor, professora: Para facilitar a compreensão da meiose, foram adotadas cores distintas para os cromossomos homólogos (um de origem materna e outro de origem paterna); a distinção de cores também auxilia na compreensão do quiasma.

A. Leptóteno: os cromossomos duplicados se condensam.

B. Zigóteno: ocorre a sinapse, que é o alinhamento e o pareamento dos cromossomos homólogos, sendo um de origem materna e outro de origem paterna.

C. Paquíteno: os cromossomos homólogos estão mais curtos e espessos. O pareamento dos cromossomos homólogos é finalizado, formando quatro cromátides.

Ocorre a permutação (também chamada de recombinação ou crossing-over), que é a troca de segmentos entre as cromátides não irmãs dos cromossomos homólogos. Na região da permutação, um trecho da molécula de DNA de uma cromátide é substituído pelo fragmento correspondente da cromátide do cromossomo homólogo.

D. Diplóteno: os cromossomos iniciam a separação, unidos por quiasmas, que mostram onde ocorreu a troca de material entre as cromátides.

E. Diacinese: há contração dos cromossomos e redução da quantidade de quiasmas. Os cromossomos homólogos permanecem unidos entre si pelos quiasmas.

A.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos com o formato da letra T na extremidade superior. Na região central, há uma estrutura arredonda e, dentro dela, há quatro filamentos finos com uma pequena esfera ao centro, dois de coloração azul e dois de coloração vermelha, com a indicação de cromossomo. Há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação do leptóteno.

B.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos com o formato da letra T na extremidade superior, entre elas, quatro linhas curvas. Na região central, há uma estrutura arredonda e, dentro dela, há quatro filamentos espessos com uma pequena esfera ao centro, dois de coloração azul e dois de coloração vermelha. Os filamentos estão em duplas, um filamento com coloração azul junto a um filamento de coloração vermelha, com a indicação de pareamento dos cromossomos homólogos. Há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação do zigóteno.

C.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos com o formato da letra T, e entre elas, há quatro linhas curvas e longas. Na região central, há uma estrutura arredonda e, dentro dela, há quatro estruturas em formato da letra X, e em um dos braços da estrutura em X, há uma indicação denominada cromátide. As estruturas estão em duplas, uma estrutura com coloração azul junto a estrutura de coloração vermelha. Na extremidade da cromátide vermelha que está próxima a cromátide azul, há a indicação de região de recombinação. Há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação do paquíteno.

D.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos com o formato da letra T nas extremidades superior e inferior, e entre elas, há quatro linhas curvas longas à esquerda. Na região central, há uma estrutura arredonda e, dentro dela, há quatro estruturas em formato da letra X. As estruturas estão em duplas, uma com coloração azul junto a estrutura de coloração vermelha. As extremidades dos braços da estrutura vermelha se cruzam com a extremidade do braço da estrutura azul, sendo denominada essa região de quiasma. Há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação do diplóteno.

E.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos com o formato da letra T nas extremidades superior e inferior, e entre elas, há quatro linhas curvas longas para a direita e para a esquerda. Na região central, há uma estrutura arredonda e, dentro, há quatro estruturas em formato da letra X. As estruturas estão em duplas, uma com coloração azul junto a estrutura de coloração vermelha. As extremidades dos braços da estrutura em X vermelha se cruza com a extremidade do braço da estrutura em X azul, sendo denominada essa região de quiasma.
Representação da diacinese.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil. A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 254-255.

JUNQUEIRA, Luiz Carlos; CARNEIRO, José. Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 197.

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No final da prófase I, a sinapse alinha os cromossomos homólogos, que se condensam. O fuso mitótico se forma e os microtúbulos se ligarão a proteínas existentes nos centrossomos dos cromossomos. Finalizada a prófase I, a meiose I segue para as demais etapas: metáfase I, anáfase I e telófase I.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Metáfase I: Os cromossomos se alinham na região equatorial da célula e podem permanecer ligados pelos quiasmas.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos com o formato da letra T, localizados nas extremidades superior e inferior e, entre elas, há sete linhas curvas na vertical. Na região central da esfera há uma linha reta horizontal tracejada e, em duas linhas, há um par de estrutura em formato da letra X, um azul e um vermelho, com a indicação de cromossomos alinhados. Os braços dos cromossomos azuis e vermelhos se cruzam formando a região indicada como quiasma.
Representação da fase de metáfase I da meiose I.

Anáfase I: Os cromossomos homólogos, compostos de duas cromátides cada, deslocam-se até os polos opostos da célula.

Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de dois pequenos tubos, com o formato da letra T nas extremidades verticais. Entre elas, há linhas curvas verticais saindo das duas extremidades, algumas linhas se conectam enquanto outras não tem na extremidade de suas metades, pares de estruturas em formato da letra V, denominados par de cromossomos homólogos. Há dois pares de cromossomos homólogos com coloração vermelha e com extremidade de um dos braços com coloração azul e dois pares com coloração azul e a extremidade de um dos braços com coloração vermelha.
Representação da fase de anáfase I da meiose I.

Telófase I: Os cromossomos se agrupam no núcleo e a célula se divide em duas.

Ilustração de uma estrutura oval com a parte central estreita. Nas extremidades laterais, há duas estruturas compostas de pequenos tubos, com o formato da letra T. Na região à direita e esquerda, há uma estrutura arredondada, com a indicação de formação do envoltório nuclear e, em cada uma há duas estruturas em formato da letra X, uma maior e uma menor. Na estrutura arredondada à esquerda tem a estrutura em X maior com coloração azul e a extremidade de um dos braços com coloração vermelha e o outra menor com coloração vermelha com a extremidade de um dos braços com coloração azul. Na outra estrutura arredondada, uma estrutura em X maior com coloração vermelha e a extremidade de um dos braços com coloração azul e a outra menor com coloração azul com a extremidade de um dos braços com coloração vermelha. Há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação da fase de telófase I da meiose I.

Depois da telófase I, há uma fase anterior à meiose II, denominada intercinese, similar à interfase da mitose. Nessa etapa, a cromatina pode permanecer descompactada e o material genético não é duplicado.

Durante a meiose II, ocorre a separação das cromátides-irmãs. Essa divisão é equacional, pois o material genético é distribuído igualmente entre as células-filhas, como na mitose. A meiose II compreende as etapas de prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II.

Prófase II: Os cromossomos se condensam.

Ilustração de duas esferas, e em cada uma há duas estruturas compostas de pequenos tubos com o formato da letra T, com quatro linhas curvas entre elas. Na região central, há uma estrutura arredondada e, dentro dela, há duas estruturas de tamanhos diferentes em formato da letra X, o cromossomo. Em uma esfera tem um cromossomo maior com coloração azul e a extremidade de um dos braços com coloração vermelha e o outro menor com coloração vermelha com a extremidade de um dos braços com coloração azul. Na outra esfera o cromossomo maior tem coloração vermelha e a extremidade de um dos braços com coloração azul e a outro menor com coloração azul com a extremidade de um dos braços com coloração vermelha. Há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação da fase de prófase II da meiose II.

Metáfase II: Os cromossomos duplicados se alinham na linha equatorial da célula.

Ilustração de duas esferas, na qual em cada uma há pequenos tubos com o formato da letra T, localizados nas extremidades laterais e, entre eles, há sete linhas curvas horizontais. Na região central de cada esfera há uma linha reta tracejada na vertical, a linha equatorial. Em duas linhas diferentes, há uma estrutura em formato da letra X. Em dois dos filamentos que formam esta estrutura em X há a indicação de cromátides-irmãs alinhadas. Em uma esfera há uma estrutura em X maior com coloração azul e a extremidade de um dos braços com coloração vermelha e o outra menor com coloração vermelha com a extremidade de um dos braços com coloração azul. Na outra esfera a estrutura em X maior tem coloração vermelha e a extremidade de um dos braços com coloração azul e a outra menor com coloração azul com a extremidade de um dos braços com coloração vermelha.
Representação da fase de metáfase II da meiose II.

Anáfase II: Ocorre a separação das cromátides-irmãs, que são puxadas para polos opostos da célula.

Ilustração de duas esferas, em cada uma há pequenos tubos com o formato da letra T, localizados nas extremidades laterais e, entre eles, há sete linhas curvas horizontais. Algumas linhas se conectam de um lado ao outro, enquanto outras não se conectam e tem em suas metades, nas extremidades, estruturas de igual coloração em formato da letra V, denominadas disjunção das cromátides-irmãs. Em uma esfera tem duas cromátides-irmãs maiores com coloração azul, em uma delas a extremidade de um dos braços tem coloração vermelha e outras duas menores com coloração vermelha e, em uma delas a extremidade de um dos braços com coloração azul. Na outra esfera duas cromátides-irmãs maiores tem coloração vermelha e, em uma delas a extremidade de um dos braços com coloração azul, a outra menor com coloração azul com a extremidade de um dos braços com coloração vermelha.
Representação da fase de anáfase II da meiose II.

Telófase II: Os cromossomos se descompactam, o núcleo se forma e acontece a citocinese. São formadas quatro células-filhas com a metade da quantidade de cromossomos da célula parental.

Ilustração de duas estruturas com formato oval e a parte central estreita. Em cada uma delas, nas extremidades laterais há duas estruturas compostas de pequenos tubos, com o formato da letra T. Na região à direita e esquerda de cada estrutura oval, há uma estrutura arredondada, com a indicação de formação do envoltório nuclear e dentro de cada uma, dois filamentos, um maior e um menor. Em uma das estruturas ovais, na estrutura arredonda à esquerda, há um filamento mais longo com coloração azul e a extremidade com coloração vermelha e o outro menor com coloração vermelha com a extremidade com coloração azul. Na estrutura arredondada à direita há um filamento mais longo azul e um mais curto vermelho. Na outra estrutura oval, na estrutura arredonda à esquerda, há um filamento mais longo com coloração vermelha e a extremidade com coloração azul e o outro menor com coloração azul com a extremidade com coloração vermelha. Na estrutura arredondada à direita há um filamento mais longo vermelho e um mais curto azul. Há estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação da fase de telófase II da meiose II.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil. A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 254-255.

JUNQUEIRA, Luiz Carlos; CARNEIRO, José. Biologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 197.

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Cultura celular

Em 1951, após realização de exames, a estadunidense Henrietta Lacks (1920-1951) foi diagnosticada com câncer de colo de útero. Durante a cirurgia para a retirada do tumor, parte do material coletado foi encaminhada – sem o consentimento da paciente – para o laboratório do pesquisador estadunidense George Gey (1899-1970) e de sua esposa, a técnica de laboratório estadunidense Margaret Gey (1900-1989), onde realizavam pequisas visando desenvolver a cura do câncer.

Após tentativas frustradas de obter material viável para uma cultura de células cancerígenas, necessárias aos seus estudos, George Gey constatou o que tanto buscava: as células do tumor removido de Lacks apresentavam um potencial até então não observado de sobrevivência e proliferação, possibilitando a realização de culturas celulares para diferentes experimentos. Gey, então, passou a enviar amostras do material para outros pesquisadores e laboratórios, dando início a uma revolução na Medicina. Surgiam, assim, as células HeLa (Henrietta Lacks).

Henrietta era uma mulher negra, que vivia na periferia com seus cinco filhos, em uma época de intensa segregação racial nos Estados Unidos. Essa segregação se manifestou inúmeras vezes em sua vida, por exemplo, quando precisou percorrer mais de 30 quilômetros até o único hospital mais próximo que aceitava pacientes negros, o Hospital Johns Hopkins, em Baltimore.

Fotografia em preto e branco do rosto de uma mulher. Seu cabelo está preso e sua franja está penteada para o lado. Ela está usando uma camisa com gola fechada por botões.
Henrietta Lacks.

Aos 31 anos, menos de dez meses após sua primeira consulta, Henrietta Lacks faleceu, depois de um difícil tratamento, com o rápido progresso da doença. As células de seu tumor, porém, continuaram vivas nos laboratórios pelo mundo. Continuamente multiplicadas, passaram a ser vendidas e deram início a uma indústria milionária. A família de Henrietta, porém, foi excluída de qualquer participação de lucros, bem como de quaisquer autorizações para os experimentos.

Somente em outubro de 2021, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a importância de Henrietta Lacks para a Ciência, uma mulher cujas células foram (e ainda são) utilizadas em milhares de experimentos no mundo, tendo sido essenciais para a criação das vacinas contra poliomielite e HPV, medicamentos para câncer e HIV, pesquisas sobre a covid-19 e até mesmo em missões espaciais para verificar os efeitos da gravidade zero em células humanas. A compensação financeira aos familiares de Henrietta, entretanto, nunca ocorreu.

As pesquisas envolvendo o cultivo de células são anteriores às células HeLa, iniciando em 1907, com os estudos do biólogo e médico estadunidense Ross Granville Harrison (1870-1959) em tecido nervoso de anfíbios. Um dos principais interesses dessa área é desenvolver técnicas adequadas para isolar e manter células vivas em um ambiente artificial e controlado para, assim, estudar suas características (anatomia, fisiologia etc.) e sua resposta a diferentes estímulos, por exemplo, a um medicamento.

A cultura celular ainda nos dias atuais tem algumas limitações, já que em ambientes artificiais as células perdem parte de suas características naturais. No entanto, constitui uma importante alternativa à utilização de animais em experimentos, além de ser uma ferramenta mais econômica e com indiscutíveis resultados para a Ciência.

Compartilhe ideias

a ) Exponha sua opinião a respeito das questões a seguir.

  • Você conhecia a história de Henrietta Lacks e das células HeLa?
  • Você acredita que houve uso indevido dos conhecimentos científicos na descoberta do potencial e na distribuição das células da paciente?
  • Quais os limites dos estudos científicos e da Ciência?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apontem questões relevantes quanto à falta de ética no processo de coleta de material biológico e, especialmente, em sua distribuição para diferentes laboratórios pelo mundo sem o consentimento de Henrietta Lacks e de sua família.

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CONEXÕES com ... QUÍMICA e FÍSICA

Atlas de células humanas

Leia o trecho de reportagem a seguir.

O ambicioso projeto de mapear todos os 37 trilhões de células do corpo humano
O corpo humano contém, em média, cerca de 37 trilhões de células — e estamos em meio a uma jornada revolucionária para entender o que faz cada uma delas.

DAVIS, Daniel. O ambicioso projeto de mapear todos os 37 trilhões de células do corpo humano. Hoje Pernambuco, 16 ago. 2022. Disponível em: https://s.livro.pro/d42j53. Acesso em: 14 ago. 2024.

Ao ler esse trecho de reportagem, você pode estar se perguntando: qual é a importância de mapear cada uma das trilhões de células que compõem o corpo humano? Antes de responder a essa questão, vamos refletir sobre outra situação: por que algumas pessoas têm células resistentes que não respondem a tratamentos convencionais contra o câncer, como quimioterapia e radioterapia? Essa é apenas uma das inúmeras questões relacionadas às células que os cientistas visam compreender.

Desde a identificação das células, no século XVII, a Ciência obteve inúmeros avanços no estudo dessas unidades formadoras dos seres vivos. No entanto, ainda há muito o que ser estudado sobre as células e os processos relacionados a elas. Nesse contexto, diversos cientistas defendem que é preciso mapear cada uma das células humanas, conhecer todos os tipos celulares e sua localização e os papéis que desempenham no organismo, além de conhecer o funcionamento celular em nível molecular, bem como as moléculas que compõem as células e os genes que elas expressam, entre tantas outras informações.

Atualmente, cientistas de vários países, inclusive do Brasil, estão empenhados na elaboração de um atlas de células humanas, por meio do projeto Human Cell Atlas (HCA).

Dica

O termo atlas é utilizado para se referir a um conjunto de dados sobre determinado assunto, organizado de modo sistemático, no caso apresentado, as células humanas.

O projeto se baseia no uso de tecnologias avançadas, como a microscopia crio-eletrônica, que possibilita tanto observar estruturas celulares em nível molecular quanto a dinâmica de suas moléculas. Além disso, requer o trabalho conjunto de diversos profissionais, como biólogos, químicos, físicos, matemáticos e os que atuam na área de informática, que analisam e interpretam a grande quantidade de dados resultantes das análises.

Os cientistas envolvidos no projeto HCA consideram que, ao compreender onde os genes associados às doenças estão ativos no organismo e como as alterações moleculares se relacionam ao desenvolvimento de diferentes doenças, por exemplo, será possível melhorar a compreensão a respeito da saúde humana, bem como das doenças, auxiliando o diagnóstico, o monitoramento e o tratamento delas. Há cientistas que afirmam, ainda, que tais informações possibilitarão tratamentos personalizados de determinadas doenças, como diferentes tipos de câncer.

Confira a seguir como funciona a microscopia crio-eletrônica.

Professor, professora: Comente com os estudantes que, em 2017, o biofísico suíço Jacques Dubochet (1942 -), o biofísico alemão Joachim Frank (1940 -) e o biólogo escocês Richard Henderson (1945 -) receberam o Prêmio Nobel de Química pelo desenvolvimento do microscópio crio-eletrônico.

Genes:
trechos da molécula de DNA que orientam a produção de proteína específica; unidades hereditárias.

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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

As amostras preparadas com base em tecidos ou células são mergulhadas em um fluido à baixa temperatura (aproximadamente menos 200 graus Celsius 200   ° C ), para serem congeladas rapidamente. O congelamento interrompe a atividade das biomoléculas, conservando sua forma natural. A amostra é, então, colocada no microscópio eletrônico.

No microscópio eletrônico, a amostra é bombardeada por um feixe de elétrons, que a atravessa, produzindo imagens em uma tela.

Um microscópio óptico, que usa lentes para formar imagens, pode ser utilizado para observar a amostra na tela, possibilitando enxergar seus detalhes e/ou reposicionar a amostra.

Por meio de métodos computacionais, as inúmeras imagens bidimensionais (2D) das biomoléculas analisadas, obtidas pelo microscópio eletrônico, são utilizadas para gerar uma imagem tridimensional (3D). Essa imagem de alta resolução possibilita aos cientistas determinar as estruturas das biomoléculas.

Ilustração de um microscópio eletrônico. Estrutura em formato de um tubo na vertical. À esquerda um olho, o observador, olhando em direção a uma estrutura cilíndrica denominada microscópio óptico. Acima da base do microscópio eletrônico, em uma superfície plana, a tela. Das extremidades da tela, saem duas linhas que se cruzam e passam por uma região mais afunilada, até outra superfície plana, denominada amostra. Das extremidades da amostra, saem duas linhas que se cruzam e passam por uma região mais afunilada. As linhas se cruzam novamente acima, em uma região denominada de feixe de elétrons. As linhas passam então por uma região mais afunilada e finalizam na parte superior do microscópio eletrônico.
Representação de olho de observador e microscópio eletrônico em corte.

Imagem elaborada com base em: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 9.

Ilustração de um homem usando jaleco sentado em frente a um computador que está sobre uma mesa. Ele está olhando para uma imagem azule roxa na tela do computador.
Representação de cientista em um laboratório realizando análise de amostra por meio de microscopia crio-eletrônica.
Ilustração composta por um emaranhado de túbulos finos contorcidos e com ramificações. As estruturas apresentam diferentes colorações variando de tonalidades azuis a roxas.
Modelo molecular da enzima beta menos galactosidase β galactosidase , também chamada de lactase, produzido em computador com base em dados de microscopia crio-eletrônica. Nessa imagem, as diferentes cores representam as subunidades proteicas.

a ) Os dados obtidos no projeto HCA ficam disponíveis em plataformas universais para acesso dos cientistas envolvidos. Que característica da produção do conhecimento científico está representada nesse contexto?

b ) A Bioinformática é uma área essencial para a elaboração do atlas de células humanas. Faça uma pesquisa sobre essa área e elabore um texto sucinto a respeito de sua contribuição para o estudo das células.

c ) A técnica da microscopia crio-eletrônica, utilizada no mapeamento celular, foi aplicada para a determinação do sítio de ligação do vírus SARS-CoV-2, causador da pandemia de covid-19, com a célula humana. Nesse sentido, qual é a importância dessa tecnologia para a saúde humana?

Respostas nas Orientações para o professor.

Página 92

ATIVIDADES

1. Analise a imagem a seguir e identifique a alternativa incorreta.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de recorte do interior de uma célula animal. Há uma indicação com a letra A, em uma esfera dentro do núcleo. Na parte exterior do núcleo pequenas esferas estão com indicação da letra B. A estrutura plana no interior do núcleo está com indicação da letra C. E envolvendo o núcleo há uma camada com indicação da letra D.
Representação de núcleo e retículo endoplasmático de célula eucariótica parcialmente em corte.

Imagem elaborada com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 103.

a ) A estrutura indicada pela letra A está envolvida com a produção dos ribossomos.

b ) A porção da célula limitada pela estrutura D está presente tanto nas células eucarióticas quanto nas procarióticas.

c ) A estrutura D também recebe o nome de carioteca e é característica de eucariotos.

d ) A estrutura B possibilita a passagem de substância para o interior e o exterior do núcleo.

e ) A estrutura C é constituída de água, íons, metabólitos e enzimas.

Resposta: Alternativa b.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

1. Sobre o núcleo da célula, identifique a alternativa incorreta.

a ) O nucléolo está envolvido com a produção dos ribossomos.

b ) A porção da célula limitada pelo envoltório nuclear está presente tanto nas células eucarióticas

quanto nas procarióticas.

c ) O envoltório nuclear também recebe o nome de carioteca e é característica de eucariotos.

d ) O poro possibilita a passagem de substância para o interior e o exterior do núcleo.

e ) O nucleoplasma é constituído de água, íons, metabólitos e enzimas.

Resposta: Alternativa b.

2. Qual é o nome de cada estrutura indicada na imagem da atividade 1?

Resposta: A – nucléolo; B – poro nuclear; C – nucleoplasma; D – envoltório nuclear.

3. Relacione a primeira coluna com a segunda.

A. Leptóteno.

B. Zigóteno.

C. Paquíteno.

D. Diplóteno.

E. Diacinese.

I. Ocorre permutação ou crossing-over.

II. Início da condensação dos cromossomos.

III. Há maior grau de condensação dos cromossomos e quiasmas.

IV. Os cromossomos homólogos estão separados e é possível visualizar os quiasmas.

V. Ocorre o emparelhamento dos cromossomos homólogos.

Resposta: A – II; B – V; C – I; D – IV; E – III.

4. Analise as imagens a seguir e responda às questões.

Ilustração de uma esfera e no seu interior, duas estruturas compostas de pequenos tubos, com o formato da letra T, entre eles, 4 linhas curvas e, abaixo, uma estrutura circular com filamentos curvos.
Representação da fase A do processo de divisão celular.
Ilustração de uma esfera com duas estruturas compostas de pequenos tubos, com o formato da letra T, localizados nas extremidades e, entre eles, dez linhas curvas verticais. Na região central há uma esfera e uma linha reta tracejada na horizontal e, em cada linha curva, há estruturas em pares com formato tubular, sobrepostas ou em formato da letra V.
Representação da fase B do processo de divisão celular.
Ilustração de uma esfera achatada com duas estruturas compostas de pequenos tubos, com o formato da letra T nas extremidades. Entre elas, há linhas curvas verticais saindo das duas extremidades, algumas linhas se conectam de um lado ao outro, enquanto outras não e tem em suas extremidades uma estrutura em formato da letra V.
Representação da fase C do processo de divisão celular.
Ilustração de uma estrutura com formato oval com a parte central estreita. Nas extremidades superior e inferior, há duas estruturas compostas de pequenos tubos, com o formato da letra T. Na parte superior e inferior da estrutura, há uma estrutura arredonda e dentro dela filamentos que se sobrepõem e estruturas circulares de diferentes tamanhos no entorno.
Representação da fase D do processo de divisão celular.

Imagens elaboradas com base em: CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 232-233.

a ) Qual é o principal evento que caracteriza a mitose?

b ) A mitose é chamada de divisão equacional ou reducional? Justifique sua resposta.

c ) Qual é o nome de cada fase representada? Descreva os principais eventos celulares em cada uma delas.

Respostas nas Orientações para o professor.

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CAPÍTULO6

Biodiversidade I - bactérias, protistas e fungos

Origem da biodiversidade

Leia a manchete e responda às questões propostas a seguir.

Áreas críticas para a biodiversidade ainda estão fora de áreas protegidas

Disponível em: https://s.livro.pro/apqfyl. Acesso em: 5 ago. 2024.

1. O que é biodiversidade?

2. Em que contexto você teve contato com o tema biodiversidade?

3. Como as áreas protegidas podem auxiliar na manutenção da biodiversidade?

Respostas nas Orientações para o professor.

Desde sua formação, a Terra passou por inúmeras mudanças, que, em determinado momento da história geológica, possibilitaram o surgimento da vida. As primeiras formas de vida também foram capazes de alterar o ambiente que habitavam. Assim, em milhões de anos, todas essas alterações contribuíram para que as formas de vidas se tornassem cada vez mais diversas.

Ao longo da história geológica terrestre, muitas espécies de seres vivos surgiram, enquanto outras foram extintas. As formas atuais de vida na Terra são bastante variadas, incluindo desde organismos microscópicos até seres vivos estruturalmente maiores e mais complexos. Além disso, ocupam os mais variados ambientes do planeta e apresentam necessidades específicas para sua existência.

Para conhecermos como ocorreu a diversificação de espécies de seres vivos na Terra, é preciso, primeiramente, conhecer a organização do tempo geológico, que se estende da formação da Terra, há cerca de 4,6 bilhões de anos, aos dias atuais. O tempo geológico é dividido em diferentes intervalos de tempo. Confira a seguir um esquema simplificado do tempo geológico terrestre e algumas de suas divisões.

Esquema com divisões de períodos de tempo. Inicia com uma seta com três curvas, e ao longo dela, há trechos de diferentes cores, denominados Éons. No início, há um curto trecho em cinza com a indicação de 4,6 bilhões de anos, em seguida, um trecho em amarelo identificado como Hadeano, na sequência um curto trecho em cinza com a indicação de 4 bilhões de anos. Em seguida, um trecho mais longo fazendo a primeira curva da seta, em azul, identificado como Arqueano, seguido de um curto trecho em cinza com a indicação de 2,5 bilhões de anos. Em sequência um trecho rosa, a segunda curva da seta, identificado como Proterozoico. Segue com um trecho curto cinza com a indicação de 539 milhões de anos e, finaliza com um trecho mais longo denominado Farenozoico. O Farenozoico foi dividido em três Eras, dentro de um quadro abaixo da seta. Dentro de cada Era, dividiu-se em períodos. Inicia com a era Paleozoico, e dentro dele os seguintes períodos: Cambriano (539 a 485 milhões de anos), Ordoviciano (485 a 444 milhões de anos), Siluriano (444 a 419 milhões de anos), Devoriano (419 a 359 milhões de anos), Carbonífero (359 a 299 milhões de anos) e Permiano (299 a 252 milhões de anos). Em seguida a Era Mesozoico, entre eles, a marcação de 252 milhões de anos entre as Eras, e dentro desta estão os seguintes períodos: Triássico (252 a 201 milhões de anos), Jurássico (201 a 145 milhões de anos) e Cretáceo (145 a 66 milhões de anos). Por fim, a Era Cenozoico, com a marcação de 66 milhões de anos entre as Eras, dentro desta estão os seguintes períodos: Paleógeno (66 a 23 milhões de anos), Neógeno (23 a 2,6 milhões de anos) e Quaternário (2,6 milhões de anos aos dias atuais).
Representação do tempo geológico.

Imagem elaborada com base em: COHEN, Kim M. et al. International Chronostratigraphic Chart International Commission on Stratigraphy. Episodes, v. 36, n. 3, 213. p. 200-201. Disponível em: https://s.livro.pro/1zy3pu. Acesso em: 5 ago. 2024.

Áreas protegidas:
porções do território delimitadas por lei e geridas com o objetivo de garantir a preservação, a longo prazo, de seus elementos bióticos e abióticos, bem como de seus valores sociais e culturais.

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Embora a vida na Terra tenha se iniciado há mais de 3 bilhões de anos, a diversificação dos seres vivos ocorreu principalmente no final do éon Proterozoico. A seguir, vamos conhecer mais detalhes sobre a origem e a diversificação da vida no planeta ao logo do tempo.

Como observamos na imagem apresentada anteriormente, a história da vida na Terra pode ser dividida em quatro éons. No éon Hadeano, intensos processos geológicos modelavam o interior e a superfície da Terra. Nesse éon, não há registros de seres vivos, uma vez que as condições do planeta eram pouco favoráveis à vida.

Por volta de 3,7 bilhões de anos atrás, no éon Arqueano, estruturaram-se as primeiras formas de vida: células procarióticas, ancestrais dos atuais grupos de bactérias, arqueias e eucariotos.

Durante o éon Proterozoico, as condições da Terra sofreram alterações, como mudanças nos níveis de gás oxigênio abre parênteses O subscrito 2 fecha parênteses ( O 2 ) , aumento das temperaturas e formação da camada de ozônio. Essas e outras condições possibilitaram o desenvolvimento de formas de vida mais complexas, como a multicelularidade. No final desse éon, os registros fósseis indicam uma explosão de diferentes formas de vida, popularmente conhecidas como Fauna de Ediacara, composta basicamente de invertebrados. No entanto, grande parte desses seres vivos foram extintos no início do éon seguinte, o que pode ter acontecido pelo aumento de espécies predadoras ou pela competição com novas espécies por recursos, como nutrientes.

No éon Fanerozoico, observa-se uma intensa diversificação das formas de vida na Terra. Para compreender essa diversificação, vamos explorar com mais detalhes os diferentes períodos desse éon.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

O período Cambriano marcou uma mudança na complexidade e na diversidade de seres vivos na Terra. Nele, ocorreu diversificação dos invertebrados. Originaram-se também os primeiros cordados, grupo de animais ao qual pertencem os vertebrados e os primeiros peixes sem mandíbula, os agnatas.

Ilustração do fundo do mar. Há um animal nadando com o corpo cilíndrico e nadadeiras, semelhante a um peixe. No substrato estão dois animais com corpo oval, achatado e segmentado, semelhante a um crustáceo. Nas laterais, há estruturas cilíndricas semelhante as esponjas-do-mar e, algas com aspecto de folhas.
Representação de alguns seres vivos do período Cambriano.

No Cambriano, a vida possivelmente estava restrita aos oceanos. Nesse ambiente, desenvolveram-se formas de vida de hábitos predadores, com garras, carapaças e espinhos protetores, por exemplo.

No período Ordoviciano, os invertebrados marinhos continuaram a se diversificar. Nele, houve predomínio dos recifes de corais. Além dos agnatas existentes, há indícios da origem dos primeiros peixes com mandíbulas. As tentativas de colonização do ambiente terrestre, por ancestrais precursores das plantas, possivelmente ocorreram nesse período.

Ilustração do fundo do mar. Há um animal nadando, o corpo é cilíndrico e apresenta tentáculos, semelhante a uma lula. No substrato, há um animal com corpo oval, achatado e segmentado, semelhante a um crustáceo e o outro a um peixe. Nas laterais, há estruturas cilíndricas semelhante as esponjas-do-mar e, algas com aspecto de folhas.
Representação de alguns seres vivos do período Ordoviciano.

Muitas das espécies do Ordoviciano viviam no fundo dos mares. Os agnatas, por exemplo, se alimentavam basicamente de lodo marinho, composto de algas e microrganismos.

No período Siluriano, verifica-se o domínio dos peixes agnatas e a origem de artrópodes terrestres, os primeiros animais a ocupar esse ambiente. Além deles, plantas de pequeno porte iniciaram a ocupação dos ambientes terrestres. Há evidências de que nesse período tenham se desenvolvido as primeiras plantas vasculares.

Ilustração de um animal semelhante a uma lagosta, com corpo segmentado e apêndices, dentro da água. No entorno, há peixes e plantas com flores para fora da superfície da água. No entorno deste corpo d’água, há vegetação e montanhas.
Representação de alguns seres vivos do período Siluriano.

A ocupação do ambiente terrestre no Siluriano está relacionada ao desenvolvimento de diversas adaptações nos animais e nas plantas. Um exemplo é o desenvolvimento de estruturas e mecanismos para evitar a desidratação.

Imagens elaboradas com base em: EARLY life on Earth – animal origins. National Museum of Natural History. Disponível em: https://s.livro.pro/uyin7u. Acesso em: 8 ago. 2024.

PALMER, Douglas. Evolução: a história da vida. Tradução: Ana Carolina Nogueira. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

Professor, professora: A abordagem da fauna terrestre ao longo do tempo geológico cita alguns grupos de seres vivos que serão estudados com mais detalhes no capítulo seguinte.

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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

No período Devoniano, houve diversificação dos peixes com e sem mandíbula. Originaram-se também os primeiros tetrápodes, representados por animais semelhantes aos atuais anfíbios; as plantas vasculares ocuparam o ambiente terrestre e formaram-se as primeiras florestas.

Ilustração de três animais semelhantes a lagartos, quadrúpedes com corpo longo e cauda. Dois animais estão dentro da água e um está saindo da água, e sobre vegetação. Ao fundo há vegetação e montanhas.
Representação de alguns seres vivos do período Devoniano.

A formação das primeiras florestas no Devoniano gerou ambientes propícios para a vida de uma série de organismos. Os animais semelhantes aos atuais anfíbios foram os primeiros cordados a ocupar esses ambientes, embora ainda fossem dependentes da água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) para a reprodução e para as fases iniciais de desenvolvimento.

O período Carbonífero foi dominado por plantas vasculares, formando vastas florestas ricas em artrópodes. Desenvolveram-se as primeiras plantas com semente, as gimnospermas. Nesse período, também ocorreu a origem dos répteis em ambiente terrestre. No final do Carbonífero, observa-se uma nova glaciação , ou seja, um período de resfriamento da Terra.

Ilustração de uma animal semelhante a um lagarto, com corpo robusto e boca aberta com dentes aparentes, em meio a vegetação. Voando ao redor há uma libélula.
Representação de alguns seres vivos do período Carbonífero.

A origem dos répteis no Carbonífero foi essencial para a ocupação definitiva do ambiente terrestre, com independência da água para a reprodução. No Carbonífero, as florestas foram dominadas por pteridófitas e houve proliferação dos insetos voadores.

O período Permiano iniciou com um aumento progressivo da temperatura terrestre, resultando no derretimento do gelo e na elevação dos níveis dos oceanos. Verifica-se a dispersão das gimnospermas, que deram origem a grandes florestas.

Embora os eventos de extinção de espécies tenham ocorrido durante toda a história da vida na Terra, ao final do Permiano houve uma extinção em massa, responsável por eliminar mais de 90% das espécies de seres vivos. Isso possivelmente aconteceu em razão da intensa atividade vulcânica, que resultou na liberação de grande quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, intensificando esse efeito.

Ilustração de dois animais similares a lagartos com uma membrana na região dorsal semelhante a um leque. Eles estão em meio a vegetação.
Representação de alguns seres vivos do período Permiano.

Durante o Permiano, os répteis dominaram o ambiente terrestre nos mais diversos hábitats e deram origem a diversos grupos distintos, incluindo os terapsídeos, um grupo ancestral dos mamíferos.

No final do período Triássico, surgiram os primeiros dinossauros e os primeiros mamíferos.

Ilustração de um animal semelhante a um jacaré. Logo atrás, está um animal quadrúpede de grande porte com o corpo parte na água e parte na terra. Ao fundo, há um dinossauro apoiado nas patas traseiras e com as dianteiras curtas. No entorno, há vegetação.
Representação de alguns seres vivos do período Triássico.

Os primeiros dinossauros eram criaturas relativamente pequenas. Durante o Triássico, esses seres vivos competiam por alimento e território com outros animais, incluindo as primeiras tartarugas e os tecodontes (ancestrais das aves).

Imagens elaboradas com base em: PALMER, Douglas. Evolução: a história da vida. Tradução: Ana Carolina Nogueira. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

No período Jurássico, os mares foram dominados por répteis marinhos e originaram-se os grandes dinossauros, inclusive aqueles dotados de penas. Tais estruturas auxiliavam na manutenção da temperatura corporal, mas não possibilitavam o voo. No final desse período, surgiram as aves, e os ambientes terrestres eram dominados por gimnospermas.

Ilustração de um dinossauro apoiado nas patas traseiras e com as dianteiras curtas. Ao fundo há um dinossauro com o pescoço longo dentro da água e, no céu, um dinossauro voador. No entorno, vegetação.
Representação de alguns seres vivos do período Jurássico.

A proliferação e a diversificação dos dinossauros no Jurássico possibilitaram que eles ocupassem os mais diversos ambientes do planeta: na água, na terra ou no ar. Desenvolveram-se desde espécies de poucos centímetros de comprimento até outras com mais de 30 metros da cabeça até a ponta da cauda.

No período Cretáceo, originaram-se as angiospermas, bem como ocorreu ampla diversificação de insetos e de mamíferos de pequeno porte. Nesse momento, verifica-se uma grande extinção provocada, possivelmente, pela queda de um meteoro, que resultou na dizimação dos dinossauros e no domínio de outros grupos de seres vivos, como os mamíferos.

Ilustração de um animal pequeno, quadrúpede, com cauda longa, pelos, orelhas pequenas e focinho comprido, sobre um fragmento de madeira. No entorno, há vegetação com flores e abelha.
Representação de alguns seres vivos do período Cretáceo.

No Cretáceo, a extinção dos dinossauros e a aquisição de uma série de adaptações evolutivas – como o corpo coberto por pelos e a capacidade de regulação da temperatura corporal – possibilitaram aos mamíferos dominar diversos ambientes da Terra. As angiospermas, por sua vez, com suas estratégias de polinização e dispersão, também obtiveram grande sucesso adaptativo nesse período do tempo geológico.

No período Paleógeno, verifica-se o domínio e a diversificação de aves e mamíferos, além da diversificação de peixes ósseos e da origem dos primeiros primatas.

No período Neógeno, há cerca de 7 milhões de anos, verifica-se a origem de Sahelanthropus tchadensis, o mais antigo ancestral exclusivo da espécie Homo sapiens.

No período Quaternário, entre 2,4 e 1,6 milhão de anos, origina-se o gênero Homo, do qual evoluiu a espécie H. sapiens, há cerca de 200 mil anos.

Os primeiros primatas eram, muito provavelmente, animais arborícolas e de hábitos noturnos. Esses organismos ancestrais deram origem a lêmures, macacos e grandes primatas.

Ilustração de um pequeno primata, como olhos grandes e cauda longa sobre um galho. Ao fundo há uma anta, animal quadrúpede de corpo robusto e grande porte, dentro da água. Em meio a vegetação, há um rinoceronte, animal com corpo robusto e grande porte, com um chifre no nariz e, no céu, há aves.
Representação de alguns seres vivos do período Paleógeno.

A presença de dentes caninos reduzidos, a face achatada e as evidências de uma postura ereta/bípede são algumas das características que todos os hominídeos compartilham, inclusive os mais antigos já encontrados.

Ilustração de um local aberto com um animal quadrúpede de grande porte, com tromba e presas grandes. À frente, há um felino, animal quadrúpede com pelagem rajada. Sentado à frente há um hominídeo, com corpo coberto de pelos, e a região dos olhos proeminentes, segurando um alimento próximo a boca.
Representação de hominídeo e outros mamíferos do período Neógeno.

Maior volume cerebral, ossos e articulações do quadril adaptados a longas caminhadas e dedos dos pés não adaptados a hábitos arborícolas são algumas das características compartilhadas por espécies do gênero Homo.

Ilustração de dois homens adultos com corpo robusto, rosto, ombros e pés grandes, usando vestimenta apenas na região pélvica. Eles estão segurando em uma das mãos uma haste de madeira, estão em uma região de declive, com rochas e vegetação.
Representação de hominídeos mais recentes do período Quaternário.

Imagens elaboradas com base em: PALMER, Douglas. Evolução: a história da vida. Tradução: Ana Carolina Nogueira. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

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Classificação dos seres vivos

Diversas situações do nosso dia a dia envolvem a organização de itens de acordo com critérios específicos. E os seres vivos, você já parou para refletir sobre como eles podem ser classificados? E, afinal, qual é a necessidade de fazer isso?

Professor, professora: Incentive os estudantes a responder às questões sugeridas no primeiro parágrafo do tema Classificação dos seres vivos.

Classificar significa distribuir determinados objetos, itens ou seres vivos em grupos, seguindo um critério ou método. Em todo o planeta, há uma grande quantidade de seres vivos com semelhanças e diferenças entre si, e muitos deles sequer foram descritos ou classificados. Segundo dados de 2024 da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), estima-se que existam mais de 2 milhões de espécies descritas. Para facilitar o estudo de toda essa diversidade, os seres vivos são agrupados ou separados de acordo com determinados critérios.

Desde os tempos mais remotos, o ser humano busca classificar os elementos da natureza, visando criar uma ordem. A taxonomia surge, portanto, com esse objetivo podendo ser definida como a ciência responsável por identificar, descrever, classificar e nomear os organismos do planeta. Os profissionais que atuam nessa área são denominados taxonomistas.

Desde os tempos mais remotos, o ser humano busca classificar os elementos da natureza, visando criar uma ordem. A taxonomia surge, portanto, com esse objetivo podendo ser definida como a ciência responsável por identificar, descrever, classificar e nomear os organismos do planeta. Os profissionais que atuam nessa área são denominados taxonomistas.

Ao longo do tempo, tanto no Ocidente quanto no Oriente, foram desenvolvidos diferentes sistemas de classificação dos seres vivos. Um deles foi o criado pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C) e era conhecido como escala da natureza. No nível mais baixo dela estaria a matéria inanimada; depois, viriam os seres vivos, divididos em plantas e animais; no nível mais elevado, encontrava-se o ser humano, que tinha as mesmas características dos outros animais, mas era também dotado de razão.

Desde o século III a.C., os chineses identificavam as plantas com nomes compostos de duas palavras, o que os auxiliava na classificação e no reconhecimento delas. Por exemplo, o médico e botânico chinês Li Shizhen (1518-1593), escreveu a obra A grande farmacopeia, em que apresenta diversas plantas com seus respectivos nomes.

Ilustração de um homem com barba longa na região do queixo e bigode. Ele usa um chapéu em formato retangular e quimono. Abaixo, há vários elementos da escrita chinesa.
Selo chinês retratando Li Shizhen em 1955.

Os povos mesopotâmicos também criaram um sistema de classificação dos seres vivos, no século II a.C. Nele, os animais eram separados em peixes e outros seres vivos aquáticos e havia uma diferenciação entre serpentes, aves e animais quadrúpedes. As plantas eram classificadas em árvores, cereais, ervas, especiarias e plantas com fins medicinais.

Durante vários séculos, os seres vivos foram classificados apenas em plantas e animais. No entanto, com o crescente aumento da quantidade de espécies descobertas, descritas e nomeadas, os cientistas começaram a enfrentar dificuldades para classificá-los somente nesses dois grupos. Então, criaram um sistema mais elaborado para esse fim.

Em 1735, o naturalista sueco Carl von Linnaeus (1707-1778) publicou um documento chamado Systema Naturae (em português, Sistema da Natureza), no qual dividia os elementos da natureza em minerais, plantas e animais. Além disso, propôs um sistema hierárquico para classificar o mundo natural, que é a base do sistema de nomenclatura que utilizamos atualmente.

Pintura de busto de um homem com cabelos longos e grisalhos, com as pontas enroladas. Ele está vestindo um casado com botões, colete e camisa branca.
Carl von Linnaeus.

Nesse novo sistema de classificação, os seres vivos seriam agrupados em categorias progressivamente mais inclusivas, como espécie, gênero, ordem, classe e reino, de acordo com as estruturas visíveis (internas e externas) desses organismos.

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Após o sistema proposto por Linnaeus, foram criadas outras categorias de classificação dos seres vivos, denominadas táxons. Cada táxon engloba um grupo de seres vivos que têm características semelhantes entre si. Atualmente, os principais táxons utilizados são: domínio, reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Acompanhe o exemplo a seguir.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

DOMÍNIO: nível hierárquico mais elevado do sistema taxonômico de classificação científica.

Exemplo: Domínio Eukarya.

REINO: nível hierárquico composto de diferentes filos.

Exemplo: Reino Animalia.

Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais longa e uma nadadeira na região caudal mais afilada. A região do focinho é achatada com formato retangular. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Lamna ditropis
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais fina e uma nadadeira na região caudal com formato da letra C. A região do focinho é mais fina e pontiaguda. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Lamna nasus
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira caudal mais fina e longa. A região do focinho é mais achatada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Alopias pelagicus
Ilustração de um lagarto, animal quadrúpede com cauda longa, patas curtas e coloração escura com manchas claras.
Tupinambis teguixin
Ilustração de uma raia, animal de corpo achatado em formato de disco, com cauda longa com a extremidade em formato de folha. Tem coloração em tons de marrom com manchas escuras.
Zanobatus schoenleinii
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal e caudal mais pontiaguda. A região do focinho é achatada e arredondada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Carcharodon carcharias
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal pequena e a nadadeira na região caudal longa. A região do focinho é mais afinada e pontiaguda. Tem coloração escura em tom de marrom com pequenas manchas pretas.
Carcharias taurus
Ilustração de uma raia, animal de corpo achatado, com formato de losango e com cauda longa e fina. A coloração é escura na parte superior com uma listra clara.
Manta birostris
Ilustração de uma galinha, animal com corpo arredondado, duas patas, bico e crista pequena.
Gallus gallus domesticus
Ilustração de um anfioxo, animal de cor avermelhada com o corpo alongado e achatado, com uma das extremidades com formato triangular de lança.
Branchiostoma lanceolatum
Ilustração de uma lampreia, animal com corpo alongado e cilíndrico, com nadadeiras dorsais em formato triangular. O corpo tem coloração cinza e amarela e manchas escuras.
Petromyzon marinus
Ilustração de uma estrela-do-mar, animal com 5 braços com extremidades afiladas.
Oreaster reticulatus
Ilustração de um sapo, animal quadrúpede, de corpo robusto e olhos grandes. O corpo tem coloração clara e manchas verdes e amarelas.
Bufo bufo
Ilustração de uma lombriga, animal com corpo cilíndrico e extremidades afiladas.
Ascaris lumbricoides

FILO: nível hierárquico composto de diferentes classes.

Exemplo: Filo Chordata.

Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais longa e uma nadadeira na região caudal mais afilada. A região do focinho é achatada com formato retangular. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais fina e uma nadadeira na região caudal com formato da letra C. A região do focinho é mais fina e pontiaguda. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira caudal mais fina e longa. A região do focinho é mais achatada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um lagarto, animal quadrúpede com cauda longa, patas curtas e coloração escura com manchas claras.
Ilustração de uma lampreia, animal com corpo alongado e cilíndrico, com nadadeiras dorsais em formato triangular. O corpo tem coloração cinza e amarela e manchas escuras.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal e caudal mais pontiaguda. A região do focinho é achatada e arredondada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal pequena e a nadadeira na região caudal longa. A região do focinho é mais afinada e pontiaguda. Tem coloração escura em tom de marrom com pequenas manchas pretas.
Ilustração de uma raia, animal de corpo achatado, com formato de losango e com cauda longa e fina. A coloração é escura na parte superior com uma listra clara.
Ilustração de um sapo, animal quadrúpede, de corpo robusto e olhos grandes. O corpo tem coloração clara e manchas verdes e amarelas.
Ilustração de uma galinha, animal com corpo arredondado, duas patas, bico e crista pequena.
Ilustração de uma raia, animal de corpo achatado em formato de disco, com cauda longa com a extremidade em formato de folha. Tem coloração em tons de marrom com manchas escuras.

CLASSE: nível hierárquico composto de diferentes ordens.

Exemplo: Classe Chondrichthyes.

Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais longa e uma nadadeira na região caudal mais afilada. A região do focinho é achatada com formato retangular. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais fina e uma nadadeira na região caudal com formato da letra C. A região do focinho é mais fina e pontiaguda. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira caudal mais fina e longa. A região do focinho é mais achatada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de uma raia, animal de corpo achatado em formato de disco, com cauda longa com a extremidade em formato de folha. Tem coloração em tons de marrom com manchas escuras.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal e caudal mais pontiaguda. A região do focinho é achatada e arredondada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal pequena e a nadadeira na região caudal longa. A região do focinho é mais afinada e pontiaguda. Tem coloração escura em tom de marrom com pequenas manchas pretas.
Ilustração de uma raia, animal de corpo achatado, com formato de losango e com cauda longa e fina. A coloração é escura na parte superior com uma listra clara.

ORDEM: nível hierárquico composto de diferentes famílias.

Exemplo: Ordem Lamniformes.

Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais longa e uma nadadeira na região caudal mais afilada. A região do focinho é achatada com formato retangular. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais fina e uma nadadeira na região caudal com formato da letra C. A região do focinho é mais fina e pontiaguda. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal e caudal mais pontiaguda. A região do focinho é achatada e arredondada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal pequena e a nadadeira na região caudal longa. A região do focinho é mais afinada e pontiaguda. Tem coloração escura em tom de marrom com pequenas manchas pretas.

FAMÍLIA: nível hierárquico composto de diferentes gêneros.

Exemplo: Família Lamnidae.

Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais longa e uma nadadeira na região caudal mais afilada. A região do focinho é achatada com formato retangular. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais fina e uma nadadeira na região caudal com formato da letra C. A região do focinho é mais fina e pontiaguda. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal e caudal mais pontiaguda. A região do focinho é achatada e arredondada. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.

GÊNERO: nível hierárquico composto de diferentes espécies.

Exemplo: Gênero Lamna.

Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais longa e uma nadadeira na região caudal mais afilada. A região do focinho é achatada com formato retangular. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.
Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais fina e uma nadadeira na região caudal com formato da letra C. A região do focinho é mais fina e pontiaguda. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.

ESPÉCIE: unidade básica do sistema taxonômico e, geralmente, o menor nível de organização dos seres vivos.

Exemplo: Espécie Lamna nasus.

Tubarão-sardo (L. nasus): pode atingir aproximadamente 3 vírgula 6 metros 3,6  m de comprimento.

Ilustração de um tubarão, animal com uma nadadeira na região dorsal mais fina e uma nadadeira na região caudal com formato da letra C. A região do focinho é mais fina e pontiaguda. A coloração é escura na parte superior e clara na parte inferior.

Representação da classificação taxonômica de Lamna nasus, conhecido popularmente como tubarão-sardo.

Professor, professora: Ao citar os táxons, comente com os estudantes que é possível adotar prefixos, como "infra", "sub" e "super", que possibilitam ampliar a quantidade de categorias. Por exemplo: subgênero, subespécie, superfamília etc.

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Nomenclatura binomial

Quando os seres vivos começaram a ser classificados, eram nomeados com termos comuns ou com frases descritivas. No entanto, esse sistema resultava em nomes muito extensos, repetições e confusões de nomenclaturas, o que dificultava o fluxo de informações ao redor do mundo. Isso mudou com as propostas de classificação de Carl von Linnaeus.

Na obra intitulada Species Plantarum, voltada para classificação das plantas, Linnaeus criou um sistema cujo objetivo era facilitar o reconhecimento das espécies e criar uma ordem, sem demonstrar relações de parentesco e descendência entre elas.Esse trabalho estabeleceu padrões que, posteriormente, originaram o sistema binomial de nomenclatura, empregado tanto para plantas quanto para animais.

Fotografia da capa de um livro antigo, com coloração em tom de marrom e, inscritos ao longo de toda a página. Em destaque, na parte superior está o nome do autor: Caroli Linnaei e, na região central o título: Species Plantarum.
Capa da obraSpecies Plantarum, de Linnaeus, lançada em 1753.

De acordo com o sistema binomial de nomenclatura, cada espécie recebe um nome único composto de duas palavras. Considere o nome científico do peixe-boi-da-amazônia: Trichechus inunguis. Esses termos devem ser escritos em latim e destacados no texto em itálico (Trichechus inunguis) ou em negrito (Trichechus inunguis) ou, ainda, sublinhados separadamente (Trichechus inunguis).

Peixe-boi-da-amazônia (T. inunguis): pode atingir aproximadamente 3 metros 3  m de comprimento.

Fotografia de um peixe-boi dentro da água. Ele é um animal com corpo longo e roliço, membros em formato de nadadeira e, focinho arredondado.
Peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis).

A 1ª palavra do nome científico – Trichechus, no exemplo – é chamada epíteto genérico e se refere ao gênero do ser vivo. Ela deve ser escrita com letra inicial maiúscula.

A 2ª palavra do nome científico – inunguis, no exemplo – é chamada epíteto específico e se refere à espécie do ser vivo. Ela deve ser escrita com letra inicial minúscula.

Ao ser mencionado pela primeira vez em um texto escrito, o nome científico deve ser grafado na forma completa. Da segunda menção em diante, pode ser abreviado. Essa abreviação é composta da primeira letra maiúscula do epíteto genérico com ponto-final, seguido do epíteto específico, que não pode ser abreviado. No caso do exemplo: T. inunguis.

Dica

Cada nome científico é único e pode conter informações variadas, como o descobridor da espécie, o local em que ela foi encontrada e as características do ser vivo descrito.

Como você acabou de estudar, cada espécie tem um nome científico específico. Afinal, o que é considerado espécie?

O conceito biológico de espécie mais amplamente utilizado foi formulado pelo geneticista e evolucionista ucraniano Theodosius Dobzhansky (1900-1975) e pelo biólogo alemão Ernst Mayr (1904-2005), sob influência da teoria evolutiva dos naturalistas ingleses Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Wallace (1823-1913). De acordo com essa definição, espécie caracteriza um grupo de organismos semelhantes entre si e capazes de intercruzar em condições naturais, originando descendentes férteis. Assim, as espécies são grupos de organismos que têm compatibilidade reprodutiva entre si, estando isolados reprodutivamente de outros.

Embora esse conceito seja amplamente usado, tem algumas limitações e não se aplica a fósseis ou espécies de reprodução assexuada. Nesses casos, a identificação das espécies é feita sobretudo com base em análises morfológicas. Estas, no entanto, não devem ser as únicas consideradas na definição de uma espécie.

Professor, professora: No caso de espécies de fósseis ou de indivíduos que se reproduzem assexuadamente, é necessário considerar outras características além das morfológicas, pois, muitas vezes, indivíduos da mesma espécie podem apresentar alterações nas suas características visíveis, resultado, por exemplo, de mudanças nas condições ambientais, ou da variação natural de algumas características ao longo do desenvolvimento. É preciso considerar também que muitas espécies apresentam dimorfismo sexual, em que machos e fêmeas são bastante distintos fisicamente.

4. Qual é a importância da nomenclatura binomial para o conhecimento científico?

Resposta: Esse tipo de nomenclatura possibilita que os seres vivos sejam identificados em todo o mundo e que o conhecimento científico seja compartilhado de maneira eficiente, evitando confusões, repetições ou outros problemas que prejudiquem a divulgação do conhecimento científico e o acesso a ele.

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Sistemática filogenética

Assim como parte da taxonomia, a sistemática também é responsável pela descrição dos organismos vivos. Além disso, busca compreender as relações evolutivas das espécies, reconstruindo a relação evolutiva entre elas inclusive as já extintas. Essa relação ou história evolutiva de um grupo de seres vivos é chamada de filogenia.

A sistemática filogenética, ou filogenia, surgiu nos anos 1950, embasada nas pesquisas do entomologista alemão Willi Hennig (1913-1976). Esses estudos tinham como objetivo classificar os seres vivos de modo a reconstruir a história evolutiva do grupo e compreender como ocorreu a evolução de suas características.

A filogenia está intimamente relacionada à evolução, que, por sua vez, relaciona-se à diversidade dos seres vivos. Por isso, é importante compreender alguns processos que geram essa diversidade, como a anagênese e a cladogênese.

Entende-se por anagênese a alteração ou o surgimento de uma ou mais características em uma mesma população, ao longo do tempo, e que se tornam parte dela.

Já a cladogênese é um processo evolutivo de ruptura de uma população e formação de duas ou mais populações independentes, que não trocam mais material genético entre si. Assim, originam-se duas novas espécies. Esse processo está relacionado a algum evento que provoque a separação de populações, como uma barreira geográfica.

Acompanhe a seguir exemplos dos processos de anagênese e cladogênese, respectivamente.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Determinada população de borboletas tem apenas asas de cor avermelhada (A). Com o passar do tempo, alguns indivíduos dessa população nascem com manchas azuis nas asas. Esse padrão de cor continua a aparecer nas gerações seguintes, em frequências cada vez maiores, até que, em determinado momento, todos os indivíduos dessa população passam a ter asas avermelhadas com manchas azuis (B).

Ilustração de uma borboleta com asas de coloração avermelhada, na parte inferior, com a indicação da letra A. Dela parte uma seta vertical no sentido para cima, passando por uma borboleta com asas de coloração avermelhada e manchas azuis, com a indicação da letra B.
Representação do processo de anagênese.

Determinada população de borboletas (A) tem seu hábitat dividido pela formação de uma cadeia montanhosa – o que constitui uma barreira geográfica –, impedindo os indivíduos de atravessá-la. Com isso, são formadas duas populações, uma em cada lado da cadeia de montanhas. Com o passar do tempo, o isolamento dessas populações e o surgimento de novas características (anagênese) acabam originando duas novas espécies de borboletas (B e C) diferentes da original (A).

Ilustração de uma borboleta com asas de coloração avermelhada, na parte inferior, com a indicação da letra A. Dela parte uma seta vertical no sentido para cima, que bifurca para esquerda passando por uma borboleta com asas de coloração avermelhada e manchas azuis com a indicação da letra B e, para direita, passa por uma borboleta de coloração avermelhada e manchas verdes, com a indicação da letra C.
Representação do processo de cladogênese.

Imagens elaboradas com base em: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 514.

5. Considere a representação do processo da anagênese. É possível concluir que ocorre formação de uma nova espécie durante esse processo?

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que não, pois as borboletas têm somente uma variação da característica cor dentro da mesma população que se mantém unida e se reproduzindo sexuadamente. Assim, essa característica se homogeniza ao longo do tempo e os indivíduos evoluem em conjunto.

6. Observe a representação do processo da cladogênese. Considerando que um longo período de tempo transcorreu desde a separação das populações, se uma borboleta da população B cruzasse com outra da população C, surgiriam descendentes férteis? Por quê?

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que não, pois B e C são espécies diferentes e, portanto, incompatíveis reprodutivamente. Se considerar pertinente, comente com os estudantes que se o cruzamento entre borboletas das diferentes populações ocorresse logo no início da separação delas, poderia ser possível o cruzamento e a formação de indivíduos férteis, uma vez que, por causa do curto espaço de tempo, não haveria acúmulo de diferenças.

Professor, professora: Após a resolução da questão 6, enfatize que no caso da cladogênese, a população foi dividida em duas, por conta do aparecimento de uma barreira geográfica. Assim, as duas populações passam a evoluir de maneira independente, acumulando diferenças entre si ao longo das gerações até que a reprodução entre os indivíduos das duas populações seja impossível.

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Cladograma

Na sistemática, as relações entre os seres vivos podem ser representadas por meio de diagramas chamados cladogramas. Eles são construídos de maneira a identificar o parentesco entre as espécies, ou seja, o quanto determinada população está geneticamente próxima ou distante de outra. Portanto, o cladograma caracteriza-se como um resumo da história evolutiva de um ou vários grupos de seres vivos, como pode ser acompanhado na imagem a seguir.

Ilustração de um cladograma. À esquerda, há uma seta no sentido para cima com a indicação de tempo. Ao lado, na base do cladograma, está a indicação da raiz, o ancestral comum, nomeado como X. Da raiz parte uma linha principal ascendente, inclinada para a direita, de onde saem três bifurcações de linhas para a esquerda e uma contínua a linha principal. Cada linha que bifurca é nomeada de ramo. A primeira bifurcação a esquerda é nomeada como A, a segunda bifurcação a esquerda como B, a terceira bifurcação a esquerda como C e, a bifurcação contínua a linha principal como D. A intersecção entre a linha principal e as linhas que bifurcam são chamadas de nós, havendo três nós, entre A e a linha principal, entre a B e a linha principal e, entre C e a linha principal. As bifurcações A, B, C e D são nomeadas como espécies terminais e, as bifurcações C e D como grupo irmãos.
Representação da estrutura de um cladograma.

Imagem elaborada com base em: FUTUYMA, Douglas J. Biologia evolutiva. 2. ed. Ribeirão Preto: FUNPEC, 2003. p. 307.

Tempo: conforme o tempo passa, eventos de anagênese ocorrem em determinada população. Em certo momento pode acontecer a cladogênese e, consequentemente, a formação de duas novas espécies.

Raiz: na raiz de um cladograma está a espécie ancestral, ou ancestral comum, que originou os grupos descendentes.

Ramo: nos ramos do cladograma são indicadas as novas espécies, formadas por eventos de cladogênese.

Nós: o nó representa o acontecimento de algum evento de cladogênese, que separa a população original em duas novas. Essas populações sofrem anagênese com o passar do tempo e se tornam espécies distintas.

Espécies terminais: as espécies terminais são descendentes dos seres vivos ancestrais, que passaram pelo processo de descendência com modificação, fósseis ou espécies extintas.

Grupos irmãos: os grupos irmãos são duas linhagens (cada uma delas com uma ou mais espécies), evolutivamente próximas e que compartilham o mesmo nó.

Filogenia molecular

A filogenia molecular proveu informações que facilitam a compreensão dos eventos evolutivos e a construção de árvores filogenéticas. Essa área do conhecimento se baseia em análises moleculares para reconstruir o processo evolutivo das espécies.

Em 1904, um estudo realizado pelo biólogo estadunidense George Henry Falkiner Nuttall (1862-1937) demonstrou que era possível usar dados moleculares para determinar as relações filogenéticas entre várias espécies. No entanto, em razão da limitação de técnicas moleculares, a filogenia molecular só passou a ser amplamente utilizada a partir de 1980, quando análises de DNA, RNA e proteínas tornaram-se possíveis.

Fotografia em preto e branco de busto de um homem sentado. Ele é calvo, com cabelos brancos, rugas e bigode. Está usando uma capa, um terno e camisa branca com gravata. Ele está olhando para o lado e com uma das mãos segura o queixo.
George Henry Falkiner Nuttall.

Atualmente, as análises filogenéticas são realizadas por meio do sequenciamento das estruturas macromoleculares (DNA, RNA e proteínas). Na construção das árvores filogenéticas, os dados moleculares obtidos por meio do sequenciamento das macromoléculas podem ser transformados em números. Isso favorece a análise matemática e estatística.

Esses dados moleculares são novamente transformados, organizados e comparados por meio de computadores programados para executar essas funções.

Apesar da importância da filogenia molecular, os critérios tradicionais da Anatomia, da Morfologia, da Fisiologia e da Paleontologia continuam sendo importantes para os estudos das relações filogenéticas entre populações ou espécies.

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ATIVIDADES

1. Em certas animações e histórias em quadrinhos, é possível identificar algumas situações que apresentam a coexistência de seres humanos e dinossauros em um período pré-histórico.

a ) Desconsiderando a fantasia envolvida nessas produções, utilize seus conhecimentos sobre o tempo geológico para explicar a incorreção conceitual que existe nelas.

b ) Elabore uma linha do tempo com os éons, as eras e os períodos geológicos da Terra e indique os eventos marcantes que envolvem dinossauros e seres humanos, como surgimento e extinção.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

b ) Em dupla, elaborem uma linha do tempo com os éons, as eras e os períodos geológicos da Terra e indique os eventos marcantes que envolvem dinossauros e seres humanos, como surgimento e extinção.

Resposta pessoal. Esta atividade permite que os estudantes analisem a ordem cronológica da história da vida na Terra, com seus éons e suas subdivisões. É importante que visualizem o intervalo de tempo entre a extinção dos dinossauros e o surgimento do Homo sapiens.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente.

2. Leia as afirmativas a seguir e identifique a que apresenta apenas informações corretas sobre a classificação dos seres vivos.

a ) Indivíduos que são da mesma ordem pertencem, obrigatoriamente, à mesma classe.

b ) Um reino configura um nível hierárquico composto de diferentes domínios.

c ) Espécies diferentes pertencem, obrigatoriamente, a gêneros diferentes.

d ) A forma atual de classificação dos seres vivos permanece a mesma da criada em 1735.

e ) Indivíduos que são da mesma família pertencem, obrigatoriamente, à mesma espécie.

Resposta: Alternativa a.

3 Leia o trecho de reportagem a seguir sobre a descoberta de um fungo por mulheres indígenas Yanomami.

[...]
Floriza da Cruz Pinto Yanomami, 48, que estudou até a 5ª série no Instituto de Educação do Amazonas, em Manaus, realizou o sonho de todo jovem biólogo: ser primeira autora de trabalho descrevendo uma espécie nova. Sem ela e 30 coautores, o mundo não conheceria o Marasmius yanomami.
A descrição científica está no livro trilíngue "Përisi – O fungo que as mulheres yanomami usam na cestaria" [...]

LEITE, Marcelo. Mulheres da aldeia Maturacá (AM) descobrem espécie de fungo usado em cestaria. Folha de S.Paulo. São Paulo, 30 jun.2019. p. B7.

a ) Analisando o nome científico da espécie descoberta, a homenagem ao conhecimento científico tradicional está no epíteto genérico ou no específico?

Resposta: A homenagem está no epíteto específico, na segunda palavra do nome científico da espécie, yanomami.

b ) Pesquise outros nomes científicos que buscam valorizar e homenagear povos tradicionais.

Resposta pessoal. Os estudantes podem encontrar diferentes espécies em suas pesquisas, tais como Lippia krenakiana e Lippia raoniana, que homenageiam, respectivamente, Ailton Krenak e Raoni Metuktire, importantes lideranças indígenas.

c ) Para você, qual é a importância desse tipo de homenagem? Converse com seus colegas.

Resposta nas Orientações para o professor.

d ) Quais tipos de conhecimento estão envolvidos na descoberta e descrição do fungo Marasmius yanomami?

Resposta: Conhecimento científico e conhecimento tradicional.

4. Explique o conceito biológico de espécie.

Resposta: Uma espécie pode ser definida como um grupo de organismos semelhantes entre si e capazes de se reproduzir em condições naturais, produzindo descendentes férteis, portanto têm compatibilidade reprodutiva entre si, de maneira que não se reproduzem com outras espécies.

5. Explique os conceitos de taxonomia, sistemática e filogenia.

6. Diferencie anagênese e cladogênese.

7. Analise o cladograma a seguir.

Ilustração de um cladograma composto por uma linha principal ascendente, inclinada para a direita, de onde partem três bifurcações na vertical e uma contínua a linha principal. A primeira bifurcação é nomeada como Z, a segunda como Y, a terceira como X e a quarta como W.
Cladograma hipotético.

Imagem elaborada com base em: BRUSCA, Richard C. Invertebrados. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 36.

a ) O grupo X é grupo irmão de W? Explique.

Resposta: Sim. O grupo X é grupo irmão do grupo W porque eles compartilham um ancestral comum imediato (ancestral comum mais recente).

b ) O grupo Z é ancestral dos grupos Y, X e W? Justifique.

Resposta: Não. O grupo Z é grupo irmão do grupo formado por Y+X+W, pois tem um ancestral comum exclusivo com eles.

8. Leia o texto a seguir e responda às questões.

Animal híbrido entre cão e graxaim-do-campo é encontrado no Rio Grande do Sul
[...]
Após um estudo foi constatado que a fêmea possuía 76 cromossomos [...]:39 herdados de um cão e 37 de um graxaim-do-campo. [...]

Animal híbrido entre cão e graxaim-do-campo é encontrado no Rio Grande do Sul. Jornal Joca, n. 212, set./out. 2023. p. 14.

a ) O que é um animal híbrido? Se necessário, faça uma pesquisa.

b ) Os animais híbridos geralmente são inférteis. Considerando o conjunto de cromossomos do híbrido citado no texto, como você explicaria a provável infertilidade do animal?

Respostas das questões 1, 5, 6 e 8 nas Orientações para o professor.

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Bactérias

7. Faça uma lista das palavras que você geralmente associa às bactérias.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito das bactérias e de sua importância para o ambiente e outros seres vivos.

É comum associarmos as bactérias a uma série de aspectos negativos de nossas vidas, como doenças. No entanto, esses organismos têm outras características e podem, inclusive, gerar benefícios para o meio ambiente e para nós, seres humanos. Como exemplo, leia o trecho de reportagem a seguir.

O município de Joinville, em Santa Catarina, vai começar a produzir mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia sp., para ajudar a combater a dengue na cidade. [...]
A bactéria, que está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos, impede que os vírus, não só da dengue, mas de zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam nos insetos, contribuindo para redução das doenças. [...]

CORRÊA, Douglas. Joinville vai começar a usar bactéria wolbachia no combate à dengue. Agência Brasil, 2 jul. 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/wqtxjl. Acesso em: 5 ago. 2024. (Adaptado)

Você pode não enxergar as bactérias a olho nu, mas elas estão por toda parte: sobre os seres vivos ou no interior deles, no solo, na água, no ar, nos alimentos e até mesmo em locais considerados inóspitos para quase todo tipo de vida.

As bactérias são seres vivos unicelulares, procarióticos, em sua maioria microscópicos e têm formatos variados. Vamos estudar a seguir diferentes estruturas da célula bacteriana, que são essenciais para o crescimento e desenvolvimento delas.

Professor, professora: Ao abordar o tamanho das bactérias, comente com os estudantes que, embora a quase totalidade das espécies seja microscópica, Thiomargarita magnifica pode superar 0 vírgula 9 centímetro 0,9  cm de comprimento, tornando-se visível a olho nu.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração em corte de uma bactéria com formato cilíndrico e as extremidades arredondadas. Revestindo a superfície externa, com a indicação da letra A, está a cápsula, com coloração rosada. Em sequência, com a indicação da letra B, está a parede celular, mais fina e com a coloração rosada mais escura. Após ela, com a indicação da letra C, está a membrana celular, mais fina e com a coloração amarelada. Sobre a cápsula, há filamentos curtos, as fímbrias, com a indicação da letra D. Na extremidade inferior, com a indicação da letra E, está o flagelo, uma estrutura longa e fina. No interior da bactéria há: uma estrutura ovalada, com a indicação da letra F, o plasmídeo; pequenas bolinhas, os ribossomos, com a indicação da letra G e, uma estrutura com formato cilíndrico composta por emaranhado de filamentos, com a indicação da letra H.
Representação da estrutura de uma bactéria parcialmente em corte.

Imagem elaborada com base em: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 76.

A. Algumas bactérias são revestidas externamente por uma cápsula que permanece ligada à parede. Algumas também podem formar uma camada mucosa ou glicocálice, que não é intimamente ligada à parede celular. Essas estruturas não são essenciais à sobrevivência da célula, mas desempenham importantes papéis, como reservar água e nutrientes, auxiliar na capacidade invasiva, no poder infectante, no aumento da resistência a antibióticos e na aderência à superfície.

B. A parede celular é geralmente formada por moléculas compostas de açúcares e aminoácidos, chamadas peptidioglicanos ou glicopeptídios. Essas moléculas conferem rigidez e proteção à célula bacteriana.

C. A membrana celular ou membrana plasmática é composta de proteínas imersas em uma bicamada de lipídios. Essa estrutura é responsável por formar uma barreira entre o citoplasma e o meio externo, possibilitando o transporte seletivo de substâncias para dentro e para fora da célula.

D. Algumas bactérias têm fímbrias, estruturas mais curtas e numerosas que podem auxiliar na reprodução ou na fixação, por exemplo.

E. Há bactérias que têm um ou mais flagelos, e estes auxiliam na movimentação da célula.

F. As bactérias podem ter moléculas circulares menores de DNA, chamadas plasmídeos. Os genes do DNA plasmidial não são essenciais para a sobrevivência da bactéria, mas podem apresentar genes que conferem resistência a antibióticos.

G. No citoplasma são encontrados os ribossomos, que atuam na síntese de proteínas.

H. As bactérias apresentam uma molécula circular de DNA, que não é envolta por uma membrana nuclear.

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Em geral, o crescimento bacteriano está relacionado ao aumento na quantidade de células bacterianas e, na maioria das bactérias, ocorre por meio de um processo chamado fissão binária. Acompanhe a seguir.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Esquema com uma sequência de ilustrações numeradas. Com a indicação de número 1, há uma estrutura com formato cilíndrico e extremidades arredondadas, com uma camada mais externa e espessa e uma camada interna mais fina e, no interior, um emaranhado de filamentos, denominado D N A. Na indicação de número 2, a estrutura cilíndrica apresenta uma reentrância em cada lado na região central. A camada mais externa e espessa é denominada de parede celular e a mais interna e fina de membrana plasmática. Há D N A na metade superior e na metade inferior. Na indicação de número 3, há duas estruturas menores com formato cilíndrico e extremidades arredondadas e D N A no interior, a borda inferior de uma está em contato com a borda superior da outra. Na indicação 4, há duas estruturas menores com formato cilíndrico e extremidades arredondadas e D N A no interior, elas estão totalmente separadas.
Representação da fissão binária bacteriana em quatro etapas (1 a 4).

Imagem elaborada com base em: TORTORA, Gerard. J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 164.

1. Alongamento da célula e replicação do DNA.

2. Início da divisão da parede celular e da membrana plasmática.

3. Formação das paredes em torno do DNA duplicado.

4. Separação das células.

Diversas situações do nosso dia a dia, como os prejuízos com a decomposição de alimentos e as doenças causadas por bactérias, envolvem a multiplicação de células bacterianas. Para iniciarmos o estudo sobre o crescimento bacteriano, analise o gráfico a seguir.

Crescimento bacteriano

Gráfico de linha. No eixo vertical está a quantidade de bactérias, e no eixo horizontal o tempo em horas, de 0 a 10. Há indicações em números romanos ao longo do gráfico. A linha inicia próximo ao tempo 0 e próximo a quantidade 0 de bactérias. Ela começa paralela ao eixo horizontal, com a indicação do número 1. Há linhas verticais cruzando todo o gráfico demarcando o ponto em que a linha do gráfico é alterada. Em seguida, a linha é crescente, com a indicação do número 2. Ela para de crescer e permanece constante paralela ao eixo horizontal, passando pelo tempo de 5 horas. Essa parte constante está indicada por 3. Na sequência ela decresce indicada pelo número 4, decrescendo até a hora 10.

Fonte de pesquisa: TORTORA, Gerard. J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 166.

8. Analisando o gráfico, descreva, com suas palavras, o crescimento bacteriano.

Resposta nas Orientações para o professor.

9. Em sua opinião, por que ocorre a fase IV?

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes à reflexão sobre as condições necessárias para o crescimento bacteriano. Eles podem comentar que isso ocorre porque houve restrição de alguma condição necessária para a multiplicação, como disponibilidade de nutrientes.

O crescimento de uma população bacteriana pode ser representado em um gráfico chamado curva de crescimento, como o apresentado. A análise desse gráfico possibilita identificar quatro etapas no crescimento populacional bacteriano: fase lag (I), fase log (II), fase estacionária (III) e fase de declínio ou morte celular (IV).

Na fase lag, observada no início do cultivo, as células apresentam intensa atividade metabólica, mas ainda não se reproduzem. Na fase log, elas iniciam o processo de divisão e ocorre o aumento exponencial da quantidade de células. Na fase estacionária, as células bacterianas param de se multiplicar. Já na fase de declínio ou morte celular, a quantidade de bactérias mortas ultrapassa o de células vivas.

O tempo necessário para que suceda a divisão de uma célula é chamado de tempo de geração e varia de acordo com a espécie. Por exemplo, em condições ideais, a geração da bactéria Escherichia coli dura 20 minutos. Isso significa que, após esse tempo, duas bactérias são formadas. Consequentemente, ao final de 40 minutos, são geradas quatro bactérias; ao final de 60 minutos, oito bactérias; ao final de 80 minutos, 16 bactérias; e assim sucessivamente. Dessa forma, após 20 gerações, existirão aproximadamente 1.000.000 de células bacterianas.

O tempo de geração está diretamente relacionado à taxa de crescimento bacteriano e pode sofrer influência de diferentes fatores, como temperatura, potencial hidrogeniônico (pH), aeração do meio, disponibilidade de nutrientes, umidade e salinidade.

As bactérias apresentam temperatura mínima, ótima e máxima de crescimento. A temperatura ótima refere-se àquela em que as enzimas estão na forma mais ativa e o crescimento das bactérias é mais rápido. Já as temperaturas mínima e máxima são, respectivamente, a menor e a maior temperatura na qual a bactéria é capaz de se multiplicar. Abaixo ou acima delas, as células bacterianas não se multiplicam e podem até morrer. Esses índices variam entre os microrganismos, sendo alguns mais tolerantes a altas temperaturas e outros, a baixas temperaturas.

10. Qual é a importância de ferver os alimentos?

Resposta: Durante a fervura, a alta temperatura a que os alimentos estão submetidos inibe o crescimento bacteriano e pode causar até mesmo a morte desses microrganismos.

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A disponibilidade de nutrientes, gases e luz solar também pode interferir no crescimento bacteriano. Tal interferência depende do metabolismo da bactéria, que é bastante variável e envolve diferentes tipos de padrões nutricionais, de acordo com a fonte de energia e de carbono abre parênteses C fecha parênteses ( C ) . Confira a seguir.

Esquema com palavras e setas. Inicia na parte superior, onde está escrito: Fonte de energia. Essa informação está ligada a outras duas informações. Do lado esquerdo: Química, reações de oxirredução. Do lado direto: Luz solar. Em ambos os lados, uma seta aponta para fonte de carbono, a qual está ligada a compostos orgânicos e a gás carbônico. Do labo da química, o composto orgânico aponta para Quimio-heterotrófico. E o gás carbônico aponta para quimioautotrófico. Já do lado da luz solar, o composto orgânico aponta para foto-heterotrófico. E o gás carbônico aponta para fotoautotrófico.
Esquema representativo dos diferentes padrões nutricionais bacterianos.

Como exemplos de bactérias que se encaixam nos tipos citados no esquema anterior, podemos citar: Streptococcus pneumoniae, causador da pneumonia em seres humanos, como quimio-heterotrófico; Nitrossomonas spp., participantes do ciclo biogeoquímico do nitrogênio abre parênteses N fecha parênteses ( N ) , como quimioautotróficos; Chloroflexus aurantiacus, exemplo de bactérias verdes não sulforosas, como foto-heterotrófico; cianobactérias, que utilizam a água para reduzir o gás carbônico abre parênteses C O subscrito 2 fecha parênteses ( CO 2 ) , como fotoautotróficas.

O gás oxigênio também interfere no crescimento bacteriano, conforme mostra o esquema a seguir.

Professor, professora: Se necessário, auxilie os estudantes a interpretar os resultados dos tubos de ensaio. Explique que as porções mais escuras no interior dos tubos de ensaio representam as células bacterianas e as porções mais claras, o meio de cultura.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração em sequência de 5 tubos de ensaio fechados com tampas. À esquerda, há uma barra com a indicação de concentração de gás O 2, em que na parte inferior está o sinal de negativo e na parte superior o sinal de positivo. A coloração da barra varia de tons de azul claro na parte inferior a tons de azul escuro na parte superior. O primeiro tubo, com a indicação da letra A, apresenta no interior uma substância de coloração clara e na parte superior uma concentração de matéria com coloração marrom. O segundo tubo, com indicação da letra B, apresenta no interior uma substância com coloração clara mesclada com uma matéria marrom e na parte superior, uma concentração maior de matéria de coloração marrom. O terceiro tubo, com indicação da letra C, apresenta no interior uma substância com coloração clara e na parte inferior uma concentração de matéria de coloração marrom. O quarto tubo, com indicação da letra D, apresenta no interior uma substância com coloração clara mesclada com uma matéria marrom. O quinto tubo, com indicação da letra E, apresenta no interior uma substância com coloração clara e no meio uma concentração de matéria de coloração marrom.
Representação do crescimento bacteriano em tubos de ensaio contendo meio de cultura sólido.

Imagem elaborada com base em: TORTORA,Gerard. J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L.Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 155.

11. Considerando a variação da concentração de gás oxigênio no meio de cultura, descreva o padrão de crescimento bacteriano observado em cada um dos tubos de ensaio apresentados anteriormente.

Resposta nas Orientações para o professor.

Como você pôde perceber, a concentração de gás oxigênio no meio de cultura interferiu no crescimento bacteriano. Essa variação é resultado dos diferentes níveis de tolerância das bactérias a esse gás e de sua utilização ou não na respiração. Acompanhe a seguir.

  • Tubo A – Aeróbicas obrigatórias: exigem a presença de gás oxigênio, pois o utilizam em sua respiração.
  • Tubo B – Anaeróbicas facultativas: desenvolvem-se preferencialmente na presença de gás oxigênio, mas podem também o fazer na ausência desse gás.
  • Tubo C – Anaeróbicas obrigatórias: não utilizam o gás oxigênio em sua respiração e morrem na presença dele.
  • Tubo D – Anaeróbicas aerotolerantes: não utilizam gás oxigênio em sua respiração, mas podem sobreviver em sua presença.
  • Tubo E – Microaerófilas: exigem a presença de pequenas quantidades de gás oxigênio.

Professor, professora: Comente com os estudantes que o processo feito pelas bactérias fotoautotróficas, que utilizam a água para reduzir o gás carbônico, como as cianobactérias, resulta na formação de gás oxigênio. Esse gás não é formado no processo realizado por outras bactérias fotoautotróficas que apresentam bacterioclorofilas, pigmentos distintos da clorofila. Nesse caso, não há formação de gás oxigênio.

Meio de cultura:
material que apresenta os nutrientes e as demais condições necessárias ao crescimento de microrganismos.

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O pH é outro fator que interfere no crescimento bacteriano. A maioria das espécies de bactérias cresce em ambientes neutros, ou seja, nem ácidos nem básicos. Entretanto, algumas conseguem crescer em ambientes extremamente ácidos ou básicos, como Acidithiobacillus ferrooxidans e Leptospirillum ferrooxidans, que vivem em águas com pH entre 2 e 3.

Dica

O pH se refere à concentração de íons hidrônio abre parênteses H subscrito 3 O sobrescrito mais fecha parênteses ( H 3 O + ) e hidroxila abre parênteses O H sobrescrito menos fecha parênteses ( OH ) em um meio. A escala de pH varia de 0 a 14.

  • Meio ácido: p H é menor do que 7 pH < 7
  • Meio básico ou alcalino: p H é maior do que 7 pH > 7
  • Meio neutro: p H é igual a 7 pH = 7

Bactérias, ambiente e outros seres vivos

A variedade metabólica das bactérias possibilita que elas ocupem diversos ambientes na Terra e desempenhem diferentes papéis.

Os corpos dos seres humanos e de outros seres vivos são povoados por inúmeras bactérias, que podem causar benefícios ou, em determinadas situações, prejuízos à saúde. Elas também atuam na decomposição da matéria orgânica, auxiliando na ciclagem de nutrientes no ambiente e entre os seres vivos. Há também algumas que se associam, de maneira benéfica, a outros seres vivos, auxiliando na absorção de nutrientes do meio, como as presentes nas raízes de algumas plantas.

Os compostos provenientes do metabolismo bacteriano podem ser utilizados nas indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica e na agricultura, por exemplo. Sendo assim, muitos produtos consumidos atualmente são elaborados com a participação de bactérias. Confira os exemplos a seguir.

Na indústria alimentícia, a fermentação láctica, realizada por espécies como Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus, é empregada na fabricação de queijos e iogurtes.

Fotografia do zoom microscópico de aglomerados de estruturas com formato cilíndrico e extremidades arredondadas. Estão dentro de cavidades, no entorno, um emaranhado de estruturas arredondadas.
Bactérias Lactobacillus bulgaricus em iogurte. Imagem ampliada cerca de 7.000 vezes e colorida em computador.

Na indústria farmacêutica, a bactéria Escherichia coli, após ser modificada geneticamente, é empregada na produção da insulina sintética, utilizada por diabéticos. Outras espécies são usadas na produção de antibióticos.

Fotografia de zoom microscópico de um aglomerado de estruturas com formato cilíndrico e extremidades arredondadas.
Bactérias Escherichia coli. Imagem ampliada cerca de 2.225 vezes e colorida em computador.

A bactéria Bacillus thuringiensis é encontrada no solo e pode ser empregada na produção de bioinseticidas, produtos utilizados para o controle de pragas em plantações.

Fotografia em preto e branco de zoom microscópico de um aglomerado de estruturas com formato cilíndrico e extremidades arredondadas e, sobre elas, filamentos emaranhados.
Bactérias Bacillus thuringiensis. Imagem ampliada cerca de 4.000 vezes.

Os avanços tecnológicos também possibilitam a aplicação das bactérias para outros fins medicinais, além da produção de medicamentos. A bactéria Acetobacter xylinum, por exemplo, encontrada na matéria orgânica em decomposição, produz um tipo de celulose semelhante à das plantas. Esse produto bacteriano pode ser empregado na produção de películas que auxiliam na recuperação da pele humana após lesões e antes de transplantes, por exemplo.

Apesar da importância das bactérias para o ambiente e para outros seres vivos, elas também são responsáveis por causar doenças. A bactéria Agrobacterium vitis, por exemplo, contamina o sistema vascular de algumas plantas, interferindo na distribuição de materiais nos tecidos vegetais.

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Vírus

No final de 2019, o mundo conheceu uma nova doença: a covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, que acarretou uma pandemia e foi responsável pela morte de milhões de pessoas. Além dessa, os vírus são responsáveis por causar diversas doenças não apenas em seres humanos, mas também em outros seres vivos. Dengue, chikungunya, zika, resfriado, raiva, poliomielite e hepatite são algumas delas. Afinal, o que são vírus?

Os vírus não estão incluídos em nenhum grupo de classificação dos seres vivos, pois há, ainda nos dias atuais, um debate no meio científico sobre eles serem ou não considerados seres vivos, uma vez que apresentam algumas características únicas. Por exemplo, para se replicarem, os vírus utilizam a maquinaria da célula hospedeira, ou seja, sua multiplicação ocorre apenas quando estão no interior de uma célula viva. Por essa razão, são considerados parasitas intracelulares obrigatórios.

A replicação dos vírus acontece em algumas etapas, que basicamente envolvem inserção de material genético viral na célula hospedeira, produção de novas partículas virais e destruição da célula do ser vivo.

Os vírus medem entre 12 e 400 nanômetros, por isso só é possível visualizá-los com o uso de microscópio eletrônico. A estrutura dos vírus inclui, basicamente, um ácido nucleico (DNA ou RNA) circundado por um envoltório proteico chamado capsídeo. Além disso, alguns têm um envelope, composto de proteínas e lipídios virais e proteínas provenientes da célula hospedeira, sendo, por isso, chamados de vírus envelopados. Alguns vírus contam com projeções na superfície externa do envoltório, as espículas, utilizadas para ancorá-lo nas células do hospedeiro.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um vírus em recorte, composto por uma estrutura denominada de capsídeo, com várias faces em formato triangular e a região superior com formato piramidal. No interior há filamentos denominados ácido nucleico. Abaixo, ela se conecta a uma estrutura em espiral de formato cilíndrico, onde estão presos filamentos semelhantes a pernas de aranha.
Representação da estrutura de vírus não envelopado, conhecido como bacteriófago, com capsídeo parcialmente em corte.
Ilustração de um vírus em recorte, composto por um aglomerado de esferas, do mesmo tamanho, denominada capsídeo, formando uma estrutura com vários lados. Das extremidades de algumas esferas partem hastes com uma bolinha na ponta. No interior, há filamentos denominados ácido nucleico.
Representação da estrutura de vírus não envelopado, conhecido como papilomavírus, com capsídeo parcialmente em corte.
Ilustração de um vírus composto por uma esfera com a borda espessa denominada envelope. Do envelope, saem dois tipos de estruturas diferentes intercaladas, uma com formato de um prego e outra em formato de um botão de flor se abrindo, denominada espícula. No interior da esfera, há uma estrutura espiralada em formato circular e denominada ácido nucleico.
Representação da estrutura do vírus envelopado SARS-CoV-2 em corte.

Imagens elaboradas com base em: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell, R.; CASE, Christine L. Microbiologia. Tradução: Danielle Soares de Oliveira Daian e Luís Fernando Marques Dorvillé. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 361, 363.LIMA, Neuza Rejane Wille; REZENDE, Carlos Eduardo. SARS-CoV-2. Revista de Ciência Elementar, Porto, Casa das Ciências, v. 8, n. 4, dez. 2020.

Embora os vírus possam causar danos aos seres vivos, eles também podem ser benéficos em outras situações. Confira no exemplo apresentado.

O vírus Baculovirus spodoptera, por exemplo, é utilizado na produção de um inseticida contra a lagarta-do-cartucho. Esse inseto afeta plantações de sorgo, soja, algodão, hortaliças e, principalmente, milho. De acordo com estudos, embora cause a morte das lagartas-do-cartucho, esse inseticida não prejudica os predadores naturais dela, não deixa resíduos nos alimentos e não polui o ambiente, além de outras vantagens.

Lagarta-do-cartucho (S. frugiperda): pode atingir aproximadamente 2 vírgula 5 centímetros 2,5  cm de comprimento.

Fotografia de uma lagarta, animal com corpo alongado e cilíndrico, com coloração em tons de verde com manchas e cabeça em tons de marrom.
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) em folha de milho.

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Protistas heterotróficos

Leia a manchete a seguir.

Desmatamento modifica dinâmica de transmissão e impulsiona malária na Amazônia

Disponível em: https://s.livro.pro/b1rqw1. Acesso em: 5 ago. 2024.

12. Em sua opinião, como os protozoários podem ser relacionados com a manchete?

13. Como o desmatamento da Amazônia pode ser relacionado com o aumento de casos dessa doença?

14. O que é possível fazer para reduzir os casos de malária nessa área?

Respostas nas Orientações para o professor.

Dica

Protista é um termo de conveniência, empregado para abarcar grande quantidade de grupos de eucariotos com diferentes parentescos. Análises filogenéticas indicam que os protistas não compartilham um ancestral comum, ou seja, o termo protista não descreve um grupo monofilético. Ele é utilizado por conveniência para se referir a todo eucarioto que não é considerado vegetal (Reino Plantae), animal (Reino Animalia) ou fungo (Reino Fungi).

Professor, professora: As relações filogenéticas entre os seres vivos, de modo geral, são bastante complexas e ainda não são totalmente compreendidas. Assim, para fins didáticos e de estudo científico, por vezes, torna-se conveniente utilizar termos informais ("termos de conveniência") para se referir a um conjunto de organismos que não são monofiléticos, ou seja, não compartilham ancestral comum, mas compartilham a presença ou a ausência de determinado atributo. Entre esses "termos de conveniência" estão algas e protistas: cada um deles se refere a conjuntos de grupos de seres vivos com parentesco evolutivo distante.

A malária é transmitida aos seres humanos pela picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles. Ao se alimentar do sangue de animais, como seres humanos, ela transmite Plasmodium spp., causador dessa doença. A proliferação desses mosquitos está diretamente relacionada com as condições ambientais. A fragmentação de hábitats, resultante de atividades humanas, como desmatamento, favorece a proliferação desses insetos e facilita o contato deles com seres humanos. Além disso, modelos sugerem que a intervenção antrópica na Amazônia fará que a espécie predominante nessa região se dissemine para outras áreas, como o Sul do país.

Plasmodium spp. é um exemplo de protista. Os protistas incluem uma grande diversidade de seres vivos eucarióticos, principalmente microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, autotróficos ou heterotróficos.

Os protistas unicelulares e heterotróficos são popularmente chamados de protozoários. Eles são encontrados no solo, na água ou no interior de outros seres vivos, podendo ser, portanto, tanto espécies de vida livre quanto parasitas de plantas e animais.

A maioria das espécies de protistas heterotróficos realiza respiração aeróbia, ou seja, utiliza o gás oxigênio para obter energia. Alguns, como aqueles que vivem no intestino de certos animais, no entanto, são capazes de crescer e se desenvolver na ausência desse gás.

Os protistas heterotróficos podem se alimentar de bactérias e partículas em suspensão no meio. O alimento pode ser transportado para o interior da célula através da membrana plasmática ou por meio de estruturas especializadas na ingestão dele. A digestão ocorre no interior de estruturas chamadas vacúolos digestivos. Esses protistas também possuem vacúolos pulsáteis, estruturas responsáveis por controlar a quantidade de água na célula.

Fotografia de zoom microscópico de uma estrutura com formato cilíndrico e extremidades arredondadas, com pequenos cílios em toda a extensão da superfície externa. No interior, há estruturas circulares de diferentes tamanhos, com indicação para vacúolos digestivos e, estruturas com formato circulares com aspecto de cavidade, denominados vacúolos pulsáteis.
Paramecium caudatum. Imagem ampliada cerca de 230 vezes.

Os protistas heterotróficos podem ser sésseis, como os do gênero Vorticella, ou livres-natantes. Nesse caso, eles podem apresentar estruturas que auxiliam na locomoção, como cílios e flagelos, ou projeções do citoplasma, chamados pseudópodes, que auxiliam tanto na locomoção quanto na obtenção de alimento.

Professor, professora: A maioria dos protistas heterotróficos locomove-se por meio de movimentos do citoplasma ou pela ação de estruturas auxiliares, como os cílios e os flagelos. A presença ou a ausência dessas estruturas pode ser utilizada para classificar os protozoários em diferentes grupos. Mais informações sobre essa classificação estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Fotografia de zoom microscópico de uma estrutura denominada Vorticella s p, com formato arredondado, semelhante a um cálice. Na parte superior, tem uma estrutura triangular com filamentos nas extremidades e, na porção inferior, um flagelo longo.
Vorticella sp. Imagem ampliada cerca de 900 vezes.
Fotografia de zoom microscópico de uma estrutura de formato irregular, na qual em um dos lados há uma reentrância formando dois braços, denominados pseudópodes.
Ameba Amoeba proteus. Imagem ampliada cerca de 16 vezes.
Sésseis:
imóveis, fixos a um substrato.

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Protistas heterotróficos, ambiente e outros seres vivos

Além da malária, os protistas heterotróficos são capazes de causar diferentes doenças, tanto em seres humanos como em plantas e outros animais. As palmeiras, por exemplo, podem ser acometidas pela chamada murcha de fitomonas, doença causada por protistas heterotróficos do gênero Phytomonas que inviabiliza o cultivo dessa planta. Os sintomas incluem, por exemplo, a queda de frutos imaturos e flores e o apodrecimento de tecidos vasculares e raízes. Esses protistas são transmitidos às palmeiras por percevejos do gênero Lincus.

Fotografia de zoom microscópico de uma estrutura cilíndrica, fina, com aspecto retorcido e, um filamento longo na região inferior, denominado flagelo.
Phytomonas sp. Imagem ampliada cerca de 2.350 vezes e colorida em computador.

15. Controlar a população de insetos do gênero Lincus pode ser considerada uma medida adequada no combate à murcha de fitomonas? Justifique sua resposta.

Resposta: Sim, pois o inseto é responsável por transmitir o parasito, causador da doença, à planta.

Em condições ambientais adversas, como falta de nutriente e mudanças na temperatura, no pH, na umidade e na disponibilidade de gases, alguns protistas heterotróficos são capazes de produzir uma estrutura protetora, chamada cisto. Em parasitas, essa é a forma infectante liberada no ambiente pelo hospedeiro.

Em muitas espécies de protistas, como Giardia lamblia, que parasita o ser humano, o desencistamento ocorre em temperatura em torno de 37 graus Celsius 37  °C e em meio anaeróbico, condições encontradas no interior do corpo humano.

Embora sejam estruturas resistentes, os cistos podem ser destruídos em condições extremas, que variam de acordo com o parasita. No caso de G. lamblia, por exemplo, eles são destruídos em temperatura superior a 65 graus Celsius 65  °C .

Fotografia em preto e branco de zoom microscópico de duas estruturas ovais, uma na posição horizontal e uma na posição vertical.
Cistos de Giardia lamblia. Imagem ampliada cerca de 1.405 vezes.

16. A capacidade de formar cisto pode ser considerada um fator favorável à sobrevivência do protista?

17. O cisto pode aumentar a capacidade de infecção de espécies parasitas? Justifique sua resposta.

18. Os cistos de protistas parasitas podem contaminar a água e os alimentos consumidos pelos seres humanos. A fervura desses itens pode ser considerada uma medida de prevenção de doenças? Explique.

Respostas nas Orientações para o professor.

Alguns representantes dos protistas, como certos foraminíferos, compõem o plâncton, essencial à manutenção dos ambientes aquáticos. Os foraminíferos são protistas que secretam um tipo de carapaça sobre o corpo, composta de material orgânico incrustado com minerais, como o carbonato de cálcio abre parênteses C a C O subscrito 3 fecha parênteses ( CaCO 3 ) .

Além de servir de alimento a diversos seres vivos marinhos, os foraminíferos têm especial importância em estudos evolutivos, uma vez que a carapaça deles é bem preservada em registros fósseis. As rochas calcárias são compostas de depósitos de foraminíferos.

Alguns protistas vivem em associação com outros seres vivos, em um tipo de relação na qual ambos são beneficiados. Essa relação é observada, por exemplo, em ruminantes e em alguns insetos. Os protistas vivem no trato gastrointestinal desses animais e atuam principalmente na digestão da celulose, um tipo de açúcar que não é digerido pelos animais, como cupins e baratas.

Professor, professora: Em ruminantes, como bovinos, são encontrados diferentes tipos de protistas heterotróficos, como Entodinium spp.

Fotografia de zoom microscópico de estrutura com formato arredondado, composta por 5 partes arredondadas justapostas, semelhante a gomos. A superfície é irregular com pequenas cavidades e tem coloração amarela.
Foraminífero Globigerina sp. Imagem ampliada cerca de 110 vezes e colorida em computador.

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ATIVIDADES

1. O tétano é uma doença grave causada pela bactéria anaeróbia obrigatória Clostridium tetani. Essa bactéria produz endósporos, comuns em solos contaminados com fezes de animal, e altamente resistentes às condições ambientais. Após entrar em contato com alguma lesão na pele e germinar, o C. tetani produz toxinas que causam o tétano.

a ) O que são bactérias anaeróbias obrigatórias?

Resposta: São bactérias que não utilizam oxigênio na respiração e morrem na presença desse gás.

b ) Qual dos meios de cultura a seguir representa o crescimento de bactérias anaeróbias obrigatórias? Justifique sua resposta.

Ilustração de três tubos de ensaio com tampas. À direita dos tubos há uma barra com o sinal de positivo na extremidade superior e de negativo na extremidade inferior, com a coloração variando de azul claro na parte inferior a um azul escuro na parte superior. No tubo A, na parte superior dele há uma indicação de ar, em seguida uma substância com coloração amarela e no fundo do tubo, um aglomerado com coloração marrom, denominado bactérias. No tubo B, na parte superior está a indicação de ar, em seguida uma substância com coloração amarela mesclado com bactérias de coloração marrom. No tubo C, na parte superior está a indicação de ar, em seguida, a concentração de bactérias com coloração marrom e após, uma substância com coloração amarela.

Imagem elaborada com base em: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 155.

Resposta: Meio de cultura A. Espera-se que os estudantes justifiquem que, por não sobreviverem na presença de oxigênio, as bactérias anaeróbias obrigatórias não crescem na presença desse gás, como representado nos meios de cultura B e C.

c ) O que são endósporos e quais vantagens eles conferem às bactérias capazes de formá-los? Faça uma pesquisa, se necessário.

Resposta: Os endósporos são estruturas (células desidratadas e com paredes espessas) que algumas bactérias são capazes de formar e que conferem a elas maior chance de sobrevivência em condições ambientais adversas, como temperaturas extremas, indisponibilidade de água e exposição a substâncias químicas tóxicas.

d ) Quais são os sintomas do tétano e as formas de prevenção e tratamento da doença?

Resposta: Espera-se que os estudantes mencionem que os sintomas da doença incluem espasmos, rigidez da mandíbula e paralisia de músculos. Já o tratamento é feito por meio de antibióticos e a prevenção ocorre pela vacinação.

2. Leia o texto a seguir e responda às questões.

A mineração é um processo de extração de minérios de interesse humano, como o cobre abre parênteses C u fecha parênteses ( Cu ) . A extração desse metal do ambiente geralmente é feita por pirometalurgia, processo que envolve a queima do minério calcopirita, formado por cobre, ferro abre parênteses Fe fecha parênteses ( Fe ) e enxofre abre parênteses S fecha parênteses ( S ) . Nessa queima, são liberados gases poluentes, como monóxido de carbono abre parênteses C O fecha parênteses ( CO ) e óxido sulfuroso abre parênteses S O subscrito 2 fecha parênteses ( SO 2 ) . Uma alternativa a esse processo é a biomineração. Nessa técnica, bactérias extremófilas, como Acidithiobacillus ferrooxidans, são utilizadas para extrair o minério. Essa espécie é encontrada naturalmente em rochas de calcopirita, da qual obtém ferro, necessário ao seu metabolismo. Na biomineração, a bactéria produz o ácido sulfúrico abre parênteses H subscrito 2 S O subscrito 4 fecha parênteses ( H 2 SO 4 ) , que dissolve os demais elementos componentes da rocha, como o cobre, facilitando a extração dele. A biomineração, portanto, não envolve liberação de gases poluentes e é de fácil aplicação, quando comparado com outras técnicas extrativas, o que a torna mais econômica. Além do ferro, A. ferrooxidans requerem condições de pH em torno de 2, temperatura aproximada de 30 graus Celsius 30  ° C , e sais, como fosfato abre parênteses P O subscrito 4 início sobrescrito, 3 menos, fim sobrescrito fecha parênteses ( PO 4 3 ) e potássio abre parênteses K sobrescrito mais fecha parênteses ( K + ) .

a ) O que são bactérias extremófilas?

b ) Na biomineração, as bactérias utilizam o gás carbônico como fonte de carbono e o ferro como doador de elétrons em reações de oxirredução para obter energia. Qual é a classificação dessas bactérias de acordo com o tipo de metabolismo?

c ) Para que a técnica de biomineração seja viável industrialmente, é preciso induzir a multiplicação das bactérias em questão. Quais condições devem ser simuladas em laboratório para viabilizar o crescimento de A. ferrooxidans?

d ) Quais são as possíveis vantagens da biomineração? Para auxiliar na produção da resposta, faça uma pesquisa sobre a atividade mineradora atual no Brasil e elabore um mapa indicando os principais estados e cidades onde essa prática é desenvolvida. Verifique quais impactos socioambientais atingem essas regiões e quais poderiam ser minimizados por práticas similares à proposta pela biomineração.

3. Leia o trecho de reportagem apresentado e faça uma pesquisa para responder às questões.

Doença periodontal é uma das principais causas de perda total de dentes [...]
[...]
A doença periodontal é uma inflamação dos tecidos que suportam os dentes, ocasionada pelo acúmulo duradouro de biofilme dental abaixo da gengiva. [...]

VICTOR, Nathan. Doença periodontal é uma das principais causas de perda total de dentes; conheça outros tipos de infecções. Ministério da Saúde, 27 out. 2022. Disponível em: https://s.livro.pro/0ew54d. Acesso em: 5 ago. 2024.

a ) O que são biofilmes?

b ) Além do citado no texto, liste outros possíveis efeitos negativos dos biofilmes na saúde humana e proponha medidas que ajudem a evitar a formação deles.

Respostas e comentários das questões 2 e 3 nas Orientações para o professor.

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4. Analise as imagens apresentadas e responda às questões.

A.

Fotografia de zoom microscópico da estrutura de um vírus, com uma região superior com formato arredondado, e abaixo uma estrutura cilíndrica, onde estão presos filamentos semelhantes a pernas de aranha. O vírus está sobre a célula, uma estrutura com superfície irregular.
Vírus infectando célula. Imagem ampliada cerca de 65.000 vezes e colorida em computador.

B.

Fotografia de zoom microscópico de quatro vírus, com formato arredondado com uma estrutura circular dentro. O vírus está sobre a célula, uma estrutura com superfície irregular.
Vírus infectando célula. Imagem ampliada cerca de 86.000 vezes e colorida em computador.

a ) Indique qual das imagens representa um vírus envelopado e qual representa um bacteriófago.

Resposta: O vírus envelopado está representado na imagem B, sendo possível observar o envelope e as espículas dele. Já a representação do bacteriófago está presente na imagem A, em que se observa sua arquitetura característica, com destaque para o capsídeo.

b ) Descreva a estrutura das duas partículas virais, nomeando cada um dos seus componentes.

Resposta: As partículas virais mostradas são formadas por ácido nucleico (DNA ou RNA) circundado por um envoltório proteico, o capsídeo, como é o caso do bacteriófago. Já os vírus envelopados têm ainda um envelope viral composto de proteínas e lipídios.

5. A bactéria Escherichia coli tem tempo de geração de 20 minutos, ou seja, nesse intervalo de tempo uma célula origina outra.

a ) Considerando que não ocorre a morte de nenhuma célula bacteriana, calcule a quantidade de bactérias formadas após 4 horas de preparo do meio de cultura. Para esses cálculos, leve em conta as informações a seguir e considere que a quantidade inicial de bactérias é igual a 1.

N é igual a N subscrito 0 vezes 2 elevado a n N = N 0 · 2 n

em que:

N N : número de bactérias após 4 horas

N subscrito 0 N 0 : número inicial de bactérias

n n : número de gerações

n é igual a t sobre t g n = t tg

em que:

't' t : tempo de crescimento, em minutos

t g tg : tempo de geração

Resposta: 4.096 bactérias. Resolução nas Orientações para o professor.

b ) A equação N é igual a N subscrito 0 vezes 2 elevado a n N = N 0 · 2 n equivale a qual fase da curva de crescimento bacteriano?

Resposta: Fase exponencial.

c ) A qual processo biológico está relacionada essa fase do crescimento bacteriano?

Resposta: Divisão celular.

6. Leia a tirinha seguir e, depois, responda às questões propostas.

Tirinha com 3 quadrinhos. Q1. Um homem calvo, com bigode e usando óculos, está sentado em um sofá lendo jornal, dentro de casa. Ao lado, está uma mulher em pé, de cabelos enrolados. A mulher diz: ALFRED!!OS CUPINS ESTÃO COMENDO OS MÓVEIS! Q2. O homem sentado, está olhando para frente com uma expressão de irritado e, ao fundo, há um balão com a seguinte fala da mulher: ALFRED!!OS CUPINS ESTÃO COMENDO AS PORTAS! Q3. No chão há um buraco e dele sai um balão em que a mulher grita: ALFRED! O homem sentado com a expressão de enfurecido, segura em cada mão uma parte do jornal rasgado e responde: JÁ SEI! O ASSOALHO!

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea: com mil demônios. São Paulo: Devir, 2002. p. 10.

a ) Do que trata a tirinha?

Resposta: Trata da nutrição dos cupins, de modo ágil, referindo-se especificamente ao consumo dos móveis e de partes da casa feitas de madeira.

b ) Os cupins consomem madeira, material de origem vegetal que contém celulose. No entanto, não são capazes de digerir esse açúcar. Como, então, obtêm energia proveniente do consumo desse carboidrato?

Resposta: Os cupins têm protistas heterotróficos em seu trato digestório, que fazem a digestão desse polissacarídeo, transformando-o em glicose. Por sua vez, a glicose é utilizada nas células na respiração celular, que disponibiliza energia tanto ao protista quanto ao cupim.

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Algas

As algas são protistas autotróficos que compõem um grupo formado por diversos filos, que não compartilham ancestral comum. Seus representantes incluem formas microscópicas e macroscópicas, podendo ser unicelulares ou pluricelulares. É possível encontrá-las em ambientes úmidos e aquáticos, como rios, lagos, lagoas e mares, áreas polares, em fontes termais, sobre troncos de árvores e em rochas.

As algas não têm tecidos condutores nem raiz, caule ou folhas. Além disso, apresentam diferentes cores e estruturas. Conheça a seguir alguns exemplos.

Os dinoflagelados são algas unicelulares de vida livre que têm dois flagelos para locomoção. A maioria das espécies é marinha e compõe o fitoplâncton nos oceanos. Sua membrana plasmática contém celulose, o que lhes confere rigidez.

Karenia brevis, por exemplo, pode se proliferar intensamente e causar as chamadas marés vermelhas. Além disso, produz uma toxina que afeta o sistema nervoso de peixes.

Fotografia em preto e branco de zoom microscópico de uma estrutura com formato de um coração em posição invertida. Na parte central há uma reentrância com estruturas em formato circular.
Dinoflagelado K. brevis. Imagem ampliada cerca de 1.065 vezes.

As diatomáceas são algas unicelulares ou filamentosas que compõem o fitoplâncton. Elas vivem em ambientes de água doce ou salgada, como em regiões de mar aberto em áreas temperadas e polares. A parede celular delas contém pectina e sílica e é denominada carapaça.

Fotografia de zoom microscópico de estrutura com formato de uma estrela com os braços curtos. Em seu interior, há estruturas arredondadas de diferentes tamanhos com bolinhas dentro.
Diatomácea Triceratium dubium. Imagem ampliada cerca de 500 vezes e colorida em computador.

As clorófitas, ou algas verdes, têm o pigmento clorofila e contam com uma parede celular composta de celulose e outros polissacarídeos.

A maioria dessas algas é encontrada em águas continentais e está presente em troncos de árvores, no solo, sob a neve ou associadas a outros seres vivos.

Alga verde (C. sertularioides): pode atingir aproximadamente 5 centímetros 5  cm de altura.

Fotografia de um aglomerado de algas no fundo do mar, com o formato de folhas e com coloração esverdeada.
Alga verde Caulerpa sertularioides.

As feofíceas, ou algas marrons – ou, ainda, algas pardas – têm parede celular de celulose e alginato. Elas têm os pigmentos clorofila e fucoxantina, e este último é responsável por sua cor marrom característica.

Essas algas são macroscópicas e a maioria é encontrada em águas costeiras.

Alga marrom (D. dichotoma): pode atingir aproximadamente 30 centímetros 30  cm de altura.

Fotografia de um aglomerado de algas no fundo do mar, com o aspecto de uma folha dividida formando estruturas em formato de letra V. A coloração tem tonalidade de marrom claro.
Alga marrom Dictyota dichotoma.

As rodófitas, ou algas vermelhas, têm parede celular constituída de celulose. Os cloroplastos delas apresentam pigmentos chamados ficobilinas, que lhes conferem a cor vermelha característica. Elas podem ser encontradas em grandes profundidades nos ambientes aquáticos.

Alga vermelha (P. palmata): pode atingir aproximadamente 30 centímetros 30  cm de altura.

Fotografia de algas no fundo do mar, com formato de uma folha larga, com coloração avermelhada.
Alga vermelha Palmaria palmata.

Algas, ambiente e outros seres vivos

As algas podem ser utilizadas pelos seres humanos de diferentes maneiras. Além da culinária, é possível aplicar esses seres vivos na agricultura.

Fitoplâncton:
conjunto de organismos aquáticos microscópicos que realizam fotossíntese e se mantêm flutuando na coluna de água.

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O ágar é produzido com algas vermelhas e atua como espessante e gelificante de alimentos, sem alterar o sabor deles. Das algas também é obtido o alginato, substância encontrada na parede celular de algumas algas marrons e utilizada como espessante e estabilizante na indústria alimentícia.

O diatomito, também conhecido como terra de diatomácea, é uma rocha sedimentar formada pela deposição de restos de carapaças das diatomáceas. Essa rocha é leve, porosa e com grande capacidade de absorção. Essas e outras propriedades possibilitam a utilização do diatomito para diversos fins, por exemplo, como filtros, isolantes térmico e acústico e fonte de sílica, além do emprego dele na produção de medicamentos e na construção civil. Na agricultura, pode ser utilizado na aeração do solo e no controle de pragas, como os carunchos (por exemplo Zabrotes sp.), que atacam sementes e grãos armazenados.

Fotografia de um pequeno monte de terra de diatomácea, com aspecto de farinha e coloração branca, sobre uma superfície.
Terra de diatomácea.

As algas, especialmente as diatomáceas, são os principais constituintes do fitoplâncton e desempenham papel central na manutenção dos ambientes aquáticos. Isso porque o fitoplâncton é o principal responsável pela produção primária nesses ambientes, além de produzir grande quantidade de gás oxigênio e fixar o carbono proveniente do gás carbônico.

Algumas algas também podem se associar a outros seres vivos, como é o caso dos liquens, estruturas formadas pela associação de fungos e organismos fotossintetizantes, como algas e cianobactérias. Além disso, as algas podem viver em conjunto com os organismos formadores dos corais.

Fotografia de zoom microscópico de estruturas com formato cilíndrico, com extremidades arredondadas, dividida em 4 partes internamente.
Diatomáceas em um grão de areia. Imagem ampliada cerca de 14 vezes.

19. Qual é a importância das algas nessas associações?

Resposta: As algas, por serem autotróficas, fornecem nutrientes, produzidos por meio da fotossíntese, aos organismos associados, que são incapazes de produzir tais nutrientes.

Apesar de sua importância para o ambiente e outros seres vivos, as algas também podem causar prejuízos.

O aumento na concentração de material orgânico no ambiente, por exemplo, resulta na proliferação excessiva de algas, fenômeno chamado de floração ou florescência. A rápida proliferação das populações de dinoflagelados em ambientes costeiros resulta na chamada maré vermelha, pois a água do mar passa a apresentar essa coloração ou mesmo a cor marrom, resultante dos pigmentos característicos dessas algas.

Essas algas produzem toxinas que são liberadas no oceano, causando a morte de muitos peixes por intoxicação ou pelo bloqueio das brânquias, além de haver acúmulo dessas toxinas nos tecidos do corpo dos mariscos.

Fotografia da superfície de um mar com água azul contendo uma área com coloração em tons de marrom e laranja.
Maré vermelha em Tekirdag, na Turquia, em 2020.

20. Quais atividades humanas podem estar relacionadas à adição excessiva de matéria orgânica aos ambientes aquáticos?

Resposta: Os estudantes podem citar o descarte inadequado de esgoto e dejetos industriais no ambiente aquático.

21. Como o ser humano pode ser prejudicado, direta ou indiretamente, pelo fenômeno da maré vermelha?

Resposta: Os estudantes podem citar que é possível que o ser humano seja prejudicado diretamente ao ingerir animais aquáticos contaminados com as toxinas das algas, ou indiretamente, uma vez que a morte desses animais prejudica a disponibilidade de alimentos. Além disso, caso a pesca e a coleta de mariscos, por exemplo, sejam a fonte de renda das famílias, esse prejuízo também seria financeiro.

Produção primária:
se refere à matéria orgânica produzida por organismos autotróficos usando compostos inorgânicos.

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Fungos

Para iniciamos o estudos dos fungos, responda à questão a seguir.

22. O que você sabe sobre os fungos?

Resposta nas Orientações para o professor.

Os fungos estão presentes em diversas situações diárias: na alimentação, na produção de medicamentos e até mesmo na saúde, causando doenças. Além disso, eles fazem parte da cultura de diversos povos, como os Yanomami. Um dos maiores grupos indígenas brasileiros, os Yanomami ainda conservam seus hábitos tradicionais de vida. Eles têm estreita relação com a floresta, ambiente de onde obtêm os produtos oriundos da pesca, da caça, da coleta e das atividades agrícolas que praticam. Os Yanomami conhecem profundamente os recursos naturais que utilizam. Entre os alimentos consumidos por eles estão uma série de espécies de cogumelos, importante fonte de proteínas, especialmente em épocas de escassez de caça. Alguns desses cogumelos são, inclusive, comercializados para o mercado interno brasileiro, contribuindo com a geração de renda das comunidades yanomamis produtoras.

Durante muito tempo, os fungos foram considerados plantas, pois têm parede celular, assim como as células vegetais. Porém, enquanto as plantas possuem celulose nas paredes de suas células, os fungos têm quitina. Esse açúcar é insolúvel em água e confere rigidez e resistência às células fúngicas. Além disso, enquanto as plantas conservam amido em suas células, os fungos armazenam principalmente glicogênio.

Os fungos são eucariontes, podem ser unicelulares ou pluricelulares e não formam tecidos verdadeiros. Os representantes unicelulares são chamados de leveduras e têm formato esférico ou oval (imagem A). Já os compostos de mais de uma célula são denominados fungos filamentosos (imagem B). Os pluricelulares formam filamentos denominados hifas, as quais, em condições adequadas, desenvolvem-se e formam um conjunto denominado micélio.

Há também espécies que apresentam ambas as formas, de levedura e de filamentos (imagem C). De maneira geral, essa mudança morfológica ocorre em decorrência de variações nas condições do ambiente. Em Candida albicans, por exemplo, tal mudança é causada pelas variações de temperatura e de pH.

Professor, professora: Ao explorar a imagem B, se considerar pertinente, comente com os estudantes que as estruturas escuras e esféricas são esporângios, responsáveis por produzir e liberar esporos, os quais estão envolvidos na reprodução dos fungos.

A.

Fotografia em zoom de microscópio de estruturas com formato redondo e sobre a superfície, filamentos curtos e finos.
Levedura Cryptococcus festucosus. Imagem ampliada cerca de 2.000 vezes e colorida em computador.

B.

Fotografia de um aglomerado de fungos compostos por filamentos finos e longos, denominadas hifas com uma estrutura redonda e escura na extremidade superior.
Fungo filamentoso Rhizopus nigricans em pão embolorado.

C.

Fotografia de zoom microscópico de um emaranhado de estruturas cilíndricas e finas denominadas hifa, com uma estrutura redonda em uma extremidade, nomeada levedura.
Fungos Candida albicans. Imagem ampliada cerca de 800 vezes e colorida em computador.

Em geral, os fungos crescem em ambientes com umidade elevada e baixa luminosidade. No entanto, há espécies capazes de se desenvolver em substratos com pouca umidade. Assim como as bactérias, algumas espécies de fungos suportam temperaturas bastante altas, enquanto outras são resistentes a temperaturas bastante baixas. No entanto, em geral, as espécies patogênicas apresentam temperatura ótima de crescimento entre 20 graus Celsius 20  °C e 30 graus Celsius 30  °C . O pH do meio também interfere no desenvolvimento dos fungos. Geralmente, os fungos se desenvolvem melhor em ambientes pouco ácidos, com pH em torno de 5.

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Fungos, ambiente e outros seres vivos

Os fungos são seres vivos heterotróficos que obtêm os nutrientes de que necessitam de diferentes fontes. Alguns os absorvem de matéria orgânica viva, causando-lhe doenças, por exemplo. Outros alimentam-se de matéria orgânica morta, desempenhando papel essencial na ciclagem de nutrientes no ambiente.

23. Por que podemos afirmar que a decomposição possibilita a ciclagem da matéria no ambiente?

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes à reflexão sobre a importância da decomposição para o ambiente e os outros seres vivos. Espera-se que eles comentem que esse processo disponibiliza no ambiente os materiais constituintes da matéria orgânica. Outros seres vivos, como as plantas, absorvem e fixam os nutrientes disponíveis no ambiente, possibilitando que eles sejam transferidos a outros seres vivos por meio da alimentação.

O ser humano se relaciona com os fungos de diferentes maneiras. Alguns podem causar doenças, como a micose. Outros, no entanto, são aplicados em diferentes tipos de indústrias, como a farmacêutica e a alimentícia. Nesse caso, além de ser possível consumir diretamente algumas espécies, como o champignon, o shiitake e o shimeji, os fungos atuam na produção de alimentos, a exemplo dos queijos.

24. Um problema comum causado por fungos é o pé de atleta, enfermidade que afeta os pés humanos. Por que os pés são ambiente propício ao desenvolvimento desses seres vivos?

Resposta: Os pés podem transpirar bastante. O uso de calçados fechados associado ao suor torna os pés um ambiente úmido e quente, portanto, propício ao desenvolvimento de fungos.

Embora a maioria dos fungos seja aeróbica, as leveduras são, em grande parte, anaeróbicas facultativas, que realizam fermentação alcoólica. Esse processo possibilita a aplicação de fungos, por exemplo, na fabricação de bebidas e combustíveis, como o etanol, bem como em fermento biológico para a produção de pães.

Fotografia de zoom microscópico de estruturas redondas semelhantes a grãos de uvas, com formações redondas menores na superfície. A coloração é alaranjada e esverdeada.
Levedura Saccharomyces cerevisiae. Imagem ampliada cerca de 4.000 vezes e colorida em computador.

Embora algumas espécies de fungos possam causar doenças, existem também as que se relacionam de maneira benéfica com outros seres vivos, como é o caso das micorrizas e dos liquens.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

As micorrizas são associações de certos fungos com raízes de algumas plantas. Nessa associação, os fungos absorvem água e sais minerais do solo, que ficam disponíveis para as plantas. Estas, por meio da fotossíntese, fornecem energia aos fungos.

Fotografia de uma camada de filamentos de cor branca em um fundo preto.
Micorrizas em raiz de morangueiro (Arbutus unedo).

Os liquens são uma associação entre fungos e algas verdes unicelulares. Enquanto os fungos fornecem substrato e protegem as algas contra a dessecação, estas realizam a fotossíntese, cujos produtos são utilizados pelos fungos. Nessa relação, ambos dependem um do outro para sobreviver.

Fotografia de um pedaço de tronco de árvore, com destaque para liquens, que formam uma camada irregular fina de cor esverdeada e branca.
Liquens no tronco de uma árvore.
Ilustração composta por fitas horizontais emaranhadas na parte superior e inferior e, ao centro, algumas fitas verticais, com uma esfera presa em suas extremidades.
Representação da associação entre fungos e algas que formam os liquens. Imagem ampliada cerca de 500 vezes.

Imagem elaborada com base em: RICKLEFS, Robert E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. p. 9.

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PRÁTICA CIENTÍFICA

Cultivo de microrganismos

Por dentro do contexto

Certas bactérias podem se acumular na superfície de nossos dentes. Algumas delas, como Streptococcus mutans, são capazes de converter a sacarose e outros carboidratos em substâncias ácidas, que podem levar à desmineralização das camadas mais externas dos dentes, o esmalte e a dentina, causando a cárie.

Fotografia do interior de uma boca, com os dentes inferiores molares de um dos lados. Há manchas escuras na superfície dos dentes.
Cáries em dentes humanos.

a ) Quais condições podem limitar ou favorecer o crescimento de bactérias em nossa boca? Relacione essas condições a hábitos de higiene bucal.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir sobre condições favoráveis e desfavoráveis ao crescimento desses microrganismos, elaborando hipóteses.
Espera-se que os estudantes mencionem que deixar restos de alimentos na boca pode favorecer o crescimento de bactérias, uma vez que esses microrganismos necessitam metabolizar açúcares para seu crescimento. Já a remoção dos restos de alimentos e também das bactérias na escovação e com o uso do fio dental limita o crescimento delas.

Materiais

  • ágar (3 gramas 3   g )
  • açúcar (3 gramas 3   g )
  • batata inglesa (200 gramas 200   g )
  • água (1 litro 1   L )
  • 10 folhas de repolho roxo
  • panela
  • fogareiro ou fogão
  • colher de sopa
  • faca sem ponta
  • cotonetes
  • 2 placas de Petri (com fundo e tampa)
  • balança de precisão
  • detergente
  • álcool 70%
  • 2 recipientes plásticos (50 mililitros 50   ml ) e com tampa
  • disco de papel-filtro (1 centímetro 1   cm de diâmetro)
  • bico de Bunsen ou lamparina
  • soro fisiológico 0,9%
  • copo graduado (acima de 200 mililitros 200   mL )
  • caneta permanente
  • pinça
  • enxaguante bucal
  • peneira
  • plástico filme
  • smartphone com câmera fotográfica
  • papel-toalha
  • termômetro ambiente

Como proceder

A. Lave com água e detergente as placas de Petri, o copo graduado, os recipientes plásticos e a pinça. Em seguida, utilizando o papel-toalha, passe álcool 70% em toda a superfície desses materiais e deixe o álcool evaporar por completo; cubra as as placas de Petri e o copo graduado com papel-toalha até o uso.

B. Higienize com água e detergente e corte em pedaços a batata inglesa e as folhas de repolho roxo.

C. Na panela, adicione a batata e as folhas de repolho roxo picadas, a água e leve a mistura ao fogo por 10 minutos.

D. Após o cozimento e com o auxílio da peneira, transfira 200 mililitros 200   mL do líquido para um copo graduado. Essa transferência deverá ser realizada próximo à chama do bico de Bunsen ou da lamparina.

Cuidado

Realize as etapas B, C e D com cuidado e atenção para evitar acidentes.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de das mãos de uma pessoa derramando o líquido de uma panela em um copo graduado passando por uma peneira. Dentro da panela o líquido é de coloração roxa e há batatas, e no copo há líquido com coloração roxa até 200 mililitros. Ao lado, há um bico de Bunsen com chama acesa.
Imagem referente à etapa D.

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E. Próximo à chama, dissolva completamente o ágar no líquido e, depois, o açúcar. Em seguida, distribua o líquido nas placas de Petri e tampe-as.

Cuidado

O líquido deve estar quente. Peça a um adulto que o manipule.

F. Aguarde até que o líquido gelifique por completo, formando um meio de cultura. Identifique uma das placas como controle e outra como experimental, utilizando a caneta permanente.

G. Complete cerca de 1 quarto 1 4 do volume de um dos recipientes pequenos com soro fisiológico. Mergulhe o cotonete nesse líquido e retire o excesso na lateral do frasco.

H. Esfregue delicadamente o cotonete na parte interna das suas bochechas. Em seguida, volte o cotonete para o recipiente com soro fisiológico, agitando-o dentro do líquido. Tampe o recipiente.

H. Esfregue delicadamente o cotonete na parte interna das suas bochechas. Em seguida, volte o cotonete para o recipiente com soro fisiológico, agitando-o dentro do líquido. Tampe o recipiente.

I. Próximo à chama, com uma das mãos, abra o recipiente do item H e molhe um cotonete limpo no soro com a amostra da mucosa oral, retirando o excesso na lateral do recipiente. Com a outra mão, abra com cuidado a placa de Petri identificada como experimental e esfregue delicadamente o cotonete sobre o meio de cultura com movimentos de zigue-zague.

Cuidado

Tenha muito cuidado ao manipular as placas próximo à chama, mantendo uma distância segura para evitar acidentes.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma mão segurando uma placa de Petri aberta, e em seu interior há o desenho de zigue-zague. A outra mão está segurando um cotonete em contato com a parte interna da placa. Ao lado, há um pequeno recipiente, a tampa da placa de Petri e o bico de Bunsen com chama acesa.
Imagem referente à etapa I.

J. Adicione um pouco de enxaguante bucal no outro recipiente plástico pequeno. Usando a pinça, mergulhe o disco de papel-filtro nesse líquido, removendo o excesso na borda do recipiente. Próximo à chama, abra novamente a placa de Petri experimental e posicione o disco embebido com enxaguante bucal sobre o meio de cultura. Feche a placa.

K. Envolva com plástico filme as placas de Petri fechadas e as mantenha a 35 graus Celsius 35 ° C por 3 dias. Ao final desse período, observe, fotografe e anote os resultados em seu caderno.

Dica

Permaneça com a placa aberta somente o tempo necessário para realizar os procedimentos. Evite conversar enquanto os realiza para reduzir as chances de contaminação do meio de cultura com saliva e outras secreções.

Análise e divulgação

1. O que você observou ao final da etapa K? Compare as placas destacando as diferenças observadas.

2. Qual é a importância de realizar algumas etapas próximo à chama?

3. Qual é a importância da batata e do açúcar na produção do meio de cultura?

4. Houve crescimento de microrganismos nas proximidades do disco de papel-filtro? Por que você acha que isso aconteceu?

5. O repolho roxo pode ser utilizado como um indicador de pH, e a cor lilás indica pH neutro. Cores avermelhadas indicam um pH ácido e cores esverdeadas e amareladas, um pH básico. No meio de cultura que você preparou, muitas vezes é possível observar mudança de coloração associada ao crescimento de microrganismos. Explique como isso é possível.

6. Utilize as fotografias que vocês obtiveram para confeccionar cartaz de incentivo à adoção de hábitos de higiene bucal, embasados nos resultados da prática científica. Nele devem constar os resultados obtidos e as conclusões a que você e seus colegas chegaram após a análise dos resultados. Insira também recomendações sobre hábitos de higiene bucal que possam limitar o crescimento de microrganismos causadores de doenças orais.

Respostas nas Orientações para o professor.

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LIGADO NO TEMA

Armas biológicas e biossegurança

No ano de 2001, semanas após os ataques de 11 de setembro às torres do World Trade Center, que marcaram a história dos Estados Unidos, cartas foram enviadas para grandes veículos jornalísticos, emissoras de TV e representantes políticos do país. Essas correspondências resultaram na internação de 17 pessoas e na morte de outras 5. O motivo: um pó branco em que, pouco depois, foi constatada a presença de bactérias Bacillus anthracis, causadoras de antraz, doença quase sempre letal para animais, incluindo seres humanos.

Fotografia de zoom microscópico de estruturas em fileiras com formato cilíndricos e as extremidades arredondadas. Elas têm coloração amarela.
Bactérias B. anthracis. Imagem ampliada cerca de 3.500 vezes e colorida em computador.

O evento citado anteriormente exemplifica o uso de armas biológicas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), tratam-se de instrumentos de destruição em massa elaborados com vírus, bactérias, fungos ou substâncias produzidas por organismos vivos, com o objetivo de causar doenças e mortes em seres humanos, animais ou plantas.

As armas biológicas são um exemplo do uso indevido do conhecimento científico para fins não éticos, que envolvem a prática de violência em suas diferentes formas. A ocorrência de situações semelhantes à citada levou ao desenvolvimento de áreas específicas, como da biossegurança, que abrange um conjunto de medidas e ações que visam, entre outros objetivos, evitar, reduzir ou anular riscos à vida e ao meio ambiente inerentes a diferentes atividades e procedimentos.

Ilustração de uma placa de aviso de risco biológico. Ela tem formato triangular com coloração amarela e um triângulo em cor preta na borda. Dentro do triângulo, ao centro, há uma esfera com bordas pretas, e em cima desta, há 3 esferas justapostas com uma pequena abertura lateral.
Placa de aviso de risco biológico.

A placa de aviso de risco biológico é utilizada em áreas em que há manipulação de material biológico o qual oferece risco ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos.

Quando compreendemos o que são armas biológicas e como o uso da Ciência pode levar a humanidade a situações de barbárie, é válido fazer um exercício de reflexão a respeito da gravidade desse cenário. A Ciência busca compreender os fenômenos da Terra e do Universo. O uso dos conhecimentos gerados por ela para fins de segregação, violência e danos à vida devem ser repudiados por todos nós. Cada pessoa pode contribuir com o fortalecimento da cultura de paz nas mais diversas áreas de atuação, incluindo a científica, de forma a respeitar a vida, combater a violência, promover a solidariedade e o diálogo, compartilhar o conhecimento e preservar o planeta e a biodiversidade presente nele.

a ) Em sua opinião, qual é a importância da biossegurança? Converse com um colega.

Resposta: O objetivo desta atividade é levar os estudantes à troca de ideias sobre a importância da biossegurança. Eles podem mencionar que, em decorrência do desenvolvimento científico e da possibilidade de existência de conflitos entre países e territórios, ela é fundamental para garantir a segurança da humanidade, dos seres vivos e do meio ambiente.

b ) A portaria normativa nº 585 do Ministério da Defesa, de 7 de março de 2013, tem por finalidade orientar as instituições responsáveis pela segurança nacional na defesa contra ameaças de natureza biológica. Qual é a importância de documentos como esse? Converse com um colega.

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes à reflexão sobre a importância da legislação para regulamentar ações em casos que possam prejudicar a segurança nacional. Espera-se que eles comentem que esse tipo de documento contribui para que o combate a ameaças biológicas, caso aconteça, seja mais efetivo.

Compartilhe ideias

A cultura de paz está relacionada a valores, atitudes e comportamentos que privilegiem o diálogo, o respeito, a justiça, a solidariedade e a tolerância na resolução de conflitos.

a ) Junte-se a dois colegas e confeccionem uma cartilha na qual apresentem atitudes que promovam a cultura de paz no ambiente escolar. Divulgue-a para as outras turmas da escola.

Resposta nas Orientações para o professor.

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ATIVIDADES

1. O diatomito, ou terra diatomácea, apresenta diferentes aplicações na indústria e na agricultura. Como inseticida, atua desgastando a camada que recobre externamente o corpo dos insetos, chamada cutícula, causando a desidratação e a morte dos organismos. Cerca de 85% da composição do diatomito é representada por dióxido de silício abre parênteses S i O subscrito 2 fecha parênteses ( SiO 2 ) , óxido de ferro(III) abre parênteses F e subscrito 2 O subscrito 3 fecha parênteses ( Fe 2 O 3 ) e óxido de alumínio abre parênteses A l subscrito 2 O subscrito 3 fecha parênteses ( A l 2 O 3 ) .

a ) Quais organismos estão relacionados à formação do diatomito? Descreva as características gerais do grupo de seres vivos a que eles pertencem.

Resposta. A formação do diatomito está relacionada à deposição de restos de carapaças de diatomáceas, um tipo de alga unicelular. As algas constituem um grupo de seres vivos (protistas) autotróficos, unicelulares ou pluricelulares, avasculares e que não apresentam raiz, caule ou folhas verdadeiros.

b ) Qual tipo de ligação química ocorre entre os átomos dos principais componentes do diatomito, citados no texto?

Resposta: Ligação covalente no dióxido de silício e ligação iônica no óxido de alumínio e óxido de ferro(III).

2. Alguns fungos produzem substâncias tóxicas que, se forem ingeridas, podem causar várias complicações à saúde humana. Amanita phalloides, por exemplo, produz toxinas capazes de matar um indivíduo que ingerir um único cogumelo.

Cogumelo (A. phalloides): pode atingir aproximadamente 15 centímetros 15  cm de altura.

Fotografia de um cogumelo, composto por uma base arredondada de onde sai uma estrutura em forma de haste que sustenta a parte superior em formato de chapéu e com cor amarelada. Ao redor há vegetação e no solo, folhas secas.
Cogumelo A. phalloides.

Sabendo que alguns cogumelos podem ser consumidos pelos seres humanos, quais cuidados devemos ter para evitar danos à saúde?

3. Leia o texto a seguir.

No Brasil, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a giberela, doença causada por um fungo, tem se tornado preocupação para os produtores de trigo, principalmente no estado do Rio Grande do Sul. A giberela é observada sobretudo após o espigamento do trigo, que ocorre, na região Sul do Brasil, na primavera. No entanto, a epidemia dessa doença, em geral, acontece nos anos em que essa estação é caracterizada por aumento da precipitação pluvial e predomínio de temperaturas entre 20 20 e 25 graus Celsius 25  °C .

a ) Como é feito o controle da giberela nos cultivos de trigo?

b ) Explique de que maneira os fatores ambientais, citados no texto, favorecem a ocorrência de giberela nas lavouras de trigo.

c ) Faça uma pesquisa para responder às questões a seguir.

  • Qual é o nome científico do fungo causador da giberela?
  • Quais prejuízos a giberela causa para a agricultura?
  • O consumo de trigo contaminado pelo fungo causador da giberela pode ser prejudicial para a saúde do ser humano e de outros animais? Explique.

d ) Quais condições ambientais, além das citadas no enunciado da atividade, favorecem o crescimento de fungos em determinado ambiente?

Resposta das questões 2 e 3 nas Orientações para o professor.

4. Leia a manchete a seguir e responda às questões.

Projeto MicroBioBank vai mapear fungos e bactérias com potencial para gerar novos produtos de biotecnologia

Disponível em: https://s.livro.pro/jw2hcx. Acesso em: 5 ago. 2024.

a ) Diferencie os dois grupos de organismos que são alvo do projeto citado na manchete.

Resposta: As bactérias são organismos unicelulares e procarióticos. Já os fungos são eucarióticos e podem ser unicelulares ou multicelulares.

b ) Com base no que foi estudado no capítulo, indique duas espécies que poderiam ser mapeadas pelo projeto e para quais produtos elas já são utilizadas atualmente.

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar a bactéria Acetobacter xylinum – que tem capacidade de produzir um tipo de celulose usado em películas para a recuperação de lesões na pele – e a Saccharomyces cerevisiae, aplicado na produção de combustível e bebidas alcóolicas.

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CAPÍTULO7

Biodiversidade II - plantas e animais

Plantas

Para iniciarmos o estudo sobre as plantas, responda à questão a seguir.

1. Em sua opinião, o que aconteceria se todas as plantas desaparecessem da Terra?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a participação das plantas nos ciclos biogeoquímicos e a importância delas para a manutenção da vida na Terra, além de serem fundamentais ao equilíbrio ambiental. Sem as plantas, praticamente toda a vida eucariótica desapareceria, pois os herbívoros morreriam e com eles também os carnívoros por não terem o que comer. Para as sociedades humanas, elas fazem parte da alimentação, cultura e agricultura.

Durante grande parte dos 4,6 bilhões de anos da Terra, a superfície dos continentes foi praticamente desprovida de vida. Foi apenas por volta dos últimos 500 milhões de anos que os seres vivos começaram a ocupar o ambiente terrestre. Quando as plantas o colonizaram, elas alteraram o ar atmosférico e o clima e possibilitaram a formação dos solos, por exemplo. Essas alterações possibilitaram a ocupação do ambiente terrestre por inúmeros grupos de seres vivos, como os mamíferos.

Assim, as plantas foram e ainda são essenciais para a ocorrência e a manutenção de vida na Terra, portanto é fundamental conservá-las. Para isso, é preciso conhecer esses seres vivos, bem como as condições que favorecem ou limitam sua existência. Confira a seguir algumas características gerais das plantas.

  • São organismos multicelulares.
  • Respiram e, geralmente, realizam fotossíntese.
  • Desenvolvem-se a partir de um embrião, uma estrutura multicelular diploide envolvida por tecido parental, que protege a nova planta em desenvolvimento. Essa proteção pode ser, por exemplo, contra condições ambientais adversas, a exemplo de escassez de água.
  • São formadas por células eucarióticas.
  • O ciclo de vida ocorre com alternância de gerações, também chamada de metagênese.

No ciclo de vida das plantas, ocorre alternância entre organismos multicelulares haploides abre parênteses n fecha parênteses (n) , chamados gametófitos, e diploides abre parênteses 2 n fecha parênteses (2n) , chamados esporófitos, intercalando entre a reprodução assexuada e a sexuada. Nessa forma de reprodução, o gametófito é responsável pela produção dos gametas por mitose e o esporófito, por produzir esporos por meiose.

Ilustração de um esquema com palavras e setas em uma esfera, na qual a metade superior é amarela e a metade inferior é azul. Na parte amarela está escrito haploide n, e na parte azul está escrito 2 n. Iniciando o ciclo no topo da parte amarela em sentido horário estão: organismo multicelular haploide, seta, mitose, seta para parte azul: singamia e fertilização, seta, mitose, seta, organismo multicelular diploide, seta para parte amarela: meiose, seta, mitose, seta fechando o esquema.
Representação da alternância de gerações no ciclo de vida das plantas.
Diploide:
organismo ou célula com dois conjuntos de cromossomos.
Haploides:
organismos ou células com um conjunto de cromossomos.
Esporos:
células reprodutivas capazes de originar um ser vivo adulto sem a necessidade de se unir a outra célula, por meio da fecundação.

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Grupos de plantas

De acordo com suas características, as plantas, também chamadas de embriófitas, podem ser classificadas em diferentes grupos. Acompanhe o esquema a seguir.

Esquema com palavras indicadas por números e linhas. À esquerda está escrito embriófitas indicada por 1. Ela está ligada as indicações 2 e 3, sendo 2 as atraqueófitas, e 3 as traqueófitas. A traqueófitas está ligada as traqueófitas sem sementes indicada por 4, e está ligada as traqueófitas com sementes indicada por 6. Essa última está ligada a gimnospermas indicada por 6, e as angiospermas indicada por 7.

1. As embriófitas habitam praticamente todos os ambientes terrestres e alguns de seus representantes são aquáticos.

2. As atraqueófitas são conhecidas popularmente como briófitas. Esse grupo é composto de indivíduos desprovidos de sistema vascular.

3. As traqueófitas são plantas vasculares, isto é, com sistema vascular composto de xilema e floema. Elas podem ou não ter sementes.

4. As traqueófitas sem sementes ou pteridófitas têm sistema vascular, mas não possuem sementes.

5. As traqueófitas com sementes têm sistema vascular e sementes e, atualmente, representam o grupo dominante no ambiente terrestre.

6. As gimnospermas são plantas vasculares com sementes e que não têm flores nem frutos.

7. As angiospermas são plantas vasculares que têm sementes e flores e podem desenvolver frutos. Atualmente, é o grupo de plantas terrestres com maior quantidade de representantes no ambiente.

A seguir, vamos estudar com mais detalhes alguns grupos de plantas.

Briófitas

Os musgos, assim como os liquens, são amplamente utilizados em biomonitoramento, que consiste na aplicação de seres vivos para acompanhamento das condições ambientais. Os musgos, por exemplo, são muito utilizados para monitorar a poluição atmosférica.

Os dados a seguir foram obtidos em um estudo que utilizou musgos para monitoramento de poluição atmosférica no município de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

Concentração média abre parênteses mi g vezes miligrama elevado a menos 1 fecha parênteses ( μg · mg 1 ) de metais em musgos no município de Caxias do Sul, RS (2003-2004)
Local / Metal Zinco abre parênteses Z n fecha parênteses (Zn) Cádmio abre parênteses C d fecha parênteses (Cd) Níquel abre parênteses N i fecha parênteses (Ni) Cobre abre parênteses C u fecha parênteses (Cu) Chumbo abre parênteses P b fecha parênteses (Pb) Crômio abre parênteses C r fecha parênteses (Cr)
Área rural

34,25

0,27

5,89

18,85

9,17

3,7

Área urbana

142,20

0,33

23,18

45,92

29,17

24,03

Fonte de pesquisa: MAZZONI, Aline Correa et al. Mosses as indicators of atmospheric metal deposition in an industrial area of southern Brazil. Acta Botanica Brasilica, v. 26, n. 3, p. 553-558, 2012. Disponível em: https://s.livro.pro/xi593d. Acesso em: 19 ago. 2024.

Dica

A massa de 1 mi g 1  μg equivale a 1 vezes 10 elevado a menos 6 grama 1 · 10 6  g ou 0 vírgula 0 0 0 0 0 1 grama 0,000001  g .

2. O que é possível concluir a respeito da concentração de poluentes atmosféricos no município de Caxias do Sul? Em sua opinião, qual é ou quais são as possíveis razões para esses resultados?

Resposta: A concentração de poluentes variou entre as áreas urbana e rural, sendo maior na primeira. Isso se deve, possivelmente, às atividades desenvolvidas na área urbana, como as operações industriais, responsáveis por lançar na atmosfera diferentes tipos de poluentes.

3. Com base nos resultados obtidos, os musgos estudados podem ser considerados bons biomonitores? Justifique sua resposta.

Resposta: Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois a análise desses musgos possibilitou identificar áreas com diferentes concentrações de poluentes.

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Os musgos, assim como os antóceros e as hepáticas, são pertencentes às briófitas, considerado o grupo de plantas que mais se assemelha às primeiras plantas que ocuparam o ambiente terrestre.

As briófitas apresentam ampla distribuição geográfica: a maioria delas são espécies terrestres que ocupam principalmente ambientes úmidos e sombreados ou áreas próximas a corpos de água. Essas condições ambientais ajudam a reduzir a perda de água para o ambiente. Algumas espécies de briófitas, no entanto, são resistentes à dessecação e capazes de recuperar a água perdida para o ambiente. Por isso, elas também podem ser encontradas em ambientes secos e desérticos e em regiões polares.

Erva-do-fígado (M. polymorpha): pode atingir aproximadamente 5 centímetros 5  cm de comprimento.

Fotografia de rochas com aspecto úmido, recobertas de uma planta com coloração em tom de verde, com folhas achatadas, pequenas e com extremidades onduladas.
Hepática erva-do-fígado (Marchantia polymorpha) sobre rochas.

Em razão da ausência de sistema vascular diferenciado, o transporte de nutrientes e de água ocorre por difusão, de célula a célula. Por isso, as briófitas têm tamanhos reduzidos, geralmente com poucos centímetros de comprimento.

Embora as briófitas ocupem o ambiente terrestre, ainda são, em parte, dependentes do ambiente aquático, principalmente para a reprodução. Isso porque os gametas masculinos são flagelados e nadam até o gameta feminino para que ocorra a fecundação.

As briófitas não apresentam diferenciação de folhas, caules e raízes, mas têm estruturas vegetativas semelhantes: os filoides, os cauloides e os rizoides, respectivamente. Essas estruturas podem atuar na absorção de água e de nutrientes, possibilitando, por exemplo, que sejam usadas no biomonitoramento. Nesse caso, as partículas suspensas no ar atmosférico e na água da chuva se depositam sobre suas estruturas, que as absorvem.

Fotografia de zoom microscópico de um galho fino indicado como cauloide. Preso a ele, há pequenas folhas denominadas filoides e filamentos finos com a indicação de rizoide.
Musgo (Ectropothecium sp). Imagem ampliada cerca de 80 vezes.

As briófitas também são essenciais para a ocupação de ambientes, sendo, geralmente, os primeiros organismos fotossintetizantes a colonizar uma área, possibilitando o desenvolvimento de condições adequadas à colonização de outras espécies. Por exemplo, a presença de espécies desse grupo em rochas, aliada a fatores ambientais, como variação de temperatura e chuvas, possibilita a formação das primeiras camadas de solo. Isso porque o metabolismo dos musgos libera materiais que degradam as rochas, viabilizando a formação do solo. Além disso, a presença delas modifica as condições ambientais e promove a colonização por outros grupos de seres vivos.

Pteridófitas

4. Como a imagem a seguir e o carvão mineral podem ser associados às pteridófitas?

Resposta: As usinas termelétricas utilizam o carvão mineral como fonte de energia. Esse carvão, por sua vez, foi formado há milhões de anos a partir de plantas, como as pteridófitas.

As termelétricas são usinas elétricas que geralmente utilizam o carvão mineral como fonte de energia. Esse é um tipo de combustível fóssil, cujas principais reservas se formaram no Carbonífero, período geológico dominado por grandes pteridófitas, como as samambaias-gigantes.

Atualmente, esse grupo de plantas inclui samambaias, licopódios e cavalinhas, por exemplo. Os representantes dele se caracterizam por apresentar raiz, folha e caule diferenciados, que desempenham funções específicas no organismo.

Fotografia de vista aérea de uma usina termelétrica com galpões, grandes estruturas de ferro interligadas e torres em formato cilíndrico expelindo fumaça.
Usina termelétrica no município de Cubatão (SP), em 2024.

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As plantas vasculares apresentam tecidos especializados em transportar e distribuir água e nutrientes no organismo. Nelas, esse sistema compreende basicamente dois tecidos: o xilema e o floema, compostos de diferentes tipos de células. O sistema vascular percorre todo o corpo das plantas e pode ser identificado na planta íntegra, por exemplo, nas nervuras das folhas.

O xilema é o tecido responsável por conduzir a água e os nutrientes absorvidos pelas raízes às demais partes da planta. Já o floema direciona os produtos da fotossíntese para as demais partes do vegetal.

Fotografia de zoom microscópico de uma estrutura circular ao centro. Dentro, na região central, há pequenas estruturas arredondadas que vão ficando maior em direção a margem, esta região é denominada de xilema. Na margem do círculo, há cordões de pequenas estruturas arredondadas, região denominada de floema. No entorno da estrutura circular, há bolinhas de diferentes tamanhos justapostas.
Caule da samambaia Trichomanes speciosum em corte transversal. Imagem ampliada cerca de 100 vezes e colorida artificialmente.

A presença de um sistema vascular, associada a outras características, como deposição de materiais na parede celular, possibilitou que as pteridófitas atingissem alturas maiores do que as briófitas, como é o caso de algumas samambaias arbóreas do gênero Cyathea, que podem chegar a mais de 10 metros de altura.

Esse grupo de plantas apresenta outra adaptação ao ambiente terrestre: a cutícula. Essa camada, rica em lipídios, deposita-se na superfície externa do corpo das plantas e ajuda a reduzir a perda de água para o ambiente. No entanto, assim como as briófitas, a reprodução das pteridófitas é dependente da água, tendo em vista que os gametas masculinos são dotados de flagelo.

Samambaia (C. dealbata): pode atingir aproximadamente 10 metros 10 m de altura.

Fotografia de samambaias, plantas altas com folhas no topo do tronco. As folhas são largas em sua base, afinadas na extremidade e divididas em partes menores. O tronco é encoberto por folhas pequenas e, no topo, há filamentos com coloração marrom. Ao fundo, há outras árvores e um corpo d’água.
Samambaias (Cyathea dealbata).

Gimnospermas

5. Como o papel sulfite, por exemplo, pode ser associado às gimnospermas?

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que o papel sulfite é produzido com a celulose, obtida de plantas como as do gênero Pinus, as quais, por sua vez, são representantes do grupo das gimnospermas.

As gimnospermas se originaram há cerca de 360 milhões de anos. Nessa época, ocorreram mudanças climáticas bruscas na Terra. O clima tornou-se mais seco e frio, prejudicando as briófitas e as pteridófitas, mas favorecendo o desenvolvimento de espécies de gimnospermas, que se tornaram o grupo vegetal dominante durante o Período Mesozoico.

Entre os representantes das gimnospermas, podemos citar as cicas, as gincófitas, as gnetófitas e as coníferas. Estas últimas compreendem a maior quantidade de espécies, como sequoias, abetos, araucárias e pinheiros.

Fotografia de quatro sementes com formato cônico sobre uma superfície e uma delas está cortada. A parte externa da casca tem coloração amarronzada e é denominada envoltório. No interior, há uma massa com coloração branca e é indicada como tecido nutritivo e, ao centro desta, há uma linha vertical com coloração amarelada denominada embrião.
Sementes de Araucaria angustifolia, estando uma delas em corte longitudinal.

Professor, professora: Se considerar pertinente, ao abordar a imagem das sementes de Araucaria angustifolia, comente com os estudantes que elas podem atingir em média 7 centímetros 7 cm de comprimento.

6. Como as sementes podem auxiliar na manutenção das plantas no ambiente?

Resposta: As sementes fornecem nutrientes e proteção ao embrião, aumentando suas chances de sobrevivência e, consequentemente, da própria espécie. Além disso, ao serem engolidas por certos animais e resistirem ao processo de digestão, as sementes podem ser carregadas para um local distante da planta que a originou e germinarem nesse local, o que favorece a dispersão e, consequentemente, a manutenção da espécie no ambiente.

As gimnospermas apresentam raízes, caule, folhas e sementes, sendo estas últimas consideradas uma característica essencial para o atual domínio dos ambientes terrestres pelas gimnospermas e angiospermas. De modo geral, as sementes são compostas de envoltório, tecido nutritivo e embrião.

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Além das sementes, as gimnospermas contam com outra novidade evolutiva: os grãos de pólen. No interior de tais estruturas, são produzidos os gametas masculinos, que não apresentam flagelos. Sendo assim, nesse grupo de plantas, o grão de pólen é o responsável por carregar o gameta masculino até as proximidades do gameta feminino, de maneira independente da água. A transferência do grão de pólen de uma planta para a outra é chamada de polinização e ocorre principalmente por meio do vento.

Pinheiro-silvestre (P. sylvestris): pode atingir aproximadamente 25 metros 25  m de altura.

Fotografia de galhos com folhas finas e pontiagudas. Na extremidade de cada galho há uma estrutura composta por pequenas camadas dispostas em formato de cone com coloração amarronzada, e na extremidade superior destas, há uma estrutura cilíndrica e fina em tons de verde. No entorno destas estruturas, há uma camada branca suspensa no ar.
Liberação de grãos de pólen por Pinus sylvestris.

Angiospermas

Leia o trecho de reportagem e a manchete a seguir e responda às questões.

Queda na locomoção e falhas no sistema imune: estudo mostra como agrotóxicos afetam abelhas nativas
Após 48 horas de exposição aos pesticidas [...] apresentaram alterações morfológicas e comportamentais que podem levar ao enfraquecimento das colmeias, comprometendo a polinização e a produção de alimentos

MOIÓLI, Julia. Queda na locomoção e falhas no sistema imune: estudo mostra como agrotóxicos afetam abelhas nativas. Agência Fapesp, 16 maio 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/ucm639. Acesso em: 28 jul. 2024.

DIA MUNDIAL DAS ABELHAS: 80% das plantas utilizadas na produção de alimentos dependem da polinização das abelhas

Disponível em: https://s.livro.pro/5rohc7.

Acesso em: 11 nov. 2024.

7. Como as angiospermas estão relacionadas ao trecho de reportagem e à manchete?

Resposta: As angiospermas são o principal grupo de plantas que constitui a alimentação brasileira e muitas espécies são polinizadas principalmente por abelhas, prejudicadas pelo uso excessivo de agrotóxicos.

8. Como os prejuízos causados às abelhas pelos agrotóxicos podem impactar a alimentação humana e a economia do país?

Resposta: A produção de diversos alimentos depende da polinização realizada pelas abelhas. Assim, prejuízos causados a elas podem diminuir a produtividade, reduzindo a disponibilidade de alimentos e causando perdas econômicas, bem como elevação do valor pago pelo consumidor.

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Estudos científicos indicam que os agrotóxicos afetam a saúde dos trabalhadores que aplicam esses produtos nas lavouras.

a ) Junte-se a um colega e pesquisem artigos científicos sobre esse tema. Em seguida, entrevistem um engenheiro agrônomo a respeito dos cuidados que o trabalhador deve ter ao realizar a aplicação de agrotóxicos.

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes a desenvolver a capacidade de realizar pesquisas em fontes confiáveis e ter contato com artigos científicos, além de desenvolver a oralidade por meio da realização da entrevista. Entre os cuidados necessários à aplicação, eles podem citar equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas, máscara, viseira, capuz, botas, jaleco e calças impermeáveis.

Atualmente, as angiospermas são o grupo de plantas com a maior quantidade de representantes na Terra. Há evidências de que tenham surgido há cerca de 140 milhões de anos, diversificando-se rapidamente a ponto de dominar muitos ecossistemas terrestres.

As angiospermas são plantas vasculares que têm raízes, caule, folhas, sementes, flores e podem originar frutos. Esse grupo inclui desde espécies de grande porte, como as do gênero Eucaliptus, cujos representantes podem ultrapassar 100 metros 100  m de altura, até espécies aquáticas, como as do gênero Lemna, com representantes inferiores a 1 milímetro 1  mm de comprimento.

Enquanto nas gimnospermas as sementes eram consideradas nuas, nas angiospermas elas são protegidas no interior do fruto, o que é uma importante característica evolutiva.

Lentilha-d'água (L. minor): pode atingir aproximadamente 4 milímetros 4 mm de comprimento.

Fotografia de pequenas plantas sobre a superfície da água, compostas por três folhas pequenas, ovais e planas.
Lentilha-d'água (Lemna minor).

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As flores são essenciais para a reprodução das angiospermas, pois apresentam as porções reprodutivas da planta, além de estruturas que atraem os animais polinizadores. Acompanhe a seguir algumas estruturas florais.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Antera: porção em que são produzidos os grãos de pólen.

Estigma: porção que recebe o grão de pólen e sobre o qual ele germina.

Estilete: porção por onde se alonga o tubo polínico, estrutura formada após a germinação do grão de pólen e que conduz o gameta masculino para o ovário.

Ovário: estrutura que contém um ou mais óvulos.

Óvulo: estrutura que contém a célula germinativa feminina.

Pétala: estrutura geralmente colorida, que auxilia na atração de polinizadores.

Sépala: estrutura que atua na proteção do botão floral. Geralmente é verde, mas pode ter cores variadas e auxiliar na atração de polinizadores.

Ilustração de uma flor em corte. Na parte externa, na base da flor ligada ao caule, está a sépala, com formato de folha e verde, e acima estão as pétalas. Ao centro da flor, na base das pétalas, está o ovário com formato arredondado e dentro dele, os óvulos, um filamento com bolinhas presas. Em continuação do ovário, há um filamento comprido, o estilete e uma estrutura arredondada na sua extremidade, o estigma. Ao lado, há filamentos com estruturas retangulares na ponta, a antera.
Representação de flor completa, com ovário em corte.

Imagem elaborada com base em: RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E.Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 508.

A polinização das angiospermas corresponde à transferência do grão de pólen da antera de uma flor ao estigma de outra, podendo ocorrer entre flores do mesmo indivíduo ou entre flores de plantas diferentes da mesma espécie. Essa transferência pode ser realizada por agentes naturais, como o vento, ou por animais, como as abelhas, e possibilita o encontro entre os gametas masculino e feminino e, consequentemente, a fecundação. Após esse evento, o óvulo origina a semente e o ovário, o fruto.

Professor, professora: Ao citar que os ovários originam os frutos, comente com os estudantes que alguns frutos se desenvolvem a partir de tecidos diferentes do ovário, sendo, por isso, denominados pseudofrutos ou frutos acessórios.

Quando o animal polinizador, por exemplo a abelha, visita a flor ou a inflorescência de determinada planta, geralmente em busca de alimento, ela encosta partes de seu corpo nas anteras, ficando com o corpo coberto de grãos de pólen. Ao visitar outra flor da mesma espécie, os grãos de pólen presos no corpo do polinizador podem encontrar o estigma dela, favorecendo a fecundação.

Abelha (A. mellifera): a abelha operária dessa espécie pode atingir aproximadamente 15 milímetros 15 mm de comprimento.

Fotografia de uma abelha sobre o miolo amarelo de uma flor com pétalas brancas. Preso ao corpo da abelha, há pequenos grãos com coloração amarela.
Abelha (Apis mellifera) visitando uma inflorescência e com pólen em seu corpo.

Desde que passaram a habitar o ambiente terrestre, os animais têm influenciado a evolução das plantas, e vice-versa. Nesse processo, a relação das plantas com seus polinizadores tornou-se cada vez mais específica. Dessa forma, as flores apresentam mecanismos próprios e bastante variados para atrair polinizadores. Algumas espécies, por exemplo, desenvolveram nectários, estruturas que secretam um fluido açucarado chamado néctar.

Além de auxiliar na polinização, muitos animais ajudam na dispersão das sementes das plantas. Ao se alimentar do fruto, o animal libera a semente no ambiente ou a carrega para locais afastados da planta-mãe.

Os serelepes (Guerlinguetus ingrami) se alimentam preferencialmente dos frutos e das sementes de certas palmeiras. Muitas vezes, eles enterram os frutos para comê-los depois e se esquecem de resgatá-los, o que contribui para a dispersão das sementes dessas plantas.

Serelepe (G. ingrami): pode atingir aproximadamente 30 centímetros 30 cm de comprimento.

Fotografia de um serelepe, pequeno animal quadrúpede, de cauda longa, orelhas pequenas e corpo recoberto de pelos, segurando com as patas dianteiras um fruto. Ele está sobre o caule de uma palmeira, carregada de coquinhos, frutos redondos, pequenos, com coloração laranja.
Serelepe (G. ingrami) se alimentando do fruto de uma palmeira.
Inflorescência:
conjunto de flores com uma disposição específica, como a discoide.

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CONEXÕES com ... HISTÓRIA e ARTE

Látex

Diversas estratégias auxiliam as plantas na garantia de sua sobrevivência no ambiente. Uma delas é a produção de compostos variados, que podem, por exemplo, auxiliá-las na dispersão de pólen e sementes ou atuar na defesa contra patógenos e herbívoros. Entre esses compostos, podemos citar o látex, material leitoso produzido por algumas plantas.

Diversas espécies de plantas produzem látex. No entanto, a seringueira Hevea brasiliensis, espécie nativa da Floresta Amazônica e que pode atingir aproximadamente 30 metros 30  m de altura, é capaz de produzir grandes quantidades desse material, o que a torna viável comercialmente para produção de borracha natural.

Fotografia de parte de um tronco, em que há um corte fino e profundo em sentido diagonal. Abaixo do corte, preso ao tronco, há uma pequena calha e um pote que armazena o líquido branco que escorre do tronco da árvore.
Látex vertendo de uma seringueira (H. brasiliensis).

Professor, professora: Se julgar interessante, comente com os estudantes que a borracha natural é o produto resultante da coagulação do látex, que passa por um processo chamado vulcanização, o qual lhe confere elasticidade e resistência ao calor. Por essas razões, a borracha natural é utilizada na produção de pneus, bolas esportivas e luvas cirúrgicas.

Antes da chegada dos europeus ao Brasil, no século XV, os indígenas já extraíam o látex para fazer bolas, utilizadas em brincadeiras. No entanto, foi em meados do século XIX que a produção de borracha no país chegou ao ápice, em um período conhecido como Ciclo da Borracha. Essa fase possibilitou o crescimento econômico da região Norte do Brasil, especialmente das capitais Manaus e Belém.

Além desse crescimento, o Ciclo da Borracha influenciou as Artes no Brasil. Na época, havia um anseio da sociedade para que fosse construído um teatro que pudesse receber grandes espetáculos e óperas na região. Entre as construções realizadas, podemos citar o Theatro da Paz, em Belém, no estado do Pará, fundado em 15 de fevereiro de 1878, no auge desse ciclo econômico.

O Theatro da Paz foi construído inspirado no Teatro Scala de Milão, localizado na Itália, e sua arquitetura foi inspirada no Neoclassicismo italiano. Algumas das características de sua construção são lustres de cristal, afrescos nas paredes e no teto, decoração com folhas de ouro, além de obras de arte presentes na decoração. A imponência desse teatro também é expressa pelo tamanho, já que foi construído para receber mais de mil espectadores.

Fotografia da vista aérea de um grande teatro, com a estrutura em formato retangular, com dois pavimentos, muitas portas e janelas, e na frente, uma sacada. Ao redor, há ruas, casas, prédios e vegetação.
Theatro da Paz, no município de Belém (PA), em 2022.

A arquitetura neoclássica no Brasil surgiu pela influência europeia. Ela se baseava no uso de formas geométricas e simétricas, inspiradas na arquitetura greco-romana e identificadas em construções como o Theatro da Paz.

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O Ciclo da Borracha também teve efeitos nas comunidades locais uma vez que muitas famílias tinham como fonte de renda o látex obtido das seringueiras da floresta. Entretanto, com a expansão do cultivo dessa planta na Ásia, implementado pela Inglaterra, a extração de látex tornou-se uma atividade cada vez menos lucrativa no Brasil. Apesar disso, várias famílias de seringueiros que viviam na região amazônica no século XX deram continuidade à atividade de seus antepassados.

Ao longo do tempo, os seringueiros enfrentaram diversos outros desafios para manter essa atividade. O avanço do desmatamento na região, por exemplo, visando à ampliação de áreas destinadas à agropecuária, fez que essas famílias, que dependiam da floresta para o próprio sustento, fossem prejudicadas. Nesse cenário, nas décadas de 1970 e 1980, os seringueiros passaram a se organizar para lutar pela conservação da Floresta Amazônica e dos seringais.

Fotografia de uma pessoa ao lado de uma seringueira. Ela corta o caule com uma ferramenta em sentido diagonal, formando uma espécie de anel no tronco.
Seringueiro extraindo látex na Reserva Extrativista Chico Mendes, no município de Xapuri (AC), em 2022.

Uma das figuras nessa luta foi Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes. Nascido em 1944 em Xapuri, no Acre, ele trabalhou desde muito jovem nos seringais. Por isso, a defesa do seu modo de vida tornou-se um de seus objetivos principais.

Fotografia de um homem de cabelos curtos e pretos, com franja na testa e aspecto de molhado. Ele tem bigode, e está com a testa franzida. Seus braços estão levantados para frente e as mãos abertas. Ele usa uma camisa com listras coloridas e ao fundo, há vegetação.
Chico Mendes.

Chico Mendes foi reconhecido nacionalmente e internacionalmente por seu papel na luta pela conservação das florestas. No Brasil, em homenagem aos seus feitos e lutas, foi nomeado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Uma de suas lutas era a de conscientizar as pessoas acerca do impacto que a derrubada da floresta causaria, como a expulsão de famílias de seringueiros de seus locais de moradia e trabalho. Mendes defendia um modo de vida baseado em uma pequena parcela de terra, junto à moradia, que seria utilizada para criar animais de pequeno porte e cultivar roça. Além disso, nesse modelo por ele proposto, vivia-se da coleta de frutos e outros recursos da floresta. Diferentemente das atividades agropastoris, não era a terra o foco do trabalho, mas a floresta, já que dela eram obtidos os produtos necessários para o sustento. Com base nesses princípios, ele e outros seringueiros conseguiram tanto apoiadores quanto opositores.

Atualmente, os seringueiros, assim como outros povos tradicionais que dependem diretamente da floresta, ainda têm seu modo de vida ameaçado pelo desmatamento e outras atividades humanas.

a ) Os seringueiros e os outros povos tradicionais da Amazônia são considerados guardiões da floresta. Você concorda com essa afirmação? Explique.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir sobre a importância desses povos. Eles podem associar o termo guardiões ao fato de os povos tradicionais defenderem a conservação da floresta, o que possibilita a manutenção do seu modo de vida.

b ) Qual é a importância da luta dos seringueiros, como a de Chico Mendes, na manutenção das florestas?

Resposta: Seringueiros como Chico Mendes lutaram para a conservação da Amazônia, tentando conscientizar as pessoas sobre a importância da floresta para a humanidade e para a manutenção do modo de vida das populações tradicionais.

c ) Com o aumento da procura por produtos mais sustentáveis pela sociedade, o setor privado tem feito parcerias com associações extrativistas da Floresta Amazônica. Converse com os colegas sobre a importância dessas iniciativas.

Resposta nas Orientações para o professor.

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ATIVIDADES

1. Por que as briófitas e as pteridófitas são mais comuns em locais úmidos e sombreados?

2. Quais vantagens o desenvolvimento da semente trouxe às gimnospermas em relação às briófitas e às pteridófitas?

Resposta: A semente protege o embrião e fornece a ele nutrientes. A casca dessa estrutura preserva o embrião das adversidades ambientais até que ele possa germinar. Além disso, as sementes podem ser importantes na dispersão da planta no ambiente.

3. De maneira geral, ao longo do processo evolutivo, as características que favorecem a sobrevivência dos indivíduos no ambiente são naturalmente selecionadas e mantidas. As sementes podem ser consideradas um exemplo desse tipo de característica? Justifique sua resposta.

Resposta: Sim. As sementes fornecem nutrientes e proteção ao embrião, favorecendo a sobrevivência dele no ambiente e, consequentemente, a preservação da espécie.

4. Observe as imagens a seguir, leia as respectivas legendas e explique a importância das estruturas I e II para a reprodução das plantas.

Imagem sem proporção.

A.

Fotografia de cinco sementes, com formato cilíndrico e plano, com um dos lados mais largo e as extremidades afiladas. Uma semente está indicada por 1 em número romano.
Sementes de Pinus sp., que apresentam estruturas que lhes possibilitam plainar no ar.

B.

Fotografia de um caule fino e na sua extremidade superior, estruturas redondas com pequenos espinhos, com a indicação do número 2 em algarismo romano.
Frutos de Acanthospermum sp., conhecido popularmente como carrapicho. As estruturas em torno dos frutos aderem ao corpo de animais, por exemplo, ao tocá-los.

5. Leia a descrição das características de algumas plantas, numeradas de 1 a 4, e faça o que se pede.

1. Tem vasos condutores e sementes; não tem frutos.

2. Tem vasos condutores; não tem sementes nem frutos.

3. Não tem vasos condutores, tampouco sementes ou frutos.

4. Tem vasos condutores, sementes e frutos.

a ) Identifique os grupos vegetais aos quais as plantas 1, 2, 3 e 4 pertencem.

Resposta: 1: gimnospermas; 2: pteridófitas; 3: briófitas; 4: angiospermas.

b ) Quais números representam os grupos de plantas para os quais a disponibilidade de água é um fator limitante não apenas para a produção de alimento, mas também para a reprodução? Justifique sua resposta.

Resposta: 2 (pteridófitas) e 3 (briófitas), cujos representantes têm gameta masculino flagelado. Dessa maneira, o encontro entre os gametas masculino e feminino e, consequentemente, a fecundação, exigem presença de água líquida, para que o primeiro gameta nade até o segundo.

6. Leia o texto a seguir.

No enredo da animação Wall-E, a Terra está totalmente devastada em decorrência da poluição, que tornou tóxica a atmosfera do planeta e impossibilitou a sobrevivência de qualquer forma de vida. Assim, os seres humanos tiveram de migrar para uma estação espacial. Depois de 700 anos, as pessoas ainda esperam pelo dia em que a Terra se tornará habitável novamente.

Para que isso seja possível, o robô Wall-E passa os dias compactando e empilhando resíduos sólidos na Terra. Um dia, em meio a esses materiais, ele encontra uma planta e a guarda.

Sabendo da importância das plantas, os seres humanos enviam para a Terra a sonda-robô Eva, cuja missão é encontrar essa planta. Afinal, esse seria um indício de que o planeta se tornou habitável novamente, possibilitando o retorno das pessoas ao planeta.

Cartaz do filme Wall-E. No centro, o personagem Wall-E, um robô de corpo quadrado, com a lataria danificada e suja, com um dos seus braços levantado segurando uma pequena planta e, acima do corpo, preso a uma haste, está um par de olhos grandes. Ele está sobre uma esteira, e ao lado, há um robô voando, com corpo cilíndrico, cabeça redonda e coloração branca. Ao lado esquerdo, no chão, um robô pequeno com cabeça quadrada e corpo redondo. Ao fundo, um planeta e raios de luzes. Na parte superior e na lateral esquerda, alguns escritos e logos.
Cartaz do filme Wall-E, de Andrew Santon, 2008 (97 minutos 97  min ).

a ) Suponha que você fosse o roteirista do filme Wall-E e, durante uma entrevista, um jornalista tenha questionado por que essa história gira em torno de uma planta. Qual seria sua explicação?

b ) O filme retrata uma situação extrema em que a Terra se tornou inabitável. Em sua opinião, é possível que futuramente enfrentemos situação semelhante a essa? Justifique sua resposta.

Resposta das questões 1, 4 e 6 nas Orientações para o professor.

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7. Leia o texto a seguir.

A fragmentação dos ambientes naturais está reduzindo grandes áreas de floresta, como de Mata Atlântica, a pequenas manchas de vegetação. A cutia (Dasyprocta azarae) é uma das espécies de animais encontrada nesse bioma, assim como a palmeira brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum). Além da fragmentação, a caça tem prejudicado as populações de cutias.

A fim de compreender os efeitos que a remoção desses animais causa para as palmeiras brejaúvas, foi realizado um estudo em diferentes fragmentos de Mata Atlântica. Leia alguns dados desse estudo a seguir.

Concentração de cutias em diferentes localidades
Área de estudo Área (hectares) Ocorrência de cutias (indivíduo/10 quilômetros 10 km )

Parque Estadual da Ilha Anchieta

828

6,95

Parque Estadual Xixová Japuí

901

Sem dados

Parque Estadual da Ilha do Cardoso

15.100

0,69

Parque Estadual da Serra do Mar, núcleo Picinguaba

47.500

0,148

Estação Ecológica Jureia Itatins

79.230

0,1

Fonte de pesquisa: DONATTI, Camila Iotte. Consequências da defaunação na dispersão e predação de sementes e no recrutamento de plântulas da palmeira brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum) na Mata Atlântica. 2004. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Agroecossistemas) − Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba. Disponível em: https://s.livro.pro/13x0to. Acesso em: 19 ago. 2024.

Além desses, outros resultados do estudo estão resumidos a seguir.

  • Áreas com menos cutias tiveram menor taxa de remoção e de dispersão de sementes.
  • No P. E. da Ilha do Cardoso, a quantidade de plântulas – formas iniciais do embrião logo após a germinação da semente – foi maior do que nas demais áreas estudadas.
  • No P. E. Xixová Japuí, a quantidade de plântulas foi menor do que nas demais áreas.
  • Nas áreas com cutias, as sementes são dispersas a maiores distâncias da planta-mãe.
  • A concentração de sementes sob a planta-mãe atrai insetos, que se alimentam delas.
  • No P. E. da Ilha Anchieta, foi observada maior remoção e espalhamento de sementes no ambiente.
  • Nas áreas com menos cutias, as sementes se concentraram sob a planta-mãe e observou-se maior predação pelos invertebrados, como insetos.

a ) O que é possível concluir a respeito da relação entre a palmeira brejaúva e a cutia?

b ) Podemos afirmar que a remoção da cutia, a longo prazo, tem capacidade de interferir na manutenção da espécie vegetal no ambiente? Justifique sua resposta.

c ) É possível afirmar que a reintrodução e a proteção das cutias contra a caça nesses ambientes podem auxiliar na manutenção da brejaúva? Justifique sua resposta.

d ) Com base em suas conclusões a respeito da relação entre as cutias e as palmeiras brejaúvas, como você explicaria o segundo resultado resumido, que trata da quantidade de plântulas no P. E. da Ilha do Cardoso?

Respostas nas Orientações para o professor.

8. Leia a tirinha e responda às questões propostas.

Tirinha em três quadrinhos. Q1. Está dividido em duas nas partes, na qual, em uma delas há uma flor de coloração amarela, e ao lado, Armandinho, um menino com cabelos azuis, camiseta e short vermelho e um sapo sobre a cabeça. Ele está de pé, de frente para a flor. Em cima escrito: UMA FLOR. Na segunda parte do quadrinho, está somente a flor e acima está escrito: SÍMBOLO DO AMOR, DA PAZ, DO ROMANCE... Q2. Há uma borboleta voando ao lado da flor amarela. Acima está escrito: ESTRUTURA VEGETAL QUE EVOLUIU PARALELAMENTE AOS ANIMAIS... Abaixo está escrito: ...COMO ESTRATÉGIA REPRODUTIVA QUE PERMITE A VARIAÇÃO GENÉTICA DA ESPÉCIE. Q3. À esquerda, está a flor de coloração amarela, e à direita, Armandinho, com o sapo sobre a cabeça. Ele está de pé, de frente para a flor e está escrito: É TUDO ISSO E MUITO MAIS...UMA FLOR...E TUDO O MAIS...

BECK, Alexandre. Armandinho, 10 dez. 2015. Disponível em: https://s.livro.pro/vf26v7. Acesso em: 19 ago. 2024.

a ) A tirinha refere-se a um processo que é observado em algumas plantas. Qual? Explique-o.

Resposta: A tirinha se refere à polinização, processo que consiste na transferência de grãos de pólen da antera de uma flor para o estigma de outra, favorecendo a fecundação.

b ) O processo que você identificou no item a é idêntico ao observado nas gimnospermas? Justifique.

Resposta: Não, pois as gimnospermas não têm flores. Além disso, nesse grupo de plantas, a polinização ocorre principalmente pelo vento.

c ) Explique como os animais podem contribuir para a variação genética das espécies de plantas. Se necessário, faça uma pesquisa.

Resposta: Ao realizar a polinização, os animais possibilitam a fecundação cruzada entre as plantas. Nesse caso, o gameta masculino de um indivíduo (planta) fecunda o gameta feminino de outro, possibilitando a troca de material genético e, consequentemente, o aumento da variação genética.

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Animais

Alguns povos indígenas da Amazônia, como os Katukina e os Kaxinawá, aplicam no próprio corpo as toxinas de uma perereca conhecida como kambô ou kampu, por meio de uma técnica conhecida como vacina do kambô.

Vários estudos têm sido realizados para entender as propriedades dessa toxina e o possível uso dela na fabricação de medicamentos. Sabe-se que peptídeos encontrados em sua composição apresentaram resultados significativos no combate a microrganismos causadores de doenças, como algumas bactérias, alguns protistas e o HIV.

A perereca Phyllomedusa bicolor é apenas uma entre milhões de espécies de animais que existem atualmente, muitas das quais ainda não foram descritas de maneira formal. Até o momento, a comunidade científica ainda discute sobre o possível momento em que os animais surgiram na Terra. Além disso, pesquisadores supõem que as primeiras formas de vida animal não tenham sido preservadas nos registros fósseis.

Perereca kambô (P. bicolor): pode atingir aproximadamente 12 centímetros 12  cm de comprimento.

Fotografia de uma perereca sobre uma superfície. Ela se assemelha a um sapo, possui pele esverdeada, o ventre branco com manchas amareladas, os olhos são grandes e os dedos longos e finos com as extremidades com coloração verde.
Perereca kambô (Phyllomedusa bicolor).

Um dos fósseis de eucariotos multicelulares mais antigos já encontrados, por exemplo, data de cerca de 558 milhões de anos atrás. A região australiana conhecida como Ediacara é famosa pela ocorrência dos fósseis mais antigos de metazoários (animais com células organizadas em tecidos e órgãos).

Fotografia de um fóssil em uma rocha, ele apresenta formato circular, com uma linha na vertical dividindo ao meio e com segmentações de uma extremidade a outra.
Fóssil de Dickinsonia costata, uma das espécies da fauna de Ediacara, no período Pré-Cambriano.

No entanto, a análise fossilífera indica que, durante muito tempo, a Terra foi povoada apenas por organismos unicelulares. Sendo assim, como surgiram os que são formados por duas ou mais células? Há diferentes teorias que visam explicar essa origem. Vamos conhecer duas delas.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Segundo a teoria colonial, alguns protistas unicelulares, viviam em colônias. Em determinado momento da história evolutiva, as células flageladas dessas colônias passaram a desempenhar papéis específicos, originando um único organismo composto de várias células.

Ilustração de uma esfera e sobre sua superfície há estruturas compostas por uma base cilíndrica, e na parte superior uma estrutura semelhante a uma rolha, dentro há um flagelo.
Representação da teoria colonial original sobre a origem dos metazoários.

Estudos posteriores propuseram uma versão moderna da teoria colonial, supondo que uma única célula teria passado por diversas divisões celulares. As células-filhas se mantiveram unidas com o auxílio de uma matriz proteica, presente também no centro da estrutura esférica. Nessa colônia esférica, algumas células sem flagelo se espalharam na porção central e cada tipo celular desempenhava papéis específicos.

Ilustração de uma esfera, na qual em sua borda há estruturas cilíndricas com as extremidades retas, na superfície externa, há uma estrutura semelhante a uma rolha com um flagelo. Dentro da esfera, há algumas estruturas com formatos arredondados.
Representação da teoria colonial moderna sobre a origem dos metazoários.

Imagens elaboradas com base em: RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 83.

A origem da multicelularidade possibilitou, por exemplo, a diversificação das formas de vida na Terra e o surgimento de seres vivos com maiores dimensões, como os animais.

9. Cite algumas das características gerais dos animais.

Resposta: Os estudantes podem citar que os organismos são multicelulares, em que as células desempenham papéis específicos e são formados por células eucarióticas. Além disso, os animais são heterotróficos, ou seja, não produzem o próprio alimento.

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Alguns grupos de animais

Ao longo da evolução, os animais passaram por intensa diversificação. Atualmente, esses seres vivos estão organizados em mais de 30 filos e compreendem milhões de espécies. A seguir, vamos iniciar o estudo de alguns grupos de animais que existem atualmente na Terra.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração do fundo do mar, na qual próximo a superfície, há camarões com corpo alongado e pequeno, na cabeça há filamentos longos; e na região central, há águas-vivas com corpo mole e a parte superior arredondada e abaixo tentáculos longos. Ao lado, há lulas com corpo alongado e tentáculos na região da cabeça. No fundo, há peixes e, sobre as rochas, há ouriços-do-mar com corpo redondo e espinhos na superfície, há estrelas-do-mar com cinco membros e planárias com corpo cilíndrico e achatado.
Representação de ambiente natural aquático com integrantes de alguns grupos animais.

Artrópodes: animais encontrados em praticamente todos os ambientes da Terra. Os membros são articulados e o corpo é coberto por um exoesqueleto. O sistema digestório apresenta duas aberturas (boca e ânus), o sistema nervoso é centralizado e o sistema circulatório é aberto. Nesse sistema, há momentos em que o fluido corpóreo deixa o interior dos vasos sanguíneos e circula em uma cavidade. As trocas gasosas ocorrem por meio de diferentes estruturas, como brânquias, superfície corporal e traqueias. Os representantes desse grupo demonstram diferentes comportamentos sociais. Exemplos: camarões, caranguejos, lagostas, escorpiões, aranhas, ácaros, carrapatos, centopeias e insetos.

Cnidários: animais aquáticos, em sua maioria marinhos, que podem apresentar tanto fases sésseis (fixas ao substrato) quanto livre-natantes. Eles têm boca e tentáculos ligados a uma cavidade, na qual ocorrem a digestão, a circulação e a excreção. Os tentáculos atuam tanto na captura de alimento quanto na defesa do animal. Exemplos: águas-vivas, hidras e anêmonas-do-mar.

Moluscos: animais dulcícolas, terrestres e, em sua maioria, marinhos. Podem ter uma, duas ou mais conchas, que podem ser internas ou externas, havendo também os que não têm tais estruturas. O sistema digestório apresenta boca e ânus e a respiração é realizada, geralmente, por meio de brânquias, no caso de animais aquáticos, ou pulmões, nos representantes terrestres. A maioria conta com sistema circulatório aberto. Exemplos: lulas, caracóis, lesmas e polvos.

Equinodermos: animais exclusivamente marinhos, com corpo não segmentado e sistema único, chamado de hidrovascular ou ambulacral, que atua na excreção, respiração, locomoção e captura de alimentos. O sistema digestório, geralmente, apresenta boca e ânus. Em alguns representantes, as trocas gasosas podem ocorrer por meio de outras estruturas, como brânquias. Apresentam endoesqueleto. Exemplos: ouriços-do-mar, estrela-do-mar, pepinos-do-mar, lírios-do-mar e serpentes-do-mar.

Platelmintos: animais de corpo mole e achatado, que podem ser de vida livre, como as planárias, ou parasitas, como a tênia e o esquistossomo. O sistema digestório apresenta apenas uma abertura, a boca, sendo o ânus, ausente. Não contam com sistemas respiratório e circulatório. Neles, há concentração de células nervosas na região anterior, processo chamado cefalização.

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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração do fundo do mar, próximo a superfície com esponjas-do-mar, coloridas e com formato cilíndrico. Abaixo, há um mergulhador, com um dos braços estendidos à frente, usando máscara e cilindro de oxigênio. Abaixo, há peixes e, no fundo na areia, estão indicados Nereis s p, e anfioxos, ambos com corpo cilíndrico e fino.
Representação de ambiente natural aquático com integrantes de alguns grupos animais.

Poríferos: animais aquáticos e quase exclusivamente marinhos. De maneira geral, vivem fixos a substratos (sésseis). Eles dependem do fluxo de água através do corpo para filtrar o alimento, fazer as trocas gasosas, eliminar excretas e se reproduzir. Não apresentam tecidos verdadeiros, mas têm células especializadas. Exemplo: esponjas-do-mar.

Anelídeos: animais encontrados em ambientes marinho, dulcícola e terrestre. O corpo é revestido por cutícula e dividido em segmentos, formando anéis. A maioria das espécies tem cerdas espalhadas pelo corpo, que auxiliam na locomoção e na escavação. O sistema digestório apresenta boca e ânus. A respiração é realizada pelo tegumento e, em alguns casos, por meio de estruturas, como brânquias. O sistema circulatório é fechado, ou seja, os fluidos corporais circulam somente no interior de vasos, e o sistema nervoso é centralizado. Exemplos: Nereis sp., minhoca e sanguessuga.

Nematódeos: animais que podem ser encontrados no solo úmido, nos mares e rios e até mesmo em poças de água parada. Alguns são parasitas e habitam os tecidos vegetais e o sistema digestório de outros animais. O corpo é cilíndrico, alongado e coberto por uma cutícula, camada que reveste o corpo e proporciona proteção contra atritos e substâncias produzidas pelo hospedeiro. O sistema digestório dos nematódeos apresenta duas aberturas (boca e ânus) e não há sistemas respiratório e circulatório, de maneira que as trocas gasosas ocorrem pelo tegumento. Exemplos: lombriga, Ancylostoma sp., Necator sp., Enterobius vermicularis e filária.

Ilustração de uma lombriga, animal com o corpo cilíndrico, fino e com as extremidades afiladas.
Representação de lombriga.

Cordados: animais marinhos, dulcícolas e terrestres. Inclui alguns animais invertebrados e todos os animais vertebrados, isto é, aqueles que têm esqueleto interno com vértebras. O sistema digestório apresenta boca e ânus, e o sistema circulatório é fechado. Esse grupo apresenta, em pelo menos parte do ciclo de vida, quatro características que o distinguem dos demais grupos: notocorda, tubo nervoso dorsal, bolsas e fendas faríngeas e cauda pós-anal. Exemplos: ascídia, anfioxo, répteis, anfíbios, aves, mamíferos e peixes.

A notocorda fornece sustentação para o corpo dos cordados. Em alguns deles, como no anfioxo, essa estrutura é mantida por toda a vida; em outros, como nos vertebrados, é substituída por vértebras ósseas ou cartilaginosas.

O tubo nervoso nos cordados é oco e dorsal. Nos vertebrados, ele se transforma em medula espinal e encéfalo, protegido por um crânio cartilaginoso ou ósseo.

As bolsas e fendas faríngeas se mantêm em alguns grupos de seres vivos, como peixes, ou originam diferentes estruturas, como nos tetrápodes.

A cauda pós-anal é mantida no adulto sob a forma de uma cauda ou, no caso do ser humano, como os ossos do cóccix.

Ilustração de um anfioxo em corte, com formato cilíndrico e as extremidades afiladas. No interior, há dois filamentos que vão desde a parte superior à inferior, o mais externo é denominado tubo nervoso e o mais interno, notocorda. Na parte central, estão as fendas faríngeas, um tubo composto por anéis e, na extremidade inferior, a cauda anal.
Representação de anfioxo em corte longitudinal.

Imagem elaborada com base em: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 715.

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Grupos de craniados

Analise a imagem a seguir e responda às questões propostas.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração do esqueleto de um animal quadrúpede, com o corpo e cauda longos, membros curtos e crânio alongado.
Representação de esqueleto de Ichthyostega.

Imagem elaborada com base em: POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 3. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2003. p. 206.

10. Que características o animal cujo esqueleto está representado na imagem tem em comum com os seres humanos?

Resposta: Presença de esqueleto ósseo, com coluna vertebral e crânio.

11. Qual é a importância do crânio e da coluna vertebral para os animais?

Resposta: Por se tratar de uma estrutura rígida, o crânio ajuda a proteger o encéfalo. Já a coluna vertebral fornece sustentação ao corpo, além de ser o local de inserção de outros ossos e proteger e medula espinal.

Ichthyostega é o nome dado a uma espécie de animal extinto, considerado o primeiro craniado conhecido a viver no ambiente terrestre.

Professor, professora: Comente com os estudantes que Ichthyostega podia atingir 1 metro 1  m de comprimento e tinha o crânio, os dentes e a cauda semelhantes aos de alguns grupos de peixes. Apresentava coluna vertebral e membros com dedos, eficazes para caminhar no fundo dos rios.

Os craniados são uma das divisões dos cordados e se caracterizam, principalmente, pela presença de um crânio ósseo ou cartilaginoso protegendo o encéfalo. Além disso, a maioria deles apresenta coluna vertebral com vértebras e, por isso, recebe o nome de animais vertebrados. A seguir, vamos conhecer alguns representantes dos craniados.

Os peixes são animais aquáticos que, geralmente, realizam trocas gasosas por meio de brânquias e cujos membros, quando presentes, têm forma de nadadeiras. São animais ectotérmicos, isto é, não apresentam mecanismo interno que regule a temperatura corporal e utilizam fontes de calor do ambiente, como a luz solar. O corpo normalmente é revestido de escamas.

Diferentemente da maioria dos peixes, as lampreias e as feiticeiras têm boca circular e são desprovidas de mandíbula. Confira a seguir.

O corpo das lampreias e feiticeiras não é coberto por escamas e, no caso das feiticeiras, há intensa formação de muco. As feiticeiras são encontradas em água doce, não têm vértebras e se alimentam de animais mortos. Já as lampreias podem ser encontradas em ambientes dulcícolas e marinhos, têm esqueleto cartilaginoso e vértebras rudimentares, além de serem geralmente parasitas de outros animais.

Lampreia (P. marinus): pode atingir aproximadamente 1 metro 1  m de comprimento.

A.

Fotografia de uma lampreia, animal com corpo alongado, cilíndrico e fino e com uma nadadeira na região final do corpo. Há um destaque com a indicação da letra B com um círculo em volta da boca que tem formato circular.
Lampreia (Petromyzon marinus), com detalhamento da porção anterior com boca circular (B).

B.

Fotografia da região da cabeça da lampreia, com destaque para a boca circular com pequenos dentes pontiagudos em disposição circular.
Região anterior da lampreia (P. marinus). Imagem ampliada 3,6 vezes em relação à imagem A.

Outro grupo de craniados inclui organismos que apresentam mandíbula, considerada uma importante adaptação evolutiva. Estão incluídos nesse grupo os osteíctes, os condrictes e os tetrápodes, os quais são dotados de quatro membros.

Os osteíctes, como o tucunaré, são conhecidos como peixes ósseos, pois têm esqueleto composto de tecido ósseo. Em alguns dos representantes desse grupo, observa-se a vesícula gasosa ou bexiga natatória, que armazena gases, principalmente o oxigênio abre parênteses O subscrito 2 fecha parênteses ( O 2 ) . Essa estrutura incrementa o processo de trocas gasosas, quando necessário, e possibilita ao animal flutuar na coluna de água. Além disso, as brânquias são cobertas por uma estrutura rígida, o opérculo, que as protege e auxilia na movimentação da água por essas estruturas. Alguns de seus representantes, como a piramboia, podem apresentar pulmões.

Tucunaré (C. ocellaris): pode atingir aproximadamente 91 centímetros 91  cm de comprimento.

Fotografia de um peixe com corpo arredondado, coloração amarelada com listras e manchas escuras, nadadeira dorsal com espinhos e coloração escura, com destaque para a abertura lateral na cabeça, posterior aos olhos, denominada opérculo.
Tucunaré (Cichla ocellaris).

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Os condrictes, representados pelos tubarões, raias e quimeras, são conhecidos como peixes cartilaginosos, uma vez que o esqueleto deles é composto de cartilagem. Esses peixes são, em sua maioria, marinhos e capazes de perceber vibrações e sinais elétricos na água, o que auxilia, por exemplo, a capturar alimento. Não têm bexiga natatória e, por isso, precisam se manter em movimento na água. O fígado deles, geralmente, é volumoso e preenchido com óleo, reduzindo a densidade do corpo e ajudando na flutuação.

Tubarão-lixa (G. cirratum): pode atingir aproximadamente 3 metros 3  m de comprimento.

Fotografia de um tubarão cinza no fundo do mar. Ele tem corpo alongado, a cabeça arredondada com os olhos pequenos, apresenta duas nadadeiras dorsais. As nadadeiras peitorais são grandes e largas, e ao redor, há corais.
Tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum).

12. Considerando as características gerais dos peixes e refletindo sobre as características dos ambientes terrestres e dos animais que os habitam, quais mudanças você considera que tenham ocorrido ao longo da evolução que favoreceram a ocupação do ambiente terrestre?

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar características que possibilitavam sua sobrevivência no ambiente terrestre, como membros para locomoção, órgãos adaptados para as trocas gasosas do corpo com o ar atmosférico, ovos que não sofressem dessecação quando expostos ao ar, entre outras. Liste as respostas dos estudantes na lousa e as retome em momentos oportunos do capítulo, quando forem citadas como adaptações de cada um dos grupos de tetrápodes.

Os anfíbios que existem atualmente descendem de ancestrais tetrápodos que invadiram o ambiente terrestre. No entanto, eles mantêm dependência da água, principalmente para a reprodução, uma vez que a fertilização dos ovos e o desenvolvimento das larvas ocorrem nesse meio.

Os anfíbios atuais têm pele nua (sem escamas), bastante vascularizada e com produção de muco, auxiliando nas trocas gasosas pela superfície corporal. O formato do corpo é bastante variável. Os quatro membros, quando presentes, são articulados, o que possibilita diversos movimentos, como caminhar, nadar, escalar e saltar. Alguns anfíbios, no entanto, não têm membros e se movem rastejando no ambiente.

Os sapos, por exemplo, pertencem ao grupo dos anuros, animais com quatro membros e sem cauda na fase adulta.

Sapo-cururu (R. marina): pode atingir aproximadamente 25 centímetros 25  cm de comprimento.

Fotografia de um sapo em uma superfície de terra, animal com corpo robusto e arredondado, cabeça pequena e com formato triangular, possui pele amarronzada e manchas escuras.
Sapo-cururu (Rhinella marina).

As salamandras, por exemplo, pertencem ao grupo dos urodelos, animais com corpo alongado e cauda longa.

Salamandra (B. altamazonica): pode atingir aproximadamente 9 centímetros 9  cm de comprimento.

Fotografia de uma salamandra sobre uma folha, animal com corpo comprido e fino, cauda longa, patas curtas, pele lisa com aspecto úmido, coloração em tons de marrom com manchas laranjas.
Salamandra (Bolitoglossa altamazonica).

As cecílias, por exemplo, pertencem ao grupo dos ápodes, animais com cauda curta e que não apresentam membros.

Cecília (S. annulatus): pode atingir aproximadamente 45 centímetros 45  cm de comprimento.

Fotografia de uma cecília sobre um gramado. É um animal com corpo cilíndrico e alongado, segmentado, com coloração escura, semelhante a uma cobra.
Cecília (Siphonops annulatus).

As larvas dos anfíbios são aquáticas e os adultos, terrestres. A pele é úmida, sem escamas e altamente permeável a gases, sendo utilizada também para trocas gasosas. Além do muco, algumas espécies podem ter glândulas de veneno no corpo, a exemplo da perereca kambô. Assim como os peixes, os anfíbios são animais ectotérmicos.

13. Como você considera que o ovo possa ter auxiliado alguns animais na conquista do ambiente terrestre?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir sobre o ovo, nesse caso amniótico, sua estrutura e a importância de seu desenvolvimento. Espera-se que eles reconheçam que o ovo permitiu a reprodução e o desenvolvimento do embrião fora do ambiente aquático, tendo em vista que um dos papéis do ovo é a proteção do embrião contra dessecação.

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Os ancestrais dos répteis, atualmente representados por serpentes, lagartos e tartarugas, por exemplo, foram os primeiros animais a apresentar o ovo amniótico no ambiente terrestre, tornando-se independentes do ambiente aquático durante o desenvolvimento embrionário.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

No ovo amniótico, a casca rígida, porém porosa, e as membranas internas protegem o embrião do estresse mecânico, da dessecação, bem como evitam o contato dele com excretas e possibilitam as trocas gasosas com o ambiente. O saco vitelino, por sua vez, fornece nutrientes ao embrião durante seu desenvolvimento, mantendo-o relativamente isolado do ambiente externo.

Ilustração de um ovo em corte, com formato oval. Há um destaque para a parte externa, a casca. No interior há uma estrutura arredondada com coloração esverdeada, e dentro dela há uma bolsa com coloração amarela e veias finas vermelhas, denominada saco vitelino. Conectado ao saco vitelino, está o embrião, um pequeno lagarto envolto por uma camada.
Representação da estrutura de um ovo amniótico de réptil.

Imagem elaborada com base em: POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 3. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2003. p. 213.

Além do ovo amniótico, os répteis contam com outras características que ajudam a reduzir a perda de água para o ambiente. A pele é seca e coberta por escamas com queratina, no caso de lagartos e serpentes, ou placas, como em crocodilos e jacarés. A respiração é basicamente pulmonar e eles não contam com mecanismos internos de controle de temperatura corporal.

Os répteis são um grupo bastante diverso de animais, com formatos e tamanhos distintos.

As tartarugas marinhas, por exemplo, pertencem ao grupo dos quelônios, animais que, em vez de dentes, têm placas córneas cortantes. Além disso, a parte dorsal do corpo é coberta por carapaça.

Tartaruga-de-pente (E. imbricata): pode atingir aproximadamente 1 vírgula 1 metro 1,1  m de comprimento.

Fotografia de uma tartaruga-de-pente nadando no fundo do mar. Animal com carapaça arredondada, os membros em formato de nadadeiras e cabeça pequena, tem coloração em tons de marrom com amarelo.
Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata).

Os jacarés, por exemplo, pertencem ao grupo dos crocodilianos, animais que têm quatro pernas, membranas entre os dedos e cauda achatada lateralmente, o que auxilia na movimentação na água.

Jacaré-de-papo-amarelo (C. latirostris): pode atingir aproximadamente 3 vírgula 5 metros 3,5  m de comprimento.

Fotografia de um jacaré-de-papo-amarelo ao lado de um corpo d’água. Ele é um animal com corpo longo e robusto, com a cauda longa, cabeça comprida e triangular, as patas são curtas e, a coloração, é em tons de marrom com manchas escuras.
Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).

As serpentes, por exemplo, a sucuri, pertencem ao grupo dos escamados. Esse grupo tem características bastante variáveis. Além disso, têm o corpo alongado e ausência de membros.

Sucuri-verde (E. murinus): pode atingir 6 metros 6 m de comprimento.

Fotografia de uma sucuri-verde, animal com corpo cilíndrico e extremidade posterior afilada, cabeça pequena, coloração amarelada com manchas escuras.
Sucuri-verde (Eunectes murinus).

Analise a imagem a seguir.

Fotografia de um fóssil em uma rocha. O esqueleto é composto de membro longos, cauda longa e cabeça pequena e triangular, e no entorno, a impressão de penas com o formato de listras no sentido horizontal.
Fóssil de Archaeopteryx litrographica. Na imagem, é possível notar a impressão das penas.

14. Se você fosse o paleontólogo que descobriu o fóssil apresentado na imagem, em que grupo animal o incluiria? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a analisar a imagem e, com base em seus conhecimentos sobre os animais, identificar o possível grupo animal ao qual pertence o espécime fossilizado.

Em 1861, enquanto lascava ardósia em uma pedreira na Alemanha, um trabalhador encontrou um fóssil. Esse poderia ser apenas mais um fóssil de réptil, mas ele tinha uma característica até então não identificada em outros seres vivos: as penas. Embora alguns répteis extintos, como pterossauros, tivessem asas e voassem, as penas eram uma novidade evolutiva. O réptil fossilizado recebeu o nome de Archaeopteryx lithographica e é considerado um ancestral das aves modernas.

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15. Todas as aves têm penas, mas nem todas são capazes de voar, como é o caso dos pinguins, das emas e dos avestruzes. Como você explica esse fato?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a capacidade de voo é resultado de um conjunto de características que não se limitam à presença de asas e penas. Isso pode se justificar pela redução ou extinção da quilha do esterno, prejudicando a inserção de músculos relacionados ao voo, pela redução das asas ou pelas alterações nas penas.

A presença de membros anteriores modificados em asas e o corpo coberto por penas não são as únicas características necessárias ao voo. As aves atuais que têm capacidade de voo apresentam diversas especificidades que possibilitam esse tipo de locomoção. A seguir, são abordadas algumas delas.

  • As penas, principalmente das asas, apresentam estrutura que as torna rígidas, possibilitando a propulsão e a sustentação do voo.
  • A bexiga urinária é ausente. Assim, urina não é armazenada no organismo, mas eliminada na forma semissólida, com as fezes, ajudando a reduzir a massa do animal.
  • Os dentes são ausentes e as mandíbulas são substituídas pelo bico, ajudando a reduzir a massa do animal.
  • O esqueleto tem várias modificações. Uma delas é a fusão de diversos ossos, como algumas vértebras da coluna vertebral, o que o torna mais rígido e capaz de sustentar o corpo durante o voo. O osso esterno conta com uma protuberância, chamada quilha, na qual se inserem músculos peitorais relacionados ao voo. Além disso, os ossos são chamados de pneumáticos, pois neles há espaços preenchidos por ar, característica que ajuda a reduzir massa corporal.
  • O sistema respiratório é composto de pulmões e sacos aéreos. A presença de tais estruturas amplia a superfície para trocas gasosas, tanto na inspiração como na expiração, e possibilita que os pulmões recebam ar rico em gás oxigênio. Essas características aumentam a eficiência energética nas aves, essencial para o voo, já que é uma atividade que demanda intenso gasto energético.
Ilustração de uma ave de perfil em corte, na qual na cabeça há uma indicação do bico, e nas asas há destaque para as penas. No interior do animal, há destaque para as vértebras fundidas, na região dorsal, um osso inteiro em posição horizontal, com pequenas reentrâncias, na região peitoral. Está indicado a quilha, osso achatado e plano, e o saco aéreo, um saco arredondado grande entre as vértebras fundidas e a quilha.
Representação de ave e algumas estruturas internas que auxiliam no voo.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um osso longo em corte. No interior há estruturas ósseas finas conectando as duas superfícies e entre elas há buracos e espaços vazios.
Representação de osso pneumático de ave em corte longitudinal.

Imagens elaboradas com base em: CORNELL Lab. All About Bird Anatomy. Disponível em: https://s.livro.pro/x64qa9. Acesso em: 19 ago. 2024.

As aves são animais endotérmicos, ou seja, capazes de controlar a temperatura corporal por meio de sistemas internos. Nesse sentido, as penas, além de auxiliar no voo, atuam na manutenção da temperatura corporal. Assim como a maioria dos répteis, a reprodução das aves envolve a postura de ovos amnióticos no ambiente terrestre.

16. Qual é a possível vantagem de a temperatura do corpo de um animal permanecer relativamente constante, independentemente da temperatura do ambiente?

Resposta: Essa característica auxilia na sobrevivência em ambientes variados, tendo em vista que o controle dessa temperatura favorece o funcionamento adequado do organismo e, em casos específicos, possibilita a atividade noturna, quando não há iluminação solar direta, por exemplo.

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17. Observe o dorso de sua mão. Quais características identificáveis na pele que recobre essa parte do corpo humano são exclusivas de mamíferos?

Resposta: O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as características gerais dos mamíferos com base na observação de uma parte do corpo humano. Espera-se que eles citem os pelos.

Nós, seres humanos, assim como tantas outras espécies de animais, somos mamíferos. O que nos faz pertencer a esse grupo? Ao observar a pele que recobre nosso corpo, é possível identificar uma das características que nos tornam mamíferos: os pelos.

Característica exclusiva dos mamíferos, os pelos estão presentes, em pelo menos parte do ciclo de vida, em todos os animais desse grupo. De modo geral, os pelos ajudam no controle da temperatura corporal, evitando a perda excessiva de calor para o ambiente. Em determinados mamíferos, no entanto, alguns pelos são modificados e podem atuar na proteção dos animais e na percepção tátil. Confira os exemplos a seguir.

Nos ouriços, por exemplo, parte dos pelos é modificada em espinhos, auxiliando na proteção.

Ouriço-amarelo (S. insidiosus): pode atingir aproximadamente 80 centímetros 80  cm de comprimento.

Fotografia de um ouriço-amarelo pendurado em um galho de árvore, animal quadrúpede, com focinho curto, com destaque para os espinhos de coloração amarelada que recobrem corpo.
Ouriço-amarelo (Sphiggurus insidiosus).

Nos gatos domésticos, por exemplo, as vibrissas são pelos modificados que, de maneira geral, ocorrem na face e atuam na percepção tátil.

Gato doméstico: o tamanho varia de acordo com a raça.

Fotografia de um gato em meio a vegetação, com destaque para as vibrissas, que são os pelos longos ao redor da boca, conhecidos como bigode.
Gato doméstico.

Entre os vertebrados, os mamíferos são o grupo de animais com a maior variedade de glândulas. É possível citar, por exemplo, as glândulas sudoríferas, as sebáceas, as odoríferas e as mamárias, sendo estas últimas o único tipo presente em todos os mamíferos. Nas fêmeas, as glândulas mamárias são mais desenvolvidas e atuam na produção do leite, que alimenta a prole durante parte do ciclo de vida. Já nos machos, são rudimentares e não atuam na produção de leite.

18. Qual é a importância do leite materno para a prole?

Resposta: O leite materno é responsável por fornecer todos os nutrientes de que os filhotes de mamíferos necessitam durante sua fase inicial de crescimento. Além disso, contém elementos que ajudam na continuação do desenvolvimento do trato gastrointestinal, bem como no fortalecimento da imunidade da prole.

Além de pelos, os mamíferos podem ter unhas, garras, cascos, chifres e cornos.

Os mamíferos são animais endotérmicos, o que possibilita que estejam presentes em praticamente todos os ambientes da Terra. Sua respiração é pulmonar, mesmo nos mamíferos aquáticos, e o sistema nervoso é considerado o mais complexo entre os vertebrados.

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O tráfico de animais silvestres é um dos crimes de maior incidência no Brasil e no mundo e contribui para a extinção de diversas espécies.

a ) Junte-se a um colega e façam um levantamento em meios de comunicação, como revistas, jornais e sites oficiais, a respeito do tráfico de animais silvestres. Coletem informações sobre esse tipo de atividade no Brasil e no mundo, identificando por que ela prejudica a diversidade de seres vivos e propondo medidas individuais, coletivas e governamentais para reduzir esse tipo de atividade criminosa.

Resposta: Os estudantes podem propor medidas como intensificação da fiscalização da punição aos envolvidos; conscientização da população em não comprar animais vítimas do tráfico; melhoria das condições de fiscalização; aumento de canais de denúncia.

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ATIVIDADES

1. Reescreva as afirmativas em seu caderno substituindo as letras (A a J) pelos termos que constam a seguir.

anelídeos

tentáculos

ambulacral

nematódeos

platelmintos

articulados

filtrar

exoesqueleto

marinhos

cerdas

conchas

poríferos

a ) Os A são animais invertebrados e aquáticos que dependem do fluxo de água para B o alimento.

b ) Os cnidários são animais invertebrados, aquáticos, com C ligados à boca e uma cavidade na qual ocorre digestão, circulação e excreção.

c ) Os D são animais invertebrados, de corpo mole e achatado, que apresentam cefalização.

d ) Os moluscos são animais invertebrados, que podem ter uma ou duas E. Algumas espécies vivem na água, enquanto outras são terrestres.

e ) Os F são animais invertebrados com corpo cilíndrico, alongado e coberto por cutícula. Há espécies parasitas e outras de vida livre.

f ) Os G são animais invertebrados com corpo segmentado em anéis. Algumas espécies têm H espalhadas pelo corpo, que auxiliam na locomoção.

g ) Os artrópodes são animais invertebrados que se caracterizam por ter membros I e o corpo coberto por um J.

h ) Os equinodermos são exclusivamente K e apresentam sistema L, que ajuda nos processos de excreção, respiração, locomoção e captura de alimentos.

Resposta: A: poríferos; B: filtrar; C: tentáculos; D: platelmintos; E: conchas; F: nematódeos; G: anelídeos; H: cerdas; I: articulados; J: exoesqueleto; K: marinhos; L: ambulacral.

2. A flutuação dos peixes na coluna-d'água é resultado da alteração de densidade desses animais em relação ao meio em que vivem. A densidade é uma grandeza definida por d é igual a m sobre V d = m V , em que d é a densidade, metro m é a massa e V V , o volume.

A estabilidade do peixe na coluna-d'água também sofre influência direta de duas forças que atuam nos animais presentes nesse meio: a força peso abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, P, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses ( P ) e o empuxo abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, E, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses ( E ) . A relação entre essas forças determina se um corpo submerso afunda ou flutua.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de três peixes dentro da água com destaque para a vesícula gasosa no interior dos peixes, um saco com formato alongado. Os peixes têm a indicação das letras A, B e C e, cada um apresenta uma seta atravessando o corpo na vertical com indicação para cima correspondendo ao vetor E; e para baixo correspondendo ao vetor P. No peixe A está indicado que E é igual a P. No peixe B está indicado que E é maior do que P; e no peixe C está indicado que E é menor do que P.
Representação da atuação das forças abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, P, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses ( P ) e abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, E, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses ( E ) em um peixe, em diferentes níveis da coluna-d'água (A, B e C).

Imagem elaborada com base em: SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia animal: adaptação e meio ambiente. 5. ed. São Paulo: Editora Santos, 2002. p. 453.

a ) Diferencie força peso de empuxo.

Resposta: A força peso corresponde ao produto da massa de um corpo pela gravidade (P igual a m vezes g P = m · g ) e atua nos corpos com massa próximos à superfície da Terra, de cima para baixo (em direção ao centro da Terra). Já o empuxo é uma força vertical que atua de baixo para cima, sobre qualquer corpo que esteja imerso em um fluido.

b ) Analisando a imagem, elabore uma explicação, para as três situações (A, B e C) representadas. Para isso, utilize esquemas com imagens e textos, para a atuação da bexiga natatória na flutuação dos peixes na coluna de água, considerando a densidade, a força peso e o empuxo.

Resposta: Espera-se que os estudantes expliquem em seus esquemas que, para subir na coluna de água, os peixes inflam as vesículas gasosas, reduzindo sua densidade a fim de flutuar. Para que o peixe fique em equilíbrio na coluna de água, a quantidade de gás dentro da vesícula gasosa deve permitir que as forças de empuxo e peso se igualem. Se a força de empuxo for menor do que a força peso, o peixe afunda. Em contrapartida, se a força de empuxo for maior, o peixe flutua.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

b ) Analisando a imagem, elabore uma explicação para as três situações (A, B e C) representadas. Para isso, escreva um texto denotando a atuação da bexiga natatória na flutuação dos peixes na coluna de água. Considere a densidade, a força peso e o empuxo.

Resposta: Espera-se que os estudantes expliquem que, para subir na coluna de água, os peixes inflam as vesículas gasosas, reduzindo sua densidade a fim de flutuar. Para que o peixe fique em equilíbrio na coluna de água, a quantidade de gás dentro da vesícula gasosa deve permitir que as forças de empuxo e peso se igualem. Se a força de empuxo for menor do que a força peso, o peixe afunda. Em contrapartida, se a força de empuxo for maior, o peixe flutua.

c ) Proponha um roteiro para investigar a atuação da bexiga natatória na flutuação dos peixes em ambientes com diferentes concentrações de sal, simulando os ambientes dulcícolas e salgados.

Resposta pessoal. Uma possibilidade é realizar a investigação adicionando sal à água, de modo a simular os ambientes de água salgada em comparação com os dulcícolas.

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3. Analise o gráfico apresentado e responda às questões.

Animais ectotérmicos e endotérmicos

Ilustração de um gráfico de linha. No eixo vertical está a temperatura corporal em graus Celsius de 0 a 40. No eixo horizontal está a temperatura ambiental em graus Celsius, de 0 a 40. Há uma linha A, em marrom, que se inicia em 37 graus no eixo vertical e segue horizontalmente até a temperatura entre 30 e 40 graus no eixo horizontal. Há uma linha reta B, em verde, que se inicia próxima ao ponto zero no eixo vertical e é crescente até o ponto de 37 graus no eixo vertical e entre 30 e 40 graus no eixo horizontal.

Fonte de pesquisa: PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 701.

a ) O que você pode concluir ao analisar as temperaturas corporais do animal A e do animal B em relação à temperatura ambiente?

Espera-se que os estudantes respondam que a temperatura corporal do animal A se manteve relativamente constante, independentemente da variação da temperatura ambiente. Já a temperatura corporal do animal B variou de acordo com a temperatura ambiente.

b ) Qual dos animais é endotérmico? E qual é ectotérmico? Justifique sua resposta.

Espera-se que os estudantes respondam que o animal A é endotérmico, pois aparentemente apresenta mecanismos internos de controle de temperatura do corpo, a qual não sofreu alteração. Já o animal B é ectotérmico, pois aparentemente depende do ambiente para manter sua temperatura corpórea.

c ) Qual é a principal fonte de calor do animal A e do animal B?

O animal A, por ser endotérmico, tem como principal fonte de calor o metabolismo. Já o animal B, por ser ectotérmico, tem a luz solar como principal fonte de calor.

4. Leia as afirmativas a seguir sobre os cordados e identifique a alternativa correta.

a ) Todos os peixes têm mandíbula e esqueleto ósseo.

b ) O saco vitelino presente no ovo dos répteis, por exemplo, possibilita as trocas gasosas entre o ambiente e o embrião.

c ) Os anfíbios têm pele úmida e pouco vascularizada, o que favorece as trocas gasosas.

d ) Os sacos aéreos são essenciais para o voo das aves, pois, por meio deles, os pulmões recebem ar rico em gás oxigênio, aumentando a eficiência energética para o voo.

e ) Os pelos presentes nos mamíferos auxiliam no controle da temperatura corporal, evitando o ganho excessivo de calor do ambiente.

Resposta: Alternativa d.

5. O ser humano se relaciona com outros animais de diferentes maneiras, sendo uma delas o estabelecimento das relações sinantrópicas, que podem ser prejudiciais à saúde e ao bem-estar dos seres humanos. Os animais sinantrópicos são aqueles que se favorecem das condições ambientais criadas pela urbanização, invadindo esses ambientes em busca de recursos, como abrigo e alimento. Sobre esse tema, leia o trecho de reportagem a seguir.

Os cuidados para evitar animais sinantrópicos no verão
Calor e chuvas aumentam o risco de proliferação de baratas, ratos, carrapatos, mosquitos, escorpiões e outros tipos de pragas urbanas que oferecem risco à saúde da população

PREFEITURA DE SÃO PAULO. Secretaria Municipal da Saúde. Os cuidados para evitar animais sinantrópicos no verão. 18 dez. 2023. Disponível em: https://s.livro.pro/8izjze. Acesso em: 19 ago. 2024.

a ) Identifique a que grupos de seres vivos pertence cada um dos animais citados no trecho de reportagem.

Resposta: Baratas, carrapatos, mosquitos e escorpiões: artrópodes; ratos: mamíferos.

b ) Como o trecho de reportagem pode ser relacionado com o enunciado desta questão?

Resposta: Alguns mosquitos e os ratos, exemplos de animais sinantrópicos, podem transmitir microrganismos causadores de doenças, como dengue e leptospirose.

c ) Faça uma pesquisa junto aos órgãos ambientais e de saúde sobre possíveis problemas envolvendo animais sinantrópicos no município onde você vive. Faça um levantamento de dados e proponha medidas que ajudem a reduzir os danos relacionados a esses animais na comunidade.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é que os estudantes conheçam a realidade do local onde vivem e reflitam sobre maneiras de atuar como cidadãos ativos na sociedade. As propostas sugeridas dependem da realidade de cada município e dos problemas observados, mas podem ser propostas medidas como remoção de entulhos, destinação adequada dos resíduos sólidos, higienização dos ambientes, limpeza de locais com acúmulo de água e manutenção de caixa-d'água, deixando-as limpas e fechadas.

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6. Analise a imagem a seguir, que mostra alguns dados sobre a biodiversidade da Caatinga.

Cartaz. À esquerda está escrito biodiversidade da caatinga. No centro há um círculo maior verde com uma pequena abertura, e dentro dele há um círculo azul. Ao longo dos círculos há ilustrações de silhueta de animais e números. No círculo verde, em sentido anti-horário, há um felino, e escrito espécies de vertebrados, um felino menor e escrito 133 mamíferos, em seguida há uma ave e escrito 548 aves, há um peixe e escrito 386 peixes, depois uma cobra e escrito 196 répteis e por último, um sapo e escrito 98 anfíbios. No círculo azul, em sentido horário, há uma borboleta e escrito espécies de invertebrados, após, uma abelha e escrito 94 abelhas, em seguida uma formiga e escrito 276 formigas e por último uma aranha e escrito 93 aranhas.
Cartaz da ONG A Caatinga, 2022.

a ) Entre os vertebrados, qual é o grupo com maior quantidade de espécies identificadas?

Resposta: Aves.

b ) A que grupo de animais pertencem os invertebrados listados na imagem?

Resposta: Artrópodes.

c ) Pesquise em fontes de informação confiáveis e indique uma espécie de cada grupo de animais apresentados na imagem encontrados na Caatinga.

Resposta pessoal. Comentários nas Orientações para o professor.

d ) Em quais estados brasileiros se encontra o bioma da Caatinga e quais são as principais características de clima e vegetação desse bioma? Se necessário, faça uma pesquisa.

Resposta: A Caatinga abrange os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e Minas Gerais. O clima da Caatinga é semiárido, com temperaturas médias elevadas e longos períodos sem precipitação. Essas condições interferem na vegetação, que se caracteriza por apresentar adaptações para evitar a perda de água e para se desenvolver em solo rochoso. De modo geral, as plantas apresentam baixa estatura e caules pouco espessos e tortuosos. Também são comuns espécies com superfície foliar reduzida, como os cactos.

7. Leia a afirmativa a seguir e responda às questões propostas.

Os ancestrais de répteis, aves e mamíferos foram os primeiros a apresentar o ovo amniótico no ambiente terrestre. Sabe-se também que os ancestrais de um desses grupos de animais foram os primeiros a se tornarem independentes do ambiente aquático.

a ) Os ancestrais de qual grupo de animais, citado no texto, são responsáveis por conquistar a independência do ambiente aquático?

Resposta: Répteis.

b ) Quais são as características do ovo amniótico que possibilitou a conquista definitiva desses animais no ambiente terrestre?

Resposta: Esse tipo de ovo tem a casca rígida, porosa e membranas internas que protegem o embrião do estresse mecânico e da dessecação. Além disso, evitam o contato do embrião com excretas e possibilitam as trocas gasosas com o ambiente.

RETOME O QUE ESTUDOU

Refletindo sobre o que estudou nesta unidade, responda às questões a seguir.

1. Suponha que você explicará a uma pessoa como a alimentação variada e equilibrada é essencial para o funcionamento adequado das células humanas e, consequentemente, do organismo. Utilizando um editor de apresentação, elabore um esquema com imagens e textos explicativos que represente a importância de diferentes nutrientes para a célula, bem como a fonte alimentar de cada um deles.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

1. Suponha que você explicará a uma pessoa como a alimentação variada e equilibrada é essencial para o funcionamento adequado das células humanas e, consequentemente, do organismo. Com um colega, utilizando um editor de apresentação, elaborem um esquema com imagens e textos explicativos que represente a importância de diferentes nutrientes para a célula, bem como a fonte alimentar de cada um deles.

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes a associar a alimentação variada e equilibrada ao funcionamento adequado das células e, consequentemente, do organismo, tendo uma visão microscópica (células) em relação à macroscópica (organismo). Eles podem incluir em seu esquema a imagem de uma célula eucariótica, em corte, e indexar textos explicativos referentes a cada molécula, orgânica e inorgânica, em porções da célula, como membrana, citoplasma e material genético.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. Oriente-os a inicialmente conversar sobre a importância de diferentes nutrientes para a célula. Peça ao estudante não vidente que cite alimentos que contenham cada um dos nutrientes abordados por eles. Por fim, solicite-lhes que juntos elaborem a apresentação.

2. Elabore um esquema com imagens e textos explicativos que represente uma célula animal ou vegetal com as organelas presentes nelas. Escreva o papel de cada organela representada em seu esquema.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

2. Escreva em seu caderno o nome das organelas presentes em uma célula animal ou vegetal. Em seguida, escreva o papel de cada organela listada.

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes a identificar cada estrutura que compõe uma célula animal ou vegetal, bem como reconhecer a importância de cada uma dessas estruturas para o funcionamento adequado das células.

3. Escolha um tipo de transporte de substâncias que ocorre na membrana plasmática e elabore um esquema com imagens e textos explicativos que o represente.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

3. Escolha um tipo de transporte de substâncias que ocorre na membrana plasmática e explique-o para um colega.

Resposta: A resposta dependerá do transporte de substâncias escolhido pelos estudantes. Eles poderão escolher entre transporte ativo, que ocorre contra um gradiente de concentração, ou passivo, que ocorre a favor de um gradiente de concentração.

4. Ao longo de uma semana, anote três situações em seu dia a dia que envolvam organismos microscópicos de grupos distintos. Identifique os grupos a que pertencem e descreva as principais características deles.

5. No início da unidade, você descreveu, com suas palavras, as características de plantas e de animais. Como seria essa descrição após o estudo deste capítulo?

6. Em um minuto, escreva, em um pedaço de papel, uma característica específica de cada grupo de craniados: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Após esse tempo, entregue as anotações ao professor e, com a turma, elabore um ou mais esquemas sobre essas especificidades.

Respostas nas Orientações para o professor.

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MAIS QUESTÕES

1. (UEM-PR) Assinale o que for correto em relação ao estudo das células, possibilitado pela microscopia.

01 ) Com o desenvolvimento das técnicas microscópicas, descobriu-se que as células de bactérias não têm núcleo.

02 ) Considere-se que alguns microscópios ópticos possibilitam aumento de até 1.500 vezes. Nesse instrumento, usando essa capacidade máxima de aumento, uma célula de 0 vírgula 0 1 milímetro 0,01 mm de diâmetro terá sua imagem no tamanho de 15 centímetros 15 cm .

04 ) Considerando-se que, a olho nu, podem-se distinguir pontos que estejam a 0 vírgula 1 milímetro 0,1 mm de distância um do outro, então um óvulo humano de 130 micrômetros abre parênteses micrômetro fecha parênteses ( μm ) de diâmetro é visível a olho nu, sabendo-se que 1 micrômetro é igual a 10 elevado a menos 3 milímetro 1 μm = 10 3  mm .

08 ) Os vírus são seres vivos cujas células são observáveis por microscópios eletrônicos.

16 ) Para mensurar células de dimensões menores que 1 micrômetro abre parênteses micrômetro fecha parênteses ( μm ) , costuma-se usar a unidade nanômetro abre parênteses nanômetro fecha parênteses ( nm ) , que equivale a 10 elevado a menos 9 metros 10 9  m . Uma célula de 1 nanômetro 1 nm é, portanto, um milhão de vezes menor que 1 metro 1 m .

Resposta: Soma: 01 mais 0 4 é igual a 0 5 01 + 04 = 05 . Resolução nas Orientações para o professor.

2. (UFJF-MG) Ao longo da evolução celular, células animais e vegetais sofreram pressão de seleção distinta e apresentam, nos dias atuais, algumas diferenças em sua composição. São estruturas EXCLUSIVAS da célula vegetal:

a ) cloroplastos e parede celular celulósica.

b ) membrana plasmática e cloroplastos.

c ) mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso.

d ) parede celular e mitocôndrias.

e ) retículo endoplasmático rugoso e retículo endoplasmático liso.

Resposta: Alternativa a.

3. (Enem/MEC) Há muito tempo são conhecidas espécies de lesmas-do-mar com uma capacidade ímpar: guardar parte da maquinaria das células das algas que consomem – os cloroplastos – e mantê-los funcionais dentro das suas próprias células, obtendo assim parte do seu alimento. Investigadores portugueses descobriram que essas lesmas-do-mar podem ser mais eficientes nesse processo do que as próprias algas que consomem.

Disponível em: https://s.livro.pro/k4tmmy. Acesso em: 10 fev. 2015 (adaptado).

Essa adaptação confere a esse organismo a capacidade de obter primariamente:

a ) ácidos nucleicos.

b ) carboidratos.

c ) proteínas.

d ) vitaminas.

e ) lipídios.

Resposta: Alternativa b.

4. (UFSC) A figura abaixo representa a osmose em duas situações nas quais há um recipiente separado por uma membrana permeável à água com dois compartimentos de concentrações diferentes. Na situação A, observa-se o sentido da água do compartimento com a solução semelhante ao interior de uma célula para o compartimento com a solução hipertônica em relação à concentração celular. Na situação B, observa-se o sentido da água do compartimento com a solução hipotônica em relação à concentração celular para a solução semelhante ao interior de uma célula.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração representando duas situações. A situação A: identificada como hipertônica (solutos concentrados no exterior), é composta por um recipiente redondo com uma solução dentro, dividido ao meio por uma estrutura com furos. O lado esquerdo representa o interior da célula e apresenta líquido claro com alguns pontinhos. Há uma seta apontando para direita, dividindo a estrutura e indicando: H 2 O, e no lado direito, nomeado exterior da célula, há líquido com coloração mais escura com muitos pontinhos. A situação B é identificada como hipotônica (solutos diluídos no exterior), composta por um recipiente redondo com uma solução dentro, dividido ao meio por uma estrutura com furos. O lado esquerdo representa o interior da célula e apresenta líquido claro com muitos pontinhos. Há uma seta apontando para esquerda, dividindo a estrutura e indicando H 2 O, e no lado direito, nomeado exterior da célula, há líquido com coloração mais escura com alguns pontinhos.

SADAVA, D.; HELLER, C.; ORIANS, G.; PURVES, B.; HILLIS, D. Vida: a ciência da Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 107.

Sobre a figura, o transporte por membranas e assuntos relacionados, é correto afirmar que:

01 ) o transporte representado é um tipo de transporte ativo.

02 ) na situação A, as hemácias ficam murchas e as células vegetais ficam plasmolisadas.

04 ) considerando o transporte passivo do soluto, os sentidos seriam o mesmo do esquema.

08 ) em contraste às células animais, as células de vegetais, bactérias e fungos possuem paredes celulares que limitam o seu volume e evitam que elas se rompam na situação B.

16 ) na situação A, não ocorre o rompimento da membrana plasmática em protozoários por causa do vacúolo pulsátil.

Resposta: Soma: 02 mais 0 8 é igual a 10 02 + 08 = 10

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5. (Fuvest-SP) Analise o esquema de uma célula adulta.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração da estrutura de uma célula com formato retangular e com indicações em números romanos. Está indicado pelo número 1 a estrutura externa que reveste toda a célula. Está indicado pelo número 2 a estrutura que reveste toda a parte interna. O número 3 indica uma estrutura grande com formato arredondado. E o número 4 indica uma estrutura com formato redondo e uma outra circular menor dentro.

As estruturas I, II, III e IV caracterizam‐se pela presença, respectivamente, de:

a ) glicídeo, lipídeo, água e ácido nucleico.

b ) proteína, glicídeo, água e ácido nucleico.

c ) lipídeo, proteína, glicídeo e ácido nucleico.

d ) lipídeo, glicídeo, ácido nucleico e água.

e ) glicídeo, proteína, ácido nucleico e água.

Resposta: Alternativa a.

6. (Uece) Considerando o processo da divisão celular, assinale a afirmação verdadeira.

a ) A mitose é a redução pela metade do número de cromossomos da célula-mãe, de forma que de uma célula diploide formam-se duas células haploides.

b ) Nos animais, a meiose é uma divisão característica da formação dos gametas. Ela ocorre por duas divisões sucessivas: a meiose I e a meiose II.

c ) Das duas divisões meióticas, a primeira é equacional e a segunda é reducional, de forma que, ao final, uma célula origina quatro gametas.

d ) Na meiose I ocorre a separação das cromátides-irmãs e, ao final dessa etapa, tem-se quatro células haploides.

Resposta: Alternativa b.

7. (UEA-AM) O conceito biológico de espécie é: grupos de populações naturais reais ou potencialmente intercruzantes, os quais geram descendência fértil e que são reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos.

De acordo com essa definição, são considerados dois seres vivos da mesma espécie:

a ) o siri e o caranguejo-ermitão.

b ) a ema e o avestruz.

c ) a rã-touro e o sapo-cururu.

d ) o golfinho e o boto-cor-de-rosa.

e ) o labrador e o dálmata.

Resposta: Alternativa e.

8. (UFJF-MG) O cladograma abaixo apresenta os grandes grupos vegetais. Associe as letras do cladograma às características evolutivas listadas:

Ilustração de um cladograma, com uma reta perpendicular para direita, na qual dela partem retas perpendiculares para a esquerda com indicações. Primeira reta: algas verdes: grupo externo. Há duas indicações entre a primeira e a segunda reta, primeira indicação: gametângios revestidos por células estéreis e segunda indicação: embrião retido no gametângio feminino. Segunda reta: briófitas, e entre a segunda e terceira reta, está a indicação A. Terceira reta: pteridófitas e entre a terceira e quarta reta, está a indicação B. Quarta reta: gimnospermas e entre a quarta e quinta reta, a indicação C. Na extremidade final do cladograma está indicado: angiospermas.

a ) A: flores e frutos, B: sementes, C: vasos condutores de seiva.

b ) A: sementes, B: vasos condutores de seiva, C: clorofila.

c ) A: sementes, B: vasos condutores de seiva, C: flores e frutos.

d ) A: vasos condutores de seiva, B: flores e frutos, C: sementes.

e ) A: vasos condutores de seiva, B: sementes, C: flores e frutos.

Resposta: Alternativa e.

9. (Enem/MEC) Durante a evolução das plantas, ocorreu uma transição do ambiente aquático para o ambiente terrestre graças ao surgimento de algumas estruturas que as tornaram independentes da água. Esse fato permitiu maior dispersão desse grupo de seres vivos, sendo possível observá-los em diferentes ambientes na atualidade.

Qual estrutura possibilitou a independência da água para a fecundação dos seres vivos citados acima?

a ) Fruto.

b ) Esporo.

c ) Semente.

d ) Tubo polínico.

e ) Vaso condutor.

Resposta: Alternativa d.

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10. (Uesb-BA) A evolução dos animais é marcada pelo expressivo aumento da complexidade corporal, com o surgimento de estruturas e sistemas especializados na respiração, digestão, circulação, sistema nervoso etc. A presença dessas estruturas e sistemas varia nos diferentes grupos de animais, constituindo um importante critério para a classificação evolutiva desses seres. Sob a luz da evolução e tendo em vista as características anatômicas e fisiológicas dos diferentes grupos animais, assinale a alternativa correta.

a ) O sistema digestório com fluxo unidirecional dos cnidários e dos platelmintos é um marco evolutivo nos animais aquáticos.

b ) As trocas gasosas cutâneas ou tegumentares por difusão caracterizam um marco evolutivo na respiração dos anfíbios jovens.

c ) Animais como os artrópodes, que apresentam sistema circulatório fechado, são um marco evolutivo na filogenia dos animais terrestres.

d ) O sistema nervoso das esponjas é uma organização difusa (sistema nervoso difuso) relacionada à simetria bilateral, promovendo uma vantagem adaptativa a esses animais.

e ) Animais que apresentam a cefalização, como os crustáceos, foram positivamente selecionados, pois essa condição imprimiu vantagens adaptativas a esses seres.

Resposta: Alternativa e.

11. (UFT-TO) O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do estado do Tocantins (MONAF-TO) fica no município de Filadélfia, estado do Tocantins, próximo à fronteira com o estado do Maranhão. No local são encontradas plantas fossilizadas do Período Permiano da Era Paleozoica, o que remonta a um período entre 250 e 295 milhões de anos passados. Dentre as espécies fossilizadas, destacam-se caules de diversas pteridófitas arborescentes e gimnospermas. Essa flora do passado é diferente da flora encontrada atualmente no local, onde predominam angiospermas de vários tipos. O estudo dos fósseis dessas plantas é essencial para compreender o padrão evolutivo das plantas na Terra.

Analise as seguintes afirmativas sobre as características dos três grupos de plantas citados anteriormente.

I ) O ciclo de vida alternante é uma condição encontrada apenas em gimnospermas.

II ) Os vasos condutores de seiva estão ausentes na flora fossilizada do MONAF-TO.

III ) As sementes das angiospermas desenvolvem-se no interior do ovário, que origina o fruto.

IV ) O esporófito diploide é a fase predominante do ciclo de vida alternante das gimnospermas.

V ) As pteridófitas foram abundantes no Período Permiano e hoje encontram-se extintas no planeta.

Assinale a alternativa CORRETA.

a ) Apenas as afirmativas I, II e V estão corretas.

b ) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.

c ) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

d ) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

Resposta: Alternativa d.

12. (Unicamp-SP) Durante uma visita ao Museu de Zoologia do Instituto de Biologia da UNICAMP, alunos do ensino médio puderam observar a diversidade de formas de vida e a classificação dos vertebrados.

Imagem sem proporção.

Ilustração de um cladograma, com uma reta perpendicular para direita, na qual dela partem retas perpendiculares para a esquerda. Há indicações com números romanos. Primeira reta: indicada por 1 e na extremidade há um sapo. Entre a primeira e segunda reta, há indicação do número 2. Segunda reta: indicada pelo número 3 e na extremidade há um tucano. Entre a segunda linha e o final do cladograma há indicação do número 4 em algarismo romano. Na ponta final do cladograma há um macaco.

Assinale a alternativa que indica corretamente as características (i), (ii), (iii) e (iv) apresentadas no cladograma acima.

a ) (i) fase larval e adulta no meio terrestre; (ii) cório e alantoide; (iii) quatro câmaras cardíacas; (iv) presença de pelos.

b ) (i) respiração cutânea; (ii) quatro câmaras cardíacas; (iii) ausência de dentes; (iv) presença de glândulas mamárias.

c ) (i) fase larval e adulta no meio aquático; (ii) respiração pulmonar; (iii) ausência de dentes; (iv) presença de pelos.

d ) (i) respiração cutânea; (ii) cório e alantoide; (iii) três câmaras cardíacas; (iv) presença de glândulas mamárias.

Resposta: Alternativa b.