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UNIDADE 3

VIDA: FLUXO DE MATÉRIA E ENERGIA

As luzes azuis na água podem até parecer efeitos especiais, mas são, na verdade, um fenômeno natural resultante da proliferação de organismos dinoflagelados com capacidade bioluminescente, isto é, de gerar e emitir luz. Tal fenômeno ocorre predominantemente em ambientes marinhos e pode ser observado em diferentes seres vivos, como os que compõem o plâncton, algumas bactérias, certos invertebrados e alguns órgãos específicos de certos vertebrados.

A bioluminescência resulta de uma reação química que envolve a transformação da substância luciferina pela enzima luciferase. Nessa reação, os organismos transformam energia química em energia luminosa.

a ) Os dinoflagelados Noctiluca scintillans não realizam fotossíntese. Como eles obtêm a energia de que necessitam para a bioluminescência? Explique.

b ) Podemos afirmar que os seres vivos com capacidade bioluminescente interagem energeticamente com o ambiente? Explique.

c ) A quantidade de energia no sistema biológico Noctiluca scintillans é a mesma antes e após a reação de bioluminescência? Justifique sua resposta.

Respostas nas Orientações para o professor.

Nesta unidade, vamos estudar...

  • fotossíntese;
  • respiração celular;
  • fermentação;
  • cadeia alimentar;
  • teia alimentar;
  • fluxo de energia nos sistemas ecológicos;
  • pirâmides ecológicas;
  • ciclos biogeoquímicos;
  • o ser humano e os ciclos biogeoquímicos.

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Fotografia de uma praia vista a noite, com feixes brilhantes e azuis na água. Ao fundo há vegetação.
Fenômeno de bioluminescência resultante de floração de dinoflagelados bioluminescentes (N. scintillans), na Suécia, em 2023.

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CAPÍTULO8

Energia e sistemas ecológicos

Sol

Desde a revolução agrícola, iniciada há cerca de 12 mil anos, muitas culturas passaram a acompanhar o ciclo solar e sua influência na Terra e nas plantações. Construções foram elaboradas para demarcar com precisão, por exemplo, a posição aparente do Sol no céu e a mudança de estações. Por exemplo, no município de Calçoene, estado do Amapá, há um monumento de rochas, construído por indígenas que habitavam a região. Há mais de mil anos essa estrutura favorecia a observação do solstício de inverno, fenômeno que marca o início dessa estação e das chuvas na região.

Fotografia de várias rochas de diferentes tamanhos e formatos próximas umas das outras, organizadas em formato circular.
Monumento de rochas construído por indígenas, no município de Calçoene (AP), em 2015.

Professor, professora: Ao citar o solstício de inverno, se considerar pertinente, explique aos estudantes do que se trata esse fenômeno. Mais informações nas Orientações para o professor.

Conforme estudado anteriormente, o Sol é essencial para a vida na Terra, mas não é o único fator importante para as formas de vida. A seguir, estudaremos como os seres vivos podem utilizar a energia solar para atividades celulares, crescimento e desenvolvimento e sua atuação como sistemas biológicos transformadores de energia.

Seres vivos como transformadores de energia

Para iniciarmos o estudo dos seres vivos como transformadores de energia, responda às questões a seguir.

1. Cite duas formas de energia presentes em seu dia a dia.

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar energias térmica, mecânica, química, luminosa, cinética, entre outras.

2. O que você entende por transformação de energia? Exemplifique.

Resposta pessoal. Os estudantes podem responder que a transformação de energia ocorre quando um tipo de energia é convertido em outro, como o movimento da água gerando energia elétrica.

Em nosso dia a dia, usamos o termo energia para nos referir a diferentes situações. Provavelmente, você o associa à eletricidade ou à lâmpada elétrica, que ilumina artificialmente os ambientes. Isso está correto, mas a energia está presente em diversas outras situações, inclusive nas que envolvem os seres vivos.

Para um ser vivo crescer, desenvolver-se, reproduzir-se e executar diferentes movimentos, como caminhar, correr, voar e nadar, é necessário que haja energia e suas transformações.

Existem diferentes tipos de energia, como a luminosa, a química, a cinética, a mecânica e a térmica. Tais energias são constantemente transformadas no ambiente e nos seres vivos, não podendo ser criadas nem destruídas.

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3. Analise as situações a seguir e converse com um colega sobre os tipos de energia e as transformações energéticas que podem ser relacionadas com as situações representadas nas imagens.

Resposta: Na situação A, é possível perceber a fotossíntese, que transforma energia luminosa em energia química; na situação B, a prática de atividade física (jogar vôlei) envolve a transformação de energia química em energias mecânica e térmica, por exemplo.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

A.

Ilustração de duas pessoas sentadas embaixo de uma árvore com frutos, e segurando nas mãos uma fruta. No céu claro está o Sol.
Representação de ambiente ensolarado com duas pessoas comendo mangas, sentadas sob uma mangueira.

B.

Ilustração de duas pessoas em um gramado, jogando vôlei. A bola está no ar, enquanto uma das pessoas está com o braço estendido para frente na direção da bola, e a outra está com os braços estendidos para frente. Atrás delas, há uma árvore com frutos e, no céu, o Sol.
Representação do mesmo ambiente e das mesmas pessoas da situação A, mas desta vez jogando vôlei.

Na situação A, a energia luminosa proveniente do Sol é captada pela clorofila existente na planta e utilizada na fotossíntese. Nesse processo, a energia luminosa é transformada em energia química, presente nas ligações químicas das moléculas orgânicas formadas, como a glicose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses ( C 6 H 12 O 6 ) e o amido abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 10 O subscrito 5 fecha parênteses subscrito n ( C 6 H 10 O 5 ) n . Parte do carboidrato abre parênteses C H subscrito 2 O fecha parênteses subscrito n ( CH 2 O ) n produzido pela fotossíntese é incorporado aos tecidos vegetais, como os frutos. Ao se alimentar dos frutos, a pessoa ingere esses carboidratos, que após a digestão são convertidos, na presença de gás oxigênio abre parênteses O subscrito 2 fecha parênteses ( O 2 ) , em outro tipo de energia química utilizável pela célula.

Já na situação B, durante a atividade física a energia química resultante da transformação do carboidrato é convertida em energia mecânica, possibilitando a execução de diversos movimentos, como jogar bola. Parte da energia mecânica que move os músculos é convertida em energia térmica (calor), que é dissipada no ambiente.

As transformações de energia que ocorrem nos seres vivos envolvem diferentes processos energéticos. A seguir, estudaremos esse assunto.

Processos energéticos nos seres vivos

A respiração celular é um dos processos de transformação energética que ocorre nas células dos seres vivos, como animais e plantas, na presença de gás oxigênio. Esse processo resulta na transferência da energia contida nas ligações químicas das moléculas orgânicas para ligações químicas de moléculas de adenosina trifosfato (ATP). Essa transferência de energia também ocorre em alguns fungos e bactérias, sem necessidade de gás oxigênio, em um processo chamado fermentação.

As transformações de energia que ocorrem nos seres vivos compõem o metabolismo, que pode ser dividido em anabolismo e catabolismo. De modo geral, no primeiro, as reações químicas produzem moléculas complexas com base em moléculas simples, absorvendo energia. Já no segundo, as reações químicas decompõem moléculas mais complexas em moléculas mais simples, liberando energia.

A transferência de energia que ocorre nas reações metabólicas é altamente organizada e regulada pelas células. Esse controle é exercido principalmente por enzimas e coenzimas, que determinam a quantidade necessária de energia a ser utilizada em cada processo. A energia química liberada na degradação de moléculas da glicose, por exemplo, é armazenada temporariamente em moléculas carreadoras, as quais apresentam ligações químicas ricas em energia e podem ser transportadas rapidamente pela célula, transferindo sua energia para as reações químicas.

Entre as moléculas que participam dos processos energéticos nos seres vivos, podemos citar: ATP (adenosina trifosfato), ADP (adenosina difosfato), FAD (flavina-adenina-dinucleotídeo) e NAD (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo).

Coenzimas:
moléculas que se unem às enzimas para atuar nas reações químicas.

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A ATP é uma das principais moléculas carreadoras das células. Sua estrutura contém uma base nitrogenada (adenina) ligada a um monossacarídeo (ribose), que se une a três grupos fosfato.

Quando ocorre o rompimento da ligação de um dos grupos fosfato do ATP, há a liberação de energia, formando ADP e um íon dihidrogenofosfato abre parênteses H subscrito 2 P O subscrito 4 elevado a início expoente, 2 menos, fim expoente fecha parênteses ( H 2 PO 4 2 ) ou fosfato inorgânico abre parênteses P i fecha parênteses ( Pi ) .

Ilustração de uma estrutura química composta por três partes que são formadas por símbolos de elementos químicos e conectadas por ligações simples, uma linha, ou ligações duplas, duas linhas. A primeira parte, é denominada adenina. Nela, à esquerda está um elemento H ligado a um elemento C por uma linha simples. Esse C faz parte de uma estrutura em formato de pentágono, na qual, a partir dele em sentido horário as ligações são: linha dupla, N, linha simples, C, linha dupla, C, linha simples N, linha simples. A ligação C linha dupla C é comum a uma estrutura ao lado em formato de hexágono, na qual no lugar dos vértices estão os seguintes elementos em sentido horário: C, C, C, N, C, N intercalando entre ligação simples e dupla. Nessa estrutura, o C superior também está ligado ao grupo N H índice 2 por uma linha simples. E o C no canto inferior direito está ligado ao elemento H por uma linha simples. A segunda parte é a estrutura denominada ribose, estrutura em formato de pentágono, na qual, na ponta da lateral esquerda está um elemento H que se liga com a adenina. Na ponta superior do pentágono está o elemento O, nas pontas inferiores estão O H e H, e, na ponta da lateral esquerda está o elemento H, com uma ligação simples para cima, com o grupo C H índice 2. Esse grupo se liga a estrutura da terceira parte da estrutura química. A terceira parte é denominada fosfatos, composta por três estruturas em linha. A primeira estrutura inicia com o elemento P no meio com quatro ligações ao redor: ligação simples para direita com elemento O, que está ligado por uma ligação simples a ribose, ligação simples para cima com elemento O negativo, ligação dupla para baixo com elemento O e, ligação simples para esquerda com elemento O, ligação simples para segunda estrutura. A segunda e terceira estruturas são iguais e se conectam por uma ligação simples. Inicia com P no meio com três ligações, ligação simples para esquerda com elemento O negativo, ligação simples para cima com elemento O, ligação dupla para baixo com elemento O.
Representação de molécula de ATP.

Já na formação de ATP, um grupo fosfato se liga ao grupo fosfato da molécula de ADP, por meio de reações químicas que envolvem absorção de energia. Acompanhe a seguir.

Esquema ilustrativo de um ciclo com setas e estruturas. Inicia com a indicação da letra A, a estrutura adenosina trifosfato A T P, composta por três círculos com a letra P conectados em linha reta. O terceiro círculo está conectado a um pentágono e a ponta de um dos lados, conectado a um retângulo. Uma seta aponta para indicação da letra B, com dois círculos conectados em linha reta com a letra P dentro. Um deles está conectado a um pentágono e a ponta de um dos lados, conectado a um retângulo. Ao lado dos dois círculos há uma estrutura com bordas pontiagudas, saindo dela duas setas, uma com a indicação de energia e outra com indicação P i. Ao lado há outra seta apontando para indicação da letra C, com a estrutura adenosina difosfato A D P, composta por dois círculos conectados em linha reta com a letra P dentro, com o segundo conectado a um pentágono e a ponta de um dos lados, conectado a um retângulo. Dessa parte sai uma seta voltando para letra A. Ao lado também há duas setas em direção ao ciclo, uma com um balão com bordas pontiagudas com a indicação de energia e outra seta com indicação P.
Representação da formação do ATP (A) e da quebra do ATP (B), com consequente formação de ADP (C).

Imagens elaboradas com base em: RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 103-104.

Professor, professora: Ao abordar a transformação de ATP em ADP, e vice-versa, explique aos estudantes que Pi é a abreviatura para a representação do íon fosfato inorgânico e P é a representação do grupo fosfato.

Outra maneira de obter energia no organismo é por meio do transporte de elétron. Em algumas reações químicas, as substâncias podem perder ou ganhar elétrons.

Quando há ganho de elétrons, ocorre redução; quando há perda, oxidação. Essas reações, chamadas oxirredução, acontecem simultaneamente.

Quando uma molécula perde um átomo de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) , sofre oxidação, pois também está perdendo um elétron. Já quando recebe um átomo de hidrogênio, sofre redução, porque também está ganhando um elétron.

Moléculas como a glicose, ricas em energia, são metabolizadas por meio de uma série de reações químicas de oxidação. As moléculas intermediárias dessas reações químicas doam elétrons para coenzimas específicas. Entre as coenzimas mais importantes estão N A D sobrescrito mais NAD + , N A D P sobrescrito mais NADP + (fosfato-de-nicotinamida-adenina-dinucleotídeo) e F A D FAD .

Enquanto N A D NAD e F A D FAD estão, geralmente, envolvidos em reações de catabolismo, como a fermentação e a respiração, o N A D P NADP participa de reações de anabolismo, como fotossíntese e quimiossíntese.

Quando uma molécula de hidrogênio é acoplada ao N A D NAD , F A D FAD ou N A D P NADP , essas coenzimas deixam sua forma natural oxidada e passam a se apresentar na forma reduzida: N A D H NADH , F A D H subscrito 2 FADH 2 e N A D P H NADPH . Confira o quadro "Oxirredução" que apresenta as formas reduzidas e oxidadas de algumas moléculas.

Oxirredução
Forma oxidada Forma reduzida

N A D sobrescrito mais NAD +

N A D H NADH

N A D P sobrescrito mais NADP +

N A D P H NADPH

F A D sobrescrito mais FAD +

F A D H subscrito 2 FADH 2

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Fotossíntese

4. Qual é a importância da fotossíntese para os seres vivos heterotróficos?

Resposta: A fotossíntese possibilita aos seres vivos heterotróficos a fixação e a transferência da energia solar por meio da alimentação. Dessa maneira, é um dos processos que mantêm a base das pirâmides alimentares.

A fotossíntese é o processo biológico que possibilita o aproveitamento direto ou indireto da energia da luz solar pelos seres vivos. Além disso, ela interfere na composição da atmosfera terrestre e foi essencial para o surgimento dos organismos aeróbios há bilhões de anos.

Esse processo é realizado por seres vivos fotoautotróficos, como algumas bactérias, algas e a maioria das plantas. Eles utilizam a energia da luz solar e de moléculas inorgânicas, como água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) e gás carbônico abre parênteses CO subscrito 2 fecha parênteses ( CO 2 ) , para produzir moléculas orgânicas – os açúcares, em sua maioria trioses, ou seja, carboidratos de três carbonos. Apesar disso, essas trioses podem ser utilizadas para produzir a glicose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses ( C 6 H 12 O 6 ) , que, normalmente, é um produto da reação de fotossíntese.

Confira a seguir a equação química simplificada da fotossíntese.

6 C O subscrito 2 mais 6 H subscrito 2 O expressão com detalhe acima, início da expressão, seta para a direita, fim da expressão, início do detalhe acima, energia luminosa, fim do detalhe acima C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 mais 6 O subscrito 2 6   CO 2 + 6   H 2 O energia luminosa C 6 H 12 O 6 + 6   O 2

Ícone para acessar o objeto digital carrossel de imagens.

Na fotossíntese, a molécula de água perde dois átomos de hidrogênio e dois elétrons, oxidando-se e formando uma molécula de gás oxigênio. Os átomos de hidrogênio são incorporados à molécula de gás carbônico por meio de uma reação de redução, transformando-se em um carboidrato.

Em uma reação química, os reagentes combinam-se entre si para formar os produtos. A reação química pode ser expressa por uma equação. No caso da equação química simplificada da fotossíntese, CO subscrito 2 CO 2 e H subscrito 2 O H 2 O são os reagentes, enquanto C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 C 6 H 12 O 6 e O subscrito 2 O 2 são os produtos.

Nessa equação, além da fixação do carbono, que resulta na produção da glicose (açúcar), há liberação de gás oxigênio. Por isso, a fotossíntese não só possibilita a formação de moléculas orgânicas, utilizadas principalmente como fonte de energia pelos seres vivos, mas também interfere na composição atmosférica, disponibilizando o gás necessário à respiração dos seres vivos aeróbios e removendo parte do gás carbônico, que, em alta concentração, pode ser tóxico para diversos seres vivos.

Nos organismos eucarióticos, como plantas e algas, a fotossíntese ocorre no interior de organelas chamadas cloroplastos, que apresentam dupla membrana externa e um sistema interno de membranas. Em seu interior, há estruturas com formato de discos, os tilacoides, dispostas em pilhas, cada uma delas chamada de granum. A região que circunda os tilacoides, limitada pela membrana interna, é chamada estroma, onde ocorre parte do processo fotossintético e estão DNA, RNA, ribossomos e enzimas. Confira a seguir.

Fotografia de zoom microscópico de superfície irregular com cavidades, na qual dentro delas há pequenas estruturas esféricas com coloração esverdeada, denominadas cloroplastos.
Cloroplastos em tecido da folha de erva-moura (Solanum nigrum). Imagem ampliada cerca de 1.130 vezes e colorida em computador.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma estrutura em corte, com formato cilíndrico com as bordas arredondadas, revestida por uma camada externa denominada membrana externa e, uma camada interna, denominada membrana interna. Dentro da estrutura, o espaço interno plano é denominado estroma, preenchido por discos, chamados tilacoide, que estão empilhados, cada grupo de tilacoide é denominado granum.
Representação de cloroplasto vegetal, parcialmente em corte.

Imagem elaborada com base em: RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 132.

A clorofila se localiza no sistema interno de membranas dos cloroplastos com pigmentos acessórios, como carotenoides e ficobilinas, que auxiliam a clorofila na captação da energia da luz solar.

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Etapas da fotossíntese

A fotossíntese envolve duas etapas: fotoquímica e química, que estudaremos a seguir.

A etapa fotoquímica é também chamada de fase clara, pois as reações químicas dependem diretamente da luz e ocorrem nas membranas dos tilacoides, com a participação de pigmentos fotossintéticos e enzimas. Além disso, há a conversão da energia luminosa em energia química, com a consequente formação de ATP e de um transportador de elétrons reduzido (N A D P H NADPH ). Essa etapa depende de dois processos: a fotólise da água e a fotofosforilação.

Inicialmente, a energia luminosa é transferida para a molécula de clorofila e, ao mesmo tempo, ocorre a fotólise da água, ou seja, a quebra dessa molécula por ação da luz. Essa reação química promove a liberação de gás oxigênio, átomos de hidrogênio e elétrons abre parênteses e menos fecha parênteses ( e _ ) .

2 H subscrito 2 O seta para a direita 4 e sobrescrito menos mais 4 H sobrescrito mais, mais O subscrito 2 2  H 2 O 4  e + 4  H + + O 2

Os elétrons liberados na fotólise são capturados por moléculas de N A D P sobrescrito mais NADP + , produzindo N A D P H NADPH . Já os átomos de hidrogênio e a energia captada da luz solar propiciam condições para que a enzima ATP-sintase realize a fosforilação, na qual uma molécula de ADP se liga a um grupamento fosfato, formando ATP. Assim, na etapa fotoquímica, ocorre a formação de ATP e N A D P H NADPH .

A etapa química é também conhecida como fase escura, pois não depende diretamente da luz. Acontece no estroma do cloroplasto, onde ocorre a fixação de carbono e a consequente formação de carboidrato. Para isso, ATP e NADPH, formados na etapa fotoquímica, são utilizados para fixar e reduzir o carbono presente no gás carbônico, bem como para sintetizar carboidratos, como sacarose abre parênteses C subscrito 12 H subscrito 22 O subscrito 11 fecha parênteses ( C 12 H 22 O 11 ) e amido.

A sequência de reações químicas que ocorre nessa etapa recebe o nome de ciclo das pentoses ou ciclo de Calvin-Benson, em homenagem aos bioquímicos estadunidenses Melvin Calvin (1911-1997) e Andrew Benson (1917-2015), pesquisadores que elucidaram tais reações químicas.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

A.

Ilustração de uma estrutura em corte com formato cilíndrico com as bordas arredondadas. Dentro da estrutura, o espaço interno plano é denominado estroma, preenchido por discos que estão empilhados. Há um destaque para uma pilha de discos em corte, com formato de serpente, com evidência a camada externa denominada membrana do tilacoide e indicada pela letra B.
Representação de cloroplasto parcialmente em corte, com destaque para tilacoides em corte longitudinal (B).

B.

Ilustração de um esquema, de uma pilha de discos em corte, com formato de serpente. Há uma seta ondulada com a indicação de energia luminosa em direção a esta estrutura. Dentro da estrutura está escrito H 2 O, e dele bifurca uma seta para baixo indicando 2 H positivo mais 1 barra 2 O índice 2. E uma seta para cima indicando 2 e sobrescrito negativo. Em seguida, inicia um esquema em ciclo, com N A D P H, seta, H positivo, mais N A D P positivo, seta e fecha o ciclo. Acima mais um ciclo iniciando em A T P, seta, P i, mais, A D P, seta e fecha o ciclo. Ao lado há um esquema de 4 setas formando o Ciclo de Calvin-Benson, e com uma seta para baixo, com a indicação de carboidrato.
Representação de tilacoides em corte longitudinal no interior do cloroplasto, mostrando as etapas fotoquímica e química da fotossíntese. Imagem ampliada cerca de 2,7 vezes em relação à imagem A.

Imagens elaboradas com base em: RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 132.

Luz e clorofila

Para iniciarmos nosso estudo sobre a relação entre luz e clorofila, responda à questão a seguir.

5. Em sua opinião, por que observamos a maioria dos vegetais na cor verde?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem que isso ocorre porque eles refletem a cor verde.

A luz branca (visível) é um tipo de radiação eletromagnética composta de diversos comprimentos de onda, que, quando decompostos, originam as cores do arco-íris. Isso ocorre porque toda cor tem um comprimento de onda específico e se desloca de maneira diferente no meio causando a decomposição da luz.

Para o ser humano, a luz visível tem comprimento de onda entre 750 e 380 nanômetros.

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Fotografia de um ambiente escuro, com um prisma triangular no centro. À esquerda, um feixe de luz branca atinge o prisma. À frente, saem feixes de luz colorida.
Decomposição da luz branca nas cores do arco-íris após atravessar um prisma.
Ilustração de uma faixa com comprimento de onda em nanômetros, da esquerda para a direita com os valores de 700, 650, 600, 550, 500, 450 e 400. Há diferentes tons de cores na faixa, denominado luz visível: de 700 a 650, começa com a cor vermelha e chega na cor laranja escuro: de 650 a 600, começa com a cor laranja escuro e vai até laranja claro; de 600 a 550, começa com a cor laranja claro, passa pela cor amarela e chega à cor verde; de 550 a 500, começa com a cor verde e chega à um tom de azul; de 500 a 450, há tons de azul; e de 450 a 400, começa com a cor azul escuro e chega à roxo escuro.
Representação do espectro de luz visível.

Imagem elaborada com base em: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: óptica e física moderna. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 4. p. 2.

Agora, confira o gráfico a seguir.

Espectro de absorção da clorofila

Gráfico de linha. No eixo vertical, está a absorção estimada em porcentagem, variando entre 0 e 80. No eixo horizontal, está o comprimento de onda em nanômetro, variando entre 400 e 700 e, abaixo, há uma barra de escala em cores. A linha inicia no eixo vertical entre 20 e 40 por cento, é ascendente com um pico entre 60 e 80 por cento no eixo vertical e entre 400 e 500 nanômetros, com coloração variando na escala de roxo a azul no eixo horizontal. A linha torna-se descendente em zero por cento no eixo vertical e entre 500 e 600 nanômetros, com coloração variando de verde a tons de amarelo e laranja, no eixo horizontal. A linha volta a ser ascendente com pico entre 40 e 60 por cento para o eixo vertical e, entre 600 e 700 nanômetros, com coloração variando de laranja a vermelho no eixo horizontal. A linha torna-se descendente, finalizando em 0 por cento no eixo vertical e, no eixo horizontal, acima de 700 nanômetros, com coloração roxa.

6. O que você pode dizer em relação à absorção dos diferentes comprimentos de onda pela clorofila?

Resposta: A clorofila absorve, principalmente, os comprimentos de onda referentes ao azul/violeta e ao vermelho.

A clorofila é capaz de absorver comprimentos de onda, principalmente na faixa do azul/violeta e do vermelho. Os comprimentos de onda que se referem, principalmente, à cor verde são refletidos pela clorofila, por isso enxergamos essa cor. Geralmente, a clorofila se concentra nas folhas ou em partes mais jovens da planta, motivo pelo qual identificamos a cor verde principalmente nessas partes.

Fonte de pesquisa: RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 129.

Agora, vamos analisar outro gráfico que envolve intensidade luminosa e fotossíntese.

Variação da taxa fotossintética em função da intensidade luminosa

Gráfico de linha. No eixo vertical está a taxa fotossintética e no eixo horizontal a intensidade luminosa. A linha inicia no ponto zero, de interseção entre os eixos, torna-se ascendente, até o ponto em que estabiliza, indicando o ponto de saturação da luz. A linha continua paralela ao eixo horizontal, com indicação de fotossíntese.

7. O que podemos dizer a respeito da influência da intensidade luminosa na fotossíntese?

Resposta: A taxa fotossintética aumenta conforme o aumento da intensidade luminosa. Isso ocorre até certo ponto, quando essa taxa se torna relativamente constante.

Como é possível reconhecer no gráfico, a intensidade luminosa interfere na taxa fotossintética. Além desse fator, a quantidade de gás carbônico e a temperatura também influenciam na fotossíntese.

Fonte de pesquisa: PAULILO, Maria Terezinha; VIANA, Ana Maria; RANDI, Áurea Maria. Fisiologia vegetal. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2015. p. 93.

Quanto maior a intensidade luminosa, maior a taxa fotossintética. No entanto, esse aumento progressivo ocorre até certo limite, o chamado ponto de saturação da luz, que representa a intensidade luminosa em que a fotossíntese é máxima e na qual o aumento na intensidade de luz solar não implica aumento da taxa fotossintética. Em relação ao gás carbônico, a interferência é semelhante.

O ponto de saturação da luz varia entre as diferentes espécies de plantas, sendo mais baixo naquelas que vivem em ambientes sombreados (plantas de sombra) do que nas de ambientes ensolarados (plantas de sol). Já o aumento da temperatura eleva progressivamente a fotossíntese até determinado limite, acima do qual as taxas fotossintéticas voltam a decrescer.

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Respiração celular

Para iniciarmos o estudo da respiração celular, responda às questões a seguir.

8. Qual é a importância do sistema respiratório para a respiração celular?

Resposta: O sistema respiratório possibilita ao organismo obter o gás oxigênio, utilizado nas células para obter energia via respiração celular, bem como eliminar o gás carbônico resultante desse processo.

9. Nos seres humanos, qual é o sistema e o processo responsáveis pela quebra do amido em glicose?

Resposta: Essa quebra é realizada pelo sistema digestório durante o processo de digestão, que se inicia na boca.

A energia da luz solar, absorvida durante a fotossíntese, é armazenada nas células vegetais na forma de amido. Para que essa energia seja liberada, o carboidrato deve passar por uma série de transformações, que se iniciam pelo rompimento das ligações químicas do amido, resultando na liberação de moléculas de glicose.

As moléculas de glicose atravessam a membrana plasmática das células, onde serão transformadas por meio da respiração celular, resultando na liberação de energia. Esse processo ocorre na presença de gás oxigênio, sendo, portanto, uma reação química aeróbia.

A respiração celular pode ser resumida na equação química representada a seguir.

C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 mais O subscrito 2 seta para a direita 6 C O subscrito 2 mais 6 H subscrito 2 O mais energia C 6 H 12 O 6 + O 2 6   CO 2 + 6  H 2 O + energia

Na respiração celular, uma molécula de glicose é oxidada, resultando em seis moléculas de gás carbônico, seis moléculas de água e energia.

A respiração celular é dividida em três etapas: glicólise, ciclo do ácido cítrico e cadeia respiratória. Cada uma ocorre em porções diferentes da célula. A glicólise ocorre no citosol da célula; o ciclo do ácido cítrico, na matriz mitocondrial; e a cadeia respiratória, nas cristas mitocondriais.

Ilustração de uma estrutura em corte com formato cilíndrico com as extremidades arredondadas, composta por uma camada externa denominada membrana externa, um espaço chamado espaço intermembranas e, uma camada interna, nomeada membrana interna. Dentro há uma estrutura em formato de saco com reentrâncias, formando cristas em suas extremidades, chamadas cristas mitocondriais, e no interior a indicação da matriz mitocondrial.
Representação de mitocôndria parcialmente em corte longitudinal.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Glicólise

A glicólise é caracterizada pela quebra da molécula de glicose. Trata-se de uma etapa anaeróbia da respiração celular, isto é, o gás oxigênio não é utilizado. Essa etapa também ocorre na fermentação.

No citosol, a glicose sofre uma sequência de reações químicas, nas quais uma molécula de glicose forma duas moléculas de piruvato, ou ácido pirúvico abre parênteses C subscrito 3 H subscrito 4 O subscrito 3 fecha parênteses ( C 3 H 4 O 3 ) . Ao longo da glicólise, duas moléculas de ATP são consumidas, enquanto quatro são produzidas. Além disso, duas moléculas de N A D sobrescrito mais NAD + são reduzidas à NADH e há liberação de duas moléculas de água e dois íons hidrogênio.

Esquema, da esquerda para direita: Há 6 esferas ligadas em sequência na vertical, denominadas glicose. Ao lado há uma sequência de três setas apontando para direita, na qual acima da primeira e abaixo da terceira há uma seta curva saindo de A T P e apontado para A D P. Ao lado da terceira seta, há uma quarta seta que bifurca em duas partes iguais, uma para cima e outra para baixo. Essas duas partes se iniciam com 3 esferas em sequência na vertical, seta para direita, e sobre ela, uma seta curvada, saindo de N A D positivo e apontando para N A D H mais H positivo. Ao lado da seta para direita há 3 esferas em sequência na vertical seguido de 5 setas lado a lado apontando para direita. Acima da primeira e da quinta seta há uma seta curva que sai de A D P e aponta para A T P. E da quarta seta, sai uma seta acima apontando para H 2 O. Por fim, ao lado da quinta seta há mais 3 esferas em sequência na vertical denominadas piruvato.
Representação da glicólise.

Imagens elaboradas com base em: RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 110-111.

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O ciclo do ácido cítrico, também conhecido como ciclo de Krebs, é a via final de oxidação dos carboidratos, quando são convertidos em gás carbônico. Essa reação química fornece energia para a produção da maior parte de ATP.

O piruvato, proveniente da glicólise, atravessa as membranas da mitocôndria, atingindo sua matriz. Nessa porção da mitocôndria, o piruvato é oxidado a acetil-CoA (acetil coenzima A), uma molécula de dois carbonos que será incorporada ao intermediário oxaloacetato para ingressar efetivamente no ciclo de Krebs. Ao longo desse ciclo, a acetil-CoA é oxidada a uma molécula de oxaloacetato regenerada, possibilitando sua reutilização e caracterizando um ciclo. Elétrons de alta energia são transportados por moléculas carreadoras, como N A D H NADH e F A D H subscrito 2 FADH 2 .

Ilustração de um esquema de setas circular. Inicia com 3 esferas em sequência na horizontal, denominadas piruvato. Dele sai uma seta para baixo e sobre ela há duas setas curvadas para esquerda, a primeira sai de N A D positivo e aponta para N A D H, mais, H positivo. A segunda seta aponta para C O 2. Em sequência, há duas esferas na horizontal denominadas Acetil – C o A, e há uma seta que inicia o esquema circular que segue a seguinte sequência: 6 esferas em sequência na vertical, seta, 6 esferas em sequência na horizontal, seta e sobre ela duas setas, uma seta curvada saindo de N A D positivo apontando para N A D H, mais H positivo, e, e a outra seta aponta para C O índice 2. Em continuação, há 5 bolinhas em sequência na horizontal, seta e sobre ela duas setas curvadas, uma saindo de N A D positivo e apontando para N A D H, mais H positivo, e, a outra seta curvada aponta para C O índice 2. Na sequência há 4 esferas em sequência na vertical, seta e sobre ela duas setas, seta para esquerda, saindo de A D P e apontando A T P, e, seta em direção a seta principal, com H 2 O. Na sequência, há 4 bolinhas em sequência na vertical, seta e sobre ela uma seta curvada para esquerda, saindo de F A D e apontando F A D H índice 2. Após, 4 bolinhas em sequência na posição horizontal, seta e em direção a ela uma seta com a indicação H 2 O, 4 bolinhas em sequência na horizontal, seta e sobre ela uma seta curvada para esquerda, saindo de N A D positivo e apontando para N A D H, mais H positivo. Depois há 4 bolinhas em sequência na vertical, e fecha o ciclo com uma seta em direção a seta que iniciou o ciclo com a indicação de H 2 O.
Representação do ciclo de Krebs.

Imagens elaboradas com base em: RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 110, 112, 118.

Durante a glicólise e o ciclo do ácido cítrico, parte da energia proveniente da quebra da glicose é utilizada na formação de moléculas de ATP, enquanto a outra encontra-se nos elétrons retirados dos átomos de carbono, acoplados nos carreadores N A D H NADH e F A D H subscrito 2 FADH 2 .

Na etapa da cadeia respiratória, também conhecida como fosforilação oxidativa, esses elétrons são transferidos para o oxigênio molecular por uma série de transportadores presentes nas membranas das cristas mitocondriais. Ao final do processo, tais elétrons se combinam a íons hidrogênio, formando água. Além disso, a passagem dos elétrons pelo complexo transportador gera as condições necessárias para a formação de moléculas de ATP.

Esse processo trata-se de uma via aeróbia, pois o gás oxigênio é o aceptor final dos elétrons.

A. Moléculas de N A D H NADH e F A D H subscrito 2 FADH 2 transferem os elétrons para um complexo transportador, presente na crista mitocondrial.

Os elétrons são transferidos entre complexos e moléculas transportadoras, gerando íons H sobrescrito mais H + ,que são bombeados da matriz mitocondrial para o espaço intermembranas.

B. O acúmulo de íons H sobrescrito mais H + causa um desequilíbrio entre esse espaço e a matriz mitocondrial. Isso leva os íons a retornar à matriz mitocondrial por meio de um complexo de proteínas formadoras de ATP, chamado ATP-sintase. Durante sua passagem, os íons H sobrescrito mais H + fornecem energia ao complexo para a síntese de ATP, na chamada fosforilação oxidativa.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma camada denominada como membrana mitocondrial interna formada por uma camada superior e uma camada inferior de pequenas esferas e, unindo-as, filamentos. A parte superior a membrana é chamada de espaço intermembranas e abaixo, de matriz mitocondrial. Indicação da letra A: Na membrana há três estruturas ovaladas atravessando a camada da membrana mitocondrial interna, com a indicação de complexo transportador. Uma seta curva bifurca, na ponta inicial N A D, desta bifurcação, uma seta para cima passa pelos três complexos transportadores com a indicação de 2 e negativo. A seta que bifurca para baixo tem a indicação de N A D positivo mais H positivo. Em cada complexo transportador uma seta parte da matriz mitocondrial com a indicação de H positivo e atravessa até o espaço intermembranas. No espaço intermembranas há dezenas de círculos com o elemento H positivo dentro. Indicação da letra B: uma estrutura denominada A T P sintase com formato cilíndrico e extremidade com estruturas ovaladas atravessando a membrana mitocondrial interna até a na matriz mitocondrial. Uma seta atravessa A T P sintase com indicação de entrada de H positivo. E há uma seta curva para direita abaixo da A T P sintase com indicação A T P espaço P i mais A D P.
Representação da cadeia transportadora de elétrons (A) e do complexo ATP-sintase (B).

Professor, professora: Na cadeia transportadora de elétrons há também outra estrutura proteica complexa presente na membrana interna da mitocôndria e que contém FAD. No entanto, ela não está representada nesta imagem, pois não faz parte da transferência de elétrons do N A D H NADH para O subscrito 2 O 2 .

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Ao longo da respiração celular, moléculas de ATP são produzidas e, em alguns seres vivos, consumidas. A seguir, é apresentado o balanço energético desse processo.

Glicólise

Nessa etapa, são produzidas quatro moléculas de ATP e duas moléculas de NADH. Como são utilizadas duas moléculas de ATP para oxidar a glicose em piruvato, o saldo final da glicólise é de duas moléculas de ATP.

Ciclo de Krebs

Duas moléculas de NADH são produzidas durante a oxidação das duas moléculas de piruvato a acetil-CoA. Ao final do ciclo de Krebs, são formadas duas moléculas de ATP, seis moléculas de NADH e duas moléculas de F A D H subscrito 2 FADH 2 .

Cadeia respiratória

Todos os cofatores produzidos durante a glicólise e o ciclo de Krebs abre parênteses N A D H e F A D H subscrito 2 fecha parênteses ( NADH  e  FADH 2 ) são utilizados na cadeia respiratória para a produção de ATP. Como cada molécula de NADH tem energia para sintetizar três moléculas de ATP e cada molécula de F A D H subscrito 2 FADH 2 tem energia para sintetizar duas moléculas de ATP, o saldo total da cadeia respiratória é de 34 A T P 34  ATP .

Total

Dessa maneira, uma única molécula de glicose resulta na formação de 38 moléculas de ATP.

Esquema em linha horizontal: 2 A T P, mais, 2 A T P, mais, 34 A T P igual 38 A T P.

O saldo energético da respiração celular nas células eucarióticas é de 36 moléculas de ATP, pois duas moléculas de ATP são utilizadas para transportar as duas moléculas de NADH, produzidas no citosol da mitocôndria durante a glicólise, para o interior da mitocôndria. Como nas células procarióticas não há mitocôndrias, não ocorre o gasto de duas moléculas de ATP, portanto o saldo da respiração celular é de 38 moléculas de ATP.

Kamala Sohonie e a descoberta do citocromo c

Citocromos são proteínas associadas às membranas plasmáticas e que apresentam átomos de ferro com capacidade de doar e receber elétrons. Um tipo específico de citocromo, chamado citocromo c, está presente na membrana mitocondrial interna e desempenha um importante papel na etapa da cadeia respiratória, auxiliando no transporte de elétrons na cadeia respiratória.

O citocromo c foi descoberto por volta de 1937 pela bioquímica indiana Kamala Sohonie (1911-1998), durante sua pesquisa de doutorado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Ela foi a primeira cientista indiana a obter o título de doutora em uma disciplina científica, abrindo caminho para que outras mulheres pudessem ingressar na área.

Fotografia de rosto em preto e branco de uma mulher, com os cabelos ondulados presos e sobrancelhas grossas. No centro da testa, ela usa um adereço em formato de um ponto.
Kamala Sohonie.

Kamala também desenvolveu importantes estudos sobre a nutrição de crianças, além de ser a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora no Royal Institute of Science, em Bombaim, Índia.

Fermentação

O gás oxigênio não está presente em todos os ambientes, tampouco é utilizado por todos os seres vivos, que obtêm a energia de que necessitam por meio da fermentação. Esse processo é realizado por seres vivos anaeróbios e pode ser uma alternativa para obtenção de energia pelos organismos aeróbios ou por alguns de seus tecidos em condições específicas, como na ausência ou baixa concentração de gás oxigênio.

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A fermentação se inicia com a glicólise, resultando em piruvato e N A D H NADH , que não entram na mitocôndria. Na ausência de O subscrito 2 O 2 , o N A D H NADH se torna o aceptor final, sendo reoxidado para N A D sobrescrito mais NAD + . Quando isso ocorre, o piruvato é reduzido a ácido láctico ou lactato abre parênteses C subscrito 3 H subscrito 6 O subscrito 3 fecha parênteses ( C 3 H 6 O 3 ) , na chamada fermentação lática.

Esquema com setas dividido em duas partes. Na parte superior, denominada glicólise, inicia com a glicose, uma seta longa para direita que atravessa a parte superior e aponta para a segunda parte do esquema. Sobre ela, há uma seta curvada para cima, a qual sai de 2 A D P mais 2 um círculo em coloração laranja P i, e aponta para 2 A T P. Ao final da seta que atravessa a parte superior está escrito: 2 Piruvato. Dele sai uma seta longa para esquerda que atravessa a parte inferior, denominada reações de fermentação, e no final da seta está escrito 2 lactato. Entre a parte superior e inferior, há duas setas, uma seta curvada para direita sobrepondo a seta longa da parte superior e uma seta curvada para a esquerda, sobrepondo a seta da parte inferior, e entre elas estão indicados 2 N A D positivo no início da seta superior e final da seta inferior. E está indicado 2 N A D H, mais, 2 H positivo, na ponta da seta superior e no início da seta inferior.
Representação da glicólise (metade superior da imagem), seguida pela fermentação lática (metade inferior da imagem).

Queijos, iogurtes e outros derivados, como coalhadas, são exemplos de alimentos consumidos no nosso dia a dia que passam pelo processo de fermentação lática, por meio da ação de determinados fungos (leveduras) e bactérias. Com a liberação do ácido láctico, ocorre a desnaturação e a precipitação das proteínas do leite, formando o coalho, de consistência gelatinosa e característico desse tipo de alimento.

A fermentação lática também pode ocorrer em seres humanos, em condições específicas, como em atividades físicas exaustivas. A prática de atividades físicas é importante para a saúde do corpo humano e demanda alto consumo de energia, gerada durante a respiração celular. No entanto, se uma atividade física for muito exaustiva, o gás oxigênio pode ser insuficiente para a respiração celular. Com isso, as células passam a obter energia pela fermentação lática. Esse processo gera um acúmulo de ácido láctico nas células musculares, que, em excesso, provoca dores e incômodo.

Em leveduras e algumas células vegetais, há enzimas que removem CO subscrito 2 CO 2 do piruvato, reduzindo-o a acetaldeído abre parênteses C subscrito 2 H subscrito 4 O fecha parênteses ( C 2 H 4 O ) . Este é reduzido pelo N A D H NADH , produzindo N A D sobrescrito mais NAD + e etanol abre parênteses C subscrito 2 H subscrito 5 O H fecha parênteses ( C 2 H 5 OH ) , na chamada fermentação alcoólica.

Esquema com setas dividido em duas partes. Na parte superior, denominada glicólise, inicia com a glicose, uma seta longa para direita que atravessa a parte superior e aponta para a segunda parte do esquema. Sobre ela, há uma seta curvada para cima, a qual sai de 2 A D P mais 2 um círculo em coloração laranja P i, e aponta para 2 A T P. Ao final da seta que atravessa a parte superior está escrito: 2 Piruvato. Dele sai duas setas, uma apontando para dois grupos C O índice 2 e outra apontando para 2 Acetaldeído, as qual sai uma seta longa para esquerda que atravessa a parte inferior, denominada reações de fermentação, e no final da seta está escrito 2 lactato. Entre a parte superior e inferior, há duas setas, uma seta curvada para direita sobrepondo a seta longa da parte superior e uma seta curvada para a esquerda, sobrepondo a seta da parte inferior, e entre elas estão indicados 2 N A D positivo no início da seta superior e final da seta inferior. E está indicado 2 N A D H, mais, 2 H positivo, na ponta da seta superior e no início da seta inferior.
Representação da glicólise (metade superior da imagem), seguida pela fermentação alcoólica (metade inferior da imagem).

Imagens elaboradas com base em: PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 129-130.

A produção de pães, bebidas alcoólicas e até mesmo do combustível etanol envolve o processo de fermentação alcoólica, também realizado por leveduras e bactérias.

Durante o preparo dos pães, por exemplo, os açúcares presentes na massa são utilizados pelas leveduras na fermentação alcoólica. Nesse processo, é liberado CO subscrito 2 CO 2 , que faz a massa se encher de bolhas de ar e crescer. Quando a massa é assada, o etanol gerado evapora sem deixar sabor.

O saldo energético da fermentação é de dois ATP, tendo em vista que nesse processo a molécula de glicose não sofre oxidação total, apenas parcial.

10. Qual é a importância da fermentação para a sociedade? Exemplifique.

Resposta: Por meio da fermentação, são feitos produtos utilizados na alimentação humana, como o iogurte, bem como utilizados como fonte de energia na movimentação de máquinas, como certos combustíveis.

11. Por que o álcool resultante da ação de leveduras presentes no fermento biológico geralmente não se mantém no pão assado, como ocorre nas bebidas alcoólicas?

Resposta: Porque ao assar o pão, o álcool evapora com o calor.

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PRÁTICA CIENTÍFICA

Luz e fotossíntese

Por dentro do contexto

Hortas indoor são cultivos de plantas realizados em ambientes fechados e com o uso de luzes artificiais. Elas têm como objetivo produzir alimentos nos centros urbanos, por exemplo, oferecendo uma alternativa mais sustentável à agricultura tradicional.

Esses tipos de cultivo utilizam LEDs cor-de-rosa, que combinam luzes vermelhas e azuis, ideais para o crescimento das plantas.

Fotografia de um local fechado com canteiros de plantação de alface e, no teto, fileiras de lâmpadas vermelhas e azuis.
Horta indoor de cultivo de alface sob iluminação de LED colorida.

a ) Em sua opinião, por que o uso de LEDs coloridos, especialmente na faixa do espectro vermelho e azul, são a opção utilizada em hortas indoor em comparação a outros tipos de iluminação?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a levantar hipóteses sobre o tipo de luz utilizada nas hortas indoor.

b ) A fotossíntese é o processo pelo qual as plantas, usando a luz como fonte de energia, produzem carboidratos e oxigênio com base em gás carbônico e água. Como esse processo acontece e quais são os principais fatores que o influenciam?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito da fotossíntese e dos fatores que a influenciam, como luminosidade, disponibilidade de água, temperatura e concentração de gás carbônico.

Materiais

  • 2 béqueres (de plástico ou de vidro) de 150 mililitros 150   mL
  • 2 funis de vidro
  • 2 tubos de ensaio
  • plantas de Elodea sp.
  • solução de bicarbonato de sódio abre parênteses N a H C O subscrito 3 fecha parênteses ( NaH CO 3 )
  • caneta hidrocor
  • água
  • 6 caixas de sapato sem tampa
  • papel celofane nas cores amarelo, vermelho, verde, azul e preto
  • suporte com lâmpada elétrica (luz branca)

Como proceder

A. Com a caneta hidrocor, marque um dos béqueres com o número 1 e o outro com o 2.

B. Coloque um ramo de Elodea sp. dentro do béquer 1 e outro ramo no béquer 2. Em seguida, cubra os ramos dos dois béqueres com o funil emborcado (de cabeça para baixo), tomando cuidado para não deixar nenhuma folha para fora.

C. No béquer 1, adicione água de modo a cobrir o ramo de Elodea sp. e a haste do funil, sem formar bolhas.

D. No béquer 2, adicione a solução de bicarbonato de sódio, cobrindo o ramo de Elodea sp. e a haste do funil, sem formar bolhas.

E. Preencha um tubo de ensaio com a água e outro com a solução de bicarbonato de sódio.

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F. Tampando a boca dos tubos de ensaio com o dedo indicador, coloque-os dentro dos béqueres 1 e 2 e encaixe-os à haste do funil, tomando cuidado para evitar a formação de bolhas dentro dos tubos.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Cuidado

Manuseie cuidadosamente os materiais feitos de vidro para que não quebrem e causem ferimentos.

Ilustração de um béquer, um recipiente de vidro com líquido incolor dentro, com um ramo de planta denominado ramo de elódea. Sobre ele há um funil emborcado, que está de cabeça para baixo, com a base larga encobrindo o ramo. A ponta do funil externa ao líquido incolor está encoberta por um tubo de ensaio.
Imagem referente às etapas B a F.

G. Coloque os béqueres 1 e 2 dentro de uma caixa de sapato e cubra-a com papel celofane vermelho.

H. Acenda a lâmpada elétrica, direcionando a luz branca para os béqueres no interior da caixa de sapatos. Aguarde aproximadamente 20 minutos, confira e anote os resultados.

Ilustração de dois béqueres cada um com um ramo de planta dentro e sobre ele um funil emborcado, que está de cabeça para baixo, com a base larga encobrindo o ramo. A ponta do funil externa, está encoberta por um tubo de ensaio. Os béqueres estão dentro de uma caixa de papelão, que está encoberta por um papel celofane vermelho. Ao lado há uma luminária com a lâmpada acesa.
Imagem referente às etapas G e H.

I. Repita as etapas G e H com as outras cores de celofane (amarelo, verde, azul e preto).

Repita as etapas G e H, mas sem cobrir a caixa com papel celofane, para que as montagens no interior dela recebem luz branca.

Análise e divulgação

1. Compare os resultados observados nos béqueres 1 e 2 em relação às diferentes cores de filtro de celofane utilizadas e justifique-os.

2. Considerando os resultados observados, qual seria a justificativa para ser usada uma planta aquática na atividade experimental?

3. O que você verificou nos béqueres 1 e 2 submetidos à luz branca? Justifique sua resposta.

4. Qual é a importância da fonte de luz na atividade experimental?

5. Quais resultados observados na atividade experimental evidenciam a ocorrência da fotossíntese? Justifique sua resposta.

6. Considere que na etapa G fosse incluído um papel celofane de cor verde. Nesse caso, espera-se que a taxa de fotossíntese da planta seja maior ou menor do que a dos experimentos com as outras cores de papel celofane? Justifique sua resposta.

7. Sob orientação do professor, organizem uma exposição na escola para apresentar o experimento e os resultados obtidos à comunidade escolar.

Respostas nas Orientações para o professor.

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ATIVIDADES

1. A respeito dos processos energéticos nos seres vivos, julgue as afirmativas. Em seguida, identifique a alternativa correta e, em seu caderno, justifique as incorretas, corrigindo-as.

I ) O produto final da respiração celular é energia (ATP), água e glicose.

II ) A fórmula química simplificada da fotossíntese é 6 C O subscrito 2 mais 6 H subscrito 2 O seta para a direita 6 O subscrito 2 mais C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 6   CO 2 + 6   H 2 O 6   O 2 + C 6 H 12 O 6 .

III ) A fermentação é o processo de transformação de energia que ocorre sem a necessidade de gás oxigênio.

IV ) A cadeia respiratória é uma etapa da respiração celular e ocorre na matriz mitocondrial.

V ) A etapa fotoquímica ou fase clara da fotossíntese ocorre no estroma do cloroplasto.

VI ) NAD, NADP e FAD são coenzimas transportadoras de elétrons.

VII ) A clorofila é um pigmento fotossintetizante que absorve luz solar para a etapa fotoquímica da fotossíntese.

a ) As afirmativas III, V e VI estão corretas.

b ) As afirmativas I, III e VII estão corretas.

c ) As afirmativas II, IV e V estão corretas.

d ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.

e ) As afirmativas II, III, VI e VII estão corretas.

Resposta: Alternativa e. I. O produto final da respiração celular é ATP, água e gás carbônico. IV. A cadeia respiratória é uma etapa da respiração celular e ocorre nas cristas da mitocôndria. V. A etapa fotoquímica ou fase clara da fotossíntese ocorre nas membranas dos tilacoides.

2. Os estômatos são estruturas encontradas na epiderme das plantas, principalmente nas folhas. Eles possibilitam a comunicação entre os tecidos vegetais internos e o ambiente e podem mudar sua conformação para aberta ou fechada.

A.

Fotografia de zoom microscópico de uma estrutura arredondada com uma fenda aberta ao centro e coloração esverdeada.
Estômato aberto na superfície foliar de tabaco (Nicotiana tabacum). Imagem ampliada cerca de 343 vezes e colorida em computador.

B.

Fotografia de zoom microscópico de uma estrutura arredondada com uma fenda fechada ao centro e coloração esverdeada.
Estômato fechado na superfície foliar de tabaco (N. tabacum). Imagem ampliada cerca de 370 vezes e colorida em computador.

Faça uma pesquisa sobre os estômatos e responda às questões a seguir.

a ) Qual é a importância dessa estrutura para a fotossíntese e a respiração das plantas?

b ) Como as situações mostradas em A e B podem interferir na intensidade da fotossíntese e da respiração celular?

Respostas nas Orientações para o professor.

3. Em determinados momentos do dia, a taxa de consumo de oxigênio pelas plantas excede a de sua produção. Apesar disso, esse consumo é extremamente pequeno, se comparado ao do ser humano.

a ) Que processo realizado pelas plantas consome gás oxigênio em vez de produzi-lo?

Resposta: Respiração celular.

b ) Qual é a importância para a planta do processo que você citou no item a?

Resposta: Por meio da respiração celular, a planta obtém a energia necessária para seu crescimento e a manutenção das funções celulares.

c ) Algumas pessoas acreditam que não é recomendável dormir com plantas no quarto, alegando que isso causaria sufocamento e dores de cabeça por causa do consumo de gás oxigênio e da liberação de gás carbônico pelas plantas. Pesquise se esses argumentos têm fundamento científico, justificando sua resposta.

Resposta: O objetivo desta questão é incentivar os estudantes a analisar criticamente informações que são divulgadas. Espera-se que eles reconheçam que tal informação não tem fundamentação científica, considerando que o consumo de gás oxigênio pelo vegetal durante a respiração celular é significativamente menor do que a quantidade consumida pelo ser humano durante esse processo.

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4. O crescimento de plantas daninhas em plantações é considerado um problema para a agricultura, pois elas crescem e se reproduzem em condições semelhantes às das plantas cultivadas. Para solucionar esse problema, os agricultores utilizam herbicidas, um tipo de agrotóxico capaz de eliminar essas plantas indesejáveis. Alguns desses compostos químicos agem bloqueando a fosforilação oxidativa das plantas-alvo.

Fotografia de duas mãos, uma está tocando o solo com plantas e a outra está segurando uma planta com raízes.
Agricultor retirando mecanicamente uma planta daninha do solo.

a ) Por que as plantas daninhas precisam ser retiradas?

b ) Explique qual é a consequência do bloqueio da fosforilação oxidativa para o vegetal.

c ) O bloqueio da fosforilação oxidativa pelo herbicida pode gerar consequências para as células animais? Justifique sua resposta.

5. Leia a manchete a seguir.

Pesquisa mostra presença de álcool em pães de forma

PESQUISA mostra presença de álcool em pães de forma. Jornal do Comércio, Recife, 12 jul. 2024. p. 28.

a ) Que processo de obtenção de energia pode estar relacionado à situação noticiada na manchete?

b ) Considerando o processo de fabricação de pães, qual etapa pode não ter sido realizada adequadamente?

Respostas das questões 4 e 5 nas Orientações para o professor.

6. A contração muscular envolve gasto energético, ou seja, consumo de ATP. Por isso, durante as atividades físicas o gasto de ATP aumenta, assim como o fluxo sanguíneo e a frequência respiratória, favorecendo a produção de ATP via respiração celular e sua distribuição. No entanto, quando há um esforço muscular intenso, o gás oxigênio disponível não é capaz de suprir as necessidades dos músculos, ocorrendo uma contração involuntária dolorida, a câimbra.

a ) Explique como a célula muscular gera ATP mesmo na ausência de gás oxigênio.

Resposta: Quando o organismo é submetido a uma atividade física intensa e o suprimento de gás oxigênio é insuficiente, a célula realiza a fermentação lática para produzir ATP, que não requer a participação de gás oxigênio.

b ) Como o processo descrito no item a pode causar câimbra? Se necessário, faça uma pesquisa.

Resposta: A fermentação lática resulta na produção de ácido lático, água e ATP. O ácido lático produzido é transportado do músculo esquelético para o fígado, onde é convertido, novamente, em glicose ou glicogênio. No entanto, uma parte do ácido lático pode acumular-se na musculatura e gerar sintomas, como a câimbra.

7. Reescreva as afirmativas a seguir em seu caderno, substituindo cada número romano pelo termo adequado do quadro.

  • matriz mitocondrial
  • glicólise
  • ciclo de Calvin-Benson
  • ciclo de Krebs
  • estroma do cloroplasto

a ) O (I) ocorre no (II) e é responsável pela fixação do carbono e consequente formação de carboidratos.

Resposta: O ciclo Calvin-Benson ocorre no estroma do cloroplasto e é responsável pela fixação do gás carbônico e consequente formação de carboidratos.

b ) O (III) ocorre na (IV) e é responsável pela oxidação da acetil-CoA a gás carbônico.

Resposta: O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial e é responsável pela oxidação da acetil-CoA a gás carbônico.

c ) O conjunto de reações químicas que ocorre no citosol da célula e consiste na conversão da glicose em piruvato recebe o nome de (V).

Resposta: O conjunto de reações químicas que ocorre no citosol da célula e consiste na conversão de glicose em piruvato recebe o nome de glicólise.

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CAPÍTULO9

Relações alimentares

Cadeia alimentar

Analise o cartum apresentado e responda às questões.

Cartum com 4 peixes de tamanhos diferentes, lado a lado, em ordem de tamanho, o menor está à esquerda e o maior à direita. O primeiro peixe, à esquerda, está segurando uma lata de alimento aberta com pequenos peixes dentro com a inscrição sardinhas. Em seguida os outros três peixes estão com as bocas abertas e dentes afiados aparentes.

LUCAS, Ernani Diniz. Nani Humor, 6 out. 2015. Disponível em: https://s.livro.pro/nkiqtk. Acesso em: 26 ago. 2024.

1. Descreva o cartum apresentado.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é que os estudantes interpretem o cartum.

2. Que tipo de relação entre os seres vivos está retratado nesse cartum?

Relação alimentar, mais especificamente a predação.

3. Qual é a relação entre o cartum e a obtenção de energia pelos seres vivos?

Espera-se que os estudantes respondam que a alimentação é o modo como seres vivos heterotróficos obtêm sua energia. Para que ela seja utilizada pelos seres vivos, é necessário que os alimentos sejam, inicialmente, transformados em partes menores, que então originarão as moléculas de adenosina trifosfato (ATP), energia utilizável pelas células.

Os seres vivos se relacionam uns com os outros e com o ambiente de diferentes maneiras e com diversas finalidades, como reprodução, abrigo, alimentação, território e proteção. A relação alimentar possibilita a esses seres obter e transferir matéria e energia entre os componentes bióticos e abióticos do ambiente.

Como estudamos anteriormente, os seres vivos necessitam de energia para crescerem e se desenvolverem, bem como realizar diversas atividades. Alguns seres vivos autotróficos obtêm a energia de que necessitam da luz solar, por meio da fotossíntese, enquanto os heterotróficos obtêm essa energia por meio da alimentação.

Todos os organismos, vivos ou mortos, são potenciais fontes de alimento, consequentemente de matéria e energia, para outros seres vivos. Assim, quando um ser vivo se alimenta de outro, há transferência tanto de matéria quanto de energia entre eles. No cartum apresentado, por exemplo, é possível identificar uma relação alimentar entre os peixes representados, em que um pode servir de alimento para o outro, em uma sequência de indivíduos. Essa sequência possibilita determinar como a matéria e a energia são transferidas de um organismo para o outro, sendo conhecida como cadeia alimentar.

O Sol é a principal fonte de energia inicial nas cadeias alimentares e é fixada pelos seres vivos fotoautotróficos. Tal energia pode ser transferida aos demais seres vivos sob a forma de energia química, armazenada em moléculas orgânicas. Dessa maneira, nas cadeias alimentares essa transferência ocorre dos seres vivos autotróficos aos demais membros dessa relação alimentar. Acompanhe o exemplo a seguir.

As plantas lenhosas fixam parte da energia da luz solar nos tecidos da madeira na forma de lignina e celulose. Esses materiais podem ser digeridos apenas por microrganismos presentes em certos animais, como os cupins. O tamanduá-bandeira se alimenta basicamente de cupins e formigas.

Cupim (R. flavipes): pode atingir aproximadamente 6 milímetros 6  mm de comprimento.

Fotografia de um pedaço de tronco quebrado com um aglomerado de cupins, animais com corpo cilíndrico, com abdômen longo, e coloração em tons amarelados.
Cupins (Reticulitermes flavipes) em madeira.

Tamanduá-bandeira (M. tridactyla): pode atingir aproximadamente 2 vírgula 2 metros 2,2  m de comprimento.

Fotografia de um tamanduá, animal quadrupede com coloração da pelagem em tons de marrom e cinza com uma listra preta na região peitoral, focinho comprido e cauda peluda. Ele está ao lado de um cupinzeiro.
Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) se alimentando de cupins.

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Na cadeia alimentar, os seres vivos ocupam posições específicas que representam as etapas de transferência de matéria e energia. Essas posições são chamadas de níveis tróficos ou níveis alimentares. Dessa maneira, em uma cadeia alimentar, organismos de determinado nível trófico têm a mesma fonte principal de energia, nutrem-se de seres vivos do nível trófico anterior e são consumidos por organismos do nível trófico posterior.

4. Os seres vivos podem ocupar diferentes níveis tróficos em uma única cadeia alimentar?

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois alguns seres vivos podem se alimentar tanto de produtores quanto de outros consumidores, por exemplo.

As cadeias alimentares podem envolver quantidade variada de níveis tróficos e incluem, basicamente, três tipos de organismos: produtores, consumidores e decompositores.

Os produtores compõem o primeiro nível trófico das cadeias alimentares, pois atuam na produção da matéria orgânica. Nesse nível trófico estão incluídos os organismos autotróficos, como a maioria das plantas e o fitoplâncton, capazes de fixar energia luminosa na forma de energia química e transformar moléculas inorgânicas em orgânicas por meio da fotossíntese.

Em determinados ecossistemas, como nas fontes hidrotermais, as cadeias alimentares têm como base os organismos produtores quimiossintetizantes. Esses seres vivos utilizam determinadas moléculas inorgânicas como fonte inicial de energia. Riftia pachyptila, por exemplo, associa-se a bactérias sulfurosas capazes de produzir matéria orgânica pela oxidação do sulfeto de hidrogênio abre parênteses H subscrito 2 S fecha parênteses ( H 2 S ) , liberado pelas chaminés das fontes termais.

Verme (R. pachyptila): pode atingir aproximadamente 3 metros 3  m de comprimento.

Fotografia de vermes aglomerados no fundo do mar sobre rochas. Eles possuem formato alongado e cilíndrico, com a parte superior em coloração vermelho escuro.
Vermes (R. pachyptila) em fonte hidrotermal no Oceano Pacífico.

Os consumidores são seres vivos heterotróficos, por isso obtêm dos produtores a energia necessária por meio da ingestão de produtores, de outros consumidores ou de restos orgânicos. Uma cadeia alimentar pode ter um ou vários consumidores, que, dependendo da posição que ocupam em relação aos produtores, podem ser considerados primários, secundários, terciários, e assim sucessivamente.

Professor, professora: Caso existam consumidores em níveis tróficos posteriores, eles serão classificados como consumidores quaternários, quinquenários, e assim sucessivamente.

Os organismos que obtêm matéria e energia diretamente dos produtores são chamados de consumidores primários ou herbívoros, ocupando o segundo nível trófico da cadeia alimentar. O veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), por exemplo, é herbívoro e alimenta-se de gramíneas, frutos e flores.

Veado-catingueiro (M. gouazoubira): pode atingir aproximadamente 1 metro 1  m de comprimento.

Fotografia de um veado, animal quadrúpede com pernas finas, focinho fino e orelhas para cima, e pelagem com coloração em tons de marrom. Ele está em meio a vegetação.
Veado-catingueiro (M. gouazoubira).

Os seres vivos que se alimentam dos herbívoros são carnívoros ou consumidores secundários, ocupando o terceiro nível trófico. O jacaretinga (Caiman crocodilus), por exemplo, é carnívoro e se alimenta basicamente de peixes. Em determinadas situações, pode consumir filhotes de veado-catingueiro.

Jacaretinga (C. crocodilus): pode atingir aproximadamente 3 metros 3  m de comprimento.

Fotografia de um crocodilo, animal com corpo robusto, cauda longa e focinho comprido. Ele está à beira de um corpo d’água.
Jacaretinga (C. crocodilus).

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Os consumidores secundários podem servir de fonte de matéria e energia a outros consumidores, conhecidos como terciários. A onça-pintada (Panthera onca), por exemplo, é um animal carnívoro e se alimenta de diversos outros animais, como veado-catingueiro e jacaretinga. Desse modo, ela pode atuar como consumidor secundário e terciário, respectivamente.

Onça-pintada (P. onca): pode atingir aproximadamente 1 vírgula 8 metro 1,8  m de comprimento.

Fotografia de uma onça-pintada, animal quadrúpede de corpo robusto com manchas circulares de coloração preta e amarela, em meio a vegetação.
Onça-pintada (P. onca).

O último nível trófico das cadeias alimentares é ocupado pelos decompositores. Esses seres vivos são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, ou seja, por transformá-la em matéria inorgânica assimilável por outros seres vivos.

A decomposição é resultado da ação de determinados seres vivos, como algumas espécies de fungos, protistas heterotróficos e bactérias. Parte dos nutrientes liberada na decomposição da matéria orgânica permanece no organismo dos decompositores, enquanto o restante é disponibilizado no ambiente.

O tempo de decomposição depende das condições ambientais e da composição química da matéria orgânica. Gorduras, proteínas e açúcares, por exemplo, são prontamente decompostos, enquanto celulose, quitina, lignina e ossos são decompostos mais lentamente.

Os decompositores atuam em todos os níveis tróficos da cadeia alimentar, desempenhando papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas ao possibilitar a ciclagem da matéria. Dessa maneira, enquanto os organismos produtores fixam nutrientes, os decompositores os devolvem ao ambiente.

Imagem sem proporção.

Fotografia de uma laranja com a parte superior em decomposição, com uma camada em coloração verde e branca.
Matéria orgânica em decomposição.

A ação dos decompositores pode estragar os alimentos, pois esse processo altera as características da matéria orgânica. Alimentos em decomposição têm odor, coloração, formato, textura e sabor alterados, ficando impróprios para o consumo humano.

Você já refletiu sobre como seria o planeta Terra caso não existissem os organismos decompositores? O que aconteceria com a matéria orgânica morta? Possivelmente, a Terra seria um amontoado de matéria orgânica acumulada até que os elementos químicos não estivessem mais disponíveis aos seres vivos autotróficos para transformá-los em matéria orgânica. Ou seja, a vida não conseguiria se manter e entraria em colapso.

Assim, os seres vivos decompositores possibilitam a manutenção da disponibilidade dos nutrientes no ambiente para serem utilizados por outros seres vivos. Após serem fixados por determinados organismos, os elementos químicos podem ser transferidos ao longo das cadeias alimentares, reiniciando o ciclo da matéria no ambiente.

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Diariamente, são produzidas toneladas de resíduos, entre eles resíduos orgânicos, que são descartados no ambiente.

a ) Junte-se a dois colegas e pesquisem medidas que ajudem a reduzir o descarte de resíduos orgânicos no ambiente.

Resposta: Espera-se que os estudantes proponham medidas aplicáveis no dia a dia que envolvam o aproveitamento de matéria orgânica, como o reaproveitamento em receitas de partes de vegetais que seriam descartadas ou a compostagem de certos resíduos orgânicos para a produção de adubos.

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Os detritívoros são um tipo específico de consumidor, muitas vezes confundidos com decompositores, por se alimentarem de matéria orgânica presente no ambiente. Diferentemente dos decompositores, esses seres vivos não liberam moléculas inorgânicas no ambiente, apenas transformam moléculas orgânicas complexas em moléculas orgânicas simples.

Durante a quebra da matéria orgânica, os detritívoros absorvem a energia e os nutrientes de que necessitam. As moléculas orgânicas liberadas por eles também sofrem a ação de organismos decompositores.

Minhoca (L. terrestris): pode atingir aproximadamente 25 centímetros 25  cm de comprimento.

Fotografia de uma minhoca sobre um chão de pedras. É um animal com corpo fino e alongado em formato cilíndrico com as extremidades mais estreitas.
Minhoca (Lumbricus terrestris).

As minhocas, por exemplo, são animais detritívoros. Esses invertebrados se alimentam de matéria orgânica, como restos vegetais, dejetos e matéria animal, que são ingeridos com o solo.

O processamento da matéria orgânica pelas minhocas é importante para a fertilização do solo. Após a digestão, o material orgânico liberado por elas ainda contém muitos nutrientes, que são devolvidos ao solo por ação de microrganismos decompositores.

As relações alimentares entre os seres vivos da cadeia alimentar podem ser representadas por setas, do organismo consumido ao organismo que o consome ou o decompõe. Acompanhe a seguir.

Professor, professora: Explique aos estudantes que a cadeia alimentar representada envolve organismos da bacia do Rio Paraná, no Brasil. Nela, são representadas as seguintes espécies, do consumidor primário ao quaternário: lambari (Astyanax scabripinnis), dourado (Salminus maxillosus), lontra (Lontra longicaudis) e jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um ciclo em um ambiente aberto. O ciclo inicia dentro de um corpo d’água com destaque para estruturas de diferentes tamanhos e formatos, denominados fitoplâncton. Desse destaque sai uma seta apontando para um pequeno peixe denominado lambari, da qual sai uma seta apontando para um peixe maior de coloração amarela denominado dourado. Dele sai uma seta apontando para uma lontra, e dela sai uma seta apontando para um jacaré-de-papo-amarelo a beira do corpo d’água. De todos os organismos parte uma seta dentro da água para um destaque com organismos de diferentes formatos, denominados decompositores.
Representação simplificada de uma cadeia alimentar aquática.

Imagem elaborada com base em: ODUM, Eugene P.; BARRETT, Gary W. Fundamentos de ecologia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 112, 425.

5. Que fator define os seres vivos que farão parte de determinada cadeia alimentar?

Resposta: Suas relações alimentares.

6. Identifique os consumidores da cadeia alimentar representada, classificando-os.

Resposta: Lambari: consumidor primário; dourado: consumidor secundário; lontra: consumidor terciário; jacaré-de-papo-amarelo: consumidor quaternário.

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Fluxo de energia nos sistemas ecológicos

Como você estudou anteriormente, a matéria é cíclica, podendo ser transferida ao longo da cadeia alimentar entre os seres vivos e, posteriormente, devolvida ao ambiente por meio da decomposição. E quanto à energia inicialmente fixada pelos organismos autotróficos, ela também flui de maneira cíclica nos sistemas biológicos?

Professor, professora: Incentive os estudantes a responder à questão proposta no primeiro parágrafo do tema "Fluxo de energia nos sistemas ecológicos".

O cientista austríaco Alfred James Lotka (1880-1949) foi o primeiro estudioso a considerar as populações e as comunidades dos ecossistemas como sistemas transformadores de energia e relacioná-las às leis da termodinâmica. Em 1942, o ecólogo estadunidense Raymond Lindeman (1915-1942) desenvolveu o conceito de ecossistemas como sistemas transformadores de energia.

A energia luminosa, armazenada como energia química pelos seres vivos autotróficos, é parcialmente disponibilizada aos consumidores. Isso ocorre porque, assim como os demais seres vivos, os produtores utilizam parte da energia armazenada na matéria orgânica para a manutenção, o funcionamento e o desenvolvimento do organismo, por meio da respiração celular.

Além disso, sempre há perdas associadas à conversão de energia, como ocorre durante a respiração, em que parte da energia é dissipada como calor. A energia química não utilizada pela planta fica disponível ao nível trófico posterior, isto é, aos consumidores primários, quando estes se alimentam dos produtores.

Nas gimnospermas e angiospermas, o embrião em desenvolvimento utiliza os nutrientes presentes na semente. Após germinar, surgem raízes e folhas e estas passam a realizar fotossíntese, produzindo matéria orgânica. No caso do feijoeiro, por exemplo, depois que os cotilédones murcham e caem, a planta se torna um organismo autotrófico fotossintetizante.

Ao desenvolver a capacidade de realizar fotossíntese, as plantas podem armazenar certa quantidade de matéria orgânica em partes de seu corpo, como raízes, caules, frutos e sementes.

Imagem sem proporção.

Fotografia com seis estágios diferentes de desenvolvimento de um feijoeiro. Ele inicia dentro da terra com um grão de feijão, denominado como semente, seguido por um feijão com uma pequena abertura na lateral. Em sequência, há um grão de feijão e saindo dele um caule fino com coloração verde e ao lado e abaixo filamentos de raiz. No quarto estágio o caule aumenta e o grão de feijão sai de dentro da terra e está com uma parte encoberta por uma camada de coloração verde. Em continuação, todo o grão fica encoberto pela camada de coloração verde denominada cotilédone e junto, uma folha, na terra as raízes estão longas. No estágio final, o caule está mais longo, com duas folhas nos ápices e raízes longas.
Diferentes fases do desenvolvimento de um feijoeiro.

Parte da energia adquirida pelos consumidores primários é utilizada na respiração celular, eliminada na forma de fezes e urina e liberada por dissipação de calor, por exemplo. A energia restante é armazenada nos tecidos, constituindo uma fonte de energia para os consumidores secundários.

Ao longo da cadeia alimentar, cada nível trófico armazena parte da energia obtida na forma de biomassa, de modo que apenas essa porção de energia esteja disponível ao nível trófico seguinte. Assim, em todos os níveis tróficos, apenas parte da energia obtida por meio da alimentação é disponibilizada para o nível trófico seguinte.

A transferência de energia ao longo da cadeia alimentar de um ecossistema é chamada de fluxo de energia e pode ser representada por meio de setas, com espessuras variadas, direcionadas ao consumidor. Essa espessura é diretamente proporcional à quantidade de energia disponibilizada para o próximo nível trófico.

À medida que se distancia do produtor, a quantidade de energia disponibilizada ao consumidor diminui.

Esquema horizontal de palavras e setas. Inicia com: produtor, seta para direita, consumidor primário, seta para direita, consumidor secundário.
Representação do fluxo de energia entre os níveis tróficos. Nesse esquema, a redução de energia ao longo dos níveis tróficos está representada pela diminuição da espessura da seta.
Cotilédones:
folhas embrionárias que contêm os nutrientes necessários para a germinação e o desenvolvimento inicial da planta.

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A energia disponibilizada em cada nível trófico varia entre os organismos e ecossistemas. De maneira geral, os produtores disponibilizam maior quantidade de energia na cadeia alimentar (mais de 50% do que assimilam pela fotossíntese).

Entre os consumidores, geralmente 10% da energia adquirida pela alimentação é disponibilizada ao próximo nível trófico. Essa porcentagem de transferência de energia de um nível trófico a outro é chamada de eficiência ecológica.

Acompanhe o exemplo apresentado.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um ciclo em um ambiente aberto. O ciclo inicia no Sol, de onde sai uma seta em direção para dentro de um corpo d’água, onde há um destaque com estruturas de diferentes tamanhos e formatos, denominados fitoplâncton. Dele sai uma seta que bifurca, apontando para energia dissipada, e para um pequeno peixe denominado lambari, da qual sai uma seta apontando para um peixe maior de coloração amarela denominado dourado. Dele sai uma seta apontando para uma lontra, e dela sai uma seta apontando para um jacaré-de-papo-amarelo a beira do corpo d’água.
Representação de parte do fluxo de energia em uma cadeia alimentar.

Imagem elaborada com base em: ODUM, Eugene P.; BARRETT, Gary W. Fundamentos de ecologia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 108, 123.

7. É possível afirmar que a onivoria pode favorecer a sobrevivência da espécie no ambiente? Justifique sua resposta.

Resposta: Sim, pois o onívoro pode atuar em diferentes níveis tróficos, tanto consumindo um produtor ou um herbívoro quanto consumidores de níveis tróficos superiores. Assim, o animal onívoro tem diversidade de fontes alimentares, reduzindo as chances de sofrer com a escassez de alimento, por exemplo.

8. Como você representaria graficamente o fluxo de energia entre os níveis tróficos?

Resposta pessoal. Incentive os estudantes a esboçar a representação no caderno, utilizando uma cadeia alimentar como exemplo.

Ao analisar o esquema anterior podemos perceber que, diferentemente da matéria, o fluxo de energia nas cadeias alimentares é unidirecional, dos produtores em direção aos consumidores.

As cadeias alimentares não são unidades isoladas no ambiente, mas estão ligadas umas às outras formando conjuntos denominados teias alimentares. Isso é possível porque os organismos têm certa versatilidade alimentar, ou seja, podem utilizar diferentes recursos alimentares e, portanto, participar de diversas cadeias alimentares, ocupando níveis tróficos distintos.

As relações tróficas estabelecidas entre os seres vivos em uma teia alimentar também podem ser representadas por setas, como nas cadeias alimentares, por meio das quais é possível identificar produtores, consumidores e decompositores em determinado ecossistema.

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Confira a seguir um exemplo de teia alimentar.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um ciclo em um ambiente de vegetação, com animais e setas. Iniciando o ciclo de uma área de vegetação rasteira denominada planta, desta partem três setas: uma para com um grilo, denominado inseto, uma seta para um pequeno roedor, o mocó e uma seta para um destaque de organismos de diferentes formatos, os decompositores. Do mocó parte uma seta para onça-parda. Do inseto partem cinco setas: para um lagarto, o calango, para uma rã, para um tatu-bola, para um gambá-de-orelha-branca e para os decompositores. Do calango partem três setas: uma seta para um gavião denominado acauã, uma seta para uma cobra-cipó e uma seta para os decompositores. Da rã partem duas setas: seta para teiú e uma seta para cobra-cipó. Do tatu-bola parte uma seta para onça-parda. Do gambá-de-orelha-branca, partem duas setas: uma em direção a cobra-cipó e uma seta para os decompositores. Da cobra cipó parte uma seta em direção ao acauã, da qual parte uma seta em direção a onça-parda. E do teiú parte uma seta para onça-parda.
Representação de teia alimentar.

Imagem elaborada com base em: ODUM, Eugene P.; BARRETT, Gary W. Fundamentos de ecologia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 109.

SCARANO, Fabio Rubio (org.). Biomas brasileiros: retratos de um país plural. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012. p. 104, 109, 115, 124.

Professor, professora: A teia alimentar representada é do bioma Caatinga, com as seguintes espécies: onça-parda (Puma concolor); mocó (Kerodon rupestris); tatu-bola (Tolypeutis tricinctus); calango (Tropidurus semitaeniatus); acauã (Herptotheres cachinnans); cobra-cipó (Philodryas aestivus); rã (Pseudopaludicola pocoto); gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris); teiú (Tupinambis merianae). Além destes, está representado um inseto (gafanhoto).

9. Identifique pelo menos uma cadeia alimentar na teia alimentar representada.

Resposta nas Orientações para o professor.

10. Se desconsiderarmos os decompositores, qual organismo não seria fonte de energia para outro ser vivo nessa teia alimentar? Justifique sua resposta.

Resposta: A onça-parda, por ser um predador que não é consumido por outras espécies.

Nos sistemas naturais, as relações entre os seres vivos são muito mais complexas. Inúmeras espécies podem estar envolvidas em uma única cadeia, que pode se intercruzar de diferentes maneiras com inúmeras outras por meio de variadas relações entre os seres vivos. Essa complexidade pode ser observada no modelo de teia alimentar de um ecossistema aquático. Esse modelo foi elaborado pelo ecólogo Neo Martinez (1958 -), no Laboratório de Ecologia Computacional e Ecoinformática do Pacífico, nos Estados Unidos.

Ilustração de muitas esferas das quais partem linhas que se conectam com as outras esferas, sendo semelhante a uma teia. A estrutura tem formato arredondado e em sentido vertical.
Modelo de teia alimentar de ecossistema aquático em um rio em Denver, Colorado, nos Estados Unidos. Nesse modelo, os seres vivos estão representados pelas esferas coloridas e as linhas representam as relações alimentares entre eles.

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ATIVIDADES

1. Defina os níveis tróficos a seguir.

a ) Produtores.

Resposta: Organismos que sintetizam matéria orgânica utilizando moléculas inorgânicas por meio da fotossíntese ou da quimiossíntese.

b ) Consumidores.

Resposta: Organismos que obtêm matéria orgânica de outros seres vivos.

c ) Decompositores.

Resposta: Organismos que transformam a matéria orgânica em matéria inorgânica.

2. Analise as alternativas a seguir e classifique-as como verdadeiras ou falsas. Em seguida, corrija as afirmativas consideradas falsas.

a ) A quantidade de energia nos sistemas biológicos aumenta à medida que se afasta do nível trófico dos produtores, pois os consumidores têm metabolismo mais acelerado e, consequentemente, geram mais energia com a quebra de moléculas orgânicas.

b ) Uma sequência na qual um organismo transfere matéria e energia para outro, por meio da alimentação, é chamada de cadeia alimentar.

c ) Os organismos decompositores podem exercer seu papel ecológico em todos os níveis tróficos e são essenciais para a ciclagem da matéria no ambiente.

d ) Em uma cadeia alimentar, todo ser vivo que se alimenta de um produtor é chamado de consumidor primário ou carnívoro.

e ) Não há perda de energia ao longo da cadeia alimentar, ou seja, toda a energia obtida é transferida de um nível trófico a outro.

3. Leia o trecho de reportagem apresentado e faça o que se pede.

Monocultura impacta cadeia alimentar
Estudo mostra que derrubada de florestas deixa ecossistemas aquáticos mais frágeis e empobrecidos
Pesquisa de Giovanna Collyer durante mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) mostrou que riachos sem florestas ao redor, e cercados por plantações de cana-de-açúcar, possuem menos espécies de animais aquáticos enquanto riachos protegidos por florestas mantêm uma grande diversidade de organismos animais. [...]
Quais foram as suas descobertas nos riachos?
Observamos que os riachos impactados, isto é, aqueles cercados por áreas agrícolas, têm uma menor diversidade de espécies. Ou seja, as teias alimentares são mais simples, com menos opções para os organismos se alimentarem. Também observamos que nestes riachos há menos organismos maiores, que são os predadores.
Tudo isso aponta para uma possível instabilidade dos ecossistemas nos riachos com predominância de agricultura, principalmente a cana-de-açúcar. Isso porque, com menos diversidade, tem-se menos opções de alimentos para os organismos maiores, deixando a cadeia alimentar mais frágil e vulnerável a impactos. Então qualquer alteração a mais nesse ecossistema, como a perda de uma espécie por conta das alterações no meio ambiente, afeta toda cadeia alimentar.

MONOCULTURA impacta cadeia alimentar. Gov.br, 1 fev. 2023. Disponível em: https://s.livro.pro/o7c2g4. Acesso em: 26 ago. 2024.

a ) Elabore uma hipótese que explique por que uma menor opção de alimentos para organismos maiores fragiliza a cadeia alimentar.

b ) Considerando a resposta da cientista, proponha medidas que, em sua opinião, podem ajudar a atenuar os problemas apontados na pesquisa.

4. Elabore quatro cadeias alimentares utilizando os nomes dos seres vivos apresentados no quadro a seguir e setas para representar as relações alimentares. Em seguida, classifique cada ser vivo de acordo com o nível trófico ocupado.

  • ave marinha
  • zooplâncton
  • decompositores
  • tubarão
  • ser humano
  • peixe
  • algas

Respostas das questões 2, 3 e 4 nas Orientações para o professor.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

4. Em dupla, elaborem quatro cadeias alimentares utilizando os nomes dos seres vivos apresentados no quadro a seguir e setas para representar as relações alimentares. Em seguida, classifiquem cada ser vivo de acordo com o nível trófico ocupado.

  • ave marinha
  • zooplâncton
  • decompositores
  • tubarão
  • ser humano
  • peixe
  • algas

Resposta: Os estudantes podem montar as seguintes cadeias alimentares:
I ) algas (produtor) seta para a direita peixes (consumidor primário)
II ) algas (produtor) seta para a direita peixes (consumidor primário) seta para a direita tubarão (consumidor secundário)
III ) algas (produtor) seta para a direita zooplâncton (consumidor primário)
IV ) algas (produtor) seta para a direita zooplâncton (consumidor primário) seta para a direita peixes (consumidor secundário)
V ) algas (produtor) seta para a direita zooplâncton (consumidor primário) seta para a direita peixes (consumidor secundário) seta para a direita tubarão (consumidor terciário)
VI ) algas (produtor) seta para a direita zooplâncton (consumidor primário) seta para a direita peixes (consumidor secundário) seta para a direita ser humano (consumidor terciário)
VII ) algas (produtor) seta para a direita zooplâncton (consumidor primário) seta para a direita peixes (consumidor secundário) seta para a direita ave marinha (consumidor terciário)

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. Oriente-os a inicialmente conversar sobre as possíveis cadeias alimentares. Em seguida, solicite ao estudante não vidente que dite cada uma das cadeias alimentares para o estudante vidente, que deverá representá-las no caderno. Por fim, peça ao estudante vidente que leia as cadeias elaboradas para o não vidente e, juntos, classifiquem cada um dos seres vivos quanto ao nível trófico que ocupam. Você também pode orientar cada um deles a classificar os indivíduos de duas das cadeias alimentares propostas.

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5. Leia o trecho de reportagem a seguir e responda às questões.

As mudanças climáticas podem impactar a distribuição potencial de dois fungos decompositores de madeira (Auricularia brasiliana e Megasporoporia neosetulosa) no neotrópico, região que abrange o sul dos Estados Unidos e México, a América Central, o Caribe e a América do Sul. [...]
[...] "Foi observado que, mesmo para o cenário otimista, há uma redução de habitats climaticamente adequados para ocorrência de ambas espécies. [...]

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Clima interfere na distribuição de dois fungos decompositores de madeira. 6 nov. 2023. Disponível em: https://s.livro.pro/cudekn. Acesso em: 26 ago. 2024.

a ) Que efeitos ambientais a redução na quantidade de decompositores nos ecossistemas pode acarretar?

Resposta: Os estudantes podem citar que a redução na quantidade de decompositores pode prejudicar a disponibilidade de nutrientes inorgânicos para os produtores, afetando também os demais níveis das cadeias alimentares, além do acúmulo de restos de outros seres vivos, como animais e plantas no ambiente.

b ) Cite outra consequência das mudanças climáticas que, em sua opinião, poderá afetar a Terra e seus habitantes.

Resposta: Os estudantes podem citar o aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, furacões, secas e chuvas intensas e prolongadas.

6. Leia o texto a seguir.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o estado teve 6.587 incidentes com animais peçonhentos, incluindo o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus).

Alguns estudos indicam que a grande quantidade de casos envolvendo esse animal está relacionada ao aumento da incidência de escorpiões em áreas urbanas, em decorrência da destruição do hábitat natural deles.

Escorpião-amarelo (T. serrulatus): pode atingir aproximadamente 7 centímetros 7  cm de comprimento.

Fotografia de um escorpião amarronzado, animal com corpo alongado, cauda comprida e curva, pernas finas e laterais e par de palpos longos como pinças.
Escorpião-amarelo (T. serrulatus).

Sobre essa situação, responda às questões a seguir.

a ) A barata é um dos alimentos dos escorpiões-amarelos. Com base nessa informação, cite um cuidado que as pessoas devem ter em suas residências, por exemplo, para reduzir a incidência desses escorpiões em áreas urbanas.

b ) Ações relacionadas à preservação de predadores naturais do escorpião-amarelo, tais como lagartos, sapos e aves de hábitos noturnos, como corujas, também contribuem para reduzir a incidência desses escorpiões nas áreas urbanas. De que forma isso ocorre?

c ) Pode-se afirmar que o texto apresentado no enunciado da questão trata de relações alimentares? Justifique sua resposta.

d ) Como o ser humano pode ser responsável pelo aumento da ocorrência de acidentes com escorpiões-amarelos?

e ) Elabore três possíveis cadeias alimentares com base nos animais citados nesta atividade. Considere que as baratas se alimentam de matéria orgânica de animais, fungos, madeira, flores, fezes de aves e mamíferos, além de açúcar.

Respostas nas Orientações para o professor.

7. Analise as fotografias a seguir, que mostram bem-te-vis se alimentando.

Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus): pode atingir aproximadamente 26 centímetros 26  cm de comprimento.

A.

Fotografia de um bem-te-vi pousado sobre um tronco segurando um pequeno fruto no bico. O animal apresenta corpo amarelo, cabeça branca com uma faixa preta no bico passando pelos olhos. Tem bico fino e preto, e asas com coloração marrom.
Bem-te-vi se alimentando de um fruto.

B.

Fotografia de um bem-te-vi pousado sobre um tronco segurando uma lagarta no bico. O animal apresenta corpo amarelo, cabeça branca com uma faixa preta no bico passando pelos olhos. Tem bico fino e preto, e asas com coloração marrom.
Bem-te-vi se alimentando de uma lagarta.

a ) De acordo com as imagens, em quais níveis tróficos o bem-te-vi pode ser classificado?

Resposta: O bem-te-vi se alimentando do fruto atua como consumidor primário. Quando se alimenta da lagarta, provavelmente está atuando como consumidor secundário, pois as lagartas se alimentam principalmente de vegetais.

b ) Considerando os alimentos consumidos pelo bem-te-vi, em qual situação (A ou B) a transferência de energia será menor entre um nível trófico e o outro? Justifique sua resposta.

Resposta: Na situação em que o bem-te-vi se alimenta da lagarta, pois nesse caso o bem-te-vi atua como consumidor secundário; assim, quanto mais distante do produtor, menor a quantidade de energia disponibilizada ao consumidor.

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Pirâmides ecológicas

11. Explique aos colegas como você representaria graficamente a quantidade de matéria e de energia em uma cadeia alimentar.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a expor seus conhecimentos e opiniões aos colegas, além de possibilitar a eles que reconheçam que é possível representar dados e informações de maneiras distintas. Se considerar pertinente, oriente-os a fazer essa representação no caderno.

As pirâmides ecológicas são representações gráficas dos diferentes níveis tróficos de uma cadeia alimentar pelos quais a matéria e a energia são transferidas. Essas representações são formadas por barras sobrepostas, que podem representar a quantidade de indivíduos, de biomassa ou de energia nos diferentes níveis tróficos de uma cadeia alimentar. A altura das barras geralmente é constante, enquanto o comprimento varia proporcionalmente conforme o valor representado por elas.

A base das pirâmides ecológicas representa o primeiro nível trófico da cadeia alimentar, composta dos produtores. Já as camadas superiores correspondem aos níveis tróficos dos consumidores. Os decompositores não são representados nas pirâmides ecológicas. Com exceção da pirâmide de energia, as pirâmides ecológicas podem ser invertidas, dependendo da cadeia alimentar representada.

Pirâmide de energia

A pirâmide de energia foi idealizada por Raymond Lindeman e representa a quantidade de energia armazenada em cada nível trófico, na forma de matéria orgânica, por unidade de área abre parênteses m elevado ao quadrado fecha parênteses ( m 2 ) ou volume abre parênteses m elevado ao cubo fecha parênteses ( m 3 ) e em determinada unidade de tempo. Essa quantidade de energia é expressa em caloria abre parênteses caloria fecha parênteses ( cal ) , quilocaloria quilocaloria ( kcal ) ou joule abre parênteses J fecha parênteses ( J ) .

Ilustração de três retângulos empilhados em ordem de tamanho decrescente, debaixo para cima. Na base, um retângulo em posição horizontal maior, denominado A, acima um retângulo na posição horizontal de tamanho médio denominado B e por último, um retângulo na posição vertical de tamanho menor, denominado C.
Representação de uma pirâmide de energia hipotética.

A base dessa pirâmide é larga (A). Já as camadas superiores (B e C) são sucessivamente menores. A transferência de energia é unidirecional entre os níveis tróficos e parte dela é dissipada para o ambiente ou utilizada pelo ser vivo. Dessa maneira, quanto mais afastada estiver da base, menor será a quantidade de energia disponível ao próximo nível trófico.

O comprimento da base de uma pirâmide de energia é determinado pela chamada produtividade primária líquida (PPL), ou seja, pela quantidade de energia, sob a forma de matéria orgânica, que está disponível para o nível trófico seguinte. A PPL é determinada com base em outras taxas, como as abordadas a seguir.

A taxa em que um produtor converte energia solar em energia química na forma de biomassa, isto é, a quantidade de matéria orgânica que ele é capaz de produzir, é chamada de produtividade primária bruta (PPB).

Parte da energia contida na matéria orgânica é utilizada pelo próprio ser vivo na respiração celular (R), para se manter vivo, crescer e se reproduzir. Essa taxa inclui também a quantidade de energia dissipada para o ambiente na forma de calor. Ou seja, essa parte da energia não está disponível aos consumidores.

Assim, a quantidade de energia disponibilizada aos consumidores pode ser calculada da seguinte forma:

P P L é igual a P P B menos R PPL = PPB R

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um galho de árvore com folhas e um fruto. Na parte superior, está o Sol, e partindo dele há uma seta em direção a uma folha, com a inscrição fotossíntese. Ao lado dessa folha, está escrito: produção primária bruta P P B. Há duas setas saindo da folha, uma com a inscrição respiração e a outra crescimento e reprodução, em direção a inscrição produção primária líquida P P L.
Representação das taxas de uso da biomassa.

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A produção se refere tanto ao processo de formação de matéria orgânica pela fotossíntese, no caso dos autótrofos, quanto à incorporação da matéria orgânica, obtida pela alimentação, nos tecidos dos heterótrofos. O comprimento das barras dos consumidores pode ser determinado de modo semelhante:

P P L é igual a P P B menos R PPL = PPB R

em que:

  • PPB representa a matéria orgânica fixada nos tecidos dos consumidores;
  • R se refere à energia utilizada na respiração celular e dissipada no ambiente;
  • PPL é a energia disponível ao próximo nível trófico.

Dica

Quando a produtividade se refere à formação de matéria orgânica por meio da fotossíntese ou da quimiossíntese pelos produtores, ela é denominada produtividade primária. Quando se refere à quantidade de matéria orgânica formada por meio da energia obtida pela alimentação, no caso dos consumidores, é chamada de produtividade secundária.

12. Ao analisar uma pirâmide de energia, a que corresponde a diferença de comprimento entre suas barras?

Resposta: Corresponde à quantidade de energia que não foi transferida de um nível trófico a outro.

A relação entre produtividade bruta e produtividade líquida pode variar entre diferentes ecossistemas e depende das taxas de uso e assimilação da energia pelos organismos. Essas taxas interferem diretamente na produção, isto é, na quantidade de matéria orgânica armazenada em cada nível trófico e que se torna disponível ao nível trófico seguinte.

A tabela a seguir fornece dados aproximados da proporção de energia assimilada em cada nível trófico (produção) e a quantidade energética desviada para o uso do próprio organismo (respiração).

Produção e respiração por nível trófico
Nível trófico Produção (%) Respiração (%)

Produtores

60-70

30-40

Consumidores primários

40-50

50-60

Consumidores secundários

5-10

90-95

Fonte de pesquisa: ODUM, Eugene P.; BARRET, Gary W. Fundamentos de ecologia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 110.

13. O que é possível afirmar a respeito da produção e da respiração em cada nível trófico?

Resposta: Quanto mais elevado for o nível trófico, maior será a proporção de energia utilizada pelo próprio organismo na respiração celular. Como consequência, a produção será menor, ou seja, a proporção de energia que é armazenada e disponibilizada ao próximo nível trófico.

14. Que nível trófico apresenta uma transferência de energia mais eficiente? Justifique sua resposta.

Resposta: O nível trófico dos produtores, pois eles utilizam menor proporção da energia na manutenção do próprio organismo, transferindo uma porcentagem maior aos demais níveis tróficos se comparados aos consumidores.

A eficiência ecológica mede a quantidade de energia transferida de um nível trófico a outro, sendo um fator limitante da quantidade de níveis tróficos na cadeia alimentar. A eficiência da transferência depende da produção líquida consumida pelos seres vivos do nível subsequente e de como a energia é usada para a produção e a manutenção das atividades metabólicas desses organismos.

Os mamíferos e as aves, por exemplo, apresentam baixa eficiência de produção, já que gastam grande parte da energia para manter a temperatura corporal. Animais carnívoros demonstram maior eficiência do que os herbívoros, pois a digestão de tecidos vegetais demanda mais energia do que a de tecidos animais. Porém, os herbívoros necessitam de menor produção primária do que os carnívoros para se manterem.

As baleias são mamíferos aquáticos e mantêm a temperatura corporal relativamente constante (aproximadamente 37 graus Celsius 37   ° C ), embora a temperatura do mar possa atingir valores negativos em determinadas épocas do ano. Assim, uma grande quantidade de energia é necessária para gerar calor e manter a temperatura corporal relativamente constante.

Baleia-jubarte (M. novaeangliae): pode atingir aproximadamente 16 metros 16  m de comprimento.

Fotografia de uma baleia jubarte dentro da água. Ela é um animal grande, com corpo robusto e roliço, com coloração acinzentada e com o ventre branco.
Baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae).

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Pirâmides de biomassa e de números

A biomassa consiste na quantidade de matéria orgânica do corpo de um organismo, ou seja, sua massa corporal, em determinado nível trófico da cadeia alimentar, e é transferida ao longo dos diferentes níveis tróficos. Ela é expressa em peso seco, pois a água é uma molécula inorgânica e, portanto, não é utilizada como fonte de energia. Além disso, a biomassa é apresentada por unidade de área (grama por metro quadrado g/m 2 ou quilograma por metro quadrado kg/ m 2 ) ou volume abre parênteses grama por metro cúbico fecha parênteses ( g/m 3 ) em determinado momento ou por certo período.

A pirâmide de biomassa pode ser invertida, dependendo dos organismos envolvidos e das relações estabelecidas entre eles. No caso das cadeias alimentares aquáticas, por exemplo, o peso seco do fitoplâncton é menor do que o do zooplâncton. Contudo, como a reprodução desses produtores é muito rápida, eles conseguem sustentar a biomassa dos consumidores.

Ilustração de três retângulos empilhados em ordem de tamanho decrescente, debaixo para cima. Na base, um retângulo em posição horizontal maior: 100 quilos por metro quadrado de vegetação, acima um retângulo na posição horizontal de tamanho médio: 10 quilos por metro quadrado de herbívoro e por último, um retângulo na posição vertical de tamanho menor: 1 quilo por metro quadrado de carnívoro.
Representação de pirâmide de biomassa hipotética, em posição normal, envolvendo vegetação, herbívoro e carnívoro.
Ilustração de dois retângulos empilhados. Na base, um retângulo em posição vertical, pequeno: 4 gramas por metro quadrado de fitoplâncton e acima, um retângulo maior na posição horizontal: 21 gramas por metro quadrado de zooplâncton.
Representação de pirâmide de biomassa hipotética, em posição invertida, envolvendo fitoplâncton e zooplâncton.

A pirâmide de números representa a quantidade de organismos existentes em cada nível trófico de uma cadeia alimentar e mostra a quantidade necessária de organismos para a dieta de cada um dos seres vivos envolvidos. Em muitas cadeias alimentares, quanto mais elevado for o nível trófico, maior será o tamanho corporal dos organismos envolvidos e, consequentemente, mais energia eles precisarão consumir.

Ilustração de três retângulos empilhados em ordem de tamanho decrescente, debaixo para cima. Na base, um retângulo em posição horizontal maior: 50000 fitoplâncton, acima um retângulo na posição horizontal de tamanho médio: 5000 krill e por último, um retângulo na posição vertical de tamanho menor: 1 baleia.
Representação de pirâmide de números hipotética, envolvendo fitoplâncton, krill e baleia.

Assim, é necessário grande quantidade de organismos em um nível trófico mais basal para alimentar uma quantidade cada vez menor de organismos nos níveis tróficos superiores.

As pirâmides de números podem ter formatos variados, dependendo dos organismos que compõem a cadeia alimentar e das relações entre eles. Confira o exemplo apresentado.

Alguns herbívoros, como os búfalos, são maiores do que seus predadores, os leões, que muitas vezes caçam em bando. Por isso, um único búfalo pode servir de alimento para vários leões.

Ilustração de três retângulos empilhados de tamanho diferentes. Na base, um retângulo em posição horizontal maior: 1000 gramíneas, acima um retângulo na posição vertical de tamanho menor: 1 búfalo e por último, um retângulo na posição horizontal de tamanho médio: 6 leões.
Representação de pirâmide de números hipotética, em quantidade de indivíduos barra m elevado ao quadrado quantidade de indivíduos / m 2 , envolvendo gramíneas, búfalo e leões.

Imagens elaboradas com base em: ODUM, Eugene P.; BARRETT, Gary. W. Fundamentos de ecologia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 103.

15. Represente uma pirâmide de números abre parênteses indivíduos barra m elevado ao quadrado fecha parênteses ( indivíduos / m 2 ) hipotética de uma relação alimentar entre 1 árvore frutífera, 10 macacos e 1.000 piolhos.

Resposta: A pirâmide deve ser invertida: base fina, representando a árvore, e as camadas superiores, representando os macacos e os piolhos, sucessivamente mais largas.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

15. Explique aos colegas como seria uma pirâmide de números abre parênteses indivíduos barra m elevado ao quadrado fecha parênteses (indivíduos/m2) hipotética de uma relação alimentar entre 1 árvore frutífera, 10 macacos e 1.000 piolhos.

Resposta: Espera-se que os estudantes reconheçam que a pirâmide deve ser invertida, com as seguintes características: base estreita, representando a árvore, e as camadas superiores, representando os macacos e os piolhos, sucessivamente mais largas.

16. Por que as pirâmides de biomassa e de números podem ser invertidas, mas a de energia não?

Resposta: Na pirâmide de energia, a quantidade de energia disponível para os níveis tróficos superiores na cadeia alimentar sempre é menor, por causa do uso e da perda de parte da energia, principalmente pela respiração. Ou seja, o fluxo é unidirecional.

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PRÁTICA CIENTÍFICA

Produção de carboidratos pelas plantas

Por dentro do contexto

Durante a fotossíntese, as plantas produzem carboidratos, como a glicose. Essas moléculas orgânicas são utilizadas para diversas atividades que demandam energia, como a reprodução, o desenvolvimento e o crescimento. Parte dessa glicose acaba, no entanto, não sendo consumida imediatamente, podendo ser armazenada sob a forma de amido.

O amido é um polissacarídeo formado por milhares de moléculas de glicose e armazenado em diversas partes da planta, como raízes, caules, frutos e folhas. Ao ser armazenado, pode ser utilizado pela planta como fonte de energia para suprir as demandas de seu metabolismo mesmo na ausência de luz, situação em que a produção de glicose é reduzida.

Fotografia de zoom microscópico de estruturas arredondadas justapostas. Dentro há estruturas em formato de discos com coloração amarela, denominadas grãos de amido.
Grãos de amido em tecido da planta Clematis sp. Imagem ampliada cerca de 800 vezes e colorida em computador.

a ) Considerando essas informações, reflita: que fatores externos e internos à planta podem influenciar a quantidade armazenada de amido?

Resposta nas Orientações para o professor.

Materiais

  • folhas variegadas recém-coletadas de Coleus sp.
  • folhas recém-coletadas de feijoeiro
  • folhas recém-coletadas de feijoeiro mantido previamente no escuro por 72 horas
  • fonte de aquecimento sem chama
  • solução de lugol (2%)
  • placa de Petri ou outro suporte raso de vidro
  • recipiente de vidro transparente de 250 mililitros 250   mL
  • recipiente de vidro transparente de 500 mililitros 500   mL
  • água
  • álcool etílico comercial (96%)
  • pinça
  • cronômetro
  • lápis de cor
  • caderno

Como proceder

A. Desenhe o aspecto das folhas de Coleus sp. e de feijoeiro. Identifique as folhas do feijoeiro diferenciando as que foram mantidas no claro das que ficaram no escuro por 72 horas. Atente para as áreas mais escuras e mais claras da folha variegada representando esse padrão o mais próximo possível do identificado.

Dica

Você pode diferenciar e identificar as folhas de feijoeiro fazendo pequenos cortes na extremidade de cada uma delas. O registro dos aspectos das folhas também pode ser feito por meio de fotografias, com o uso de um smartphone com câmera fotográfica.

Ilustração de três folhas de formato e coloração diferentes, uma está com coloração branca ao centro. Ao lado um caderno espiral com o desenho das três folhas e um lápis grafite e outro verde.
Imagem referente à etapa A.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Variegadas:
nesse contexto, referem-se a folhas que apresentam tonalidades variadas ao longo de sua superfície.

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B. Peça a um adulto que mergulhe as folhas em água fervente, mantendo-as nessa condição por 30 segundos.

C. Com a pinça, peça ao adulto que transfira as folhas para o recipiente de vidro de 250 mililitros 250  mL contendo álcool etílico em banho-maria (recipiente de vidro de 500 mililitros 500  mL ). Deixe-as no álcool até que liberem por completo os pigmentos.

Cuidado

Apenas um adulto deve manipular a água fervente.

Ilustração de um equipamento chamado aquecedor sem chama, semelhante a base de um liquidificador, com dois botões e a parte superior plana e redonda de metal. Em cima, há um recipiente de vidro de 500 mililitros com água e, dentro dele, um recipiente de vidro de 250 mililitros com álcool etílico e folhas, o líquido está com coloração esverdeada.
Imagem referente à etapa C.

D. Com a pinça, retire as folhas despigmentadas do álcool etílico e posicione-as sobre a placa de Petri.

E. Pingue algumas gotas da solução de lugol nas folhas, até que essa solução se espalhe por toda a superfície foliar. Deixe agir por cerca de 3 minutos.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração sobre uma superfície plana com um recipiente de vidro com um líquido de coloração amarronzada com uma etiqueta escrita Solução de lugol. Acima, há uma mão segurando um conta gotas pingando solução de lugol. Abaixo uma placa de Petri com uma folha dentro, em meio a solução de lugol. A coloração da folha é verde clara com a região central com colação esbranquiçada.
Imagem referente à etapa E.

F. Lave a folha com água para retirar o excesso da solução de lugol.

G. Registre novamente o aspecto das folhas.

Dica

O iodo, presente na solução, reage com o amido, produzindo uma substância de coloração arroxeada.

Análise e divulgação

1. Compare o registro do resultado obtido para a folha variegada na etapa G com o registro inicial dessa folha. Quais diferenças você notou após o tratamento com a solução de lugol? Como você as explicaria?

2. Que diferenças você identificou entre as folhas do feijoeiro mantido no escuro por 72 horas e as que não sofreram a privação de luz solar?

3. Elabore uma hipótese para explicar as diferenças que você identificou entre as duas situações exploradas na questão anterior. Para isso, considere os fatores externos e internos à planta que, possivelmente, influenciam a produção e o armazenamento de amido.

4. De que modo os resultados desse experimento podem ser relacionados ao papel ecológico que as plantas exercem nas cadeias alimentares?

5. Elabore cartazes com a descrição da prática desenvolvida e dos resultados obtidos. Insira perguntas sobre o experimento deixando um espaço no cartaz para que alguns leitores respondam às questões. Alguns dias depois, afixe um segundo cartaz, ao lado do primeiro, contendo as respostas às perguntas presentes no primeiro cartaz.

Resposta nas Orientações para o professor.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

5. Em dupla, elaborem cartazes com a descrição da prática desenvolvida e dos resultados obtidos. Insiram perguntas sobre o experimento deixando um espaço no cartaz para que alguns leitores respondam às questões. Alguns dias depois, afixem um segundo cartaz, ao lado do primeiro, contendo as respostas às perguntas presentes no primeiro cartaz.

Resposta pessoal. O objetivo desta prática é promover a divulgação dos resultados obtidos e a troca de conhecimento entre os estudantes.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. Oriente-os a inicialmente conversar sobre as perguntas que serão apresentadas no cartaz, enfatizando que ambos devem participar da elaboração das questões. As perguntas selecionadas serão ditadas pelo estudante não vidente e escritas no cartaz pelo estudante vidente.

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CONEXÕES com ... FÍSICA

A energia dos alimentos

Os alimentos fornecem a energia química de que nosso corpo precisa para crescer, desenvolver-se e realizar as atividades do dia a dia. Nesse sentido, para fazermos escolhas mais adequadas ao bom funcionamento do organismo, é fundamental atentar às informações contidas nas embalagens dos alimentos.

a ) Você já reparou nas informações presentes nos rótulos dos alimentos? O que significa o valor energético que aparece nesses rótulos?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é verificar se os estudantes têm o costume de ler o rótulo das embalagens dos alimentos para identificar a quantidade de quilocalorias que eles contêm. Além disso, por meio dela é possível levantar o conhecimento prévio deles a respeito do valor energético dos alimentos.

Os alimentos são constituídos por diferentes nutrientes, que armazenam energia em suas ligações químicas, entre eles os carboidratos, os lipídios e as proteínas. Essa energia pode ser calculada, visando à previsão da quantidade contida em determinado alimento.

Uma das informações nutricionais dos rótulos dos alimentos refere-se a seu valor energético, ou seja, à quantidade de calorias presente neles. Em geral, o valor energético apresentado nas embalagens é expresso em quilocaloria quilocaloria ( kcal ) .

Dica

1 quilocaloria é equivalente a 1.000 calorias abre parênteses caloria fecha parênteses ( cal ) .

Ilustração de uma tabela dividida em 4 colunas e 12 linhas. O título é: Informação nutricional, abaixo a indicação Porção: 170 gramas: uma embalagem. Linha 1: primeira coluna em branco, segunda coluna 100 gramas, terceira coluna: 170 gramas e quarta coluna porcentagem V D asterisco. Linha 2: primeira coluna Valor energético em quilocaloria, segunda coluna 69, terceira coluna 117 e quarta coluna 6. Linha 3: primeira coluna carboidratos em gramas, segunda coluna 4, terceira coluna 6,8 e quarta coluna 2. Linha 4: primeira coluna Açúcares totais em gramas, segunda coluna 4, terceira coluna 6,8 e quarta coluna em branco. Linha 5: primeira coluna Açúcares adicionados em gramas, segunda coluna 0, terceira coluna 0 e quarta coluna 0. Linha 6: primeira coluna Proteínas em gramas, segunda coluna 4, terceira coluna 6,8 e quarta coluna 14. Linha 7: primeira coluna Gorduras totais em gramas, segunda coluna 4,1, terceira coluna 7 e quarta coluna 11. Linha 8: primeira coluna Gorduras saturadas em gramas, segunda coluna 2,6, terceira coluna 4,4 e quarta coluna 22. Linha 9: primeira coluna Gorduras trans em gramas, segunda coluna 0, terceira coluna 0 e quarta coluna 0. Linha 10: primeira coluna Fibras alimentares em gramas, segunda coluna 0, terceira coluna 0 e quarta coluna 0. Linha 11: primeira coluna Sódio em miligramas, segunda coluna 74, terceira coluna 126 e quarta coluna 6. Linha 12: primeira coluna Cálcio em miligrama, segunda coluna 145, terceira coluna 247 e quarta coluna 25. Abaixo da última linha, a inscrição: asterisco: Percentual de valores diários fornecidos pela porção.
Representação de parte da tabela nutricional do rótulo de iogurte natural.

Para determinar o valor energético de um alimento, deve-se considerar as quantidades de carboidratos, lipídios e proteínas que o compõem, bem como a quantidade de calorias geradas por meio da decomposição desses nutrientes. Confira no quadro desta página o valor calórico contido em 1 grama 1  g desses nutrientes, determinado experimentalmente por um calorímetro.

Valor calórico em 1 grama 1   g de diferentes nutrientes
Nutriente Valor calórico*

Carboidratos

aproximadamente 4 quilocalorias 4  kcal

Lipídios

aproximadamente 10 quilocalorias 10  kcal

Proteínas

aproximadamente 4 quilocalorias 4  kcal

* Valores aproximados.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de duas pessoas sentadas em uma mesa em um local aberto, uma está sentada em uma cadeira de rodas, segurando em uma das mãos um recipiente com um alimento com coloração roxa. A outra está sentada em uma cadeira, segurando um copo com uma bebida de coloração amarela, em cima da mesa há um recipiente com alimento.
Representação de duas pessoas consumindo açaí e suco de laranja em um parque.

O valor energético informado no rótulo dos alimentos varia de acordo com a composição do alimento e deve ser considerado por porção. O valor calórico de 100 gramas 100  g de açaí, por exemplo, é de 107 quilocalorias 107  kcal . Já 250 mililitros 250  mL de suco de laranja contêm aproximadamente 120 quilocalorias 120  kcal .

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Segundo nutricionistas e médicos especialistas, a quantidade de calorias de que o corpo humano precisa diariamente varia conforme a idade, a massa corpórea, a altura e as atividades desempenhadas. Dessa maneira, cada pessoa deve se alimentar adequadamente, ingerindo alimentos que contenham os nutrientes necessários para liberar a energia química utilizada pelo corpo, bem como outros nutrientes essenciais para manter a saúde, tais como carboidratos, proteínas, lipídios, além das vitaminas e dos sais minerais presentes em frutas, verduras e grãos.

Dica

Dê preferência a alimentos in natura ou minimamente processados.

Dica

A energia dos alimentos é utilizada pelo corpo para manter suas atividades ou gerar calor. No entanto, quando fornecemos a ele mais energia do que gastamos, esse excesso é armazenado como energia potencial química em forma de gordura.

O acompanhamento do profissional de nutrição, por exemplo, é fundamental para o cálculo correto das calorias de que o corpo necessita para funcionar adequadamente.

A energia necessária ao bom funcionamento do organismo é a energia potencial disponível para ser liberada em reações químicas que ocorrem no interior das células.

Ao realizar uma atividade física, a energia química obtida dos alimentos é liberada pelo processo da respiração celular, que acontece nas mitocôndrias. O carboidrato consumido em uma refeição, por exemplo, é quebrado em componentes menores pelo processo de digestão, produzindo a glicose, que será utilizada durante a respiração celular. Esse processo resulta na produção de adenosina trifosfato (ATP), molécula que atua, por exemplo, na contração muscular, possibilitando realizar diferentes movimentos do corpo.

Ilustração de quatros pessoas em pé, com o corpo inclinando em movimento de dança. Elas estão em um local aberto com vegetação e construções.
Representação de pessoas dançando ao ar livre.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

b ) Avalie os alimentos que você ingere no café da manhã, no almoço, no lanche da tarde e no jantar. Com base no valor energético desses alimentos (disponível no rótulo das embalagens, caso tenham), calcule a quantidade aproximada de calorias ingeridas diariamente.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é incentivar os estudantes a verificar e analisar a quantidade de energia presente nos alimentos e, com base nessa análise, refletir sobre a ingestão de calorias ao longo do dia. Essa atividade visa promover a conscientização sobre a nutrição e a importância de uma alimentação equilibrada, sem focar em julgamentos pessoais.

c ) Com base em sua resposta à questão anterior, converse com os colegas sobre as possíveis razões relacionadas às diferenças dos resultados.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é incentivar os estudantes a refletir sobre a variação na quantidade de energia fornecida a cada organismo, que pode variar de acordo com diferentes fatores, como hábitos alimentares do indivíduo, massa corpórea, altura, idade e atividades realizadas.

d ) Junte-se a um colega e façam uma lista dos alimentos mais consumidos por vocês. Em seguida, elaborem um cartaz com os rótulos desses alimentos, mostrando os valores energéticos de cada um deles. Depois, ilustrem uma refeição destacando os alimentos mais adequados a uma vida saudável. Por fim, apresentem o cartaz à turma.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a verificar os valores energéticos de diferentes alimentos consumidos por eles, de modo a identificar quais fornecem maior ou menor quantidade de energia ao organismo.

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ATIVIDADES

1. Explique a estrutura básica de uma pirâmide ecológica e de que modo os diferentes níveis tróficos são apresentados nessa representação.

Resposta: Nas pirâmides ecológicas, cada nível trófico de uma cadeia alimentar é representado por barras sobrepostas com altura constante e comprimento variável. A base das pirâmides representa os produtores e as camadas subsequentes, os consumidores.

2. Sobre as pirâmides ecológicas de energia e o fluxo de energia entre os níveis tróficos de uma cadeia alimentar, identifique a alternativa que apresenta a resposta correta.

I ) A barra que representa os produtores em uma pirâmide de energia é menor do que as barras que representam os demais níveis da cadeia.

II ) O comprimento da base da pirâmide é determinado pela quantidade de energia sob a forma de matéria orgânica que está disponível ao nível trófico subsequente, ou seja, pela produtividade primária bruta (PPB).

III ) O fluxo de energia nas cadeias alimentares é unidirecional, partindo dos produtores em direção aos consumidores.

IV ) A cada nível trófico de uma cadeia ocorre perda de parte da energia adquirida do nível trófico anterior, e isso é representado nas pirâmides de energia por retângulos de comprimentos cada vez menores à medida que se distanciam da base.

a ) I e II estão corretas.

b ) III e IV estão corretas.

c ) Todas estão corretas.

d ) Nenhuma delas está correta.

Resposta: Alternativa b. Comentários nas Orientações para o professor.

3. Diferencie produtividade primária bruta de produtividade primária líquida.

4. Analise os dados da tabela a seguir e responda às questões propostas.

Estimativa de PPL em diferentes ambientes
Ambiente Área abre parênteses m elevado ao quadrado fecha parênteses ( m 2 ) Média de produtividade primária líquida abre parênteses g barra m elevado ao quadrado barra ano fecha parênteses ( g/ m 2 /ano )

Floresta úmida tropical

17 vezes 10 elevado a 12 17 · 10 12

2.200

Oceano

332 vezes 10 elevado a 12 332 · 10 12

125

Fonte de pesquisa: ODUM, Eugene P.; BARRETT, Gary W. Fundamentos de ecologia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 89.

a ) Qual dos dois ecossistemas (floresta úmida tropical e oceano) apresenta maior produtividade primária líquida (PPL) por unidade de área? O que isso significa, considerando a produção de matéria orgânica?

b ) Qual é a quantidade de matéria orgânica produzida e disponibilizada na cadeia alimentar por esses ecossistemas, durante um ano, considerando toda sua extensão?

c ) Com base nos resultados obtidos no item b, o que você pode concluir sobre a PPL e a quantidade de matéria orgânica produzida na Terra?

5. Considerando os conceitos de sistemas térmicos abertos e fechados, os seres vivos poderiam ser relacionados a qual desses sistemas? Justifique sua resposta.

6. Sobre as pirâmides biológicas de biomassa, identifique a alternativa correta.

a ) A pirâmide de biomassa nunca será invertida.

b ) A pirâmide de biomassa apresenta a quantidade de quilocaloria armazenada em forma de matéria orgânica em cada nível trófico.

c ) O comprimento de cada uma das barras da pirâmide é proporcional à quantidade de matéria orgânica, em peso seco, de cada nível trófico, por unidade de área ou volume, em determinado momento ou por determinado período.

d ) Os decompositores são representados nesse tipo de pirâmide.

Resposta: Alternativa c.

7. Identifique os tipos de pirâmides ecológicas mostrados a seguir e, em seguida, explique, com suas palavras, cada uma delas.

Ilustração de três retângulos empilhados na posição horizontal em ordem de tamanho decrescente, de cima para baixo. Na base, um retângulo menor: árvore, acima um retângulo de tamanho médio: insetos herbívoros e por último, um retângulo maior: protozoários parasitas.
Pirâmide ecológica A.
Ilustração de três retângulos empilhados na posição horizontal em ordem de tamanho decrescente, debaixo para cima. Na base, um retângulo maior: gramíneas, acima um retângulo de tamanho médio: grilos e por último, um retângulo menor: aves.
Pirâmide ecológica B.

Respostas das questões 3, 4, 5 e 7 nas Orientações para o professor.

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CAPÍTULO10

Ciclagem de matéria no ambiente

Matéria, um componente em circulação no ambiente

A destinação correta dos resíduos urbanos é um problema ambiental atual comum a diversos países. Segundo dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), cada habitante no Brasil produziu, em 2022, cerca de 1 vírgula 0 4 quilograma 1,04 kg de resíduos sólidos por dia, o que corresponde a cerca de 380 quilogramas 380 kg de resíduos por habitante em um ano. Observe o gráfico "Quantidade de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil, por região (2022)" e, em seguida, leia a manchete a seguir.

Quantidade de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil, por região (2022)

Gráfico de setores que representa as cinco regiões do Brasil e o percentual corresponde a quantidade de resíduos em cada uma delas. Os dados são: a região Sudeste ocupa a maior parte do gráfico, com 49,4 por cento; a região Nordeste corresponde a 24,6 por cento; a região Sul e corresponde a 11 por cento; a região Centro-Oeste corresponde a 7,7 por cento e a região Norte ocupa 7,3 por cento.

Fonte de pesquisa: PANORAMA. Abrema. Disponível em: https://s.livro.pro/rjtdwa. Acesso em: 13 jul. 2024.

PNUMA: O mundo precisa superar a era do desperdício e transformar o lixo em recurso

Disponível em: https://s.livro.pro/un5t2w. Acesso em: 13 jul. 2024.

Professor, professora: Comente com os estudantes que lixo é o termo popular usado para se referir aos resíduos sólidos descartados ou considerados sem utilidade.

1. De acordo com o gráfico, qual é a região com maior geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil? Como você explicaria esse dado?

Resposta: A região Sudeste (49,4%). Os estudantes podem citar entre os motivos que se trata de uma região muito populosa, com grande quantidade de indústrias, favorecendo a geração de resíduos.

2. O que você entende por "transformar o lixo em recurso", citado na manchete?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que os resíduos sólidos descartados poderiam ser transformados em novos produtos ou em energia.

3. Cite duas medidas que ajudem a reduzir a geração e o descarte de resíduos no ambiente.

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar: reduzir o consumo de produtos; aumentar as taxas de reciclagem de materiais; incentivar o reaproveitamento de materiais para outras finalidades.

Já estudamos que a matéria não é criada nem destruída, ela é transformada, seja por meio de processos artificiais, como a reciclagem, seja por meios naturais. Nesse último caso, os elementos químicos se movimentam entre os diferentes compartimentos do ambiente e entre seus componentes.

Cada elemento químico percorre um caminho característico no ambiente, que é conhecido como ciclo biogeoquímico e envolve diferentes etapas e processos. A fotossíntese, por exemplo, é um processo presente na ciclagem de diversos elementos químicos, como carbono abre parênteses C fecha parênteses ( C ) e oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) , além de interferir no ciclo hidrológico.

Agora, abordaremos alguns ciclos biogeoquímicos de maneira simplificada.

Ciclo biogeoquímico do oxigênio

Como estudamos anteriormente, o gás oxigênio foi injetado em grande quantidade na atmosfera terrestre após a origem dos seres vivos autotróficos. A presença desse gás possibilitou que diversas outras formas de vida se desenvolvessem, favorecendo a diversificação da vida na Terra.

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O gás oxigênio corresponde a cerca de 21% dos gases da atmosfera terrestre atual e pode ser encontrado livre no ar, dissolvido na água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) ou em associação com outros elementos químicos. É um elemento essencial para a existência de diversas formas de vida, entre elas a humana. Acompanhe a seguir uma representação simplificada do ciclo biogeoquímico do oxigênio.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma paisagem litorânea apresentando um céu azul com nuvens e vários pássaros voando. Na margem superior do céu há uma faixa azul mais escura e com a indicação do número 1. Logo abaixo há uma montanha com vegetação que termina no mar, este se encontra à direita e com a indicação do número 5. No lado esquerdo do mar há uma faixa de areia e nela se encontra 3 capivaras com a indicação do número 4; mais à esquerda há várias árvores com a indicação do número 3 e algumas estão pegando fogo, delas saem fumaça e tem a indicação do número 2.
Representação simplificada do ciclo biogeoquímico do oxigênio.

Imagem elaborada com base em: MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 58-59.

1. Os átomos de oxigênio livres podem se ligar a moléculas de gás oxigênio originando o gás ozônio abre parênteses O subscrito 3 fecha parênteses ( O 3 ) , que forma a camada de ozônio. A radiação ultravioleta também pode provocar a decomposição do gás ozônio, resultando em oxigênio livre e gás oxigênio.

2. O gás oxigênio atua como comburente em reações de combustão, ou seja, de queima de materiais, liberando energia nas formas de luz e calor. Algumas combustões ocorrem naturalmente, como as queimadas em determinadas épocas do ano no Cerrado, em razão, por exemplo, de descargas elétricas na vegetação seca.

3. A liberação do gás oxigênio para a atmosfera é realizada principalmente pela fotossíntese, que ocorre tanto nos ambientes aquáticos como nos terrestres.

4. A respiração aeróbia realizada pela maioria dos seres vivos, tanto nos ambientes terrestres como nos aquáticos, utiliza o O subscrito 2 O 2 no processo de quebra das moléculas orgânicas, liberando energia para as atividades celulares.

5. O gás oxigênio pode se difundir da atmosfera para a água, e vice-versa.

6. Alguns seres vivos decompositores utilizam o gás oxigênio para a decomposição da matéria orgânica.

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Ciclo biogeoquímico da água

4. Estudamos a importância da água para os seres vivos. Cite três funções realizadas por ela nos seres vivos e nas células.

Resposta: A água é responsável por transportar substâncias do meio externo para o meio interno das células, e vice-versa; é considerada solvente universal; participa das reações químicas no interior das células; faz parte da constituição de todas as células e todos os seres vivos.

A água pode ser encontrada no ambiente nos estados físicos sólido, líquido e gasoso. Seus maiores reservatórios são representados pelos oceanos, seguidos das geleiras e calotas polares; já a atmosfera é a porção que contém a menor quantidade de água na Terra. O ciclo da água, ou ciclo hidrológico, envolve a coleta e a distribuição da água do planeta, que se movimenta do ambiente aos seres vivos, e vice-versa.

Acompanhe a seguir uma representação simplificada do ciclo hidrológico.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de vista aérea de uma paisagem litorânea. No lado esquerdo superior se encontra o sol, com indicação do número 1, e um pouco a direita há uma nuvem no céu se formando e com indicação do número 4. Abaixo dela há riscos simulando a evaporação da água do oceano que se encontra mais abaixo e com indicação do número 2; alguns riscos saem da vegetação que tem alguns bovinos e com indicação do número 3, localizado do lado direito do oceano; mais à direita há um rio que sai dos pés de uma montanha ao fundo e com indicação do número 7. Na frente do rio há um corte do solo evidenciando que suas águas se infiltram nesse solo e com indicação do número 8. Em cima da montanha há uma nuvem escura de onde cai chuva e com indicação do número 5, e ao lado desta montanha há outra mais alta com vários cumes, nela há uma camada branca no topo simulando neve e com indicação do número 6; em cima dela há continuidade da nuvem precipitando.
Representação simplificada do ciclo biogeoquímico da água.

Imagem elaborada com base em: MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 56.

1. O calor proveniente dos raios solares aquece a superfície terrestre e seus componentes.

2. Parte da água presente na superfície terrestre, como em corpos de água, evapora.

3. Os seres vivos também liberam água para a atmosfera por meio da respiração e da transpiração.

4. Por ser menos densa, a água no estado gasoso se move em direção às camadas superiores da atmosfera. Nessas camadas, o vapor de água encontra camadas de ar mais frias e se condensa em pequenas gotículas de água, que se tornam visíveis, originando as nuvens.

5. Em condições adequadas, as gotículas de água líquida precipitam sob a forma de chuva na superfície terrestre.

6. Parte da água proveniente da chuva fica retida nas geleiras.

7. Outra parte da água das chuvas escorre sobre a superfície terrestre.

8. A água da chuva também pode se infiltrar no solo, abastecendo os reservatórios subterrâneos. Esses reservatórios, com a água do escoamento superficial, podem recarregar tanto rios, lagos e lagoas quanto mares e oceanos.

Compartilhe ideias

A água é essencial para a manutenção da vida. Esse recurso está disponível para os seres vivos por meio do ciclo da água, mas será que vai acabar um dia?

a ) Junte-se a um colega e conversem sobre essa questão. Elaborem um texto dissertativo com a resposta à pergunta e os principais argumentos que deem suporte a esse posicionamento.

Resposta pessoal. Os estudantes podem argumentar que, com relação à água na superfície terrestre e que circula constantemente no ciclo da água, esse recurso não vai acabar. Porém, é possível afirmar que a água própria para o consumo se trata de um recurso limitado e que pode acabar. Além de doce, precisa estar em condições de consumo, e alguns fatores, como coloração, turbidez, odores, presença de microrganismos patógenos e de metais pesados ou radiação, devem ser levados em consideração, agravando o risco de escassez no futuro.

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CONEXÕES com ... GEOGRAFIA

Geopolítica das águas

Como estudamos nos capítulos anteriores, a água é um recurso natural que cobre a maior parte da superfície terrestre, sendo essencial para a vida no planeta. No entanto, de todo o recurso hídrico, apenas cerca de 2,5% é de água doce e está disponível para o consumo humano. Dessa porção, a maior parte está localizada em aquíferos subterrâneos e em geleiras, o que dificulta ou impossibilita sua exploração pelos seres humanos.

A distribuição de água doce para uso e consumo humanos ocorre de forma desigual. Em algumas áreas da Terra, ela é encontrada em abundância, como é o caso da América do Sul, onde se localiza a maior bacia hidrográfica do mundo – a Bacia Amazônica.

Professor, professora: Se julgar pertinente, comente com os estudantes que, além do Brasil, a Bacia Amazônica se estende pelos territórios dos seguintes países: Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela.

A bacia hidrográfica amazônica ocupa uma área de aproximadamente 6 milhões de quilômetro quadrado km 2 e se estende por sete países da América do Sul, entre eles o Brasil.

A região da bacia correspondente ao território brasileiro, chamada de região hidrográfica amazônica, é composta por rios extensos e volumosos, como Madeira, Negro, Xingu, Solimões e Amazonas.

Fotografia do encontro entre dois rios. À esquerda, o rio tem coloração escura em azul, e à direita, o rio tem coloração marrom, em primeiro plano. Ao fundo, há um trecho de superfície com vegetação dividindo os dois rios.
Encontro de dois dos rios que compõem a bacia hidrográfica amazônica, o Tapajós e o Amazonas, no município de Santarém (PA), em 2023.

Por outro lado, regiões como o norte da África e o Oriente Médio sofrem com a escassez hídrica em razão das características naturais e dos impactos causados pela ação humana, entre elas o desperdício e a poluição. O aumento da exploração desse recurso para atender ao crescimento populacional e ao desenvolvimento das atividades industriais e agrícolas, por exemplo, também são alguns dos fatores atribuídos à redução da quantidade e da qualidade das reservas hídricas adequadas ao uso humano, até mesmo em regiões onde são consideradas abundantes.

Em virtude da distribuição desigual de água e da preocupação do aumento da escassez no futuro, diversas regiões do mundo têm registrado tensões políticas entre países, resultado da disputa pelo controle da exploração hídrica de importantes rios, sobretudo em locais que já vivenciam a escassez desse recurso natural. Em alguns casos, essas tensões geram conflitos armados.

O Rio Nilo, na África, cujas águas percorrem países como Egito, Sudão e Etiópia, os rios Eufrates e Tigre, no Oriente Médio, que se estendem por Iraque, Síria e Turquia, e o Rio Jordão, também no Oriente Médio, que banha os territórios de Israel, Jordânia, Síria, Líbano e Palestina, são exemplos de águas historicamente disputadas entre nações e que já deram origem a sérios conflitos, muitos deles motivados pela construção de canais e barragens, por exemplo.

Diante das crescentes preocupações em torno da gestão hídrica e do aumento das tensões geopolíticas nas últimas décadas, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem discutido acordos com os países para o cumprimento de metas que possam garantir o compartilhamento sustentável dos recursos hídricos e trazer paz entre as nações.

a ) Atualmente, quais regiões do mundo mais sofrem com a escassez hídrica? Faça uma pesquisa, se necessário.

Resposta: Os estudantes podem mencionar que a escassez hídrica ocorre com mais intensidade em boa parte do continente africano e do continente asiático.

b ) O Brasil, de maneira geral, dispõe de ampla reserva de água doce em comparação com outros países. De acordo com seus conhecimentos, a distribuição de água ocorre de maneira igualitária em todo o território brasileiro? Justifique sua resposta e converse com os colegas sobre o assunto.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema e levá-los a refletir sobre ele. Espera-se que reconheçam que, apesar de o Brasil ter uma das maiores reservas de água doce do mundo, sua distribuição não é igualitária por todo o território. A dificuldade de acesso a esse recurso ocorre, sobretudo, em áreas semiáridas, como parte da região Nordeste, onde as características naturais não favorecem chuvas abundantes, comprometendo o abastecimento de fontes de água, como rios e lagos, e consequentemente o fornecimento de água potável para a população local.

c ) Em sua opinião, quais medidas podem ser adotadas pelos governos e pela população para reduzir o problema da escassez hídrica e evitar novos conflitos geopolíticos? Converse com os colegas.

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar exemplos como o consumo consciente de água; a reutilização da água para atividades domésticas e econômicas; a manutenção de instalações e equipamentos hidráulicos residenciais e industriais para evitar o desperdício; a despoluição de rios e lagos; o incentivo para o uso de tecnologias que reduzem o consumo de água em atividades agrícolas e industriais; a exploração sustentável de águas subterrâneas; acordos para a exploração igualitária entre países que compartilham recursos hídricos etc.

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Ciclo biogeoquímico do fósforo

O fósforo abre parênteses P fecha parênteses ( P ) também é um exemplo de elemento químico essencial aos seres vivos, constituindo as membranas celulares, os ácidos nucleicos e as moléculas energéticas abre parênteses A T P fecha parênteses (ATP) , por exemplo.

O ciclo do fósforo também envolve organismos autotróficos, como as plantas, que absorvem esse elemento químico do solo e o transferem aos demais seres vivos por meio das cadeias alimentares. Esse ciclo é considerado bastante lento, quando comparado aos demais ciclos estudados neste capítulo. Acompanhe a seguir uma representação simplificada do ciclo biogeoquímico do fósforo.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma paisagem com o céu azul com algumas nuvens e uma cadeia de montanhas ao fundo. Nos 2 cantos superiores da imagem aparecem galhos com folhas. Abaixo dos galhos do lado esquerdo da imagem, há 3 gaivotas voando à esquerda e com indicação do número 3. Logo abaixo delas há um pequeno rochedo com uma cascata e com indicação do número 1, a água cai em um pequeno rio que cruza a ilustração. Mais à frente das montanhas do fundo há um oceano e mais à frente dele um gramado com 3 cavalos pastando e com indicação do número 2. Abaixo do gramado há o pequeno rio formado pela cascata e na parte inferior há uma pequena faixa de vegetação e um corte do solo com ossos do esqueleto de um animal e com indicação do número 4.
Representação simplificada do ciclo biogeoquímico do fósforo.

Imagem elaborada com base em: MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 61.

1. O fósforo é encontrado, principalmente, em rochas e no fundo dos oceanos, na forma de íons fosfato abre parênteses P O subscrito 4 elevado a início expoente, 3 menos, fim expoente fecha parênteses ( PO 4 3 ) . À medida que essas rochas sofrem intemperismo, por ação de raios solares, vento e chuva, por exemplo, o fósforo é lentamente removido e deslocado, podendo se depositar no solo ou em rios, lagos e córregos. Ao atingir os oceanos, ele pode se depositar e se sedimentar nesses ambientes.

2. A quantidade de fósforo no solo é baixa, estando, portanto, pouco disponível para as plantas. Quando disponível, as raízes das plantas absorvem do solo esse elemento químico, junto à água, incorporando-os. Por meio das cadeias alimentares, o fósforo presente nas plantas é transferido aos consumidores.

3. Por se alimentarem de animais marinhos, as aves marinhas liberam grande quantidade de fósforo, além do nitrogênio abre parênteses N fecha parênteses ( N ) , em suas fezes (guano), geralmente depositadas nos continentes. Desse modo, tais excretas são consideradas um importante elo entre o fósforo presente nos oceanos e o ambiente terrestre.

4. A decomposição da matéria orgânica por microrganismos libera o fósforo novamente no ambiente.

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Ciclo biogeoquímico do nitrogênio

O nitrogênio é essencial aos seres vivos, pois compõe diversas de suas moléculas, como os ácidos nucleicos (DNA e RNA), as proteínas e a clorofila.

O nitrogênio é encontrado principalmente na forma de gás nitrogênio abre parênteses N subscrito 2 fecha parênteses ( N 2 ) , composto químico mais abundante da atmosfera terrestre, correspondendo a cerca de 78% do volume total dessa camada de ar. Apesar de abundante, esse gás não pode ser absorvido diretamente pela maioria dos seres vivos. Assim, a assimilação do nitrogênio requer a participação de outros seres vivos, em processos que envolvem uma série de reações químicas, que podem ocorrer de modo natural ou artificial. Acompanhe a seguir uma representação simplificada do ciclo biogeoquímico do nitrogênio.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma paisagem com um céu com várias nuvens brancas, e à esquerda há nuvens de tempestade de onde saem raios e com indicação do número 1. Abaixo do céu há muita vegetação e no lado esquerdo, abaixo da nuvem de tempestade, há árvores e do lado direito uma mata fechada. À frente desta, há um gramado com uma grande árvore do lado direito e rochas. À esquerda também há uma moita com pequenas flores brancas e com indicação do número 2. Na parte inferior, há um corte do solo com um pequeno esqueleto de animal com indicação do número 3 e do lado direito estão as raízes da árvore com indicação do número 4.
Representação simplificada do ciclo biogeoquímico do nitrogênio.

Imagem elaborada com base em: MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 60.

1. A fixação natural do gás nitrogênio pode ocorrer por meio de reações fotoquímicas, ou seja, induzidas pela luz. As descargas elétricas dos relâmpagos, por exemplo, convertem o vapor de água e o gás oxigênio em partículas altamente reativas: os átomos de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) e oxigênio livres. Essas partículas reagem com o gás nitrogênio da atmosfera e formam o ácido nítrico abre parênteses H N O subscrito 3 fecha parênteses ( HNO 3 ) , que atinge a superfície terrestre por meio das chuvas.

2. As plantas desempenham papel fundamental no ciclo do nitrogênio e na disponibilização desse elemento químico para os animais, pois, ao assimilarem o nitrogênio do ambiente, este pode ser transferido aos demais seres vivos por meio das cadeias alimentares.

3. A decomposição da matéria orgânica por microrganismos forma compostos inorgânicos mais simples, como a amônia abre parênteses N H subscrito 3 fecha parênteses ( NH 3 ) , pelo processo de amonificação. As excretas nitrogenadas dos animais também sofrem a ação de microrganismos. Em ambas as situações, as substâncias formadas podem ser absorvidas por outros seres vivos ou ainda transformadas em N subscrito 2 N 2 pelo processo de denitrificação.

4. A fixação biológica do gás nitrogênio pode ser realizada por alguns procariotos fixadores desse elemento químico e presentes no solo, na água ou em raízes de algumas plantas.

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Analise a seguir um esquema resumindo os principais eventos da fixação biológica do gás nitrogênio.

Esquema de forma sequencial indicada por números romanos, com as transformações químicas do nitrogênio. Etapa 1: de N 2 sai uma seta sequencial para N H 3 e para N H 4 positivo. Etapa 2: do N H 4 positivo sai uma seta sequencial para N O 2 negativo e, em seguida, outra para nitrato O 3 negativo e outra seta sequencial sai de N H 4 positivo e vai para o escrito plantas na etapa 3 onde uma seta sequencial também sai de N O 3 negativo e vai até o escrito plantas. Etapa 4: uma seta sequencial vai de plantas até o escrito animais. Etapa V: uma seta sequencial vai de N O 3 negativo até N 2 e até N O 2.
Representação das principais substâncias envolvidas no processo de fixação biológica do gás nitrogênio.

Imagem elaborada com base em: MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 60.

I. Inicialmente, o N subscrito 2 N 2 é transformado em amônia pela ação da enzima nitrogenase, presente em bactérias dos gêneros Rhizobium, Azobacter e algumas cianobactérias.

II. A amônia reage com um H elevado a início expoente, mais, fim expoente H + da solução do solo, formando íons amônio abre parênteses N H subscrito 4 sobrescrito mais fecha parênteses ( N H 4 + ) . A amônia e os íons amônio são transformados em nitrito abre parênteses N O subscrito 2 sobrescrito menos fecha parênteses ( NO 2 ) , por bactérias do gênero Nitrosomonas, e este, em nitrato abre parênteses N O subscrito 3 sobrescrito menos fecha parênteses ( NO 3 ) , por bactérias Nitrobacter, em um processo chamado de nitrificação.

III. Tanto N H subscrito 4 sobrescrito mais N H 4 + quanto N O subscrito 3 sobrescrito menos NO 3 podem ser absorvidos pelas plantas.

IV. Após ser absorvido por esses seres vivos, o nitrogênio pode ser transferido aos animais por meio da cadeia alimentar.

V. O elemento químico nitrogênio fixado pelos microrganismos pode ser liberado novamente para a atmosfera terrestre na forma de gás nitrogênio ou óxido nitroso abre parênteses N subscrito 2 O fecha parênteses ( N 2 O ) , por ação das bactérias Pseudomonas denitrificans, em um processo chamado denitrificação.

A maioria dos microrganismos envolvidos na fixação do nitrogênio é de vida livre. No entanto, algumas espécies podem desenvolver simbiose com determinadas plantas, como as leguminosas. Essa associação resulta na formação de nódulos, que são estruturas esféricas localizadas principalmente nas raízes e onde se concentram as bactérias fixadoras. Os organismos envolvidos na simbiose podem viver separadamente, associando-se apenas quando a concentração do elemento químico nitrogênio no solo está reduzida.

Fotografia de raízes emaranhadas apresentando, em seus comprimentos, estruturas esféricas amontoadas e esbranquiçadas chamadas nódulos.
Nódulos em raiz de ervilha (Pisum sativum).
Fotografia do zoom microscópico de um nódulo que tem formato arredondado evidenciando a parte interna de aparência esponjosa, cheia de lacunas e no centro se encontram as bactérias espalhadas e de formato quase arredondado.
Nódulo de raiz de trevo (Trifolium sp.) em corte, mostrando bactérias Rhizobium sp. em seu interior. Imagem ampliada cerca de 140 vezes e colorida em computador.

Ciclo biogeoquímico do carbono

O ciclo biogeoquímico do carbono envolve a movimentação desse elemento químico no ambiente e sua transferência para os seres vivos, e vice-versa. Assim como outros elementos químicos, o carbono é essencial aos seres vivos, participando da constituição de uma variedade de moléculas, como carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos.

A ciclagem do carbono no ambiente se baseia, principalmente, no gás carbônicoabre parênteses C O subscrito 2 fecha parênteses ( CO 2 ) , que corresponde a aproximadamente 0,038% da atmosfera terrestre e que também se encontra nos ambientes aquáticos. Além disso, esse elemento químico está presente em reservatórios, como rochas e combustíveis fósseis. A ciclagem do carbono envolvendo tais reservas ocorre naturalmente de maneira muito lenta, por meio da oxidação em contato com o ar, quando comparado com a ciclagem desse elemento envolvendo os seres vivos.

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Acompanhe a seguir uma representação simplificada do ciclo biogeoquímico do carbono.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma paisagem com um céu com várias nuvens brancas, e à esquerda há uma nuvem cinza de chuva e com indicação do número 1. Abaixo do céu há um oceano em formato de baía e com indicação do número 2. Do lado esquerdo, há uma montanha abaixo da nuvem cinza e que se estende até a parte inferior acabando em uma vegetação com árvores espalhadas e com um pequeno monte de terra e partes esbranquiçadas e com indicação do número 3. Mais à direita há uma grande faixa de mata fechada que vai da parte inferior da com indicação do número 5 ao encontro do oceano com indicação do número 4. Do lado direito dessa mata há um caminho de terra com árvores espalhadas e ao centro deste caminho há um espaço gramado e com cerca em volta com animais e com indicação do número 7. Ao fundo e à direita, adentrando o oceano, há um vulcão em erupção soltando muita fumaça escura e com indicação do número 6.
Representação simplificada do ciclo biogeoquímico do carbono.

Imagem elaborada com base em: MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 58-59.

1. Parte do CO subscrito 2 CO 2 presente na atmosfera terrestre se dissolve na água da chuva, formando o ácido carbônico abre parênteses H subscrito 2 C O subscrito 3 fecha parênteses ( H 2 CO 3 ) . Ao atingir a superfície terrestre, esse ácido dissolve parte das rochas, liberando íons de cálcio abre parênteses C a fecha parênteses ( Ca ) , magnésio abre parênteses M g fecha parênteses ( Mg ) , potássio abre parênteses K fecha parênteses ( K ) e sódio abre parênteses N a fecha parênteses ( Na ) , que são carregados para os ambientes aquáticos, como os oceanos. Nesses ambientes, tais íons se combinam com íons hidrogenocarbonato abre parênteses H C O subscrito 3 sobrescrito menos fecha parênteses ( HCO 3 ) , formando, por exemplo, o carbonato de cálcio abre parênteses C a C O subscrito 3 fecha parênteses ( CaCO 3 ) , principal componente das conchas. Parte desse material se deposita nesses ambientes.

2. O gás carbônico atmosférico pode se dissolver na água. Quando dissolvido, esse gás pode se apresentar sob a forma de CO subscrito 2 CO 2 ou ser convertido em íon hidrogenocarbonato.

3. A decomposição da matéria orgânica transforma moléculas orgânicas complexas em compostos inorgânicos mais simples, como água, gás carbônico e gás metano abre parênteses CH subscrito 4 fecha parênteses ( CH 4 ) , outra importante forma do carbono no ambiente. Quando a matéria orgânica morta é soterrada rapidamente e submetida a condições específicas de pressão e de temperatura ao longo de milhões de anos, formam-se os combustíveis fósseis, como gás natural, carvão e petróleo.

4. A absorção do carbono da atmosfera e sua fixação nos seres vivos ocorrem por meio da fotossíntese, realizada por organismos fotossintetizantes, tanto no ambiente terrestre como no aquático. Na fotossíntese, o carbono é fixado em moléculas de glicose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses ( C 6 H 12 O 6 ) , ou seja, convertido em biomassa, de acordo com a seguinte fórmula: 6 C O subscrito 2 mais 6 H subscrito 2 O seta para a direita C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 mais 6 O subscrito 2 6  CO 2 + 6  H 2 O C 6 H 12 O 6 + 6   O 2 . Por meio dos produtos da fotossíntese, o carbono pode ser transferido a outros organismos via cadeia alimentar.

5. O retorno do CO subscrito 2 CO 2 para a atmosfera pode ocorrer por meio de diferentes processos, como a respiração aeróbia. Nesse processo, compostos orgânicos são convertidos em água e gás carbônico e liberados na atmosfera.

6. As erupções vulcânicas liberam grande quantidade de gases na atmosfera terrestre, entre eles o gás carbônico.

7. A digestão de certos grupos de animais, como os ruminantes, libera gás metano no ambiente.

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Ciclo biogeoquímico do enxofre

O enxofre abre parênteses S fecha parênteses ( S ) participa da composição de alguns aminoácidos e proteínas, sendo importante para a constituição e o funcionamento adequados dos organismos. O enxofre presente na Terra está armazenado, principalmente, no subsolo, nas rochas e em minerais, podendo também ser encontrado no ar atmosférico.

Acompanhe a seguir uma representação simplificada do ciclo biogeoquímico do enxofre.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um pântano com água esverdeada ao centro e com indicação do número 3. Em ambos os lados há um bambuzal e ao fundo uma mata densa. Logo acima, há um oceano e com indicação do número 2 e uma cadeia de montanhas do lado direito. E acima do oceano, o céu com nuvens escuras e com indicação do número 1 e delas caindo chuva. Na parte inferior, há o solo com plantas herbáceas com indicação do número 4 e o corte do solo com um esqueleto fragmentado com indicação do número 5.
Representação simplificada do ciclo biogeoquímico do enxofre.

Imagem elaborada com base em: MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 63.

1. Algumas algas produzem dimetil sulfeto abre parênteses C subscrito 2 H subscrito 6 S fecha parênteses ( C 2 H 6 S ) , composto que serve de núcleo de condensação para a formação das nuvens. Nesse processo, gotículas de água presentes na atmosfera começam a se unir, originando as nuvens, nas quais as moléculas se tornam cada vez maiores até precipitarem como chuva. Na atmosfera, o dimetil sulfeto é convertido em dióxido de enxofre abre parênteses S O subscrito 2 fecha parênteses ( SO 2 ) , o qual também pode ser convertido em gotículas de ácido sulfúrico abre parênteses H subscrito 2 S O subscrito 4 fecha parênteses ( H 2 SO 4 ) , por exemplo, que atingem a superfície terrestre como chuva ácida.

2. Naturalmente, partículas contendo enxofre podem entrar na atmosfera por meio de ondas marítimas e tempestades de poeira, por exemplo.

3. O enxofre pode ser liberado no ambiente na forma de sulfeto de hidrogênio abre parênteses H subscrito 2 S fecha parênteses ( H 2 S ) , por meio da atividade vulcânica e pela matéria orgânica em decomposição nos pântanos e brejos. Os vulcões, assim como a queima de combustíveis fósseis, também são responsáveis por liberar dióxido de enxofre no ambiente, que, na atmosfera, pode se combinar com a água e originar o ácido sulfúrico.

4. As plantas absorvem do solo o enxofre com a água por meio das raízes. Esse elemento químico passa a fazer parte da constituição do corpo desses seres vivos e pode ser transferido para os animais por meio das cadeias alimentares.

5. A decomposição da matéria orgânica por microrganismos libera o enxofre novamente no ambiente.

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LIGADO NO TEMA

Sequestro de carbono

A queima de combustíveis fósseis, juntamente com outros fatores, tem promovido o aumento nas concentrações de dióxido de carbono e outros gases poluentes na atmosfera terrestre.

a ) Você considera que é possível reduzir as emissões de dióxido de carbono? Converse sobre essa questão com os colegas.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes constatem que é possível reduzir as emissões desse gás por meio de medidas, como: controlar as queimadas e reduzir a queima de combustíveis fósseis, tanto nas indústrias quanto em veículos.

Os organismos autotróficos naturalmente retiram parte do gás carbônico da atmosfera, incorporando-o em suas reações químicas. É preciso ressaltar que, além das florestas, o fitoplâncton – cianobactérias e algas unicelulares – retira grandes quantidades desse gás da atmosfera terrestre por meio da fotossíntese.

O fitoplâncton é considerado um dos maiores responsáveis pela fixação do carbono oriundo do gás carbônico atmosférico. Esse conjunto de organismos é a base das cadeias alimentares oceânicas, e estudos indicam que o fitoplâncton oceânico absorve cerca de 52 bilhões de toneladas de carbono inorgânico todos os anos.

Fotografia do zoom microscópico de filamentos de diversas cianobactérias. Os filamentos apresentam formato cilíndrico e alongado, entrelaçados de forma irregular e com aparência translúcida, com as células individuais aparentes. Apresentam colorações que vão do verde ao azulado variando de acordo com a luminosidade e da profundidade da imagem.
Cianobactéria Oscillatoria sp. Imagem ampliada cerca de 200 vezes.

A fotossíntese só ocorre em organismos que apresentam clorofila a, pigmento capaz de absorver a luz azul. Um satélite no espaço envia imagens à Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) monitorando o fitoplâncton do planeta semanalmente. Quanto mais fitoplâncton houver nos oceanos, mas clorofila a existirá. Escâneres detectam a luz azul, mostrando a quantidade de fitoplâncton. Confira na imagem "Quantidade de clorofila a a detectada nos oceanos da Terra".

Quantidade de clorofila a detectada nos oceanos da Terra

Mapa do planisfério terrestre evidenciando os continentes em preto e mares e oceanos em diferentes tons que vão do azul escuro ao branco de acordo com a quantidade, em miligramas, de clorofila a detectada em um metro cúbico. Essa concentração é representada por uma escala de cores que está na parte inferior da imagem, em que baixas concentrações, próximas a 0 vírgula 0 1, apresentam a cor azul escura e altas concentrações; próximas de 60 miligramas por metro cúbico, apresentam cor próxima ao branco. Os oceanos têm predominância de tons azul escuros e azul claro, indicando concentrações moderadas a baixas de clorofila a. Essas áreas são especialmente visíveis em regiões de oceano aberto, longe dos continentes. Próximo às costas e em regiões como o Oceano Ártico, aparecem tons esverdeados e amarelos, que indicam concentrações mais altas de clorofila a.

Fonte de pesquisa: CHLOROPHYLL concentration. Nasa Earth Observations. Disponível em: https://s.livro.pro/j83okm. Acesso em: 8 jul. 2024.

b ) O que é possível analisar na imagem?

Resposta: A imagem mostra indiretamente a quantidade de fitoplâncton nos oceanos.

A retirada de carbono que o fitoplâncton e as florestas fazem naturalmente é chamado de sequestro de carbono. Esse processo permite a absorção e a estocagem de parte do gás carbônico da atmosfera.

Cientistas brasileiros descobriram que, além do fitoplâncton, existem bactérias magnetotáticas, que produzem estruturas compostas de cristais com propriedades magnéticas, os magnetossomos. Essas estruturas são capazes de realizar o sequestro de carbono do ambiente marinho.

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Leia o trecho da reportagem a seguir.

Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônia no passado
Pesquisadores estudam práticas agrícolas dos povos originários que enriquecem o solo enquanto ajudam a manter o carbono longe da atmosfera

CONTERNO, Ivan. Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônia no passado. Jornal da USP, 11 out. 2023. Disponível em: https://s.livro.pro/7t1usm. Acesso em: 5 set. 2024.

Como observado no trecho de reportagem, atualmente, pesquisadores buscam exemplos de sequestro de carbono. No Brasil, especificamente na Amazônia, há um solo conhecido como terra preta indígena. Ele tem coloração escura e é considerado bastante fértil e reconhecido por retirar carbono da atmosfera e retê-lo no solo, impedindo que retorne para o ar. Essa concentração de carbono melhora a absorção de água, facilitando o crescimento e a penetração das raízes no solo, o que favorece o desenvolvimento das plantas.

A origem da terra preta indígena gera debates na comunidade científica, mas alguns pesquisadores supõem que há alguns milênios os povos pré-colombianos depositavam resíduos e realizavam a queima controlada do solo para prepará-lo para o plantio. Atualmente, o solo armazena carbono na forma de carvão.

O conhecimento indígena acerca da terra e seu manejo é inestimável. Várias gerações das comunidades indígenas da Amazônia geriram essa terra, possibilitando sua manutenção na área. Esses povos promoveram as atividades agrícolas e de criação dos animais sem destruir os ecossistemas. Entretanto, o desmatamento e as atividades agropecuárias têm reduzido as áreas florestais da Amazônia, o que pode afetar a terra preta indígena e reduzir sua capacidade de retirar e reter o carbono da atmosfera.

Alguns microrganismos ajudam a decompor materiais orgânicos, além de retirar gás carbônico da atmosfera, formando o biocarvão, que poderá ajudar a reter o carbono no solo. Baseando-se nos conhecimentos acerca da terra preta indígena, pesquisadores estudam esse biocarvão.

É possível aumentar também o sequestro do carbono com o uso de técnicas artificiais. Uma das maneiras consiste em bombear o dióxido de carbono, quando sai das chaminés ou indústrias, sendo armazenado e encaminhado em gasodutos. No entanto, esse processo é muito custoso, o que o torna inviável em muitos lugares.

Há ainda pesquisas que buscam transformar o gás carbônico em produtos, como plásticos, cimento, fibras de carbono e tintas. Além disso, tem como ser utilizado no cultivo celular de algas e bactérias, o que pode ajudar na produção de biocombustíveis ou fertilizantes.

Assim, é fundamental incentivar projetos de pesquisa que visam estudar novas formas de sequestro de carbono, a fim de minimizar os impactos do aquecimento global e das mudanças climáticas.

c ) Como as atividades humanas têm intensificado as emissões de carbono na atmosfera?

Resposta: Atividades como processos industriais, tráfego de veículos, queima de combustíveis fósseis, queimadas e desmatamento levam às emissões de carbono na atmosfera.

d ) Qual é a influência do desmatamento e das queimadas no aumento das emissões de gás carbônico na atmosfera?

Resposta: O desmatamento impede a fotossíntese e reduz a absorção de gás carbônico. Já as queimadas liberam gás carbônico na atmosfera.

e ) Com um colega, façam uma lista de atitudes individuais que podemos ter para ajudar na redução das emissões de carbono na atmosfera.

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar: andar a pé, de bicicleta ou de transporte coletivo, evitando veículos automotores individuais; reduzir o consumo de produtos industrializados; reciclar e reaproveitar materiais.

f ) Em dupla, listem ações que busquem a redução da emissão de carbono na atmosfera, lembrando de citar atitudes coletivas e mudanças em políticas públicas ou na legislação ambiental.

Resposta pessoal. Os estudantes podem responder: criar medidas para reduzir o tráfego de veículos em alguns dias da semana; incentivar a reciclagem e o reaproveitamento de materiais; promover planos de utilização de energias alternativas e renováveis por empresas; e multar empresas que desobedeçam a legislação ambiental.

g ) No início de 2020, o mundo foi surpreendido com a pandemia de covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2. Nesse cenário, uma das medidas adotadas para reduzir o contágio e a disseminação do vírus foi o isolamento social. Em diversos locais do mundo, as atividades foram temporariamente suspensas e as pessoas foram orientadas a ficar em suas residências. Embora em diversos locais do mundo a poluição atmosférica tenha diminuído durante esse período, a concentração global de gás carbônico se manteve elevada. Desenvolva uma hipótese para explicar o acontecimento descrito.

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar que, apesar da redução do tráfego de pessoas, houve aumento do consumo de energia elétrica enquanto elas estavam confinadas. Parte dessa energia é proveniente de fontes não renováveis, como carvão mineral e petróleo, e todas emitem grandes concentrações de gás carbônico atmosférico.

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O ser humano e os ciclos biogeoquímicos

Como você estudou anteriormente, os elementos químicos circulam nos ambientes naturalmente em ciclos biogeoquímicos, e o ser humano participa de diversos deles. Apesar disso, algumas atividades antrópicas podem interferir negativamente nesses ciclos, alterando as concentrações e a disponibilidade dessas substâncias químicas nos ambientes. Vamos conhecer a seguir algumas atividades humanas que interferem nos ciclos biogeoquímicos.

5. Você considera que o desmatamento pode afetar o ciclo da água? De que maneira?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que sim. Eles podem responder que a retirada da vegetação pode prejudicar a evapotranspiração e a infiltração da água no solo, que, por sua vez, interfere na manutenção das fontes de água superficiais e subterrâneas.

Grande parte da água que evapora da superfície é proveniente das plantas. Assim, quando elas são retiradas, por atividades como desmatamento e queimadas, esse processo é diretamente afetado, reduzindo o aporte de vapor de água na atmosfera.

Além disso, as raízes dos vegetais são responsáveis por ajudar a reter água no solo, que se infiltra, alcançando os níveis subterrâneos, fenômeno responsável pelo abastecimento de nascentes e fontes de água subterrâneas. Na ausência de vegetação, a água da chuva atinge diretamente o solo arrastando grande quantidade de sedimentos e poluentes, que podem alcançar corpos de água e desencadear seu assoreamento, afetando os ecossistemas e toda a vida aquática.

O desflorestamento também reduz a absorção e a fixação de carbono pela fotossíntese e prejudica a manutenção de fósforo no solo. As queimadas elevam a quantidade de dióxido de carbono emitido para a atmosfera. Além disso, a combustão desses materiais consome gás oxigênio, cuja produção é reduzida por causa da remoção da vegetação. É preciso também ressaltar que altos níveis de gás carbônico estão associados à intensificação do efeito estufa.

Fotografia de uma área de vegetação com focos de fogo e muita fumaça subindo e encobrindo o céu e parte do sol que está centralizado na parte superior.
Queimada no Parque Estadual Encontro das Águas no município de Poconé (MT), em 2023.

Nos espaços urbanos e densamente povoados, as áreas pavimentadas têm sido ampliadas, reduzindo as áreas de cobertura vegetal e promovendo a impermeabilização do solo. Esse processo prejudica a infiltração da água no solo e, consequentemente, a recarga das fontes de água subterrâneas.

6. No município onde vive, você já se deparou com uma situação como mostrada na fotografia a seguir?

Resposta pessoal. Os estudantes devem compartilhar suas experiências e conhecimentos acerca do assunto.

Apesar de as águas da chuva serem escoadas para as redes de drenagem pluvial em áreas pavimentadas e com acesso a esse serviço de saneamento básico, a deposição inadequada de resíduos tem afetado esse processo, resultando em eventos como os alagamentos durante as chuvas mais severas, que podem afetar as vias públicas e as áreas residenciais.

Fotografia de uma esquina cujas ruas estão alagadas. Há entulho com restos de construção na rua e em cima da calçada. Ao lado há ripas de madeira jogadas na calçada e encostadas em parte de uma parede.
Entulhos e resíduos sólidos descartados inadequadamente na rua, impossibilitando o escoamento da água da chuva no município de Fortaleza (CE), em 2024.

Nas atividades de extração mineral, como na extração de rochas para a obtenção de fósforo, também há desequilíbrio nos ciclos biogeoquímicos, interferindo diretamente na disponibilidade desse elemento químico no ambiente.

Além disso, para obter metais, como o cobre, é necessário realizar o aquecimento das rochas, o que pode liberar poluentes atmosféricos, como o dióxido de carbono, além de metais, como cádmio, chumbo, mercúrio, entre outros.

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As atividades agropecuárias também podem afetar os ciclos biogeoquímicos. A ampliação das áreas destinadas a essas atividades estão diretamente relacionadas com a substituição da cobertura vegetal original por pastagens e com o aumento da emissão de gases de efeito estufa, como o metano.

Fotografia de um grande pasto com gados espalhados e ao fundo um rio que faz curvas.
Criação de gado no município de Piracicaba (SP), em 2024.

A técnica de aragem do solo, utilizada na agricultura, intensifica o processo de decomposição pelos microrganismos, pois favorece a entrada de gás oxigênio no solo. Como resultado, o carbono armazenado nele retorna para a atmosfera na forma de CO subscrito 2 CO 2 .

Já a aplicação de fertilizantes adiciona elevadas quantidades de nitrogênio e fósforo no solo. Apesar de essenciais para os seres vivos, seu excesso pode prejudicar o desenvolvimento das plantas e até interferir em sua fixação e absorção. Além disso, os compostos contendo nitrogênio e fósforo aplicados nas plantações podem escoar na superfície e atingir os corpos de água, contaminando-os. Há ainda o despejo inadequado de esgoto nos ambientes aquáticos, que adiciona grande quantidade de fósforo e nitrogênio neles.

Outro fator que afeta os ciclos biogeoquímicos é a queima de combustíveis fósseis em veículos automotores e nas usinas termelétricas, por exemplo. Essa atividade injeta grande quantidade de carbono na atmosfera terrestre, por meio da emissão de monóxido de carbono abre parênteses C O fecha parênteses ( CO ) e dióxido de carbono, além de outros gases, como dióxido de enxofre e óxido nítrico abre parênteses N O fecha parênteses (NO) .

Fotografia de duas avenidas separadas por um canteiro de grama e congestionada por inúmeros carros, além de motos, caminhões e ônibus. No canteiro central e na lateral direita de uma das avenidas há postes de luz e à esquerda há um paredão formado por um morro com muita vegetação. Ao fundo há diversos prédios de uma cidade e parte do céu que está claro.
Congestionamento no município de Salvador (BA), em 2024.

7. Que atitudes podem ajudar a reduzir a emissão de gases poluentes gerados na queima de combustíveis fósseis?

Resposta: Os estudantes podem citar: optar por se deslocar a pé ou de bicicleta; preferir veículos automotores movidos a biocombustíveis; aumentar investimentos em veículos elétricos; economizar energia elétrica para reduzir a queima de combustíveis fósseis (usinas termelétricas) nas épocas de seca, quando os reservatórios das usinas hidrelétricas estiverem baixos.

Na atmosfera, o óxido nítrico pode se converter em dióxido de nitrogênio abre parênteses N O subscrito 2 fecha parênteses ( NO 2 ) e em ácido nítrico, que podem precipitar na forma de chuva ácida. Essa chuva pode alterar o pH de ambientes aquáticos, prejudicando os seres que vivem nele, e danificar plantas e construções humanas.

Fotografia de uma paisagem com o céu azul ao fundo com algumas nuvens de chuva e em primeiro plano um terreno com muitas árvores apresentando apenas o tronco e galhos secos. O chão está coberto de folhas secas.
Árvores atingidas por chuva ácida em parque nacional na Alemanha, em 2023.

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A influência das atividades humanas na ciclagem da matéria no ambiente não interfere apenas diretamente nesses ciclos, mas causa outros efeitos, tanto no ambiente como nos seres vivos. Entre esses efeitos estão a poluição do ar, da água e do solo e os prejuízos diretos e indiretos aos seres vivos que dependem desses ambientes, inclusive o próprio ser humano.

Por exemplo, o aumento da concentração de nutrientes nos ambientes aquáticos, como nitrogênio e fósforo, tem provocado a eutrofização desses ambientes. Esse processo se caracteriza pelo aumento na quantidade de seres vivos autotróficos no ambiente aquático, como as algas. Ao morrerem, a decomposição das algas por microrganismos consome o gás oxigênio do ambiente, prejudicando os demais seres vivos aquáticos e toda a cadeia alimentar local. Ambientes eutrofizados, além da coloração geralmente esverdeada, apresentam mau cheiro por conta da decomposição excessiva.

Fotografia de uma paisagem com céu azul e um morro, ao fundo, apresentando rochas claras e um pouco de vegetação. O lado direito é mais alto e declina para o esquerdo. Logo abaixo, em primeiro plano, há uma grande lagoa esverdeada com várias algas.
Lagoa eutrofizada no município de Jardim do Seridó (RN), em 2014.

Embora a eutrofização possa ocorrer naturalmente, o aporte excessivo de nutrientes pelas atividades humanas é a principal causa desse processo. Esse é apenas um dos inúmeros efeitos que essa interferência nos ciclos biogeoquímicos pode causar aos ambientes e aos seres vivos. Embora o ser humano possa interferir nesses ciclos em diferentes níveis e de diferentes maneiras, também há muitas formas de reduzir esse problema.

Para combater o excesso de aporte de nutrientes nos ambientes aquáticos, é possível reduzir a aplicação de fertilizantes na agricultura por meio da adubação verde, por exemplo. Esse tipo de adubação consiste no uso de plantas leguminosas para manter os níveis adequados de nutrientes no solo, como de nitrogênio. Nesse caso, as plantas leguminosas, em cujas raízes geralmente ocorrem associações com microrganismos fixadores de nitrogênio, são depositadas sobre o solo, antes do plantio. A decomposição dessas plantas devolve ao solo o nitrogênio fixado, eliminando a necessidade do uso de produtos químicos.

Crotalária (Crotolaria sp.): pode atingir aproximadamente 3 metros 3 m de altura.

Fotografia de uma paisagem agrícola com uma plantação com crotalária, planta com flores amarelas em pendão alto e folhas verdes com bordas irregulares. Ao fundo, há uma plantação alta e fechada e o céu claro com algumas nuvens.
Adubação verde com crotalária (Crotalaria sp.) no município de Primavera do Leste (MT), em 2018.

Professor, professora: Comente com os estudantes que, em razão do seu crescimento rápido, leguminosas crotalárias são amplamente utilizadas para a adubação verde.

Ícone para acessar o objeto digital vídeo.

Além da adubação verde, é possível reduzir o uso de fertilizantes por meio da rotação de culturas, a fim de manter a qualidade do solo. Nesse processo, intercala-se o tipo de cultura a cada plantio, alterando, assim, as exigências nutricionais sem exaurir determinados nutrientes.

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ATIVIDADES

1. Por que, embora disponível em grande quantidade na atmosfera terrestre, o nitrogênio é considerado um nutriente pouco disponível às plantas e aos demais seres vivos?

Resposta: Porque o nitrogênio molecular não pode ser absorvido pela maioria dos seres vivos. Ele só se torna disponível após ser fixado por certas bactérias.

2. Leia o texto a seguir.

Excluindo-se os eventos muito episódicos de queda de meteoros de grande porte, a Terra pode ser compreendida como um sistema químico fechado no qual as reações que mantêm a biosfera são alimentadas pela energia solar. Nos últimos quatro bilhões de anos, aconteceram mudanças expressivas na composição química da superfície da Terra onde toda a vida se localiza. Com a origem dos organismos fotossintetizantes e do consequente aparecimento do oxigênio na atmosfera terrestre, o ambiente da Terra passou por profundas mudanças, assim como a história evolutiva de todos os organismos que nela habitavam e dos quais todas as espécies atuais descendem. Ao longo da história, a interação entre a Terra e a biosfera causou profundas mudanças e, hoje, poucas reações químicas da superfície dela existem sem a intermediação ou sem a influência da biosfera.
[...]

ADUAN, Roberto Engel; VILELA, Maria de Fátima; REIS JÚNIOR, Fábio Bueno dos. Os grandes ciclos biogeoquímicos do planeta. Distrito Federal: Embrapa, 2004. p. 9. Disponível em: https://s.livro.pro/srfe8m. Acesso em: 14 jul. 2024.

a ) Por que o texto cita que a Terra é um sistema químico (sistema termodinâmico) fechado?

Resposta: Porque a Terra não realiza trocas de matéria significativas com outros astros do Universo, mas realiza trocas de energia, obtendo-a do Sol e dissipando parte dela para o Universo.

b ) Quais os principais ciclos biogeoquímicos que se desenvolveram na Terra, permitindo a ocorrência de vida?

Resposta: Foram os ciclos do oxigênio e do carbono.

c ) Por que a origem dos organismos fotossintetizantes está relacionada à adição de gás oxigênio na atmosfera terrestre?

Resposta: Porque um dos produtos da fotossíntese é o gás oxigênio.

3. Sobre os ciclos biogeoquímicos, reescreva os textos, substituindo os símbolos pelos termos corretos apresentados no quadro a seguir.

gás ozônio

autotróficos

evaporação

aeróbios

transpiração

denitrificação

gás carbônico

respiração

nitrificação

fotossíntese

nitrogênio atmosférico

radiação ultravioleta

fixação biológica

a ) No ciclo hidrológico, o vapor de água que atinge as camadas superiores da atmosfera provém da de parte da água dos rios, lagos, lagoas e oceanos, e da e dos seres vivos.

Resposta: evaporação; respiração; transpiração.

b ) O carbono é retirado do ambiente por organismos , que, por meio da , produzem os carboidratos, utilizados como fonte de energia por seres vivos heterotróficos. A disponibilização da energia dos carboidratos às células resulta na produção de , que é liberado no ambiente, podendo ser novamente assimilado por certos organismos.

Resposta: autótrofos; fotossíntese; gás carbônico.

c ) O processo de do nitrogênio é realizado por bactérias específicas, que convertem o em compostos assimiláveis pelos seres vivos por meio da . O nitrogênio fixado nos seres vivos retorna ao ambiente pela , processo que converte o nitrogênio orgânico em nitrogênio atmosférico.

Resposta: fixação biológica; gás nitrogênio; nitrificação; denitrificação.

d ) O gás oxigênio pode ser absorvido da atmosfera e utilizado em processos , como a respiração celular. Além disso, esse gás pode se apresentar na forma de , desempenhando importante papel na absorção de parte da .

Resposta: aeróbios; gás ozônio; radiação ultravioleta.

4. Leia o trecho de reportagem a seguir e responda à questão.

Grandes mamíferos tornam o solo da floresta mais fértil
[...]
Os queixadas (Tayassu pecari) são porcos-do-mato que vivem em bandos de 50 a 100 indivíduos e comem um pouco de tudo, mas na Mata Atlântica têm preferência pelos frutos da palmeira juçara (Euterpe edulis). A grande produtividade da juçara, porém, provavelmente só é possível porque os animais fazem uma eficiente "adubação" do solo. As enormes quantidades de fezes e urina que catetos, antas, queixadas e outros animais que se alimentam de frutos deixam no chão liberam formas de nitrogênio, importante elemento para o crescimento das plantas.
[...]

JULIÃO, André. Grandes mamíferos tornam o solo da floresta mais fértil. Agência Fapesp, 21 dez. 2020. Disponível em: https://s.livro.pro/lye9lg. Acesso em: 1 out. 2024.

Explique como o nitrogênio pode ser disponibi- lizado aos mamíferos pelas plantas e como os mamíferos, por sua vez, podem contribuir para nutrição dos vegetais.

Resposta nas Orientações para o professor.

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5. Leia o texto a seguir.

Os primeiros 400 milhões de anos da Terra foram hostis e desoladores: temperaturas de mais de 200 graus Celsius 200   ° C tornavam a crosta liquefeita e gases vulcânicos, especialmente CO subscrito 2 CO 2 , eram massivamente lançados na atmosfera em formação. Conforme a Terra foi resfriando, a crosta tornou-se sólida e a temperatura permitiu a presença de água líquida na superfície. [...] Essas reações químicas resultaram em moléculas orgânicas ainda mais complexas, compostas especialmente por Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio e Enxofre, que serviram como blocos de construção iniciais para as primeiras moléculas biológicas.
[...]
Uma das primeiras tentativas de produzir biomoléculas em laboratório foi feita por Stanley Miller e Harold Urey em 1953. Eles se basearam em estudos realizados por Alexander Oparin e J. B. S. Haldane, que sugeriram que as biomoléculas e a vida teriam surgido em uma sopa primordial, numa atmosfera rica em metano, amônia, hidrogênio e vapor d'água. [...]

PELLIZARI, Vivian H.; BENDIA, Amanda G. Origem da vida na Terra. Instituto Oceanográfico USP. Disponível em: https://s.livro.pro/02d3w1. Acesso em: 14 jul. 2024.

a ) Por que as moléculas orgânicas complexas, compostas pelos diferentes elementos quími cos citados no texto são comparadas a "blocos de construção"?

Resposta: Porque tais moléculas orgânicas complexas compõem biomoléculas, como proteínas, carboidratos e ácidos nucleicos, que constituem os seres vivos.

b ) De acordo com o texto, as erupções vulcânicas contribuíram e participaram significativamente de qual ciclo biogeoquímico no início do desenvolvimento da Terra? Justifique sua resposta.

Resposta: Contribuíram significativamente com o ciclo do carbono, pois liberaram quantidades massivas de dióxido de carbono na atmosfera.

c ) O experimento relatado no texto de Miller-Urey simulou a Terra primitiva e propôs como os primeiros seres vivos teriam se originado em meio às condições da Terra primitiva. Explique, com suas palavras, a importância desse experimento na história da Ciência e nos estudos sobre a origem da vida na Terra.

Resposta nas Orientações para o professor.

d ) Relacione as moléculas citadas no texto (gás carbônico, metano, amônia e vapor de água) aos ciclos biogeoquímicos estudados neste capítulo.

Resposta: Gás carbônico e metano: ciclo do carbono; amônia: ciclo do nitrogênio; vapor de água: ciclo hidrológico.

6. Leia o trecho da reportagem apresentada.

Indígenas aprendem técnica de plantio com sementes nativas para reflorestamento e geração de renda em Roraima
[...]
O projeto "Produção de sementes nativas e restauração ecológica" é uma iniciativa do Instituto Socioambiental (ISA) que tem como objetivo incentivar as comunidades indígenas a restaurar a vegetação de áreas consumidas por queimadas e pelo desmatamento.
[...]

RODRIGUES, Caíque. Indígenas aprendem técnica de plantio com sementes nativas para reflorestamento e geração de renda em Roraima. Terras Indígenas no Brasil, 22 maio 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/3859k5. Acesso em: 14 jul. 2024.

A copaíba é uma das espécies utilizadas pelos indígenas no projeto citado no trecho de reportagem. Dessa espécie, utilizam a casca e o óleo, para tintura e fins medicinais, possibilitando, assim, a aplicação dos saberes desses povos em suas próprias comunidades.

Copaíba (C. langsdorffii): pode atingir aproximadamente 35 metros 35 m de altura.

Fotografia de uma árvore alta de copaíba com muitas folhas. Ela está em um pasto com o céu azul ao fundo e uma cerca à direita.
Copaíba (Copaifera langsdorffii).

a ) Por que as áreas de reflorestamento podem contribuir para reduzir os impactos ambientais nos ciclos biogeoquímicos?

b ) Qual é a importância de plantar sementes de espécies nativas?

c ) Como a implementação desse tipo de projeto pode ajudar na manutenção do modo de vida das comunidades indígenas envolvidas?

Respostas nas Orientações para o professor.

Liquefeita:
derretida.

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7. Nas últimas décadas, houve demasiada queima de combustíveis fósseis e consequente formação de dióxido de carbono, o que tem intensificado o efeito estufa. No entanto, não é possível afirmar que houve aumento da porcentagem de carbono na Terra. Por quê?

Resposta: Porque o carbono já estava presente na Terra. A partir do ciclo do carbono, o que tem acontecido é um aumento nas concentrações de carbono na atmosfera e que antes estava no subsolo.

8. A mineração de fósforo ocorre por causa da sua importância como fertilizante nas áreas agrícolas. Esse elemento acaba transportado do solo para o oceano por causa das ações humanas e do desmatamento e seu acúmulo na água pode levar ao processo de eutrofização.

a ) Quais são os reservatórios naturais de fósforo na natureza?

Resposta: As rochas, e tais reservatórios podem ser encontrados no solo, nos oceanos, em lagos e nos seres vivos.

b ) Por que o fósforo é fundamental para a constituição dos seres vivos?

Resposta: Porque constitui o material genético, as membranas plasmáticas e as moléculas de ATP.

c ) O que é eutrofização?

Resposta: É o aumento da concentração de nutrientes nos ambientes aquáticos, como nitrogênio e fósforo, e que tem provocado a proliferação excessiva de organismos fotossintetizantes, alterando todo o ecossistema em questão.

d ) Como é possível minimizar os efeitos da eutrofização?

Resposta: Por meio da redução da aplicação de fertilizantes na agricultura, empregando a técnica de adubação verde, na qual são utilizadas plantas leguminosas para manter os níveis adequados de nutrientes no solo. Isso ajuda a evitar o uso de agroquímicos.

9. Analise as reações químicas (A a D) a seguir e relacione-as ao ciclo biogeoquímico (I a IV) correspondente e à sua importância para o ambiente (1 a 4).

A. C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 mais 6 O subscrito 2 seta para a direita 6 C O subscrito 2 mais 6 H subscrito 2 O C 6 H 12 O 6 + 6 O 2 6 CO 2 + 6 H 2 O

B. 2 N subscrito 2 O mais 3 O subscrito 3 seta para a direita 4 H N O subscrito 3 2 N 2 O + 3 O 3 4 HNO 3

C. 6 C O subscrito 2 mais 6 H subscrito 2 O seta para a direita C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 mais 6 O subscrito 2 6 CO 2 + 6 H 2 O C 6 H 12 O 6 + 6 O 2

D. S O subscrito 3 mais H subscrito 2 O seta para a direita H subscrito 2 S O subscrito 4 SO 3 + H 2 O H 2 SO 4

I. Ciclo do carbono.

II. Ciclo do enxofre.

III. Ciclo do nitrogênio.

IV. Ciclo do oxigênio.

1. Reação relacionada à chuva ácida.

2. Reação necessária aos seres vivos aeróbios.

3. Reação essencial à vida na Terra.

4. Reação relacionada à queima de combustíveis fósseis e gás ozônio.

Resposta: AIV2; BIII 4; CI3; DII1.

RETOME O QUE ESTUDOU

Refletindo sobre o que estudou nesta unidade, responda às questões a seguir.

1. Elabore um esquema com imagens e textos explicativos sobre a fotossíntese.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

1 Explique, com suas palavras, a fotossíntese.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes expliquem que a fotossíntese inclui duas fases, a fotoquímica e a química. A primeira ocorre na membrana plasmática dos tilacoides e é diretamente dependente da luz solar, resultando na formação de ATP e NADPH. A etapa química, por sua vez, não depende diretamente da luz solar e ocorre no estroma do cloroplasto, resultando na formação de carboidrato, com consumo de ATP e NADPH, produzidos na etapa fotoquímica.

2. Como os seres vivos heterotróficos obtêm a energia de que necessitam? Elabore um esquema que explique esse processo.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

2. Como os seres vivos heterotróficos obtêm a energia de que necessitam? Explique esse processo.

Resposta: Os estudantes podem citar qualquer relação alimentar que inclua um ser vivo heterotrófico (herbívoro, carnívoro ou onívoro). Com relação à obtenção da energia pela célula, é esperado que eles citem que a respiração celular, incluindo a glicólise, o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória; para a fermentação, incluindo a glicólise e a redução do piruvato. Nesse caso, é importante que indiquem também a formação de ATP.

3. Com um colega, conversem sobre como os seres vivos interagem energeticamente com o ambiente. Em seguida, elaborem um texto a respeito do que conversaram.

4. Faça uma pesquisa e elabore uma cadeia alimentar baseada em relações tróficas que ocorrem no ambiente. Represente as relações alimentares e o fluxo energético na cadeia produzida com imagens, setas e textos. Em seguida, elabore uma pirâmide de energia para a cadeia alimentar representada.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

4. Faça uma pesquisa e proponha uma cadeia alimentar baseada em relações tróficas que ocorrem no ambiente. Descreva as relações alimentares e o fluxo energético na cadeia produzida e, em seguida, como seria uma pirâmide de energia para a cadeia alimentar em questão.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes, enquanto elaboram os esquemas, a retomar os conceitos estudados no capítulo sobre fluxo de matéria orgânica e de energia nas relações alimentares. Se julgar interessante, incentive-os a pesquisar relações alimentares que ocorrem entre espécies de seres vivos nativas do Brasil. Verifique se eles inseriram os decompositores nas representações, exceto na pirâmide de energia. Note se na representação do fluxo de energia ao longo da cadeia alimentar os estudantes representaram setas de espessura menores ao longo dos níveis tróficos. Verifique se na pirâmide de energia representaram o primeiro nível trófico com maior comprimento e a diminuição do comprimento dos retângulos conforme se distanciam da base.

5. No período de um minuto, escreva algumas atividades humanas em pedaços de papel, de preferência referentes ao seu dia a dia, que podem interferir nos ciclos biogeoquímicos. Em seguida, entregue os papéis ao professor e, com os colegas, identifiquem medidas que podem ajudar a reduzir a interferência de cada uma dessas atividades nos ciclos da matéria no ambiente.

Respostas nas Orientações para o professor.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

5. Em dupla, no período de um minuto, escrevam algumas atividades humanas em pedaços de papel, de preferência referentes ao seu dia a dia, que podem interferir nos ciclos biogeoquímicos. Em seguida, entreguem os papéis ao professor e, com os colegas, conversem sobre medidas que podem ajudar a reduzir a interferência de cada uma dessas atividades nos ciclos da matéria no ambiente.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é, com base nos conhecimentos a respeito dos ciclos biogeoquímicos, levar os estudantes a refletir sobre as atividades humanas que podem interferir nesses ciclos, ao mesmo tempo que propõem maneiras de reduzir essa interferência.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. Oriente-os a inicialmente conversar sobre as possíveis atividades humanas que interferem nos ciclos biogeoquímicos, enfatizando que ambos devem participar dessa dinâmica. As atividades antrópicas selecionadas serão ditadas pelo estudante não vidente e escritas no papel pelo estudante vidente.

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MAIS QUESTÕES

1. (Enem/MEC) Toxicidade do cianeto

A produção de A T P ATP depende do gradiente de prótons gerado pela cadeia respiratória. Nessas reações, os elétrons provenientes da oxidação do N A D H NADH em N A D sobrescrito mais NAD + percorrem a cadeia até chegarem à citocromo c oxidase reduzindo o F e elevado a início expoente, 3 mais, fim expoente Fe 3 + a F e elevado a início expoente, 2 mais, fim expoente Fe 2 + . O oxigênio atua como aceptor final desses elétrons formando água. O cianeto é uma espécie química altamente tóxica que tem grande afinidade pelo F e elevado a início expoente, 3 mais, fim expoente Fe 3 + . Quando células são expostas ao cianeto, ele se liga ao sítio de F e elevado a início expoente, 3 mais, fim expoente Fe 3 + da citocromo c oxidase, impedindo a sua conversão em F e elevado a início expoente, 2 mais, fim expoente Fe 2 + e bloqueando a cadeia respiratória.

Esquema com seis reações acopladas da cadeia respiratória. Da esquerda para direita: Primeira reação: Substrato proveniente do nutriente, seta curva para C O 2. Ao lado tem: N A D com sobrescrito mais, seta curva para N A D H. Essas duas setas descritas estão conectadas. Segunda reação: N A D H, seta curva para N A D com sobrescrito mais. Ao lado tem a Forma oxidada e seta curva para Forma reduzida. Essas últimas duas setas curvas descritas estão conectadas e próximo delas está indicada transportador 1. Terceira reação: forma reduzida, seta curva para forma oxidada. Ao lado forma oxidada, seta curva para forma reduzida. Próximo delas está indicada transportador 2. Quarta reação: forma reduzida, seta curva para forma oxidada. Ao lado tem forma oxidada para forma reduzida. Essas últimas duas setas curvas descritas estão conectadas e próximo delas está indicada transportador 3. Quinta reação: Forma reduzida, seta curva para forma oxidada. Ao lado tem F e com sobrescrito 3 mais em destaque, seta curva para F e com sobrescrito 2 mais. Essas últimas duas setas curvas descritas estão conectadas e próximo delas está indicada Citocromo c oxidase. Sexta reação: F e com sobrescrito 2 mais, seta curva para F e com sobrescrito 3 mais em destaque. Ao lado tem: meio O 2; seta curva para H 2 O. Essas últimas duas setas curvas descritas estão conectadas.

ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. Porto Alegre: Artmed, 2010 (adaptado).

Esse bloqueio aumenta a concentração celular de

a ) ATP.

b ) água.

c ) N A D H NADH .

d ) dióxido de carbono.

e ) citocromo c oxidase.

Resposta: Alternativa c.

2. (Unicamp-SP) As relações ecológicas podem ser representadas por modelos de fluxo de energia, cujas principais vantagens são as representações dos decompositores, da matéria orgânica armazenada no sistema e da energia dispendida para a manutenção dos organismos. O modelo hipotético a seguir indica os valores abre parênteses quilocaloria barra metro quadrado barra ano fecha parênteses ( kcal / m 2 / ano ) de produtividade primária bruta (PPB), de produtividade primária líquida (PPL), de produtividade secundária líquida (PSL) e do fluxo de energia (setas). Os valores dentro das setas indicam a energia assimilada pelo próximo nível trófico.

Esquema em três linhas. Na primeira linha está escrito: Decompositores. Na linha abaixo, da esquerda para direita há um quadrado escrito: P P B igual 1000; P P L igual 500; seta para direita com escrita 200; quadrado com escrita P S L igual 100; seta para direita escrito 60; quadrado com escrita P S L igual 20; seta para direita escrito 10; quadrado com escrita P S L igual 2. Há setas de todos os quadrados descritos dessa linha para decompositores. Também há setas de todos os quadrados para a terceira linha onde está escrito: Energia dispensada para a manutenção. E há uma seta que sai de decompositores e aponta para terceira linha.

Considerando os dados apresentados, é correto afirmar que a energia

a ) utilizada para a manutenção do consumidor primário é de 40 quilocalorias barra metro quadrado barra ano 40  kcal / m 2 / ano .

b ) direcionada aos decompositores é de 352 quilocalorias barra metro quadrado barra ano 352  kcal / m 2 / ano .

c ) consumida na manutenção dos autotróficos é de 700 quilocalorias barra metro quadrado barra ano 700  kcal / m 2 / ano .

d ) assimilada pelos carnívoros é de 270 quilocalorias barra metro quadrado barra ano 270  kcal / m 2 / ano .

Resposta: Alternativa b. Resolução nas Orientações para o professor.

3. (Enem/MEC) O ciclo do nitrogênio é composto por várias etapas, conforme a figura, sendo cada uma desempenhada por um grupo específico de microrganismos.

Esquema. De cima para baixo estão as informações: Gás nitrogênio; seta para baixo com indicação 1; Amônia. E à direita está escrito Detritos, da qual sai uma seta com indicação 2 apontando para Amônia. Abaixo: seta para baixo com a indicação 3; Nitrito; seta para baixo com a indicação 4; Nitrato, e a partir dele há uma seta com a indicação 5 que aponta para a primeira informação Gás Nitrogênio.

Se o grupo dos microrganismos decompositores fosse exterminado, qual etapa não ocorreria?

a ) 1

b ) 2

c ) 3

d ) 4

e ) 5

Resposta: Alternativa b.

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4. (UFRGS-RS) O biólogo Dr. Maurício Tavares, do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da UFRGS, investigou o movimento das carcaças de animais marinhos e sua importância no ecossistema costeiro do Rio Grande do Sul. As carcaças participam de um processo essencial de reciclagem de nutrientes: os animais mortos servem de alimento não apenas para vertebrados, como urubus e gaviões, mas também para pequenos invertebrados, que posteriormente são fonte de alimento para outras espécies, como maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus), uma ave migratória ameaçada de extinção.

Disponível em: <https://s.livro.pro/4t4qde>. Acesso em: 17 ago. 2023.

Assinale a alternativa correta em relação às relações no ecossistema descrito.

a ) Por se tratar de animais mortos, qualquer atividade antrópica que interfira no trajeto, local de encalhe ou tempo de decomposição das carcaças não terá nenhum impacto negativo sobre o ecossistema local.

b ) Urubus, gaviões e pequenos invertebrados que se alimentam das carcaças podem ser considerados detritívoros e, por se alimentarem de animais mortos, são capazes de obter a totalidade da energia capturada pelo nível trófico imediatamente anterior da cadeia alimentar.

c ) O maçarico-de-papo-vermelho pode ser considerado como um consumidor primário ao se alimentar dos pequenos invertebrados que se alimentaram das carcaças dos animais mortos.

d ) O fluxo de energia diminui em direção aos níveis mais altos da cadeia alimentar, ou seja, há perda de energia entre os níveis tróficos, independentemente das espécies citadas no texto acima.

e ) A extinção do maçarico-de-papo-vermelho, por se tratar de uma ave migratória, seria benéfica para o ecossistema local, reduzindo a competição com outras aves e aumentando a produtividade primária e o fluxo de energia dentro da cadeia alimentar.

Resposta: Alternativa d.

5. (Fuvest-SP)

Gráfico de linhas. O eixo horizontal indica Ano. Nos eixos verticais estão indicados: C O 2 em partes por milhão, N 2 O em partes por bilhão e C H 4 em partes por bilhão. Os dados são: Dióxido de carbono - C O 2: no ano 0 a 1900 a concentração variou, mas ficou próximo de 280 partes por milhão. Até o ano 2000 a concentração aumentou para 400 partes por milhão. Metano C H 4: no ano 0 a 1800 a concentração variou, mas ficou abaixo de 800 partes por bilhão. Até o ano 2000 houve aumento da concentração que foi maior do que 2200 partes por bilhão. Óxido nitroso N 2 O: Do ano 0 a 1900 a concentração variou algumas vezes, mas mantendo abaixo de 280 partes por bilhão. Até ano 2000 há um aumento com o valor próximo de 320 partes por bilhão.

IPCC 4th Report Main Findings. Disponível em: https://s.livro.pro/exvqea. Adaptado

O gráfico apresentado mostra as concentrações atmosféricas dos principais gases de efeito estufa até o ano 2000, sendo eles: CO subscrito 2 CO 2 , quantificado em partes por milhão abre parênteses p p m fecha parênteses ( ppm ) , N subscrito 2 O N 2 O e C H subscrito 4 CH 4 , ambos quantificados em partes por bilhão abre parênteses p p m fecha parênteses ( ppm ) . Em junho de 2022, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) reportou que, naquela data, os níveis de CO subscrito 2 CO 2 na atmosfera encontravam-se em torno de 420 p p m 420 ppm . Esse valor é muito superior à concentração média de aproximadamente 280 p p m 280 ppm , existente antes da Revolução Industrial.

Com base nessas informações e em seus conhecimentos, é correto afirmar:

a ) Apesar do grande aumento nas quantidades dos três principais gases de efeito estufa a partir da Revolução Industrial, seus níveis passaram a estabilizar por volta do ano 2000.

b ) A mecanização resultante da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, causou grandes mudanças nos meios de produção, com a utilização de energias renováveis.

c ) O plantio de árvores em grande escala acentua o aquecimento global, devido à liberação de gases do efeito estufa na atmosfera.

d ) O aquecimento global é um fenômeno recente, já que a Terra teve um clima com temperaturas constantes durante sua existência.

e ) O efeito estufa é um fenômeno intensificado a partir da Revolução Industrial, devido às atividades humanas emissoras de CO subscrito 2 CO 2 , que contribuem para o aquecimento global.

Resposta: Alternativa e.