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UNIDADE 2
A FÍSICA E A VIDA NA TERRA
As erupções solares são fenômenos em que grande quantidade de partículas de alta energia, raios X e radiação ultravioleta é lançada ao espaço por conta das alterações no campo magnético do Sol. Normalmente, as partículas são contidas nas linhas desse campo magnético, no entanto, nas erupções, elas têm energia suficiente para superá-lo.
Dependendo da direção em que ocorre a erupção solar, tanto as partículas quanto a radiação podem chegar à Terra e afetar satélites, comunicações de rádio e transmissão de energia elétrica e arrastar gases da atmosfera terrestre para o espaço. Por isso, sondas espaciais como a SDO e a SOHO são responsáveis por monitorar a superfície e a atividade solar, a fim de detectar as erupções solares e entender como elas podem afetar o planeta.
a ) Como você acha que a Terra seria caso ela não tivesse campo magnético?
b ) As partículas emitidas nas erupções solares têm carga elétrica, no entanto interagem com o campo magnético da Terra. De acordo com seus conhecimentos, explique por que isso ocorre.
c ) Que tipo de estruturas as sondas espaciais devem ter para captar imagens do Sol e de outros corpos do Sistema Solar?
Respostas nas Orientações para o professor.
Nesta unidade, vamos estudar...
- campo magnético terrestre;
- propriedades magnéticas dos ímãs;
- campo magnético gerado por corrente elétrica;
- forças magnéticas;
- óptica geométrica;
- microscópio e telescópios;
- reflexão da luz e espelhos;
- refração da luz e lentes.
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CAPÍTULO6
Campo magnético terrestre
Origem do campo magnético da Terra
No filme de ficção científica O núcleo: missão ao centro da Terra, o campo magnético da Terra desaparece porque o núcleo do planeta parou de rotacionar, ocasionando uma série de problemas, como a desorientação dos pássaros e o fenômeno das auroras em locais improváveis.
A Terra tem um campo magnético ao seu redor, por isso se comporta como se existisse um grande ímã em seu interior. De fato, alguns fenômenos naturais descritos no filme estão relacionados a esse campo magnético, como as auroras nos polos do planeta. Acredita-se que diversos seres vivos se orientem pelo campo magnético da Terra, como alguns insetos e aves.

1. O que você sabe sobre o campo magnético da Terra?
Resposta: Espera-se que os estudantes relacionem o campo magnético da Terra a uma área ao redor do planeta que sofra influência magnética, como se houvesse um grande ímã em seu interior.
2. Cite uma situação do cotidiano em que podemos perceber a influência do campo magnético terrestre.
Resposta: Eles podem citar o funcionamento das bússolas.
Para compreender melhor esse campo, vamos conhecer a estrutura interna do planeta, conforme a teoria aceita atualmente. Em 1936, a geodesista e sismóloga dinamarquesa Inge Lehmann (1888-1993) afirmou que o interior da Terra é composto de um núcleo de metal sólido cercado por um núcleo líquido externo, refutando a teoria aceita até então de que o núcleo fosse inteiramente líquido.

Ela baseou sua teoria na análise de ondas sísmicas, que são vibrações que viajam pela Terra após terremotos. A hipótese de Lehmann foi confirmada em 1970, quando sismógrafos mais sensíveis detectaram ondas desviando desse núcleo sólido.
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A. Camada mais externa da Terra, constituindo sua superfície. Por causa do movimento do manto, resultante das correntes de convecção✚, nessa camada ocorrem os movimentos das placas tectônicas.
B. Camada intermediária formada, em sua maior parte, por material rochoso na fase sólida. Há também rochas que se comportam como um fluido viscoso e recebem o nome de magma, o qual está em constante movimento no manto, gerado pelas correntes de convecção.
C. Composto principalmente de uma mistura de ferro abre parênteses F e fecha parênteses, níquel abre parênteses N i fecha parênteses e elementos mais leves, como oxigênio abre parênteses O fecha parênteses e enxofre abre parênteses S fecha parênteses.
D. Camada mais interna constituída predominantemente de ferro sólido.
- Convecção:
- modo de transferência de calor pela movimentação de um fluido ao ser aquecido por uma fonte térmica, formando correntes circulares, chamadas de correntes de convecção. O fluido aquecido expande-se e sobe porque se torna menos denso que o material circundante.↰
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O material do núcleo externo encontra-se na fase líquida e em constante movimento.
O movimento de convecção desse material condutor é transformado em movimentos helicoidais✚, por causa da rotação da Terra, que criam correntes elétricas e geram o campo magnético terrestre.

Características do campo magnético terrestre
O campo magnético terrestre se estende por milhares de quilômetros no espaço e é chamado de magnetosfera da Terra, o qual corresponde à área do espaço ao redor de um astro, influenciada pelo seu campo magnético.
Sua forma é característica, sendo assimétrica em relação ao planeta, assemelhando-se a uma gota com uma cauda extremamente comprida, uma consequência principalmente do vento solar, que será explicado ainda neste capítulo.
O físico e médico inglês William Gilbert (1540-1603) publicou, em 1600, um importante tratado sobre o magnetismo, o De Magnete, em que se observou pela primeira vez que a Terra atuava como um grande ímã.
Astros (dimensões)
Sol: aproximadamente 1.390.000 quilômetros de diâmetro.
Terra: aproximadamente 12.756 quilômetros de diâmetro.

A tendência de todo ímã é se alinhar com uma das extremidades, voltada aproximadamente para o norte geográfico e a outra voltada aproximadamente para o sul geográfico. Essas extremidades receberam o nome de polos e, para distingui-los, um deles foi chamado de polo norte e o outro, de polo sul.
Por causa das características da Terra, que se comporta como um grande ímã, ela também tem polos magnéticos, chamados de polo norte e de polo sul magnéticos. O eixo geomagnético, que une esses dois polos, não coincide com o eixo de rotação do planeta, formando, assim, um ângulo de 11 vírgula 5 graus com o eixo que une os polos Norte e Sul geográficos.
Em pontos próximos à superfície terrestre, seu campo magnético se assemelha ao campo gerado por um grande ímã em forma de barra, ou seja, de um dipolo magnético, como se atravessasse o centro do planeta. A imagem representa esse campo e as linhas de campo magnético representam sua região de influência. Elas são linhas fechadas que partem do polo norte magnético e vão em direção ao polo sul magnético.

Dica
Os polos magnéticos e os polos geográficos da Terra são bastante separados. O polo magnético do Hemisfério Norte está localizado a aproximadamente 1.800 quilômetros do Polo Norte geográfico, no norte do Canadá. O outro polo magnético, do Hemisfério Sul, está localizado na região da Antártida. Os polos magnéticos se deslocam cerca de 0 vírgula 2 graus por ano ao redor do polo geográfico.
- Helicoidais:
- refere-se ao que tem formato de hélice, em espiral.↰
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Ao contrário de um ímã em forma de barra, a matéria que gera e mantém o campo magnético terrestre está em constante movimento, o que está relacionado à teoria do geodínamo. Essa teoria se refere ao núcleo externo da Terra como um tipo de dínamo✚, que, após ter seu campo magnético iniciado por outro mais fraco, como o campo do Sistema Solar, continuou a gerar o próprio campo magnético, considerando o movimento do líquido metálico do núcleo terrestre estabelecido pelas correntes de convecção. Assim, o núcleo da Terra atua como um grande dínamo.
Existe uma grande variedade de animais que são capazes de perceber o campo magnético terrestre e utilizam essa percepção para a locomoção e a orientação. Esse sentido é denominado de magnetorrecepção.
As salamandras, por exemplo, orientam-se pelo campo magnético para encontrar a direção da costa mais próxima, embora usem também os sentidos da audição e da visão para isso. Com esse mesmo princípio, as tartarugas marinhas têm a percepção de identificar o ângulo de inclinação e a intensidade do campo magnético da Terra para se aventurarem nos oceanos, percorrendo longas distâncias e retornando às praias em que depositaram seus ovos. Os pássaros também apresentam essa percepção para voar longas distâncias durante períodos migratórios. Na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, pombos-correios contribuíram muito para a comunicação, pois retornavam ao ponto de partida por meio da orientação solar, do olfato, dos pontos de referência e também por se orientarem pelo campo magnético terrestre.
Salamandra-de-fogo S. salamandra: pode atingir de 15 a 30 centímetros de comprimento.

Tartaruga-verde C. mydas: pode atingir de 100 a 120 centímetros de comprimento.

Borrelho-grande-de-coleira C. hiaticula: pode atingir de 17 a 20 centímetros de comprimento.

Há indícios de que proteínas, chamadas de criptocromos, localizadas nos olhos de alguns organismos, são sensíveis ao campo magnético, o que fornece para muitos deles o sentido mais simples de uma bússola (Norte-Sul).
Os criptocromos também estão presentes na retina dos olhos humanos, mas não há evidências de que eles interfiram na percepção do campo magnético, apesar de pesquisas sugerirem que humanos podem responder a campos magnéticos.
Em um estudo de 2019, cientistas usaram uma câmara especialmente projetada para isolar os participantes de quaisquer tipos de influências externas e expuseram-nos a campos magnéticos rotativos. Foi observado que esses participantes apresentaram respostas cerebrais mensuráveis (por meio de eletroencefalograma), as quais indicavam que os cérebros dos participantes estavam respondendo aos estímulos dos campos magnéticos.
Além disso, analisando o tecido humano, foram detectados cristais de magnetita no cérebro, com intensidade de 0,8 tesla, correspondendo ao campo magnético gerado por um ímã de alto-falante, por exemplo. Esses resultados sugerem que pode haver algum mecanismo biológico nos seres humanos que detecta campos magnéticos. No entanto, a função e a importância dessa sensibilidade ainda não estão completamente compreendidas e requerem mais estudos.
- Dínamo:
- mecanismo que converte energia mecânica em energia elétrica.↰
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Magnetismo
Propriedades magnéticas de ímãs
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Os ímãs estão presentes em diversas situações cotidianas. Por exemplo, para fixar lembretes em painéis metálicos e em portas de geladeira para mantê-las fechadas.
Os primeiros ímãs naturais conhecidos pela humanidade foram pedaços de um minério chamado de magnetita, que se magnetizam espontaneamente durante sua formação e atraem fragmentos de ferro.

3. O que ocorre se aproximarmos dois ímãs?
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que pode ocorrer atração ou repulsão entre os ímãs.
4. Que tipos de material geralmente são atraídos por ímãs?
Resposta: Os estudantes podem mencionar materiais que contenham ferro, níquel ou cobalto em sua composição.
O primeiro relato sobre as características da magnetita foi creditado ao filósofo grego Tales de Mileto (por volta de 624 a.C.-556 a.C.). Segundo ele, havia certo minério que apresentava a propriedade de atrair pequenos objetos ferrosos. Por causa da região onde era encontrado com mais frequência (Magnésia), o minério ficou conhecido como magnetita.
Assim, um pedaço de magnetita é um ímã chamado de ímã natural permanente, que atrai pequenos fragmentos de ferro ou ligas metálicas que tenham ferro, níquel e cobalto em sua composição.

Todos os ímãs encontrados na natureza apresentam dois polos, que se alinham aproximadamente na direção norte-sul geográfica por causa da influência do campo magnético terrestre. Quando tentamos aproximar dois ímãs, ambos com o mesmo polo voltado um para o outro, eles se repelem, ou seja, tendem a se afastar. Porém, se os polos aproximados forem opostos, eles se atraem. As imagens a seguir representam a repulsão e a atração magnéticas entre ímãs em forma de barra.



Outra propriedade consiste na impossibilidade de separar seus polos magnéticos, ou seja, não é possível obter um ímã somente com o polo norte ou somente com o polo sul.
Dessa forma, não há polos magnéticos isolados na natureza, ou os chamados monopolos magnéticos, como seriam denominados pelos cientistas.

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Campo magnético criado por ímã
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Materiais com propriedades magnéticas, como os ímãs, geram um campo magnético, cujo formato pode ser revelado ao se espalhar limalha de ferro ao seu redor.
Quando um corpo feito de material ferromagnético é aproximado de um ímã, uma força magnética de interação revela ao redor dele um campo magnético, assim como ocorre com a agulha de uma bússola, que é influenciada pelo campo magnético terrestre ao alinhar-se na direção norte-sul magnética do planeta.

A força magnética organiza as limalhas de ferro traçando o padrão das linhas de campo magnético ao redor do ímã. Em seu campo magnético, as linhas são orientadas externamente, do polo norte para o polo sul, e se estendem pelo seu interior, do polo sul para o polo norte, conforme ilustrado.

Em cada um dos pontos do campo magnético do ímã é possível associar um vetor campo magnético, representado por expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima. Sua orientação equivale à da agulha de uma bússola quando colocada naquele ponto, configurando-se tangente à linha de campo magnético, de acordo com a ilustração.
Perceba que, nas proximidades dos polos magnéticos do ímã, há maior concentração de linhas de campo, indicando mais intensidade do campo magnético nessa região.
Além disso, as linhas de campo magnético não se cruzam, o que indica a existência de apenas um vetor campo magnético para cada ponto ao redor do ímã.

Ímãs naturais e artificiais
Vimos que a magnetita é um minério com propriedades magnéticas, sendo considerado um ímã natural.
Entretanto, a maioria dos ímãs que utilizamos em nosso cotidiano é artificial, ou seja, eles são produzidos pelo ser humano por um processo que os tornam magnetizados, como a imantação.
5. Você sabe como um ímã artificial é fabricado?
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é despertar a curiosidade dos estudantes sobre alguns dos fenômenos científicos e verificar seus conhecimentos prévios.
No processo de imantação, campos magnéticos são gerados por corrente elétrica e também pelo movimento de partículas elementares como os elétrons.
Dica
Corrente elétrica corresponde a um fluxo de partículas carregadas (elétrons) em movimento ordenado, fluindo por um material condutor.
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Assim, um único átomo de material ferromagnético pode gerar um campo magnético ao seu redor. Esse campo interage com os campos de outros átomos, formando um aglomerado de bilhões de partículas alinhadas, denominado domínios magnético.
Ao aproximar um ímã do material ferromagnético, seus domínios magnéticos se alinham de acordo com o campo magnético, tornando-o temporariamente magnetizado por causa do processo chamado de imantação. Porém, ao afastar o ímã desse material, a agitação térmica das partículas faz os domínios magnéticos retornarem à configuração original, caracterizando uma magnetização temporária do material.


Quando os domínios magnéticos de um material ferromagnético estão orientados aleatoriamente, a soma total desses domínios é nula e, assim, ele não é magnetizado.
Para que o processo de magnetização seja permanente, é necessário que o material passe por um processo de imantação mais eficaz e que também sejam avaliadas suas propriedades magnéticas, ou seja, o comportamento coletivo dos elétrons.


Os materiais ferromagnéticos são fortemente atraídos pelos ímãs e, quando são submetidos a um campo magnético externo de intensidade razoável, seus domínios magnéticos se alinham. Nesse caso, mesmo após serem afastados desse campo, continuam magnetizados, tornando-se um ímã artificial permanente.
Já os materiais paramagnéticos são fracamente atraídos por ímãs e, quando são submetidos a um campo magnético externo, seus domínios magnéticos se alinham parcialmente. Dessa forma, quando afastamos o campo magnético externo, ele não se mantém magnetizado.
Os materiais diamagnéticos são repelidos por ímãs. Esse tipo de material não mantém suas propriedades magnéticas quando o ímã é afastado, pois, quando submetidos a um campo magnético externo, seus domínios magnéticos se alinham parcialmente, porém em sentido oposto ao campo magnético externo.
Dica
São exemplos de materiais ferromagnéticos o ferro abre parênteses F e fecha parênteses, o níquel abre parênteses N i fecha parênteses, o cobalto abre parênteses C o fecha parênteses, o gadolínio abre parênteses G d fecha parênteses e o disprósio abre parênteses D y fecha parênteses. Normalmente, um ímã é feito de ligas contendo um desses elementos. Já o alumínio abre parênteses A l fecha parênteses, o ouro abre parênteses A u fecha parênteses, o crômio abre parênteses C r fecha parênteses, o estanho abre parênteses S n fecha parênteses, o magnésio abre parênteses M g fecha parênteses e o titânio abre parênteses T i fecha parênteses são exemplos de materiais paramagnéticos. Elementos como o cobre abre parênteses C u fecha parênteses, o bismuto abre parênteses B i fecha parênteses e o grafite são exemplos de materiais diamagnéticos.
Outro processo de imantação consiste em atritar o mesmo polo de um ímã a um material ferromagnético, sempre no mesmo sentido, para que seus domínios magnéticos se alinhem de maneira mais eficiente, se considerarmos sua aproximação a um ímã.
Compartilhe ideias
É possível montar uma bússola utilizando um prato, uma agulha, um ímã, água e um pedaço de papel.
a ) Troque ideias com dois colegas e encontrem uma maneira de montar esse aparato. Lembrem-se de que vocês terão de imantar a agulha.
b ) Escrevam os procedimentos que aplicaram e apresente-os aos colegas da sala.
Respostas: Os estudantes podem colocar um pouco de água no prato, um pedaço pequeno de papel para flutuar nessa água e, sobre ele, a agulha imantada, que deverá girar livremente junto ao papel. Para imantar a agulha, eles podem passar várias vezes um ímã, sempre no mesmo polo e mesmo sentido, ao longo da agulha.
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CONEXÕES com ... HISTÓRIA e GEOGRAFIA
Desenvolvimento da bússola e a expansão marítima europeia
Professor, professora: A região correspondente ao polo sul magnético terrestre está próxima ao Polo Norte geográfico e, a região do polo norte magnético da Terra está próxima ao Polo Sul geográfico do planeta.
A bússola é um instrumento de orientação constituído de uma agulha imantada, livre para girar no plano horizontal, que interage com o campo magnético da Terra, sendo atraída pelos polos magnéticos norte e sul do planeta. Com essas propriedades, ela indica aproximadamente as direções dos polos geográficos da Terra.
Por convenção, a extremidade da agulha da bússola que aponta aproximadamente para o norte geográfico da Terra foi definida como polo norte magnético. Da mesma forma, a outra extremidade da agulha da bússola foi designada como o sul magnético porque aponta, aproximadamente, para o sul geográfico da Terra.
A invenção da bússola se deu por volta do século I a.C., na China, no período da dinastia Han. A princípio, ela era utilizada como um instrumento de orientação em rituais e práticas espirituais. Consistia em uma base quadrangular que representava a Terra, com uma circunferência central representando o céu. Sobre essa base havia uma concha de magnetita, cujo cabo sempre apontava para o Sul.

Séculos depois, a bússola foi desenvolvida para a navegação marítima, permitindo que exploradores expandissem suas rotas marítimas eficientemente, intensificando o comércio no oceano Índico.
Assim, a bússola foi adotada pelos árabes, aprimorando as rotas de navegação no mar Mediterrâneo e no oceano Índico. Com isso, foi possível expandir suas rotas comerciais e o domínio marítimo na época medieval.
A chegada da bússola na Europa é atribuída aos árabes. Para os europeus, a bússola teve relevante papel durante as Grandes Navegações. Utilizada por navegadores, como o português Vasco da Gama (1469-1524) e o italiano Cristóvão Colombo (1451-1506), permitiu que cruzassem os oceanos ainda desconhecidos com mais segurança.
Antes disso, a falta de conhecimento sobre a extensão de terras além da Europa resultava em mapas muitas vezes distorcidos, refletindo uma rudimentar compreensão geográfica. Graças à utilização da bússola, as Grandes Navegações contribuíram para desenvolver e aprimorar a cartografia, desenhando-se mapas mais detalhados e com mais precisão, incluindo novas terras aos mapas mundiais, como a América e a África, o que proporcionou uma definição mais completa da configuração do mundo.

a ) Converse com um colega sobre os impactos do desenvolvimento da bússola para a sociedade.
Resposta: O objetivo da questão é que os estudantes discutam os conteúdos abordados na seção. Eles podem citar que o uso da bússola permitiu o desenvolvimento de rotas comerciais, conhecimento e exploração de novos territórios, aprimoramento dos mapas e da cartografia, entre outros impactos.
b ) Além da navegação, de que outras formas a bússola contribuiu para o avanço da ciência e da exploração geográfica?
Resposta: Além de sua importância crucial na navegação, a bússola promoveu o estudo dos campos magnéticos terrestres, além de influenciar inovações de orientação mais avançadas, como os sistemas de navegação modernos baseados em GPS.
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O campo magnético e a vida terrestre
Sobre o campo magnético de Marte, leia o trecho a seguir.
[...]
A ausência de um campo magnético global em Marte é um problema, causando danos a qualquer tipo de vida que possa vir a existir. A presença de água e da atmosfera requerem uma magnetosfera capaz de proteger a atmosfera de ser arrancada pelas partículas radioativas provindas das tempestades solares.
[...]
SILVESTRE, Gisllayne R. Introdução aos aspectos geológicos do planeta Marte: implicações para a possibilidade de colonização humana. Cadernos de Astronomia, Vitória, v. 4, n. 1, mar. 2023. p. 114. Disponível em: https://s.livro.pro/fljlmh. Acesso em: 29 jul. 2024.
Há evidências de que bilhões de anos atrás Marte era um planeta com possibilidade para abrigar vida. No entanto, ele perdeu quase completamente seu campo magnético global, transformando-o em um deserto, sem condições para a vida.
A ação do campo magnético da Terra protege o planeta das radiações e dos ventos solares, conservando a atmosfera terrestre. Isso contribui para manter as condições necessárias para a vida, pois a atmosfera absorve parte da radiação proveniente do Sol, principalmente a ultravioleta, que pode ser prejudicial ao ser humano e aos outros animais.
6. Você já ouviu falar em ventos solares? O que você sabe sobre isso?
Resposta: Espera-se que os estudantes relacionem o vento solar às partículas eletricamente carregadas que são ejetadas da atmosfera do Sol.
7. Cite cuidados que devemos ter com a radiação solar.
Resposta: Espera-se que os estudantes citem cuidados como: não se expor à luz solar entre 10 horas e 16 horas; passar protetor solar na pele diariamente, reaplicando-o a cada 2 horas; usar óculos de sol, chapéus ou bonés e roupas claras; manter-se hidratado; entre outros.
8. Você toma esses cuidados? O que você deveria melhorar?
Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes a fazer uma autoavaliação a respeito dos cuidados com a exposição à luz solar.
Dica
Os ventos solares são fluxos de partículas eletricamente carregadas e ejetadas da atmosfera do Sol, preenchendo o espaço interestelar.
As partículas provenientes dos ventos solares que atingem a Terra chegam a uma velocidade de 400 quilômetros por segundo e, normalmente, são defletidas ou capturadas pelo campo magnético terrestre. As partículas que passam pelo campo são desviadas para os cinturões na magnetosfera da Terra, chamados cinturões de Van Allen, descobertos pelo físico estadunidense James Alfred Van Allen (1914-2006), em 1958.
Quando sobrecarregam o cinturão, as partículas caem em direção à atmosfera da Terra, principalmente pelos polos, causando as auroras. Esses fenômenos iluminam o céu, emitindo, predominantemente, radiação na cor verde por causa da emissão dos átomos de oxigênio da atmosfera terrestre. As que ocorrem em regiões do Polo Norte são chamadas de aurora boreal, e as ocorridas em regiões do Polo Sul são chamadas de aurora austral.
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PRÁTICA CIENTÍFICA
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Campo magnético
Por dentro do contexto
Uma brincadeira muito comum é mover objetos metálicos sobre uma mesa usando um ímã posicionado abaixo dela, porém um estudante não conseguiu realizar tal brincadeira em uma mesa de aço.
a ) Como você imagina que as linhas de campo magnético de um ímã se organizam ao seu redor? O formato do ímã influencia essas linhas de alguma forma?
Resposta: Espera-se que respondam que as linhas de campo magnético de um ímã se organizam de forma a sair do polo norte e entrar no polo sul, formando padrões que dependem do formato do ímã. Ímãs com diferentes formatos, como barra, circular ou ferradura, podem influenciar a concentração e o padrão dessas linhas.
b ) Em sua opinião, quais materiais podem interferir mais significativamente no campo magnético de um ímã? Como você acredita que isso pode acontecer?
Resposta: Espera-se que citem materiais metálicos como ferro, níquel e cobre, os quais são bons condutores de eletricidade e terem propriedades magnéticas. Quando colocados próximos a um ímã, esses materiais podem alterar o campo magnético, desviando ou concentrando as linhas de campo, dependendo da sua composição e posição em relação ao ímã.
Materiais
- ímãs em diferentes formatos (barra, circular, ferradura etc.)
- folha de papel sulfite ou papel cartolina
- forma de alumínio
- prato de vidro
- tampa plástica
- panela de inox
- limalha de ferro
- régua
- caneta hidrográfica
Como proceder
A. Providencie diferentes tipos de ímãs e posicione-os sobre uma superfície plana.
B. Primeiro, escolha um dos tipos de ímãs e, sobre ele, posicione a folha de papel sulfite.

C. Agora, espalhe a limalha de ferro sobre a folha de papel sulfite, na posição em que o ímã está e ao redor dele.

D. Em outra folha de papel sulfite, registre por meio de desenho o contorno do ímã e do padrão que a concentração da limalha de ferro formou.
E. Embaixo da folha de papel sulfite, posicione outro ímã, próximo ao primeiro, e repita os passos anteriores.
F. Repita os procedimentos anteriores para todos os outros tipos de ímãs disponíveis.
G. Agora, substitua a folha de papel sulfite pela forma de alumínio, pelo prato de vidro, pela panela de inox e pela tampa plástica, sucessivamente, e repita os procedimentos.
Análise e divulgação
1. Quais fatores interferiram no formato das linhas de campo magnético?
Resposta: Formato do ímã; material do qual é feito; distância do ímã até a limalha de ferro; atração e repulsão entre dois ímãs; posição dos polos magnéticos do ímã, entre outros.
2. O que acontece com as linhas de campo magnético quando há outros ímãs próximos?
Resposta: As linhas do campo se alteram de acordo com a interação entre os polos que estão próximos; se houver atração, as linhas se juntarão; se houver repulsão, elas se afastarão.
3. Quanto às linhas de campo magnético, qual foi a influência de cada tipo de material colocado sobre os ímãs? Em sua opinião, por que isso ocorreu?
Resposta: Espera-se que respondam que o plástico, o vidro, o papel e o alumínio não alteraram significativamente as linhas do campo magnético dos ímãs, mas o inox (aço) interferiu. É importante explicarem que este contém material ferromagnético, que é atraído por ímãs. Comente que os materiais ferromagnéticos, por conta dessa atração, alteram o alcance do campo magnético dos ímãs. Isso ocorre porque campo magnético sai do ímã e permeia o interior do material ferromagnético. Esse efeito é utilizado em discos rígidos de computadores como uma blindagem magnética.
4. Com os desenhos produzidos, façam um vídeo para divulgar os resultados e as principais conclusões a que chegaram na prática. Apresente o vídeo para os colegas de outras turmas.
Resposta pessoal. O objetivo dessa questão é incentivar os estudantes a compartilhar suas experiências e conclusões acerca da atividade realizada.
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ATIVIDADES
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1. Leia as afirmativas a seguir sobre o campo magnético terrestre.
I ) O Polo Sul geográfico está, aproximadamente, na mesma posição do polo sul magnético, pois o polo sul de uma bússola é atraído por ele.
II ) O Polo Norte geográfico está, aproximadamente, na mesma posição do polo sul magnético, pois o polo norte de uma bússola é atraído por ele.
III ) O polo sul de uma bússola sempre aponta para o Polo Sul geográfico, pois coincide, aproximadamente, com o polo norte magnético.
IV ) O campo magnético terrestre tem mais intensidade na linha do Equador, pois é a região com maior concentração de linhas de campo magnético.
Qual alternativa apresenta as afirmativas corretas?
a ) I e II.
b ) II e III.
c ) III e IV.
d ) I, II e III.
e ) II, III e IV.
Resposta: Alternativa b. Comentários nas Orientações para o professor.
2. Para uma análise de campo magnético, foram colocados dois ímãs sob uma placa de vidro, e, em cima dela, espalhou-se limalha de ferro, como mostram as imagens a seguir.



Professor, professora: As legendas das imagens não foram inseridas para não comprometer a resolução da atividade.
Assim, pode-se afirmar que as polaridades nos pontos indicados são:
a ) 1 e 2 iguais, 3 e 4 diferentes, 5 e 6 iguais.
b ) 1 e 2 diferentes, 3 e 4 iguais, 5 e 6 diferentes.
c ) 1 e 2 diferentes, 3 e 4 diferentes, 5 e 6 iguais.
d ) 1 e 2 iguais, 3 e 4 diferentes, 5 e 6 diferentes.
e ) 1 e 2 iguais, 3 e 4 iguais, 5 e 6 diferentes.
Resposta: Alternativa d.
3. Um ímã é colocado próximo a uma bússola, localizada no ponto D, como mostra a figura. Considerando a cor vermelha como polo norte, qual será a orientação da bússola? Explique.

a )

b )

c )

d )

Resposta: Alternativa a.
4. Em uma aula de Física, o professor está apresentando os diferentes tipos de magnetismo encontrados em materiais. Ele mostra três barras de materiais diferentes: uma barra de ferro, uma de alumínio e uma de cobre, demonstrando que, ao aproximar um ímã dessas barras, cada uma responde de maneira distinta ao campo magnético. Qual das seguintes afirmações descreve corretamente as propriedades magnéticas dos materiais ferro, alumínio e cobre?
a ) A barra de ferro é diamagnética, a barra de alumínio é ferromagnética e a barra de cobre é paramagnética.
b ) A barra de ferro é ferromagnética, a barra de alumínio é paramagnética e a barra de cobre é diamagnética.
c ) A barra de ferro é paramagnética, a barra de alumínio é diamagnética e a barra de cobre é ferromagnética.
d ) A barra de ferro é paramagnética, a barra de alumínio é ferromagnética e a barra de cobre é diamagnética.
e ) A barra de ferro é diamagnética, a barra de alumínio é paramagnética e a barra de cobre é ferromagnética.
Resposta: Alternativa b.
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5. O campo magnético terrestre é uma propriedade importante do nosso planeta, que nos protege dos ventos solares e da radiação térmica. Esse campo magnético estende-se do núcleo interno da Terra ao espaço, formando a magnetosfera.
Sobre o campo magnético terrestre, é correto afirmar que:
a ) o polo norte magnético da Terra está localizado exatamente no Polo Norte geográfico.
b ) o polo norte de um ímã de barra aponta para o Polo Sul geográfico da Terra.
c ) o polo sul magnético da Terra está localizado exatamente no Polo Sul geográfico.
d ) o polo norte de um ímã de barra aponta para o polo sul magnético da Terra, que está próximo ao Polo Norte geográfico.
e ) o campo magnético terrestre faz os polos geográficos e magnéticos coincidirem perfeitamente.
Resposta: Alternativa d.
6. Julgue cada sentença a seguir como verdadeira ou falsa, justificando as falsas.
I ) Todos os materiais constituídos de metal, ao aproximarem-se de um ímã permanente, são magnetizados, assim sofrendo o efeito de atração.
II ) Considere um ímã permanente no formato de barra. Quando cortado ao meio, obtêm-se dois polos magnéticos isolados, ou seja, uma metade terá apenas polo norte e a outra, apenas polo sul.
III ) Um polo magnético de um ímã repele a extremidade de uma barra de aço, provando assim que a barra não é um ímã permanente.
IV ) Um pedaço de ferro é atraído por um ímã, assim como o ímã é atraído pelo ferro.
Resposta: I) Materiais como ferro, níquel e cobalto são ferromagnéticos e fortemente atraídos por ímãs, enquanto metais como alumínio e cobre são paramagnéticos, sendo apenas ligeiramente atraídos. II) Verdadeira. III) Isso ocorre porque a extremidade da barra de aço é atraída pelo polo oposto do ímã. A barra de aço em si não é um ímã permanente, mas pode ser temporariamente magnetizada quando aproximada de um ímã. IV) Verdadeira.
7. A fim de identificar se alguns objetos tinham propriedades magnéticas, um estudante aproximou duas barras idênticas, XY e KQ, de uma terceira barra, ZW, sustentada por um fio no teto de um laboratório, funcionando como um pêndulo.
Observa-se que a extremidade Y de uma das barras atrai a extremidade Z do pêndulo. Entretanto, a mesma extremidade Z do pêndulo é repelida pela extremidade Q da segunda barra.


Por meio do experimento descrito, pode-se concluir que, certamente:
a ) XY, ZW e KQ são ímãs.
b ) ZW e KQ são ímãs.
c ) somente XY é ímã.
d ) somente KQ é ímã.
e ) somente ZW é ímã.
Resposta: Alternativa b.
8. Ímãs são objetos que exercem atração magnética sobre certos materiais, como ferro e níquel. Eles podem ser naturais na forma de minerais magnetizados ou criados artificialmente por meio de processos controlados.
Sobre o processo de imantação dos ímãs, analise as afirmações a seguir.
I ) A imantação é o processo pelo qual determinado material tem seus domínios magnéticos alinhados com um campo magnético externo.
II ) A magnetita é um exemplo de mineral com apenas um tipo de polaridade magnética, sendo todos os seus domínios de polo norte ou todos de polo sul.
III ) A imantação por atrito é mais eficiente do que a simples aproximação do material a um ímã.
IV ) Um material ferromagnético pode ser magnetizado por um campo magnético externo, mas perde sua propriedade magnética quando o campo é removido.
Está correto o que se afirma em:
a ) apenas I.
b ) II e III.
c ) I e III.
d ) II, III, IV.
e ) todas as afirmativas.
Resposta: Alternativa c.
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CAPÍTULO7
Eletromagnetismo
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Campo magnético e corrente elétrica
A fotografia a seguir mostra uma fechadura magnética muito comum atualmente. Por meio de um sinal elétrico, ela se abre.

1. Em sua opinião, como esse tipo de fechadura funciona?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que essa fechadura funciona com o auxílio de um eletroímã, um dispositivo capaz de gerar um campo magnético por meio da passagem de uma corrente elétrica.
Para compreender o funcionamento dessa fechadura, vamos conhecer um pouco mais sobre um efeito da corrente elétrica – a geração de um campo magnético.
As observações do físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851), em uma de suas aulas, resultaram na descoberta de que correntes elétricas geravam campos magnéticos. Sempre que ele ligava uma pilha a um circuito, para demonstrar as propriedades elétricas, a agulha de uma bússola próxima passava a apontar em outra direção. Ao desconectar a pilha, interrompendo a corrente elétrica, a agulha da bússola voltava para sua posição inicial.
Quando a pilha era conectada com a polaridade inversa, invertendo o sentido da corrente, a agulha da bússola apontava para a direção oposta. Confira nas imagens a seguir.
A.

B.

C.

Dica
Nas imagens, foi adotado o sentido convencional da corrente elétrica.
A. Com o circuito aberto, a agulha da bússola se alinha ao campo magnético da Terra.
B. Ao fechar o circuito, o campo magnético gerado pela corrente elétrica causa deflexão na agulha da bússola.
C. Com o circuito fechado com a polaridade inversa, a agulha da bússola sofre deflexão em sentido oposto.
A agulha da bússola tem um campo magnético que interage com o campo magnético da Terra, fazendo sua agulha se alinhar sempre na mesma posição. Quando uma corrente elétrica percorre um condutor, surge ao seu redor um campo magnético ao longo de toda a sua extensão, que interage com o campo magnético da agulha alterando sua direção.
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Essa propriedade possibilitou o desenvolvimento de um dispositivo presente em muitos equipamentos que utilizamos em nosso cotidiano: o eletroímã.
Esse dispositivo consiste em um condutor elétrico enrolado várias vezes ao redor de um núcleo de ferro, capaz de gerar campos magnéticos quando uma corrente elétrica percorre seu condutor. Na fechadura apresentada na página anterior, o eletroímã é o responsável por seu funcionamento.

2. Explique o funcionamento do equipamento mostrado na fotografia.
Resposta: O objetivo dessa questão é verificar se os estudantes identificam a atração das peças de ferro por um campo magnético gerado por eletroímãs.
Campo magnético solar
O Sol também tem um campo magnético. O fluxo de gases em seu interior gera uma corrente elétrica, sendo um dos fatores responsáveis por gerar o campo magnético solar.
Astro (dimensão)
Sol: aproximadamente 1.390.000 quilômetros de diâmetro.

A extensão do campo magnético solar ocorre porque partículas carregadas podem deixar sua superfície quando ocorrem eventos com violenta ejeção de massa proveniente da coroa do Sol. À medida que elas se afastam, arrastam parte de seu campo magnético, que permanece fixo em seus polos. Por causa da rotação da estrela, a cada 27 dias, as linhas do campo magnético formam espirais, o que configura o campo magnético solar no meio interplanetário.

Campo magnético de um fio retilíneo
O formato do condutor pode revelar campos magnéticos com propriedades diferentes. Vamos iniciar analisando o campo magnético de um fio retilíneo.
Uma das maneiras de observar o campo magnético de um condutor é espalhando limalha de ferro ao redor dele. Observe na imagem o que ocorre ao se fazer esse procedimento ao redor de um fio retilíneo percorrido por corrente elétrica. Note que é possível observar que as linhas de campo têm formato de circunferências concêntricas ao fio.

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Como já estudado, o vetor campo magnético abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses, em determinado ponto, sempre tem orientação tangente às linhas de campo. Assim, para determinar a orientação das linhas do campo magnético ao redor de um fio condutor percorrido por corrente elétrica, utiliza-se um método denominado regra da mão direita. Nessa regra, ao orientar o polegar da mão direita no sentido da corrente elétrica, obtém-se o sentido das linhas de campo magnético envolvendo o condutor com os outros dedos. Confira.




A intensidade do vetor campo magnético expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima, à certa distância do fio, foi estudada pelo matemático e físico francês André Marie Ampère (1775-1836), entre os anos 1821 e 1825, e a relação entre corrente elétrica e campo magnético ficou conhecida como lei de Ampère, sendo proposta pelo físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879). Essa relação, mostrada a seguir, permite calcular a intensidade do campo magnético expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima produzido em um ponto P a uma distância r de um condutor percorrido por uma corrente elétrica i.
B é igual a início de fração, numerador: mi vezes i, denominador: 2 vezes pi vezes r, fim de fração
Para orientações que sejam perpendiculares ao plano dessa página, normalmente são utilizados o símbolo símbolo de um círculo com um x ao centro para indicar que os vetores expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima "entram no plano da página" e o símbolo símbolo de um círculo com um ponto ao centro para indicar que os vetores expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima "saem do plano da página". Pela regra da mão direita, as linhas de campo circundam o fio, "entrando na página" à direita do fio e "saindo da página" à esquerda do fio.

Nessa relação, o símbolo grego mi (lê-se "mi") corresponde a uma constante de proporcionalidade chamada permeabilidade magnética do meio e, para o vácuo, emprega-se a notação mi subscrito 0, cujo valor é:
mi subscrito 0 é igual a 4 vezes pi vezes 10 elevado a menos 7 T vezes m barra A
A unidade de medida de campo magnético no SI é o Tesla abre parênteses T fecha parênteses, em homenagem ao engenheiro sérvio Nikola Tesla (1856-1943), que fez contribuições ao estudo do Eletromagnetismo.
Dica
O termo 2 vezes pi vezes r refere-se ao formato de circunferência do campo magnético, sendo o raio r a distância do ponto P ao fio. Assim, a intensidade do campo magnético é diretamente proporcional à corrente elétrica e inversamente proporcional à distância r.
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Campo magnético no centro de uma espira
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Quando um condutor percorrido por corrente elétrica é moldado em formato circular, temos uma espira circular. A forma do campo magnético gerado por uma espira percorrida por corrente elétrica pode ser visualizada ao se espalhar limalha de ferro ao redor, que se organiza de acordo com as linhas de campo magnético, como mostra a fotografia.
Note que, no centro da espira, a limalha de ferro fica alinhada com o eixo perpendicular ao plano da espira. Nas regiões próximas ao fio, podemos notar formatos circulares concêntricos a ele.

O sentido das linhas de campo no interior da espira pode ser determinado com a regra da mão direita, em que, em uma das faces da espira surge o polo norte magnético, de onde saem linhas de campo, e na outra face surge o polo sul magnético, por onde entram linhas de campo como mostrado nas imagens a seguir.


A intensidade do campo magnético no centro de uma espira circular de raio R, percorrida por uma corrente i, pode ser calculada da seguinte forma:
B é igual a início de fração, numerador: mi vezes i, denominador: 2 vezes R, fim de fração
em que:
- B é a intensidade do campo magnético;
- mi é a permeabilidade magnética do meio;
- i é a intensidade da corrente elétrica;
- R é o raio da espira.
Uma das maneiras de controlar a intensidade do campo magnético gerado por uma bobina plana é variando a intensidade da corrente elétrica ou a quantidade de voltas no fio. Entre suas aplicações, podemos citar campainhas, eletroímãs, alto-falantes, trens de levitação magnética (Maglev), entre outras.

3. Reflita sobre as vantagens do Maglev para o transporte de pessoas, em comparação ao transporte por ônibus movido a diesel. Comente com seus colegas o que você concluiu.
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que o Maglev é capaz de transportar grande quantidade de pessoas ao mesmo tempo, sem emitir diretamente gases poluentes na atmosfera.
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Campo magnético em uma bobina
Um conjunto de espiras (com espessura desprezível) é chamado de bobina plana. Quando o fio é enrolado formando uma espiral longa, temos um solenoide (ou bobina longa, ou bobina helicoidal).
Ela é obtida ao se enrolar um fio em formato de hélice cilíndrica e é determinada pelo número de espiras abre parênteses, N, fecha parênteses, por seu comprimento abre parênteses 'L' fecha parênteses e por seu diâmetro abre parênteses d fecha parênteses.

Quando o fio é percorrido por corrente elétrica, o campo magnético produzido pela bobina é dado pela soma vetorial dos campos produzidos por todas as espiras. O formato desse campo magnético também pode ser visualizado com o auxílio de limalha de ferro. Observe a imagem apresentada.

O sentido de suas linhas é determinado pela regra da mão direita aplicada para todo o solenoide. Percorrendo o fio com o dedo polegar no sentido da corrente, o sentido das linhas do campo magnético é dado pelos outros dedos que envolvem o fio. Os vetores campo magnético em cada ponto ao redor do solenoide são tangentes às linhas do campo magnético.


A intensidade do campo magnético no interior de um solenoide é dada pela seguinte relação:
B é igual a início de fração, numerador: mi vezes N vezes i, denominador: 'L', fim de fração
em que:
- B é a intensidade do campo magnético;
- mi é a permeabilidade magnética do meio;
- N é a quantidade de espiras;
- i é a intensidade da corrente elétrica;
- 'L' é o comprimento do solenoide.
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Forças magnéticas
Leia a manchete a seguir.
Tempestade solar causa auroras no norte e no sul da América Latina
[...]
Em Mexicali, uma cidade desértica na fronteira norte do México, a milhares de quilômetros das regiões árticas, onde as luzes são comuns, gradientes de rosa e roxo iluminavam o céu de noite.
[...]
O'BOYLE, Brendan. Tempestade solar causa auroras no norte e no sul da América Latina. Agência Brasil. 11 maio 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/y4mw5h. Acesso em: 18 ago. 2024.
As partículas carregadas dos ventos solares, quando entram em movimento, manifestam suas propriedades magnéticas e passam a interagir com o campo magnético da Terra, experimentando uma força magnética que as desvia.
Assim, da interação entre dois ou mais campos magnéticos surge a força magnética abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, 'F', fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses, que pode ser de atração ou de repulsão.
Além dos ímãs, as partículas carregadas que se movem no interior de um fio condutor retilíneo sofrem interação magnética quando encontram um campo magnético externo, sendo defletidas por causa de uma força magnética, chamada também de força de Lorentz.

Considerando uma partícula carregada com carga q, movendo-se com velocidade expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima e produzindo um ângulo teta em relação ao campo magnético externo expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima, a força magnética expressão com detalhe acima, início da expressão, 'F', fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima que atua sobre a carga tem direção e sentido mostrados na imagem a seguir.
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A direção da força não está ao longo das linhas de campo nem ao longo da direção da corrente. Ela é sempre perpendicular tanto às linhas de campo quanto à velocidade das partículas, ou seja, é perpendicular ao plano formado pelos vetores expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima e expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima.
Com o avanço nos estudos da geração e dos efeitos da força magnética, surgiram equipamentos com motores elétricos, nos quais o efeito magnético da corrente elétrica resulta na movimentação de alguma estrutura.
De forma geral, equipamentos elétricos como furadeiras, liquidificadores, batedeiras e ventiladores funcionam com base nesse princípio.

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O sentido da força magnética pode ser indicado pela regra da mão esquerda, com os dedos polegar, indicador e médio esticados de maneira que fiquem todos perpendiculares um ao outro. Confira na imagem a seguir.
Cada dedo representa a direção de um vetor: o indicador deve ser posicionado no sentido do campo magnético expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima; o dedo médio, no sentido da velocidade expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima; por fim, para onde o polegar apontar, será o sentido da força magnética expressão com detalhe acima, início da expressão, 'F', fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima.

Quanto a sua intensidade, ela é determinada por uma relação obtida experimentalmente, medindo a intensidade da força sobre uma partícula com carga q ao se mover por um campo magnético externo, variando por diversas vezes tanto a velocidade como o ângulo entre expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima e expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima. Tal relação é dada por:
'F' é igual a símbolo de uma barra vertical q símbolo de uma barra vertical vezes v vezes B vezes seno teta
A força magnética é expressa em newtons N no SI, e, na relação mostrada, aplica-se o módulo da carga elétrica da partícula porque o sentido da força é dado pela regra da mão esquerda. Portanto, se a carga for positiva, o sentido da força é dado diretamente pela regra, se a carga for negativa, aplica-se a regra da mão esquerda, mas inverte-se o sentido indicado pelo polegar.
Como a intensidade da força magnética depende do ângulo entre a direção do vetor velocidade da carga elétrica e a direção do vetor campo magnético, ela atinge um valor máximo quando a carga está se movendo perpendicularmente às linhas do campo magnético abre parênteses teta é igual a 90 graus fecha parênteses. Em outros ângulos abre parênteses 0 grau é menor do que teta é menor do que 90 graus fecha parênteses, a força é menor e torna-se nula quando as partículas se movem paralelamente às linhas do campo magnético externo abre parênteses teta é igual a 0 grau fecha parênteses.
Além disso, a força magnética sobre uma partícula com carga elétrica em movimento em um campo magnético externo pode causar um desvio em sua velocidade, porém sem alterar sua rapidez, pois a força magnética não tem componentes na direção da velocidade.
A força magnética desempenha um papel crucial nos aceleradores de partículas, como o europeu LHC (Large Hadron Collider) e o brasileiro Sirius. Nesses aceleradores, há campos magnéticos que interagem com partículas como prótons e elétrons, que ficam submetidos a forças magnéticas que mudam sua direção, guiando-os pelo caminho que devem seguir. Tais aceleradores permitem estudar a estrutura fundamental da matéria e as interações entre partículas subatômicas e ajudam a investigar novos materiais e suas aplicações.
O Sirius, localizado na cidade de Campinas, estado de São Paulo, é considerado uma das mais avan- çadas fontes de luz síncrotron do mundo. Ele acelera elétrons a velocidades próximas à da luz, mantendo essas partículas circulando em órbitas estáveis por várias horas em virtude da atuação de forças magnéticas, fazendo que elas emitam uma radiação chamada luz síncrotron. Essa radiação é utilizada em uma ampla variedade de pesquisas científicas, permitindo investigações detalhadas sobre a estrutura atômica e molecular de materiais, com aplicações em diversas áreas, como agricultura, novos fármacos, fertilizantes e tratamentos médicos.

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PRÁTICA CIENTÍFICA
Construção de um motor elétrico simples
Por dentro do contexto
A utilização de energia elétrica pelo ser humano é essencial para o desenvolvimento da sociedade moderna. De iluminação e aquecimento de residências ao funcionamento de indústrias e hospitais, a eletricidade é um recurso fundamental que permeia diversas atividades diárias. Além disso, a energia elétrica é crucial para a inovação, alimentando dispositivos eletrônicos, infraestrutura de comunicação e tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e a internet das coisas. Esse avanço tecnológico combinado às urgências das mudanças climáticas faz com que sejam cada vez mais necessários sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica mais eficientes e, ao mesmo tempo, sustentáveis.
Nas usinas geradoras de energia elétrica, ocorre a transformação de diversas formas de energia em energia elétrica. Por exemplo, nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água armazenada em reservatórios é convertida em energia cinética ao passar por turbinas acopladas a geradores elétricos que utilizam ímãs ou eletroímãs para mover e gerar energia elétrica. A energia elétrica "gerada" é então distribuída e convertida em outros tipos, com várias aplicações, como iluminação, funcionamento de equipamentos elétricos, motores elétricos e aquecimento.

Na vida cotidiana, os motores elétricos estão presentes em eletrodomésticos e sistemas de climatização que funcionam com baterias recarregáveis, conectando o veículo a uma rede elétrica e eliminando a necessidade de combustíveis fósseis.

Materiais
- pilha AA
- fio esmaltado de cobre (aproximadamente 60 centímetros)
- fio de cobre rígido (aproximadamente 20 centímetros)
- ímã permanente
- lixa
- alicate
- fita adesiva
Como proceder
A. Enrole o maior fio esmaltado de cobre ao redor de um objeto cilíndrico para formar uma bobina, deixando 5 centímetros de fio livre em cada extremidade.
Dica
O enrolamento do fio de cobre pode ser realizado em torno de uma pilha AA.
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B. Utilizando a lixa, remova todo o esmalte de uma das extremidades livres do fio que foi enrolado no procedimento anterior e remova metade do esmalte da outra extremidade livre.

Dica
A lixa pode ser substituída por um estilete para retirar o esmalte dos fios. Para isso, peça a ajuda de um adulto.
C. Corte o menor fio de cobre ao meio utilizando o alicate. Depois, dobre uma das extremidades de cada metade do fio, moldando em formato de "S", como mostra a imagem.

Dica
Verifique se o fio mais grosso de cobre (que forma a base para a bobina) não está esmaltado. Se ele estiver, é necessário retirar o esmalte nas partes que ele faz contato com os eixos da bobina e polos da pilha utilizando a lixa.
D. Agora, fixe as extremidades opostas do fio de cobre do processo anterior nos polos da pilha. Para isso, utilize a fita adesiva e certifique-se de que cada fio está fixado em cada polo da pilha.
E. Apoie as extremidades da bobina nas extremidades moldadas em "S".
F. Posicione o ímã logo abaixo da bobina. Depois, dê um pequeno impulso na bobina a fim de iniciar sua rotação. Observe o que acontece e anote em seu caderno.

Dica
Experimente ajustar a posição do ímã para obter o melhor desempenho.
G. Agora, dê um impulso inicial para que a bobina gire no sentido oposto ao anterior. Observe o que acontece e anote em seu caderno.
H. Por fim, inverta a posição do ímã e repita os procedimentos F e G. Observe o que ocorre e anote em seu caderno.
Análise e divulgação
1. Por que é necessário o impulso inicial para o movimento da bobina e o que ocorre com a força magnética quando a bobina mantém seu movimento?
Resposta: O impulso inicial é necessário para retirar a bobina de seu estado de inércia. Uma vez que a bobina começa a girar, a corrente elétrica no fio interage com o campo magnético do ímã, gerando a força magnética responsável pelo movimento.
2. Explique qual foi a alteração no movimento do motor causado pela inversão do ímã. Por que isso ocorre?
Resposta: Ao inverter o ímã, o campo magnético que interage com a corrente na bobina também inverte sua direção. Isso provoca a inversão no sentido da força magnética que age sobre a bobina, o que pode alterar o sentido de giro.
3. Se você trocasse os polos da pilha em vez de inverter o ímã, o que aconteceria? Justifique sua resposta.
Resposta: Se os polos da pilha forem invertidos (trocando a direção da corrente), o efeito será semelhante: a bobina também mudará seu sentido de giro. Isso pode ser explicado pela regra da mão direita para motores elétricos, que mostra como a direção da corrente, do campo magnético e da força estão relacionadas.
4. O que aconteceria se fosse utilizado um ímã mais forte? Explique sua resposta.
Resposta: Um ímã mais forte aumentaria a intensidade do campo magnético, gerando uma força magnética maior, o que poderia acelerar o movimento da bobina ou torná-lo mais eficiente.
5. A corrente elétrica produzida pela pilha, com a interação com o campo magnético do ímã, leva ao movimento da bobina. O contrário seria verdadeiro? O movimento de um ímã poderia gerar corrente elétrica? De que maneira você poderia investigar essa hipótese? Em seu caderno, descreva um experimento que poderia fazer para comprovar ou refutar essa hipótese. Com base em seu experimento e suas conclusões, descreva como isso pode se relacionar com o funcionamento de usinas geradoras de energia elétrica. Produza um podcast relatando seus procedimentos e resultados e divulgue-o em suas redes sociais.
Resposta pessoal. Espera-se que proponham um experimento cujo resultado seja transformar energia mecânica em energia elétrica. Um possível experimento seria utilizar uma bobina como a utilizada no motor elétrico, mas agora com seus terminais completamente lixados e ligados a uma pequena lâmpada ou a um medidor de corrente elétrica, como um voltímetro e um ímã. Ao movimentarem o ímã afastando-o e aproximando-o da bobina em um local escuro, poderiam observar a lâmpada eventualmente acendendo. A relação que os estudantes devem fazer com usinas geradoras de energia elétrica é que elas utilizam o movimento em um gerador com ímãs para transformar essa energia em elétrica. Tal movimento no gerador pode ser provocado pelas águas que movimentam turbinas (caso das hidrelétricas), ventos (caso das eólicas) etc.
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CONEXÕES com ... BIOLOGIA e QUÍMICA
Aplicações do eletromagnetismo na Medicina
Leia a reportagem a seguir que apresenta dados e alerta sobre o câncer ósseo.
Julho Amarelo: campanha alerta a população sobre o câncer ósseo
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o tumor ósseo representa 2% das patologias oncológicas no Brasil, com uma incidência de aproximadamente 2.700 casos novos por ano. Os principais tipos de câncer ósseo são os osteossarcomas, os sarcomas de Ewing e os condrossarcomas.
A campanha Julho Amarelo visa à conscientização da população sobre o câncer nos ossos e a importância do diagnóstico precoce para um tratamento eficaz e assertivo.
[...]
Geralmente o diagnóstico é feito através do exame clínico, exames de imagem e anatomopatológico (análise das células retiradas do tecido por biópsia). Ainda uma tomografia, ressonância magnética e cintilografia óssea para mapeamento e investigação complementar serão realizados.
[...]
JULHO Amarelo: campanha alerta a população sobre o câncer ósseo. Instituto de Oncologia do Paraná, 8 jul. 2022. Disponível em: https://s.livro.pro/tut8vo. Acesso em: 20 set. 2024.
As pesquisas científicas na área da Medicina são fundamentais para o avanço das técnicas que colaboram para a saúde humana, tanto na parte diagnóstica quanto no desenvolvimento de tratamentos.
No desenvolvimento diagnóstico, os estudos científicos permitem a criação de tecnologias e métodos mais precisos e menos invasivos para detectar doenças. Isso inclui exames de imagem, como ressonâncias magnéticas e tomografias, e testes genéticos que identificam predisposições a certas condições, permitindo intervenções mais rápidas e eficazes, melhorando significativamente as chances de cura dos pacientes.
Além disso, nos tratamentos, as pesquisas médicas possibilitam o desenvolvimento de novos medicamentos, terapias e procedimentos que podem ser mais eficazes, garantindo que apenas os métodos mais seguros e eficientes cheguem ao público. Algumas inovações, como a imunoterapia, a terapia genética e o uso de células-tronco, são frutos de extensos estudos científicos e têm o potencial de transformar a Medicina moderna.
Nesse âmbito, estudos sobre a utilização do eletromagnetismo na Medicina apresentam avanços significativos tanto na área diagnóstica quanto terapêutica, como na ressonância magnética nuclear (RMN), a qual utiliza campos e pulsos magnéticos para gerar imagens detalhadas do interior do corpo, e na área terapêutica, com a estimulação magnética transcraniana (EMT), tratando condições neurológicas e psiquiátricas, como depressão e epilepsia.
Outro exemplo do uso benéfico do eletromagnetismo para a saúde é o biovidro, método inovador para o tratamento do câncer ósseo. Ele é composto de um material que interage com campos magnéticos externos, causando o aquecimento suficiente para destruir células tumorais no osso, sem danificar tecidos saudáveis ao redor.
A figura da página a seguir mostra a atuação do biovidro em câncer ósseo, em que, na etapa 1, retira-se o tumor do osso. Na etapa 2, faz-se o implante do material onde foi retirado o tumor e, na etapa 3, mostra-se a atuação de um campo magnético externo alternado na região, que aquece o material e leva células tumorais remanescentes à morte. Depois disso, o biovidro é absorvido pelo organismo e substituído por novo tecido ósseo que cresce no local.
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1.

2.

3.

Representação da atuação do biovidro.
Além dos avanços em diagnósticos e tratamentos mencionados, outro exemplo interessante é o desenvolvimento de robôs magnéticos. Eles são controlados por campos magnéticos externos e são capazes de executar algumas tarefas, como consertar circuitos quebrados e até mesmo apanhar objetos.
Acredita-se que, com o desenvolvimento da tecnologia, esses robôs possam ser utilizados dentro do corpo humano, auxiliando na localização de objetos que tenham sido engolidos acidentalmente, por exemplo.
A aplicação de robôs magnéticos em tratamentos médicos ilustra como a inovação pode trazer soluções multifuncionais e eficazes para desafios de saúde, melhorando significativamente a precisão e a eficácia das intervenções médicas.




Representação das etapas em que o robô magnético "captura" um objeto.
As pesquisas científicas e o desenvolvimento tecnológico descritos ilustram sua importância em Ciências da Natureza, tais como a criação e o aprimoramento de materiais, como o biovidro e o robô magnético. O desenvolvimento do biovidro, por exemplo, envolve a combinação de compostos químicos para criar um material que não apenas destrói células cancerosas por meio de aquecimento induzido magneticamente, mas também promove a regeneração óssea. A química desses materiais, aliada a processos biológicos dessa interação com o corpo humano, precisa ser cuidadosamente estudada para garantir sua eficácia e segurança. A biocompatibilidade dos materiais, a resposta imunológica do corpo e a capacidade de regeneração de tecidos são aspectos biológicos críticos que precisam ser considerados.
Assim, as inovações em tratamento e diagnóstico não apenas dependem do avanço em uma área específica, mas dependem também de uma compreensão profunda dos processos de diversas áreas das Ciências da Natureza.
a ) Qual é a importância das pesquisas científicas na área diagnóstica da Medicina e como elas melhoram a qualidade de vida dos pacientes?
Resposta pessoal. Espera-se que citem que as pesquisas científicas permitem o desenvolvimento de tecnologias e métodos mais precisos e menos invasivos, como ressonâncias magnéticas e testes genéticos, que possibilitam diagnósticos rápidos e precisos e o desenvolvimento de novos materiais e medicamentos.
b ) Cite exemplos da aplicação do eletromagnetismo na Medicina, tanto no diagnóstico quanto no tratamento de doenças.
Resposta pessoal. Espera-se que citem exemplos, no diagnóstico por imagem, como a ressonância magnética nuclear (RMN) para gerar imagens detalhadas do corpo; em procedimentos, como a estimulação magnética transcraniana (EMT) para tratar condições neurológicas e psiquiátricas; a utilização de materiais como o biovidro e sua interação com campos magnéticos para o tratamento de câncer ósseo.
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ATIVIDADES
1. Em uma oficina mecânica, um eletricista está instalando um sistema elétrico. Para essa instalação, ele precisa passar um fio condutor próximo a uma estrutura metálica. Durante o processo, ele observa que, ao ligar a corrente elétrica, o fio condutor interage com a estrutura metálica, concluindo, então, o surgimento de um campo magnético ao redor dele.
Qual das alternativas a seguir melhor descreve o campo magnético gerado pelo fio condutor?
a ) O campo magnético é sempre atrativo em relação à estrutura metálica próxima.
b ) O campo magnético depende da cor da estrutura metálica próxima.
c ) O campo magnético é circular e perpendicular ao fio condutor.
d ) O campo magnético não é afetado pela corrente elétrica no fio condutor.
e ) O campo magnético é mais intenso quanto mais distante estiver da estrutura metálica.
Resposta: Alternativa c.
2. Sobre uma bússola está disposto um fio retilíneo muito longo, percorrido por uma corrente elétrica que gera um campo magnético de intensidade muito maior que o terrestre. Nessa configuração, a agulha da bússola aponta para a direção leste- -oeste, como mostra a figura a seguir.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Se esse fio for bastante afastado da bússola, sua agulha:
a ) não vai se mover.
b ) ficará alinhada com a direção norte-sul.
c ) apontará para uma direção intermediária entre Norte e Leste.
d ) inverterá seu sentido, mantendo-se na direção leste-oeste.
Resposta: Alternativa b.
3. Considere as afirmações a seguir e classifique-as como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
I ) Um condutor percorrido por uma corrente elétrica gera um campo magnético ao seu redor.
II ) Um transformador não gera um campo magnético quando está em funcionamento.
III ) Um feixe de elétrons em movimento induz um campo magnético.
Dica
Os transformadores são compostos de bobinas.
Resposta: I) Verdadeira. II) Falsa. Um transformador é capaz de gerar um campo magnético quando está em funcionamento. III) Verdadeira.
4. Para os casos ilustrados a seguir, represente o vetor campo magnético no ponto P gerado por um fio condutor de corrente elétrica.
A.

B.

C.

D.

Resposta: a) Horizontal para a esquerda abre parênteses seta para a esquerda fecha parênteses. b) Horizontal para a direita abre parênteses seta para a direita fecha parênteses. c) Saindo da página abre parênteses símbolo de um círculo com um ponto ao centro fecha parênteses. d) Entrando na página abre parênteses símbolo de um círculo com duas linhas que se cruzam em seu centro fecha parênteses.
5. Determine a intensidade do campo magnético gerado em um ponto a 24 centímetros de um fio retilíneo condutor percorrido por uma corrente elétrica de 3 Amperes. Considere mi subscrito 0 é igual a 4 vezes pi vezes 10 elevado a menos 7 T vezes m barra A.
Resposta: B é igual a 2 vírgula 5 vezes 10 elevado a menos 6 T. Resolução nas Orientações para o professor.
6. Considere uma partícula eletricamente carregada em repouso, imersa em um campo magnético externo. Com base nessa situação, classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
I ) A força magnética sobre essa partícula será diretamente proporcional à intensidade de sua carga.
II ) A força magnética tem intensidade máxima quando a partícula eletricamente carregada se move paralelamente ao campo magnético.
III ) A intensidade da força magnética é inversamente proporcional à carga da partícula, pois, se houver aumento da carga elétrica, a força magnética diminuirá.
IV ) A intensidade da força magnética e da velocidade da partícula são diretamente proporcionais, pois, se o módulo da velocidade aumentar, a intensidade da força aumentará proporcionalmente.
Resposta: I) Falsa. A força magnética só existe se a partícula estiver em movimento com velocidade não paralela ao campo magnético externo. II) Falsa. Quando a partícula se move paralelamente a um campo magnético externo, a força magnética sobre ela é nula. III) Falsa. As intensidades da força magnética e da carga da partícula são diretamente proporcionais. IV) Verdadeira.
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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.
7. Um solenoide de 100 centímetros é formado pela justaposição de 20.000 espiras circulares.

Se a corrente que percorre as espiras tem intensidade de 10 Amperes, determine:
a ) a intensidade do campo magnético em seu centro. Para isso, considere mi subscrito 0 é igual a 4 vezes pi vezes 10 elevado a menos 7 T vezes m barra A. Adote pi é igual a 3.
Resposta: B é igual a 0 vírgula 24 T. Resolução nas Orientações para o professor.
b ) a direção e o sentido do campo magnético em seu interior.
Resposta: Pela regra da mão direita, o sentido é horizontal e da direita para a esquerda.
8. Considere uma espira condutora de raio igual a 4 vezes pi centímetro, percorrida por uma corrente elétrica de 5 Amperes, conforme a representação a seguir.

Qual é a intensidade do campo magnético produzido no centro da espira? Considere mi subscrito 0 é igual a 4 vezes pi vezes 10 elevado a menos 7 T vezes m barra A.
Resposta: B é igual a 2 vírgula 5 vezes 10 elevado a menos 5 T. Resolução nas Orientações para o professor.
9. Considere que uma carga puntiforme de menos 6 vezes 10 elevado a menos 6 C entra em uma região com um campo magnético uniforme com intensidade de 5 vezes 10 elevado ao cubo T. Se a velocidade da carga for perpendicular à direção do campo magnético e tiver módulo de 40 metros por segundo, qual será a intensidade da força magnética que atuará sobre a carga? Analise as afirmações a seguir sobre força magnética e classifique-as como verdadeira ou falsa, justificando as falsas.
I ) A força magnética que atua sobre a carga altera o seu módulo da velocidade até o valor de 60 metros por segundo.
II ) A intensidade da força magnética que atua sobre a carga é de 1 vírgula 2 newton.
III ) A direção da força magnética que atua sobre a carga é paralela à direção do campo magnético.
IV ) A força magnética sobre a carga altera a direção da velocidade, sem alterar a rapidez da carga.
V ) A direção da força magnética é obtida pela regra da mão esquerda e tem direção perpendicular ao plano formado pelos vetores velocidade abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses e campo magnético abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, B, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses.
Resposta: I) Falsa. A força magnética que atua sobre a carga não altera o módulo da velocidade dela. II) Verdadeira. III) Falsa. A direção da força magnética é perpendicular à direção do campo magnético. IV) Verdadeira. V) Verdadeira. Resolução nas Orientações para o professor.
10. Uma carga elétrica puntiforme de 2 vezes 10 elevado a menos 5 C passa por uma região com uma velocidade de 5 metros por segundo e perpendicular às linhas de campo magnético existentes no local, quando age sobre ela uma força magnética de intensidade 1 vezes 10 elevado a menos 3 newton, conforme imagem a seguir.

a ) Qual é a intensidade do campo magnético que a carga atravessa?
Resposta: B é igual a 10 T. Resolução nas Orientações para o professor.
b ) Faça um diagrama representando as grandezas vetoriais força, velocidade e campo magnético.
Resposta nas Orientações para o professor.
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CAPÍTULO8
Introdução à Óptica
Instrumentos de observação
O ser humano interage com os contextos em que se insere interpretando diversas informações por meio dos sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. No entanto, os sentidos do ser humano são limitados.
A visão humana, por exemplo, se limita a certa faixa de frequência de luz e depende das dimensões e da distância em relação aos corpos observados. A olho nu não conseguimos ver bactérias ou vírus nem diferenciar objetos que estejam muito distantes de nós, como alguns corpos celestes.
Para conseguirmos observar certas estruturas, foram criados instrumentos como microscópios e telescópios.
1. Cite uma situação em que você não conseguiu enxergar algum corpo por estar muito distante dele ou por ele ser muito pequeno.
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é relacionar o conteúdo estudado ao cotidiano dos estudantes. Eles podem citar que tentaram visualizar detalhes da superfície da Lua ou do corpo de um inseto, por exemplo.
Observando as células
Leia a manchete a seguir.
Imagens de microscopia revelam processo de infecção celular pelo Sars-CoV-2
Disponível em: https://s.livro.pro/ycrt7j. Acesso em: 29 jul. 2024.
2. Você já usou um microscópio? O que você sabe sobre esses equipamentos?
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é relacionar o conteúdo estudado ao cotidiano dos estudantes. Eles podem responder que os microscópios são equipamentos com conjuntos de lentes que ampliam a imagem do objeto a ser observado.
Compartilhe ideias
Um microscópio capaz de registrar o processo de infecção celular é um grande avanço tecnológico e uma ferramenta poderosa para compreender como um vírus age e, desse modo, desenvolver métodos de tratamento eficazes para combater a infecção.
a ) Junte-se a um colega e discutam a respeito de como um microscópio desse tipo pode ser utilizado em estudos relacionados à medicina e à saúde humana. Se necessário, façam uma pesquisa contemplando as seguintes perguntas norteadoras: "Por que estudar o processo de infecção das células por um vírus?" e "Quais benefícios isso pode trazer?". Em seguida, compartilhem suas conclusões com a turma.
Resposta: O objetivo dessa atividade é levar os estudantes a relacionar a pesquisa sobre o processo de infecção celular pelo Sars-CoV-2 à produção de conhecimento científico e ao desenvolvimento de tratamentos médicos. É importante que os estudantes percebam que compreender e observar os vírus em nível celular possibilita conhecer o desenvolvimento de algumas doenças, a atuação do sistema imunológico, a ação de medicamentos no corpo, entre outras situações. Isso permite criar novos formas de prevenir e tratar doenças, por exemplo.
O termo célula, usado para se referir às menores unidades estruturais e funcionais dos seres vivos, foi empregado pela primeira vez pelo cientista inglês Robert Hooke (1635-1703) ao colocar amostras de cortiça em seu microscópio, percebendo pequenas estruturas com espaços vazios, as quais chamou de células. Além disso, ele aperfeiçoou microscópios existentes na época e realizou observações de plantas, insetos, gelo, neve e fósseis, publicando os resultados em seu livro Micrographia.

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Dica
Acesse o site Centro de Microscopia Eletrônica da UFPR e confira algumas imagens obtidas por microscópios ópticos. Disponível em: https://s.livro.pro/ty766j. Acesso em: 29 jul. 2024.
O microscópio utilizado por Robert Hooke, chamado microscópio óptico composto, utiliza associação de lentes para produzir imagens aumentadas. Outros exemplos são o microscópio eletrônico e o atômico.
Microscópio óptico
Os microscópios ópticos ou de luz são amplamente utilizados em pesquisas nas Ciências da Natureza, na Medicina, na Engenharia, na Geologia, entre outras áreas.
O funcionamento deles se baseia na propriedade das lentes de desviar a trajetória da luz. Em sua forma mais simples, o microscópio tem duas lentes, uma próximo ao objeto (chamada objetiva) e outra próximo ao olho do observador (chamada ocular). Essas lentes desviam a luz refletida pelo objeto de modo que a imagem produzida fique maior do que o objeto.
Os atuais microscópios compostos permitem aumentos de até 5.000 vezes. Esse número é obtido pela multiplicação entre os valores da capacidade de aumento da ocular e da objetiva. Por exemplo, combinando uma ocular de 5 vezes com uma objetiva de 40 vezes, o aumento total é de 200 vezes.

Microscópio eletrônico
Os microscópios eletrônicos se diferenciam dos ópticos porque utilizam feixes de elétrons em vez de luz para produzir as imagens, provocando um aumento de até 500 000 vezes.
Existem dois tipos de microscópios eletrônicos: o microscópio eletrônico de varredura (MEV) e o microscópio eletrônico de transmissão (MET).

Em ambos, as amostras a ser observadas são colocadas em uma câmara de vácuo, pois os elétrons interagem com o ar. Para focalizar o feixe de elétrons sobre a amostra, é utilizado um campo magnético que atua como uma lente. A imagem é gerada por um computador ligado a detectores.
A diferença entre esses tipos de microscópios é que, no microscópio eletrônico de varredura, os elétrons são refletidos pela amostra, permitindo imagens tridimensionais com detalhes da superfície do objeto. Já no microscópio eletrônico de transmissão, os elétrons atravessam a amostra, são desviados e atingem uma tela. As regiões atingidas por maior quantidade de elétrons ficam mais claras, pois captam os elétrons que atravessaram a amostra ou foram refletidos.


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Observando os astros do Universo
Agora, confira a imagem a seguir.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.
Galáxia NGC 2623: aproximadamente 50.000 anos-luz de ponta a ponta.

3. A imagem foi obtida pelo telescópio espacial Hubble, que está orbitando a Terra. Que vantagem o Hubble tem sobre os telescópios localizados na superfície da Terra?
Resposta: Por estar orbitando a Terra, ele não sofre interferência da atmosfera, que pode distorcer as imagens ou bloquear certos comprimentos de onda.
A fotografia mostra uma galáxia que está a cerca de 250 milhões de anos-luz da Terra. Essa distância é equivalente a 2,5 mil vezes o diâmetro da Via Láctea. A olho nu não conseguimos enxergá-la, mas com o telescópio é possível estudar essas estruturas do Universo.
Os primeiros telescópios foram construídos na mesma época e de maneira independente por dois fabricantes de lentes holandeses: Hans Lippershey (1570-1619) e Zacharias Janssen (1580-1638). A montagem era simples, um tubo com uma lente em cada extremidade, e possibilitava observar objetos distantes. Inicialmente os telescópios não eram utilizados para observar corpos celestes no Universo, apenas objetos na Terra.
O uso do telescópio na Astronomia começou quando o cientista italiano Galileu Galilei (1564-1642), aperfeiçoando os modelos existentes, criou o próprio telescópio, com o qual fez observações da superfície da Lua, do Sol, de Saturno e de Júpiter. O instrumento desenvolvido por Galileu também é chamado luneta ou telescópio refrator, e utiliza somente lentes para produzir as imagens.

A partir de então, outros cientistas desenvolveram seus telescópios para observar astros e fenômenos astronômicos. Entre eles podemos destacar o físico e matemático holandês Christiaan Huygens (1629-1695), que descobriu a lua Titã de Saturno e descreveu os anéis desse planeta; o físico inglês Isaac Newton (1643-1727), que desenvolveu o telescópio refletor, substituindo a lente objetiva por um espelho esférico ou parabólico; e a astrônoma alemã Caroline Herschel (1750-1848), que descobriu diversas galáxias, nebulosas, estrelas e um cometa, além de ajudar na descoberta do planeta Urano, conquista atribuída historicamente ao seu irmão, o astrônomo alemão William Herschel (1738-1822), apesar da contribuição de Caroline.

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A pesquisa e o desenvolvimento de novos telescópios continuam até hoje. Atualmente, são utilizados tanto telescópios terrestres, como o Keck, no Havaí, quanto telescópios espaciais, como o Hubble.
Ao colocar os telescópios em órbita, elimina-se a interferência da atmosfera, que pode deformar a imagem dos objetos e bloquear alguns comprimentos de onda da luz. Além disso, os telescópios espaciais não sofrem interferências da luminosidade das cidades.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Tipos de telescópios
Como mencionado, existem dois tipos básicos de telescópios para captar a luz visível: os que utilizam lentes (telescópios refratores) e os que utilizam espelhos (telescópios refletores).
4. Cite diferenças entre lentes e espelhos.
Resposta: As lentes são dispositivos relacionados à refração da luz, desviando sua trajetória. Já os espelhos são dispositivos com uma superfície polida, relacionados à reflexão da luz.
Um dos modelos mais simples de telescópio refrator é constituído por duas lentes nas extremidades de um tubo, como a luneta feita por Galileu. A lente voltada para o objeto é chamada objetiva e a lente próximo ao olho do observador é denominada ocular, como no microscópio.
Não foram construídas versões maiores desse tipo de telescópio por causa de problemas que limitam seu uso em pesquisas, como a aberração cromática, fenômeno causado pela diferença na refração das cores e que provoca distorção na imagem. Além disso, a lente precisa ser sustentada pelas bordas, o que pode bloquear parte da luz incidente ou provocar uma deformação causada pelo peso da própria lente, prejudicando a formação da imagem.

Um dos principais telescópios em operação é o Very Large Telescope (VLT), instalado no Observatório Paranal, no Chile. Ele tem quatro refletores de 8 vírgula 2 metros de diâmetro, os quais podem atingir resolução equivalente a um refletor de 200 metros de diâmetro.

Também existem telescópios que não utilizam espelhos e lentes e são projetados para investigar a radiação emitida pelos astros celestes e não visíveis a olho nu, como ondas de rádio, radiação infravermelha e ultravioleta, raios X e raios gama captados por antenas ou detectores. Essa área é chamada de Astronomia Não Óptica.
Nebulosa de Caranguejo: aproximadamente 10 anos-luz de diâmetro.

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ATIVIDADES
1. A fotografia apresenta um microscópio óptico composto.

Sobre esse microscópio, julgue se as afirmativas são verdadeiras ou falsas.
a ) Um aumento de 1.000 vezes pode ser obtido combinando uma ocular de 10 vezes com uma objetiva de 100 vezes.
Resposta: Verdadeira.
b ) A imagem dos objetos colocados na lâmina (C) é produzida pela objetiva e ampliada pela ocular.
Resposta: Verdadeira.
c ) O microscópio óptico é constituído basicamente de duas lentes ou conjuntos de lentes: a ocular (B), próximo do objeto a ser observado; e a objetiva (A), que fica próximo do olho do observador.
Resposta: Falsa.
d ) O microscópio óptico utiliza feixes de elétrons para produzir as imagens dos objetos observados.
Resposta: Falsa.
2. Corrija as afirmativas falsas da questão 1.
Resposta: Na afirmativa c, a objetiva (B) é próximo do objeto a ser observado; a ocular (A) é próximo do olho do observador. Na afirmativa d, o microscópio óptico utiliza lentes que desviam a luz para produzir as imagens do objeto observado.
3. Com relação às características dos microscópios ópticos e eletrônicos, às unidades de medida e à imagem do grão de pólen, identifique a afirmativa correta.

Professor, professora: A ampliação da imagem não foi inserida na legenda para não comprometer a resolução da atividade.
a ) A escala mostrada na imagem indica que o grão de pólen foi aumentado 10 vezes.
b ) Para um microscópio óptico produzir um aumento de 160 vezes, podemos combinar uma objetiva de 40 vezes com uma ocular de 5 vezes.
c ) A unidade de medida micrômetro abre parênteses micrômetro fecha parênteses corresponde a um centésimo de metro metro.
d ) No microscópio eletrônico de transmissão, a imagem é produzida pelos elétrons que atravessam a amostra, e no microscópio eletrônico de varredura, a imagem é formada com base nos elétrons refletidos pela superfície do material.
e ) Os microscópios ópticos podem produzir imagens aumentadas desviando a luz visível e elétrons em alta velocidade.
Resposta: Alternativa d.
4. A imagem que mostra detalhes da superfície solar foi obtida pelo telescópio solar Richard B. Dunn, localizado no estado do Novo México, Estados Unidos. As estruturas parecidas com células são resultado dos movimentos que transportam energia do interior do Sol para a superfície.
Imagem sem proporção.

Responda às perguntas a seguir e, se necessário, faça uma pesquisa sobre o assunto.
a ) Que tipo de telescópio registrou essa imagem? Quais são as vantagens desse tipo de telescópio?
Resposta: O telescópio solar Richard B. Dunn é do tipo refletor. Esse tipo de telescópio diminui a aberração cromática e pode ter espelhos maiores do que as lentes objetivas dos telescópios refratores.
b ) Qual é a importância de conseguirmos observar a superfície do Sol com grandes detalhes?
Resposta: A observação da dinâmica da superfície solar nos permite estudar a causa das erupções solares, fenômenos que afetam satélites artificiais, linhas de transmissão de energia elétrica e comunicações, por exemplo.
5. Leia a tirinha a seguir.

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de S.Paulo, São Paulo, 23 mar. 2024. Ilustrada, p. C6.
O cientista da tirinha está observando um vírus, isso significa que a imagem observada por ele está aumentada em cerca de 30.000 vezes. Que tipo de microscópio ele está usando? Qual é o princípio básico de funcionamento desse tipo de microscópio?
Resposta: O microscópio em questão é do tipo eletrônico. O seu princípio básico de funcionamento é utilizar feixes de elétrons em vez de luz para produzir as imagens.
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A luz
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.
5. O que é necessário ter no ambiente para conseguirmos enxergar um objeto?
Resposta: É necessário ter uma fonte de luz e que essa luz emitida ou refletida pelos objetos estimule nossos olhos.
6. A Lua é uma fonte primária ou secundária de luz? Justifique sua resposta.
Resposta: É uma fonte secundária, pois ela reflete a luz proveniente do Sol.
Para captar os estímulos do ambiente por meio do sentido da visão, é necessário que a luz atinja e estimule nossos olhos. Para melhor compreensão do funcionamento dos espelhos e das lentes presentes nos instrumentos de observação que você estudou anteriormente, é preciso conhecer o comportamento da luz no ambiente. Esse estudo faz parte da Óptica Geométrica.
As concepções com relação à luz e sua natureza foram modificadas ao longo do tempo. Alguns filósofos da Grécia antiga, por exemplo, acreditavam que o olho emitia uma energia vital que tocava os objetos e depois retornava com informações sobre a forma e as cores daquele objeto. Outros filósofos acreditavam que o sentido da visão era como o olfato, e que os olhos absorviam pequenos pedaços que se desprendiam do objeto.
A compreensão de que os olhos são receptores de feixes de luz apareceu nos textos do físico iraquiano Ibn al-Haytham (965-1040), conhecido como Alhazen. Após observações e experimentos, ele propôs que nossa visão se dá quando a luz proveniente de uma fonte luminosa, ou refletida por um objeto, atinge nossos olhos.
Além disso, Alhazen percebeu que a luz se propaga em linha reta após passar por um pequeno orifício, utilizando um experimento conhecido como câmara escura.

As contribuições de Alhazen inspiraram pensadores europeus do século XIII e auxiliaram a entender e a explicar o sentido da visão, principalmente a ideia de que são necessárias fontes de luz para iluminar os objetos.
As fontes de luz são classificadas de duas maneiras. Quanto ao tipo, podem ser primárias ou secundárias; e quanto à sua dimensão, pontuais ou extensas.
Quando o corpo emite luz própria, ou seja, é luminoso, ele é classificado como fonte primária de luz. O Sol e outras estrelas, a chama de uma vela ou uma lâmpada fluorescente acesa são exemplos de fontes primárias de luz.
Já os corpos que não emitem luz própria são fontes secundárias de luz, ou seja, refletem a luz que incide sobre eles, como cadernos, livros, pessoas, lâmpadas apagadas e lousa.


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Comparando as dimensões das fontes de luz e sua distância em relação ao observador e ao objeto, elas podem ser classificadas como pontuais ou extensas.
As estrelas no céu noturno, apesar de muitas delas serem maiores do que o Sol, parecem pequenos pontos luminosos quando vistas da Terra. Nesse caso, elas podem ser consideradas fontes pontuais. Pequenas lâmpadas de decoração também podem ser classificadas desse modo.
A fonte luminosa é considerada extensa se as dimensões não puderem ser desprezadas em relação à distância que se encontra do objeto. As lâmpadas fluorescentes ou de LED tubulares em um ambiente são exemplos de fontes extensas de luz.
Princípios da Óptica Geométrica
O funcionamento dos instrumentos ópticos é estudado de acordo com os seguintes princípios da propagação da luz.
O princípio da propagação retilínea da luz afirma que a luz se propaga em linha reta em meios homogêneos, isotrópicos e transparentes. Isso possibilita, por exemplo, a formação de sombra e de penumbra.
As sombras são formadas quando um objeto opaco bloqueia a passagem da luz proveniente de uma fonte, produzindo uma região que não recebe raios de luz.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Em alguns casos, por causa do formato do objeto ou do tamanho da fonte de luz, forma-se uma região de sombra mais nítida, chamada umbra, e uma menos nítida nas bordas da sombra, chamada penumbra (quase sombra). Podemos perceber a formação de umbra e penumbra em fenômenos como eclipses lunares e solares.
Astros (dimensões)
Lua: aproximadamente 3.476 quilômetros de diâmetro.
Terra: aproximadamente 12.756 vírgula 28 quilômetros de diâmetro.
Ao passar pela sombra projetada pela Terra, a Lua pode ficar totalmente ou parcialmente obstruída.

A sombra projetada pela Lua tem uma pequena região de umbra, na qual se observa o eclipse total do Sol, e uma região de penumbra, na qual se observa o eclipse parcial do Sol.

A propagação retilínea da luz também explica a formação de imagens em uma câmara escura, como proposto por Alhazen.
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Note que, como os raios de luz percorrem trajetórias retilíneas, a imagem produzida pela câmara escura é invertida.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

De acordo com o princípio da independência dos raios de luz, quando dois ou mais raios se cruzam, a propagação de um não interfere na do outro, preservando suas propriedades. Isso ocorre, por exemplo, em iluminações de shows musicais.
Na região em que os raios de luz se interceptam, há um aumento na intensidade luminosa, mas depois os raios seguem mantendo suas características originais.
A trajetória percorrida por um raio de luz independe do sentido da propagação, esse é o princípio da reversibilidade dos raios de luz. Isso implica que, quando o motorista de um carro olha pelo retrovisor e vê o passageiro, ao olhar para o mesmo espelho, o passageiro consegue ver o motorista do carro.

Meios físicos
O comportamento da luz varia de acordo com os meios físicos nos quais ela incide, de modo que ela pode ser transmitida, absorvida ou refletida. Com base nisso, os meios podem ser classificados como transparentes, translúcidos ou opacos.
7. A classificação dos materiais em transparentes e opacos vale somente para a luz visível?
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que não. Essa classificação pode ser aplicada para outros tipos de luz. O vidro, por exemplo, é transparente para a luz visível, mas é opaco para a luz infravermelha e para parte da luz ultravioleta. Alguns materiais são opacos para a luz visível e transparentes para os raios X.
São considerados transparentes os meios que permitem a passagem da luz em uma trajetória retilínea, ordenada. Nesses meios a maior parte da luz incidente é transmitida, de modo que é possível observar nitidamente objetos através deles, como o ar, o vidro polido e a água (desde que suas espessuras sejam finas).

Já os meios translúcidos são aqueles que permitem a passagem da luz, mas que alteram sua trajetória de forma irregular ou desordenada, produzindo imagens borradas, como alguns vidros foscos utilizados em cozinhas ou boxes de banheiros, plásticos e papel vegetal.

Quando o material bloqueia a propagação da luz de modo que não conseguimos ver corpos através dele, ele é classificado como opaco. Nesse caso, a luz incidente é absorvida ou refletida, como a madeira, as superfícies metálicas e o próprio corpo humano.

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Apesar de essa classificação ter sido feita de maneira simplificada, meios transparentes, por exemplo, podem ter comportamento translúcido de acordo com algumas características. Uma fina camada de água limpa é transparente, mas pode se tornar translúcida ou até mesmo opaca com o aumento da espessura da camada ou da quantidade de impurezas.
Além disso, a classificação de meios físicos também pode ser feita de acordo com outras faixas de luz além da visível. A imagem A foi registrada com luz visível e a B captando a luz infravermelha. Note que o plástico é opaco para a luz visível e transparente para a infravermelha. Já o vidro da lente dos óculos é transparente para a luz visível e opaco para a infravermelha. É por isso que as lentes ficam escuras na fotografia B.
A.

B.

Fenômenos ópticos
A interação da luz com a superfície dos objetos nos quais ela incide ou com o meio pelo qual ela se propaga pode provocar diferentes fenômenos ópticos, como reflexão, refração, absorção e dispersão. Vamos analisá-los separadamente.
Quando a luz atinge a superfície de um objeto e retorna ao meio de propagação de onde veio, dizemos que ela sofreu reflexão. Isso pode ocorrer de duas formas: reflexão regular e reflexão difusa.
A reflexão regular ocorre em superfícies lisas ou polidas como as dos espelhos planos e dos espelhos esféricos dos telescópios, formando imagens nítidas. Já a reflexão difusa ocorre em superfícies irregulares, espalhando a luz incidente em todas as direções. É esse o princípio que possibilita enxergarmos a folha desse livro de qualquer posição ao redor.
8. O que causa o efeito de distorção da imagem na fotografia da pessoa segurando os óculos?

Resposta: Os estudantes podem atribuir esse efeito à refração da luz que, ao atravessar as lentes dos óculos, sofre alteração na direção de propagação.
Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)
8. A imagem de uma pessoa vista através de um par de óculos que está afastado de seu rosto pode ficar distorcida. O que causa o efeito de distorção da imagem?
Resposta: Os estudantes podem atribuir esse efeito à refração da luz que, ao atravessar as lentes dos óculos, sofre alteração na direção de propagação.
Em alguns casos, quando o material é transparente, parte da luz que o atinge pode atravessar a interface de divisão entre os meios. Essa mudança de meio interfere na velocidade de propagação da luz e pode alterar a direção de sua propagação. Dessa forma, dizemos que a luz sofreu refração.
A refração também é responsável pela dispersão cromática da luz, que é a separação do feixe de luz nas cores que o compõem, como ocorre no arco-íris. A luz proveniente do Sol é considerada branca, isto é, a soma da luz de todas as cores.
Quando chove, no interior de cada gota de água ocorrem diferentes desvios da luz para cada cor. Com isso, a luz solar branca se decompõe ao sair da gota, formando o arco-íris. Esse fenômeno foi estudado por Isaac Newton por meio de experimento com a luz do Sol atravessando um prisma de vidro transparente.

Dica
Confira o site disponível em: https://s.livro.pro/6frd7n. Acesso em: 29 jul. 2024. Nele você encontrará alguns vídeos que mostram experimentos relacionados à refração, reflexão e decomposição da luz.
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As cores que identificamos ao observar um objeto resultam da combinação entre a absorção da luz e a reflexão difusa.
Esse fenômeno também depende da cor da luz que ilumina o corpo. Confira a fotografia.

1. Percebemos a capa do caderno na cor amarela, porque ela reflete em maior quantidade a luz amarela e absorve em maior quantidade a luz de outras cores.
2. A parte branca da folha é percebida dessa forma porque reflete todas as cores.
3. A parte preta da calculadora é percebida dessa forma porque absorve todas as cores.
9. Que cor de luz o cabo da tesoura reflete em maior quantidade?
Resposta: Cor laranja.
10. Se esse ambiente fosse iluminado com luz monocromática azul ele seria percebido de maneira diferente? Em caso afirmativo, cite algumas alterações.
Resposta: Sim, a folha branca seria percebida na cor azul; o cabo laranja da tesoura se mostraria preto, assim como a capa dos cadernos amarelo e verde; e a capa do caderno azul seria percebida na cor azul.
Após ser emitida por uma fonte, a luz pode se propagar vibrando em várias direções, sendo chamada, nesse caso, de luz não polarizada. No entanto, a luz pode ser polarizada por meio de filtros polarizadores, fazendo-a vibrar somente em uma direção, como mostra a figura a seguir.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

A luz não polarizada é o principal motivo do desconforto visual causado pelos raios solares em um dia ensolarado. É por esse motivo que muitos óculos de sol são equipados com lentes polarizadas que fazem o papel do filtro polarizador, proporcionando mais conforto e melhorando a nitidez das imagens observadas.

Além disso, os filtros podem ser utilizados para bloquear completamente a passagem de luz. Por exemplo, se um primeiro filtro fizer a luz vibrar em determinada direção e um segundo filtro, colocado logo após o primeiro, for ajustado para fazer a luz vibrar em uma direção perpendicular em relação ao primeiro, a luz será bloqueada.

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LIGADO NO TEMA
Carros autônomos e o LIDAR
A evolução tecnológica que pode ser aplicada em veículos ao longo das últimas décadas transformou significativamente a segurança e a eficiência dos automóveis. Dos sensores de estacionamento por proximidade aos mais avançados sistemas de câmeras e alertas de ponto cego, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na proteção tanto dos condutores quanto dos pedestres.

O desenvolvimento dos veículos elétricos, combinado com avanços no GPS e nas tecnologias de comunicação, como a internet móvel 5G, criou um cenário favorável para o desenvolvimento de carros que podem se mover sem a necessidade de um motorista humano. No entanto, para que esses veículos autônomos operem de forma segura e eficiente, é essencial que seus sistemas de localização e orientação sejam capazes de mapear e monitorar o ambiente em tempo real.
É nesse contexto que se destaca o sistema LIDAR (sigla em inglês para Light Detection and Ranging que pode ser traduzido como detecção e medição por luz). Ele utiliza pulsos de laser para medir distâncias e criar mapas tridimensionais altamente precisos do ambiente ao redor do veículo. Funciona emitindo pulsos de radiação eletromagnética que refletem nos objetos e retornam ao sensor, permitindo calcular a distância com base no intervalo de tempo entre a emissão e a detecção de seu retorno. Com essa tecnologia, esse sistema pode detectar e identificar obstáculos, veículos, pedestres e outros elementos no entorno do carro, mesmo em condições de pouca luz ou mau tempo.

A precisão e a rapidez do LIDAR são fundamentais para a operação segura de carros autônomos. Isso permite que o veículo tome decisões instantâneas e precisas, como frear para evitar uma colisão ou ajustar a rota para desviar de um obstáculo. Além disso, o LIDAR pode complementar outras tecnologias, como câmeras e radares, formando um sistema robusto e redundante que aumenta ainda mais a segurança e a confiabilidade dos carros autônomos.
Dentro desse contexto, os níveis de automação dos veículos são classificados em níveis de 1 a 5, nos quais o nível 1 representa a automação mínima, com sistemas de assistência ao motorista, como controle de velocidade adaptativo e manutenção do veículo em sua faixa e o nível 5, corresponde à automação completa, na qual o veículo não requer intervenção humana em qualquer trajeto. Porém, esse último nível ainda apresenta desafios a serem superados para a implementação efetiva, como a melhoria na robustez dos sistemas de detecção e resposta a condições adversas, desenvolvimento de leis específicas e melhoria das vias, com a pintura e manutenção das faixas de trânsito.
a ) Quais são as implicações sociais da adoção em larga escala de carros autônomos, tanto em termos de emprego para motoristas quanto na segurança rodoviária?
b ) Quais podem ser as consequências relacionadas ao constante monitoramento do trajeto e rotinas das pessoas?
c ) Junte-se a três colegas e pesquisem possíveis falhas nos carros autônomos atualmente que possam colocar em risco a vida de pessoas. Em seguida, façam um vídeo relatando os benefícios dos carros autônomos, como funcionam, as falhas pesquisadas e como elas podem ser resolvidas. Divulguem o vídeo em suas redes sociais.
Respostas nas Orientações para o professor.
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ATIVIDADES
1. Confira a imagem a seguir.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

a ) Reproduza essa ilustração no caderno e represente os raios de luz que possibilitam ao observador enxergar a lâmpada e o carrinho de brinquedo.
Resposta nas Orientações para o professor.
Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)
a ) Identifique os pares de raios de luz que permitem ao observador enxergar a lâmpada e o carrinho.
I. Raio de luz que sai do carrinho e vai para a lâmpada e raio de luz que sai da lâmpada e vai para o olho do observador.
II. Raio de luz que sai do olho do observador e vai para a lâmpada e raio de luz que sai do carrinho, reflete na lâmpada e vai para o olho do observador.
III. Raio de luz que sai da lâmpada e vai para o olho do observador e raio de luz que sai da lâmpada, reflete no carrinho e vai para o olho do observador.
IV. Raio de luz que sai da lâmpada e vai para o olho do observador e raio de luz que sai do carrinho, reflete na lâmpada e vai para o olho do observador.
Resposta: Alternativa III.
b ) Quais são as fontes primária e secundária de luz na imagem, para o observador?
Resposta: Primária – lâmpada acesa; secundária – carrinho, pessoa, teto e chão.
2. Explique por que podemos afirmar que todo corpo pode ser uma fonte de luz.
Resposta: Todo corpo que é visível pode ser tratado como fonte de luz, sendo emissor ou não. Essa classificação é dividida em fontes primárias (emitem luz própria) ou secundárias (iluminados).
3. Julgue as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e corrija as falsas.
I ) O Sol, como emite luz própria, é uma fonte secundária.
II ) As estrelas, por não emitirem luz própria, são fontes primárias.
III ) A Lua, por não emitir luz própria, é considerada uma fonte secundária.
IV ) Alguns dos planetas do Sistema Solar, por emitirem luz própria, são considerados fontes primárias.
Resposta: I) Falsa. O Sol é uma fonte primária de luz. II) Falsa. As estrelas, assim como o Sol, são fontes primárias de luz. III) Verdadeira. IV) Falsa. Planetas não têm luz própria, portanto são fontes secundárias de luz.
4. De acordo com a classificação dos meios físicos, julgue as afirmações a seguir e escolha a verdadeira.
a ) Os únicos meios transparentes são o vácuo e o vidro de grande espessura.
b ) O meio opaco absorve e reflete a luz que incide sobre ele, por exemplo, a madeira e o papelão.
c ) Os meios translúcidos permitem a visualização de objetos através deles sem qualquer distorção na imagem.
Resposta: Alternativa b.
5. Uma pessoa argumenta que a velocidade de propagação da luz em qualquer meio será sempre menor do que a velocidade de propagação da luz no vácuo. Você concorda com ela? Explique sua resposta.
Resposta: Sim, pois o vácuo é o meio no qual não há matéria para se opor à passagem de luz.
6. Um objeto circular é colocado entre duas fontes pontuais de luz e uma parede, de acordo com o esquema representado a seguir.

A imagem que melhor representa a sombra do objeto sobre a parede é:
Professor, professora: As legendas das imagens não foram inseridas para não comprometer a resolução da atividade.
A.

B.

C.

D.

E.

Resposta: Alternativa a.
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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.
7. Qual das alternativas a seguir contém apenas fontes primárias de luz?
a ) Fósforo, Lua e Sol.
b ) Pilha de lanterna, Sol e lanterna.
c ) Lâmpada, Sol e fósforo.
d ) Estrela, Sol e lâmpada acesa.
e ) Lanterna acesa, estrela e Lua.
Resposta: Alternativa d.
8. O palco de um teatro é equipado com três canhões de luz com as cores azul, vermelho e verde. Os canhões estão presos ao teto do teatro em posições fixas, podendo variar apenas o ângulo de projeção da luz.

Para a encenação de uma peça de teatro, o diretor pediu à equipe de iluminação que o ponto A fosse iluminado com luz verde, o ponto B com luz vermelha e o ponto C com luz azul. Um membro da equipe disse que isso não seria possível, pois as luzes interfeririam umas nas outras. O argumento dessa pessoa está correto? Explique sua resposta.
Resposta: Não, pois pelo princípio da independência dos raios de luz os feixes seguem caminhos independentes, não interferindo uns nos outros.
9. Um feixe de luz incide perpendicularmente em uma superfície polida e obtém um feixe de luz refletido também perpendicularmente ao plano da superfície. O tipo de reflexão sofrida pelo feixe de luz é:
a ) difusa.
b ) irregular.
c ) regular.
d ) espalhada.
e ) emergente.
Resposta: Alternativa c.
10. Durante um eclipse solar, é obtida a seguinte configuração do Sol, da Lua e da Terra, representada na imagem a seguir.

Julgue as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e corrija as falsas.
I ) Sobre a região A será obtido o efeito de sombra parcial.
II ) Na região B será observada penumbra causada pela Lua.
III ) As regiões A e 'C' são de penumbra.
IV ) A região B é de umbra.
Resposta: I) Verdadeira. II) Falsa. É uma região de umbra. III) Verdadeira. IV) Verdadeira.
11. Uma luz não polarizada incide em um filtro que a polariza conforme mostra a figura a seguir.

Para que a intensidade da luz, após passar pelo primeiro filtro, seja zero, qual filtro polarizador deve ser usado em seguida?
A.

B.

C.

D.

E.

Resposta: Alternativa b.
Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)
11. Um raio de luz não polarizada incide em um filtro que a polariza na direção vertical. Para que a intensidade da luz que passou pelo primeiro filtro seja zero, em qual direção um segundo filtro polarizador deve polarizar a luz?
Resposta: O segundo filtro polarizador deve polarizar a luz na direção horizontal para que a intensidade seja zero.
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CAPÍTULO9
Reflexão e refração da luz
Reflexão da luz
A reflexão é o fenômeno no qual a luz incide em uma superfície e retorna ao meio de onde veio. Sendo assim, a reflexão não ocorre apenas em espelhos, mas em qualquer corpo que não emite luz própria.
A imagem apresenta a superfície lisa e polida de um espelho plano e um raio luminoso refletido ao incidir sobre ela.

As setas representam os raios de luz incidente e refletido, lembrando sempre que a propagação da luz é retilínea. O ângulo de incidência abre parênteses ângulo i fecha parênteses é definido pela orientação que o raio incidente faz com uma direção perpendicular ao espelho, conhecida como normal abre parênteses, N, fecha parênteses. A mesma coisa acontece com o ângulo de reflexão abre parênteses ângulo r fecha parênteses. Tais ângulos se relacionam por meio de regras simples, formando as leis da reflexão, que valem tanto para a regular como para a difusa.
Primeira lei: os raios de luz incidente e refletido e a normal estão no mesmo plano (coplanares).
Segunda lei: o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão abre parênteses ângulo i é igual a ângulo r fecha parênteses.
Formação da imagem em espelhos planos
1. Como ocorre a formação de imagens em um espelho?
Resposta pessoal. Eles podem comentar que o espelho é uma superfície lisa e polida, que reflete os raios de luz de forma regular, formando as imagens.

O espelho plano é uma superfície na qual a luz sofre reflexão regular e corresponde a uma superfície plana, lisa e polida que reflete o raio luminoso em uma direção definida.
Considere que uma pequena lâmpada esteja localizada em frente a um espelho plano, emitindo raios de luz em várias direções. No esquema, estão representados apenas três desses feixes, que saem de determinado ponto da lâmpada.
O feixe de luz emitido é divergente e, após ser refletido pelo espelho, mantém essa organização, aparentando ter sido emitido de um ponto atrás do espelho.
As linhas contínuas que partem da lâmpada representam os raios de luz. As linhas pontilhadas são imaginárias e correspondem aos prolongamentos dos raios refletidos no espelho, mostrando geometricamente o trajeto que a luz percorreria se o corpo estivesse atrás do espelho.

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Para um observador, a imagem da lâmpada está exatamente no ponto de encontro das linhas pontilhadas, ou seja, ele a vê "atrás" do espelho. Como a luz não vem realmente desse ponto, dizemos que a imagem formada é virtual.
Assim, a imagem se forma "atrás" do espelho e a sua distância em relação a ele abre parênteses p linha fecha parênteses é igual à distância do corpo em relação ao espelho abre parênteses p fecha parênteses, existindo uma simetria entre o objeto e a imagem conjugada por um espelho plano, além de apresentarem o mesmo tamanho.
Quando se trata de um corpo extenso diante de um espelho plano, de comprimento o, a imagem observada terá comprimento i.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Outra característica observada na formação de imagens em um espelho plano é que o objeto e sua imagem conjugada não se sobrepõem, ou seja, são enantiomorfos.


Agora, observe novamente a fotografia de uma pessoa em frente a um espelho plano, mostrada na página anterior. Note que a imagem formada tem as mesmas características da pessoa, no entanto, enquanto o dedo indicador dela aponta para o espelho, sua imagem aponta para a pessoa, ou seja, a imagem conjugada é invertida em profundidade.
Formação da imagem em espelhos esféricos
2. Você já teve a oportunidade de observar sua imagem em um espelho esférico? Ela era idêntica a você?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a imagem formada em um espelho esférico não é idêntica ao corpo.
Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)
2. Geralmente, as imagens conjugadas por espelhos esféricos não são idênticas ao objeto. Em sua opinião, por que isso ocorre?
Resposta: Os estudantes podem citar que isso ocorre porque a superfície curva dos espelhos esféricos altera as características dos feixes de luz que incidem sobre ela.
De maneira distinta dos espelhos planos, os espelhos curvos formam imagens com características diferentes daquelas do corpo que está à sua frente. Alguns espelhos curvos formam imagens maiores quando o corpo ou objeto está próximo a eles. Existem também espelhos curvos que produzem imagens menores do que o objeto, geralmente utilizados em estabelecimentos comerciais e em saídas de estacionamento, pois aumentam o campo de visão do local.
Neste capítulo, vamos estudar os espelhos esféricos, que têm a forma de uma pequena região da superfície de uma esfera.

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Elementos geométricos de um espelho esférico
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.
Podemos obter espelhos esféricos a partir de uma calota esférica, isto é, a região de uma esfera delimitada por um plano, como mostrado a seguir.

Um espelho côncavo é obtido quando a calota tem a região interna espelhada (lisa e polida), e um espelho convexo, quando a calota possui sua região externa espelhada, conforme as imagens.




Agora, confira os principais elementos geométricos de um espelho esférico.
- Centro de curvatura abre parênteses 'C' fecha parênteses: centro da esfera que originou o espelho.
- Raio de curvatura abre parênteses R fecha parênteses: raio da esfera que originou o espelho.
- Vértice abre parênteses V fecha parênteses: polo da calota esférica.
- Eixo principal: reta que passa pelo centro de curvatura abre parênteses 'C' fecha parênteses e pelo vértice abre parênteses V fecha parênteses.
- alfa: ângulo de abertura do espelho.

Outro elemento geométrico importante em um espelho esférico é seu foco principal abre parênteses 'F' fecha parênteses, que pode ser chamado apenas de foco. Ele corresponde ao ponto para o qual os raios incidentes paralelos ao eixo principal convergem; dizemos que os raios se encontram nesse local.
No espelho côncavo, os feixes de luz que se aproximam do espelho paralelamente ao eixo principal refletem e formam um feixe convergente, com os raios refletidos se encontrando no foco abre parênteses 'F' fecha parênteses do espelho; por isso o foco do espelho côncavo é denominado foco real.

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No espelho convexo, os feixes de luz que se aproximam do espelho paralelamente ao eixo principal refletem e formam feixes divergentes, com os raios de luz se distanciando uns dos outros. O foco abre parênteses 'F' fecha parênteses desse espelho corresponde ao ponto em que os prolongamentos dos raios refletidos se encontram, por isso o foco do espelho convexo é classificado como virtual.

O foco abre parênteses 'F' fecha parênteses de um espelho esférico está sempre localizado geometricamente no ponto médio entre o centro de curvatura abre parênteses 'C' fecha parênteses e o vértice abre parênteses V fecha parênteses do espelho. Como a distância entre 'C' e V corresponde ao raio da esfera abre parênteses R fecha parênteses que originou o espelho, a distância entre o foco e o vértice, chamada distância focal abre parênteses f fecha parênteses, é dada por:
f é igual a início de fração, numerador: segmento 'C' V, denominador: 2, fim de fração portanto f é igual a R sobre 2
Espelho esférico côncavo
O espelho côncavo produz imagens com caraterísticas diferentes dependendo da distância abre parênteses p fecha parênteses que o objeto se encontra do espelho.
Quando um objeto de comprimento abre parênteses o fecha parênteses é colocado sobre o eixo principal de um espelho esférico côncavo, além do centro de curvatura, sua imagem será real, invertida e menor do que o objeto. Uma das formas de determinar a imagem de um objeto produzida por um espelho esférico é representá-lo por uma seta e traçar, pelo menos, dois dos raios notáveis que saem de sua ponta.

Se o objeto estiver sobre o centro de curvatura do espelho, a imagem formada é real, invertida e tem o mesmo tamanho que o objeto abre parênteses i é igual a o fecha parênteses.

Se o objeto estiver entre o centro de curvatura e o foco do espelho, a imagem formada é real, invertida e maior do que o objeto.

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Se o objeto é colocado sobre o foco, a imagem formada é chamada de imprópria. Utilizando o raio que incide no espelho paralelamente ao eixo principal e que o reflete, passando pelo foco, e o raio que incide pelo vértice, temos que tanto os raios refletidos quanto seus prolongamentos são paralelos entre si, não ocorrendo formação de imagem.

Quando o objeto se encontra entre o foco e o vértice do espelho, a imagem formada é virtual, direita e maior do que o objeto. Utilizando o raio que incide no espelho pelo centro de curvatura e o raio que incide pelo vértice, temos que os raios refletidos divergem, de modo que a imagem formada é virtual, determinada pelo prolongamento dos raios refletidos.

Espelho esférico convexo
Os espelhos convexos formam somente um tipo de imagem, independentemente da posição do objeto. Utilizando o raio que incide pelo centro de curvatura e o raio que incide paralelamente ao eixo principal, verificamos que a imagem formada é virtual, direita e menor do que o objeto.

Professor, professora: Diga aos estudantes que o espelho apresentado na fotografia do final da página 128 é um exemplo de espelho convexo.
Espelhos parabólicos
Espelhos parabólicos são superfícies refletoras com a forma de um paraboloide. Sua superfície reflexiva se curva para dentro como uma tigela gerando um efeito que faz que raios de luz paralelos refletidos em sua superfície convirjam para um ponto denominado ponto focal.
Essa característica de reflexão tem várias aplicações, como em telescópios, antenas parabólicas, faróis de automóveis e fornos solares.
No ensaio para a cerimônia de acendimento da tocha olímpica para a abertura das Olimpíadas de Paris 2024, um espelho parabólico foi responsável por produzir a chama da tocha, pois ela foi embebida em combustível e encostada no espelho, que concentrava os raios de Sol na tocha.

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ATIVIDADES
1. Um feixe de luz incide sobre um espelho formando um ângulo de 30 graus de acordo com o esquema a seguir.

Determine:
a ) o ângulo de incidência;
Resposta: ângulo i é igual a 60 graus.
b ) o ângulo de reflexão;
Resposta: ângulo r é igual a 60 graus.
c ) o ângulo entre o raio incidente e o refletido.
Resposta: 120 graus.
2. Uma garota observa sua imagem diante de um espelho plano. Sabendo que ela está a 2 metros do espelho, qual é a distância entre a garota e sua imagem?

Resposta: A distância entre a garota e sua imagem é de 4 metros. Sabe-se que o objeto e a imagem formada por um espelho são simétricos em relação a este; assim, se a garota está a 2 metros do espelho, sua imagem também estará a 2 metros do espelho.
3. A tela a seguir é a última grande obra do pintor francês Édouard Manet (1832-1883). Nela, Manet representa uma garçonete, chamada Suzon, em um grande e movimentado salão de música de Paris, Folies Bergère. Muitos consideram que Manet usou um espelho plano em sua obra. Com base nisso, identifique a localização desse espelho e analise se a imagem refletida corresponde à imagem que Manet observaria nesse espelho.

Resposta: Nessa obra, há a impressão de que o reflexo do espelho localizado atrás da garçonete está errado, pois ela aparenta estar de frente para Manet, enquanto seu reflexo está de lado.
4. A respectiva imagem conjugada de um objeto real, quando colocado entre o foco principal e o centro de curvatura de um espelho esférico côncavo, terá as seguintes características:
a ) Real, invertida e maior do que o objeto.
b ) Real, invertida e menor do que o objeto.
c ) Real, direita e maior do que o objeto.
d ) Virtual, invertida e maior do que o objeto.
e ) Virtual, direita e menor do que o objeto.
Resposta: Alternativa a.
5. Analise as imagens a seguir e classifique as afirmações como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
a )


b )

c )

I ) Na fotografia a, de acordo com a reflexão, o objeto está localizado antes do foco do espelho côncavo (2).
Resposta: Verdadeira.
II ) Na fotografia a, o espelho (1) conjuga uma imagem virtual, direita e menor.
Resposta: Verdadeira.
III ) A peça da fotografia b possui uma imagem real, direita e do mesmo tamanho.
Resposta: Falsa. Na fotografia b, a imagem da peça é virtual, direita e menor do que o objeto.
IV ) A peça da fotografia c foi colocada atrás do centro de curvatura do espelho côncavo, pois sua imagem é real, invertida e maior.
Resposta: Falsa. Na fotografia c, a imagem da peça é direita, maior e virtual, assim ela foi colocada entre o foco e o vértice do espelho.
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Refração da luz
3. Na fotografia, podemos ver um conjunto de fibras ópticas. Você conhece alguma utilização para essa tecnologia?

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que a fibra óptica é utilizada para transferir dados de telefonia, televisão e internet, bem como em exames e procedimentos médicos como endoscopias.
Como vimos anteriormente, a refração da luz ocorre quando ela passa de um meio para outro. Isso altera a velocidade de propagação da luz e pode também mudar sua trajetória. Esse fenômeno é o princípio de funcionamento das fibras ópticas, que transmitem informações em alta velocidade, na forma de luz.
A luz se propaga com velocidade máxima de 3 vezes 10 elevado a 8 metros por segundo no vácuo, aproximadamente. No ar, sua velocidade é muito próxima disso, portanto, podemos considerar o mesmo valor em nossos cálculos.
Dica
Consideramos que a luz se propaga em meios físicos transparentes, homogêneos (com composição uniforme) e isotrópicos (com as mesmas propriedades físicas), pois dessa forma sua velocidade é a mesma em todas as direções.
A propriedade dos meios físicos responsável por indicar o quanto a velocidade da luz é reduzida é chamada de refringência. Em um meio diferente do vácuo, a velocidade da luz abre parênteses v fecha parênteses será sempre menor do que c, e tal característica é dada pelo seu índice de refração absoluto abre parênteses n fecha parênteses, que apresenta a relação entre a velocidade da luz no vácuo abre parênteses c fecha parênteses e a velocidade da luz no meio abre parênteses v fecha parênteses, ou seja:
n é igual a c sobre v
Dica
A velocidade da luz no meio é inversamente proporcional ao índice de refração n. Quanto maior for o índice de refração de um material, menor será a velocidade da luz nesse meio.
Como o índice de refração abre parênteses n fecha parênteses é determinado pela razão entre duas velocidades, seu valor numérico é adimensional, isto é, sem unidade de medida.
Conforme já apresentado, na água, a luz tem velocidade de aproximadamente 2 vírgula 25 vezes 10 elevado a 8 metro por segundo, portanto seu índice de refração pode ser calculado como:
n é igual a c sobre v implica em n é igual a início de fração, numerador: 3 vezes 10 elevado a 8, denominador: 2 vírgula 25 vezes 10 elevado a 8, fim de fração portanto n é aproximadamente igual a 1 vírgula 33
Confira na tabela o índice de refração de alguns meios para a luz de sódio amarela abre parênteses lambda é igual a 589 nanômetros fecha parênteses. Note que o menor índice de refração é o do vácuo abre parênteses n subscrito vácuo é igual a 1 fecha parênteses, pois, nesse caso, a velocidade da luz é igual a c. Na prática, consideramos o índice de refração do ar também igual a 1 abre parênteses n subscrito ar é igual a 1 fecha parênteses.
Meio | Índice de refração |
---|---|
vácuo |
1 |
ar (CNTP) |
1,00029 |
água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses |
1,33 |
álcool etílico abre parênteses C subscrito 2 H subscrito 6 O fecha parênteses |
1,36 |
vidro (baixa dispersão) |
1,52 |
diamante |
2,42 |
Fonte de pesquisa: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: óptica e física moderna. 9. ed. rev. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 4. p. 18.
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A atmosfera terrestre é dinâmica e, por isso, pode apresentar camadas com diferentes temperaturas e densidade. Esse índice de refração pode variar por causa da temperatura e densidade do ar.
4. Na fotografia, podemos ver uma miragem, na qual aparentemente há uma porção de água no meio do deserto. Por que você acha que isso ocorre?

Resposta: Ao atravessar camadas de ar com diferentes índices de refração, a luz tem sua trajetória desviada.
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As leis da refração
Como já estudado no capítulo anterior, os microscópios ópticos produzem imagens aumentadas dos objetos por meio da refração da luz nas associações de lentes. Observe os conjuntos de lentes que auxiliam na formação da imagem por esse aparelho.
Quando um raio de luz incide obliquamente em uma superfície que separa dois meios homogêneos transparentes diferentes, a refração da luz é evidenciada por um desvio em sua trajetória, como representado na imagem.

O raio que chega à superfície é denominado raio incidente, e o raio que atravessou a superfície e teve sua velocidade alterada é o raio refratado. Tanto o ângulo de incidência abre parênteses ângulo i fecha parênteses quanto o ângulo de refração abre parênteses ângulo r fecha parênteses devem ser medidos em relação a uma direção normal abre parênteses, N, fecha parênteses à superfície de separação dos meios, considerando o ponto em que ocorreu a refração. Se essa interface for plana, dizemos que o conjunto corresponde a um dioptro plano, assunto que será abordado mais adiante.

Com base no princípio da propagação retilínea da luz, na relação entre os índices de refração absolutos dos meios e nos ângulos de incidência e refração, é possível compreender as leis que regem esse fenômeno.
Primeira lei: os raios de luz incidente e refratado e a normal pertencem ao mesmo plano.
Segunda lei ou lei de Snell-Descartes: o ângulo de incidência, o ângulo de refração e os índices de refração dos meios envolvidos A e B estão relacionados da seguinte forma:
n subscrito A vezes seno ângulo i é igual a n subscrito B vezes seno ângulo r

Dica
Acesse o site do PhET Interactive Simulations e explore o comportamento da luz ao refratar entre dois meios com diferentes índices de refração. Disponível em: https://s.livro.pro/cgkeo4. Acesso em: 30 jul. 2024.
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Pela lei da refração de Snell-Descartes, é possível determinar o desvio da trajetória de um raio de luz emitido em certo ponto do meio A que refrata para um meio B. Confira a seguir algumas características desses desvios.
A.

B.

C.

A. O raio refratado se aproxima da reta normal quando passa de um meio menos refringente para um mais refringente, ou seja, ângulo i é maior do que ângulo r, por causa da redução da velocidade da luz.
B. O raio refratado se afasta da reta normal quando passa de um meio mais refringente para um menos refringente, ou seja, ângulo i é menor do que ângulo r, por causa do aumento da velocidade da luz.
C. O raio refratado não sofrerá desvio na trajetória se o raio incidente atingir perpendicularmente a superfície de separação entre os meios, ou seja, se o ângulo de incidência em relação à normal for 0 grau.
Refração em um dioptro plano
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A.

B.

As fotografias foram registradas com a câmera fotográfica e a caneca nas mesmas posições, em dois momentos distintos. A fotografia (A) mostra a caneca com uma moeda em seu interior, embora ela não esteja visível. Na fotografia (B), ao acrescentar água à caneca, foi possível observar parte da moeda.
5. Se a moeda não mudou de posição, por que você acha que foi possível enxergá-la na fotografia B?
Resposta: Por causa da refração da luz, que causou a mudança na sua trajetória de propagação.
Quando a água foi adicionada, a luz refletida pela moeda sofreu refração ao passar da água para o ar, afastando-se da normal e atingindo a câmera fotográfica ou os olhos do observador.
Nesse e em outros casos, a água e o ar configuram um dioptro plano, ou seja, dois meios transparentes e homogêneos separados por uma superfície plana. Essa configuração é utilizada para representar os desvios da trajetória da luz causados pela refração.
Por causa desse fenômeno, o observador vê a imagem da moeda acima de onde ela realmente está.

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Para pequenos ângulos de incidência, ou seja, visualizações próximas à normal abre parênteses, N, fecha parênteses, a relação entre a profundidade real abre parênteses p fecha parênteses de um objeto e a profundidade aparente abre parênteses p linha fecha parênteses da imagem, em um dioptro plano, é dada por:
início de fração, numerador: n subscrito observador, denominador: n subscrito objeto, fim de fração é igual a início de fração, numerador: p ', denominador: p, fim de fração
Os pescadores indígenas aplicam, baseado em experiências cotidianas, a relação entre a profundidade real e a profundidade aparente ao observar peixes na água. Eles não lançam suas flechas ou arpões diretamente na posição onde veem os peixes, mas sim em um ponto estrategicamente abaixo.
Esse método se dá devido ao fenômeno da refração da luz. Quando a luz atravessa a superfície da água para o ar, ela sofre um desvio em sua trajetória, fazendo parecer que o peixe está em uma posição ligeiramente diferente da real. Dessa maneira, os pescadores experientes ajustam seus arremessos levando em conta essa refração, garantindo uma eficácia maior na captura dos peixes necessários para sua alimentação e sobrevivência.
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Ângulo limite e reflexão total da luz
Em certas circunstâncias, a luz pode ser totalmente refletida em uma interface que separa dois meios, mesmo quando o segundo material é transparente, como na utilização das fibras ópticas. A fotografia mostra como isso ocorre, fazendo incidir vários raios de luz na interface que separa dois meios. Observe que a partir de certo ângulo de incidência ocorre a reflexão interna total.

Quando o ângulo de incidência ângulo i atinge o ângulo limite para a refração, representado por ângulo 'L', o ângulo de refração é igual a 90 graus.
Quando o ângulo de incidência ângulo i assume um valor maior do que o ângulo limite ângulo 'L', a luz não vai mais refratar do meio mais refringente para o meio menos refringente, ocorrendo a chamada reflexão total. A reflexão total da luz só ocorre quando a luz tem sentido de propagação de um meio com maior índice de refração para um meio com menor índice de refração.

De acordo com a lei da refração, lei de Snell-Descartes, o ângulo limite pode ser obtido da seguinte forma:
n subscrito maior vezes seno ângulo i é igual a n subscrito menor vezes seno ângulo r implica em n subscrito maior vezes seno ângulo 'L' é igual a n subscrito menor vezes seno 90 graus implica em
implica em n subscrito maior vezes seno ângulo 'L' é igual a n subscrito menor vezes 1 portanto sen ângulo 'L' é igual a início de fração, numerador: n subscrito menor, denominador: n subscrito maior, fim de fração
Da água para o ar, o ângulo limite é cerca de 49 graus.
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Formação da imagem em lentes esféricas
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6. Cite alguns instrumentos que utilizam lentes.
Resposta: Os estudantes podem citar óculos, máquinas fotográficas, microscópios, lunetas, entre outros.
As lentes são sistemas ópticos transparentes, homogêneos e limitados por duas superfícies, das quais ao menos uma delas é curva. Dependendo das características da lente, índice de refração do material e curvatura da superfície, a luz refratada por ela pode produzir imagens nítidas.
Entre alguns usos das lentes, podemos destacar os óculos, as lentes de contato, as lentes de aumento ou lupas, as lunetas astronômicas ou telescópios e as máquinas fotográficas.

Quando a lente possui pelo menos uma das superfícies ou faces com forma equivalente à de uma calota esférica, dizemos que ela é uma lente esférica.
Se a espessura das bordas é menor do que a espessura da região central, temos uma lente chamada convergente. Caso contrário, temos uma lente chamada divergente.
O nome de cada lente é composto primeiro pelo nome da curvatura da face de maior raio. No caso das faces planas, consideramos que possuem raio de curvatura infinito.
Dica
Se você usa óculos ou lentes de contato para enxergar de perto e ler este livro, você está vendo essas palavras por meio de lentes delgadas.
As lentes A, B e C são exemplos de lentes convergentes.
A.

B.

C.

As lentes D, E e F são exemplos de lentes divergentes.
D.

E.

F.

As lentes esféricas podem ser classificadas de acordo com o modo como elas desviam a trajetória dos raios de luz. São consideradas lentes convergentes quando um feixe de raios paralelos é refratado formando um feixe de raios convergentes. São consideradas lentes divergentes quando o feixe de raios paralelos refratado forma um feixe de raios divergentes.


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Quando imersas em um meio menos refringente como o ar, as lentes, cuja espessura das bordas é menor do que a da região central, têm comportamento convergente, e as de bordas maiores têm comportamento divergente.
Adotaremos representações esquemáticas simplificadas para as lentes, com base em seu comportamento, independentemente de seu formato.
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Elementos geométricos das lentes esféricas
Para estudar o comportamento da luz refratada por uma lente, é necessário definir seus elementos geométricos.
- Os pontos 'C' subscrito 1 e 'C' subscrito 2 correspondem ao centro de curvatura das faces da lente.
- Os pontos V subscrito 1 e V subscrito 2 são os vértices da face.
- A distância entre os vértices abre parênteses V subscrito 1 e V subscrito 2 fecha parênteses corresponde à sua espessura abre parênteses e fecha parênteses.
- A linha que passa pelos centros de curvatura de suas duas superfícies representa o eixo principal.
- O ponto O corresponde ao centro óptico da lente.

Foco principal e distância focal
Quando um feixe de raios luminosos incide de forma paralela ao eixo principal de uma lente convergente, os raios refratados convergem e encontram-se em um ponto chamado foco principal imagem abre parênteses 'F' linha fecha parênteses. Nesse tipo de lente, 'F' linha possui natureza real, pois corresponde ao encontro efetivo dos raios refratados.
O ponto do eixo principal, simetricamente oposto a 'F' linha em relação ao centro O, é definido como foco principal objeto abre parênteses 'F' fecha parênteses. Para a lente convergente, 'F' também é real.


Nas lentes divergentes, 'F' linha possui natureza virtual, pois é formado a partir do encontro dos prolongamentos dos raios de luz refratados. O foco principal objeto 'F' também possui natureza virtual nessas lentes, já que se trata do prolongamento dos raios incidentes que passam por esse foco.


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Considerando tanto as lentes convergentes como as divergentes, a distância entre 'F' linha e o centro O da lente é chamada de distância focal imagem f linha, e a distância entre 'F' e o centro O da lente é definida como distância focal objeto f. Essas distâncias são iguais.
Para as lentes produzirem imagens nítidas, elas devem obedecer às condições de nitidez de Gauss, isto é, as lentes devem ser delgadas e os raios de luz devem incidir com pequena inclinação e próximos ao seu eixo principal.
Construção geométrica de imagens em lentes esféricas
Para determinar geometricamente a imagem conjugada por uma lente, é necessário conhecer o cruzamento de dois raios de luz ou de seus prolongamentos que, partindo do objeto, foram refratados pela lente. Podemos utilizar somente os raios notáveis.
1. Raio de luz que incide na lente paralelamente ao eixo principal é refratado na direção do foco imagem 'F' linha.


2. Raio de luz que incide na lente passando pelo foco objeto 'F', ou na direção do foco objeto, é refratado paralelamente ao eixo principal.


3. Raio de luz que incide na lente passando pelo centro óptico O é refratado sem sofrer desvio.


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4. Raio de luz que incide na lente passando pelo ponto antiprincipal A é refratado em direção ao ponto antiprincipal A linha.


O quarto raio notável é determinado com base nos pontos antiprincipais, como mostrado na imagem anterior. Nas lentes, esses pontos são representados por A e A linha, e encontram-se a uma distância do vértice da lente equivalente ao dobro da distância focal abre parênteses f fecha parênteses, isto é, abre parênteses A é igual a A linha é igual a 2 vezes f fecha parênteses.
Note que o ponto antiprincipal abre parênteses A linha fecha parênteses da lente divergente fica antes da lente, por isso temos de prolongar os raios incidentes e refratados que se propagam em direção a esses pontos ou se afastam deles.
Imagem em lentes divergentes
As lentes divergentes conjugam somente um tipo de imagem, independentemente da posição do objeto. Por causa das características da lente, os raios não se cruzam após serem refratados, e a imagem é obtida a partir de seus prolongamentos, sendo virtual, direita e menor.

Imagem em lentes convergentes
As lentes convergentes produzem imagens com características diferentes, dependendo da distância abre parênteses p fecha parênteses que o objeto está da lente.
Dica
Para determinar as imagens formadas pelas lentes, siga os mesmos procedimentos utilizados nos espelhos esféricos. Os objetos são representados por uma seta e os raios notáveis são traçados a partir de sua extremidade.
Objeto além do ponto antiprincipal
Quando um objeto de tamanho abre parênteses o fecha parênteses está sobre o eixo principal de uma lente convergente, além de seu ponto antiprincipal, a imagem conjugada abre parênteses i fecha parênteses é formada pelo cruzamento efetivo dos raios refratados pela lente, portanto ela é real, invertida e menor. Imagens desse tipo são vistas quando observamos objetos distantes através de uma lupa, por exemplo.


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Objeto sobre o ponto antiprincipal
Se o objeto estiver sobre o ponto antiprincipal, novamente a imagem será real, invertida, mas agora do mesmo tamanho que o objeto, portanto abre parênteses i é igual a o fecha parênteses.

Objeto entre o ponto antiprincipal e o foco
Quando o objeto fica entre o ponto antiprincipal e o foco da lente convergente, a imagem formada é real, invertida e maior. Por exemplo, em um projetor, o objeto é colocado invertido entre o ponto antiprincipal e o foco da lente. A lente produz uma imagem real, maior e invertida, por isso a imagem projetada aparece direita na tela.

Objeto sobre o foco
Se o objeto for posicionado sobre o foco de uma lente convergente, os raios refratados e seus prolongamentos serão paralelos.

Objeto entre o foco e a lente
Com o objeto colocado entre o foco e a lente convergente, os raios refratados não se cruzam. Portanto, devemos fazer seu prolongamento, o que produz uma imagem virtual, direita e maior.
Essa é a principal função das lupas. Colocando uma lupa próxima ao objeto, ela fornece uma imagem direita e aumentada, proporcionando a visualização de detalhes imperceptíveis a olho nu.


Dica
As imagens virtuais produzidas pelas lentes ficam do mesmo lado que o objeto, e as imagens reais ficam do lado oposto, diferentemente do que ocorre nos espelhos esféricos.
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PRÁTICA CIENTÍFICA
Imagens em lentes e espelhos esféricos
Por dentro do contexto
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Lentes e espelhos esféricos desempenham um papel crucial em diversos contextos, desde a correção da visão até a ampliação de imagens em instrumentos ópticos avançados. Eles são componentes essenciais em tecnologias que abrangem a fotografia, a astronomia, a medicina e o entretenimento, melhorando a qualidade de vida e possibilitando inovações significativas.
No entretenimento, por exemplo, em alguns festivais ou celebrações, imagens são projetadas nas fachadas dos edifícios, transformando-os em grandes telas e embelezando o espetáculo.

a ) É possível projetar imagens utilizando espelhos? Que tipo de lente deve ser usada para fazer isso?
Resposta: Os estudantes podem comentar que é possível projetar imagens utilizando espelhos esféricos côncavos, dependendo da distância da imagem ao espelho. Além disso, para se projetar imagens por meio de lentes, deve-se utilizar uma lente convergente.
Materiais
- garrafa PET de 2 litros
- papel espelhado ou embalagem espelhada
- pente
- lanterna
- tesoura
- fita adesiva
- recipiente com água
- lápis grafite
- fio de arame fino
Como proceder
A. Após lavar e secar a garrafa PET, corte as partes superior e inferior utilizando a tesoura, deixando apenas o cilindro central, conforme demonstrado na imagem.
Cuidado
É possível utilizar um estilete em vez da tesoura. Para isso, peça a ajuda de um adulto.

B. Corte o cilindro de modo que sejam formadas duas semicircunferências.
C. Corte o papel espelhado com a altura ligeiramente maior do que as semicircunferências. Depois, cole-o no interior de uma das semicircunferências utilizando a fita adesiva, com a superfície espelhada do papel voltada para dentro.
Dica
Utilize pouca fita adesiva, para que a superfície espelhada fique o mais lisa possível. Dessa maneira, não haverá distorções nos raios de luz.

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D. Em uma superfície plana, posicione o pente em frente à semicircunferência e aponte a luz da lanterna através dos dentes do pente, em direção à face interna refletora. Mova a direção de incidência da luz da lanterna, observe o comportamento dos feixes de luz refletidos e anote em seu caderno.

Professor, professora: os raios refletidos pelo espelho não foram representados na imagem para não comprometer a realização da atividade.
E. Repita a etapa D utilizando a face externa da semicircunferência. Observe o comportamento da luz refletida e anote em seu caderno.
F. Agora, enrole o arame ao redor do lápis, dando apenas uma volta, de modo a formar uma espira. Depois, mergulhe a espira no pote com água a fim de que uma gota fique presa em seu interior.

G. Aproxime a gota no arame de objetos próximos, mas sem encostar. Observe o que ocorre e anote em seu caderno.
Análise e divulgação
1. Qual é o primeiro tipo de espelho construído no experimento? Como o comportamento dos raios de luz no procedimento D colaboram para a sua resposta?
Resposta: Espelho côncavo (convergente), pois os raios de luz que incidem paralelamente ao eixo principal convergem para o ponto focal.
2. Qual é o segundo tipo de espelho construído no experimento? Como o comportamento dos raios de luz no procedimento E colaboram para a sua resposta?
Resposta: Espelho convexo (divergente), pois os raios de luz que incidem paralelamente ao eixo são refletidos de forma a parecer que estão divergindo do ponto focal, localizado atrás do espelho.
3. Se o espelho côncavo que você construiu tivesse uma curvatura menor (mais plano), como isso afetaria a posição focal? Compare com o que aconteceria em um espelho com maior curvatura.
Resposta: Os estudantes podem aumentar e diminuir a curvatura da semicircunferência côncava para verificar a situação descrita. Espera-se que eles mencionem que para a curvatura menor o ponto focal se distancia do espelho. Por outro lado, quando a curvatura aumenta, o ponto focal se aproxima do espelho.
4. Durante a análise dos espelhos, foi possível identificar três tipos de raios notáveis: o raio que passa pelo foco, o que passa pelo centro de curvatura e o que incide paralelamente ao eixo principal. Como cada um desses raios se comporta ao ser refletido? Desenhe e descreva as trajetórias.
Resposta: Os raios notáveis observados são: raio paralelo ao eixo principal: após ser refletido, passa pelo ponto focal (no espelho côncavo) ou parece vir do ponto focal (no espelho convexo); raio que passa pelo foco: após ser refletido, torna-se paralelo ao eixo principal; raio que passa pelo centro de curvatura: é refletido de volta na mesma direção de onde veio, pois incide perpendicularmente à superfície do espelho.
5. Como a tensão superficial da água contribui para a formação da lente biconvexa construída na etapa F?
Resposta: A tensão superficial da água forma uma gota quando presa na argola de arame, que adquire um formato curvo, criando uma lente biconvexa natural.
6. Faça uma pesquisa e defina se a lente produzida pela gota de água é convergente ou divergente. Essa lente é capaz de projetar imagens? Justifique sua resposta.
Resposta: Como o índice de refração da água é maior que o do ar, a lente biconvexa comporta-se como convergente. Esse tipo de lente é capaz de projetar imagens, pois em certas condições forma imagens reais.
7. Ao observar a gota de água que você usou como lente, de que modo as imagens dos objetos mudaram ao serem observadas através da gota? Que propriedades da água e da forma da gota contribuem para o aumento das imagens?
8. Se você mudar o tamanho da gota de água usada como lente, como isso afetaria o aumento da imagem que você observa? Justifique sua resposta com base no comportamento das lentes convergentes e na forma da gota de água.
9. Em grupos de três integrantes, pesquisem as diversas aplicações científicas e tecnológicas que utilizam lentes e espelhos esféricos. Em seguida, façam um vídeo com os resultados da pesquisa e a importância dos itens pesquisados para a humanidade. Divulguem o vídeo em suas redes sociais.
Respostas das questões 7, 8 e 9 nas Orientações para o professor.
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CONEXÕES com ... GEOGRAFIA
Sistema de alerta de terremotos e tsunamis com fibra óptica
A crosta terrestre é composta de grandes blocos rochosos, chamados placas tectônicas. Essas placas estão em constante movimento, de forma lenta e em diferentes direções. O choque causado pelo movimento das placas é denominado abalo sísmico (ou sismo), que por sua vez é responsável por eventos como terremotos (áreas terrestres continentais) e maremotos ou tsunamis (assoalhos oceânicos).
Em razão dos efeitos causados por esses fenômenos, sistemas de monitoramento e de alertas foram criados para registrar a ocorrência e a intensidade dos abalos sísmicos.
Aparelhos como os sismógrafos são instalados em pequenas cavidades de vários pontos da superfície terrestre para captar ondas sísmicas✚ emitidas das energias liberadas pelos sismos no interior da Terra. Com a captação dessas ondas, é possível prever o tempo para a chegada dos eventos e a sua intensidade, tornando possível alertar populações que vivem em áreas de risco, e propor medidas preventivas para minimizar acidentes.

Apesar do uso de sismógrafos ser uma das técnicas mais importantes e eficientes para identificar atividades sísmicas, novas técnicas estão sendo estudadas para auxiliar os sistemas de monitoramento e alerta. Pesquisadores dos Estados Unidos e da Europa verificaram recentemente a possibilidade da utilização de redes de fibra óptica como sensores e sistema de alerta de sismos. Por meio de pesquisas, foi percebido que os tremores provocam ruídos e oscilações nos sinais de internet transmitidos pelas redes posicionadas no fundo dos oceanos.
Durante as pesquisas, os sinais que viajam com a velocidade da luz registraram dezenas de ruídos que posteriormente resultaram em tremores de média e forte intensidade na superfície terrestre. Com isso, chegou-se à conclusão de que, à medida que as ondas sísmicas percorrem o interior da Terra, elas provocam pequenos movimentos nos cabos de fibra óptica e, assim, alteram o tempo de propagação da luz no envio dos sinais. Essas alterações podem servir para gerar alertas mais rápidos que os sistemas atuais.

Embora os estudos apontem que as fibras ópticas são sensíveis aos tremores, seu uso ainda segue indisponível nos centros de monitoramento por conta dos elevados custos para a implantação dos instrumentos necessários para serem anexados aos cabos. No entanto, alternativas mais acessíveis estão sendo trabalhadas para que em breve um sistema de identificação sísmica por meio de fibras ópticas se torne realidade.
a ) Qual é a importância dos sistemas de monitoramento e alertas de eventos sísmicos como terremotos e tsunamis?
Resposta: É possível identificar a intensidade dos eventos e calcular seu tempo de chegada até atingir a superfície terrestre. Essas informações servem de alerta para as populações em risco e para a implantação de medidas de urgência dos governos locais para minimizar acidentes mais graves e evitar vítimas.
b ) Em sua opinião, em que um sistema de maior velocidade pode favorecer os alertas de sismos? Converse com os colegas sobre o assunto.
Resposta pessoal. Os estudantes podem citar, por exemplo, que um sistema de alerta precoce pode contribuir para que haja mais tempo para evacuação e promover a proteção das pessoas em áreas de risco.
- Ondas sísmicas:
- energia de vibração que se propaga pela Terra causada por um sismo.↰
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ATIVIDADES
1. De acordo com a velocidade da luz nos diferentes meios materiais, classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
I ) A velocidade de propagação da luz depende do meio material no qual está inserida.
Resposta: Verdadeira.
II ) O feixe de luz, ao atravessar de um meio mais refringente para um meio menos refringente, sofre o efeito de refração e vice-versa.
Resposta: Verdadeira.
III ) Ao incidir sobre uma superfície de separação de meios, o feixe de luz sofre alteração na sua velocidade de propagação, que diminui quando passa para um meio de maior refringência.
Resposta: Verdadeira.
IV ) A velocidade da luz em qualquer meio sempre será maior do que a velocidade da luz no vácuo.
Resposta: Falsa. A velocidade da luz em qualquer meio nunca será maior do que a velocidade da luz no vácuo.
2. Na figura a seguir, um raio de luz partindo do meio 1 refrata-se ao penetrar o meio 2 e refrata-se novamente ao atravessar mais uma vez para o meio 1. Os ângulos ângulo x, ângulo y e ângulo z são ângulos retos. Qual é a opção que melhor representa o caminho ou a trajetória do raio de luz após a segunda refração sofrida?

a ) 1
b ) 2
c ) 3
d ) 4
e ) 5
Resposta: Alternativa d.
3. Qual é a velocidade da luz no silício abre parênteses S i fecha parênteses, sabendo que a velocidade da luz no gelo é 2 vírgula 3 vezes 10 elevado a 8 metros por segundo e que a razão entre o índice de refração do gelo e do silício é, aproximadamente, 0,39? Qual é o índice de refração do silício? Qual é o índice de refração do gelo?
Resposta: v subscrito Si é igual a 0 vírgula 9 vezes 10 elevado a 8 metros por segundo, n subscrito Si é igual a 3 vírgula 33 e n subscrito gelo é aproximadamente igual a 1 vírgula 30. Resolução nas Orientações para o professor.
4. Um raio de luz propagando-se do meio material z para o ar é descrito na imagem a seguir.

Foram medidas as distâncias p é igual a 30 centímetros e q é igual a 50 centímetros. Calcule o índice de refração no meio z.
Resposta: n subscrito z é aproximadamente igual a 1 vírgula 67. Resolução nas Orientações para o professor.
5. Um raio de luz incide no ponto S com um ângulo de incidência de 30 graus na superfície de separação entre o meio A e B, com índices de refração 1 e n subscrito B, respectivamente. No interior do meio B, o raio passa pelo foco principal 'F' de um espelho côncavo. Confira a figura a seguir.

Determine o índice de refração n subscrito B e o ângulo de refração quando o raio volta para o meio A após a reflexão sobre o espelho côncavo. Utilize seno 30 graus é igual a 1 meio e seno 15 graus é igual a 0 vírgula 26.
Resposta: n subscrito B é aproximadamente igual a 1 vírgula 92 e ângulo r é igual a 0. Resolução nas Orientações para o professor.
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6. Um estudante deseja concentrar a luz do Sol em um único ponto a fim de obter um forno solar. Para ter sucesso, qual das lentes listadas a seguir o estudante deverá utilizar? Justifique as escolhas.
Professor, professora: A legenda das imagens não foi inserida para não comprometer a resolução da atividade.





a ) Somente I e III.
b ) Somente I e IV.
c ) Somente I e V.
d ) Somente II e III.
e ) Somente II, III e V.
Resposta: Alternativa a. Para focalizar a luz, são necessárias lentes convergentes como as representadas em I e III.
7. Classifique a imagem do objeto para cada caso apresentado e faça a construção gráfica das imagens.
Professor, professora: As legendas das imagens não foram inseridas para não comprometer a realização da atividade.
A.

Resposta:
B.

Resposta:
C.

Resposta:
D.

Resposta:
Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)
7. Classifique a imagem do objeto, descrevendo suas características para cada item apresentado.
a ) Objeto posicionado antes do ponto antiprincipal de uma lente convergente.
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que a imagem é real, invertida e menor que o objeto.
b ) Objeto posicionado antes do centro de curvatura de um espelho côncavo.
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que a imagem é real, invertida e menor que o objeto.
c ) Objeto posicionado entre o foco e o centro óptico de uma lente divergente.
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que a imagem é virtual, direita e menor que o objeto.
d ) Objeto colocado em frente a um espelho convexo.
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que a imagem é virtual, direita e menor que o objeto.
RETOME O QUE ESTUDOU
Refletindo sobre o que estudou nesta unidade, responda às questões a seguir.
1. Explique de que forma o campo magnético terrestre protege o planeta e contribui para a existência de vida na Terra.
2. Como o experimento do físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851) pode ser relacionado ao campo magnético da Terra?
3. As leis da reflexão são válidas para quais situações? (Em relação à reflexão em espelhos planos ou esféricos e reflexão difusa.)
4. Explique quais são as principais estruturas e fenômenos responsáveis pela formação das imagens nos microscópios ópticos, nos telescópios refratores e nos telescópios refletores.
Resposta nas Orientações para o professor.
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MAIS QUESTÕES
1. (Mack-SP) Considere as seguintes afirmações.
I ) A denominação de polo norte de um ímã é a região que se volta para o Norte geográfico da Terra e polo sul a região que volta para o Sul geográfico da Terra.
II ) Ímãs naturais são formados por pedras que contêm óxido de ferro abre parênteses Fe subscrito 3 O subscrito 4 fecha parênteses, denominadas magnetitas.
III ) Ímãs artificiais são obtidos a partir de processos denominados imantação.
Com relação às afirmações, podemos dizer que
a ) apenas I é correta.
b ) apenas I e II são corretas.
c ) apenas I e III são corretas.
d ) apenas II e III são corretas.
e ) todas são corretas.
Resposta: Alternativa e.
2. (Enem/MEC) Um guindaste eletromagnético de um ferro-velho é capaz de levantar toneladas de sucata, dependendo da intensidade da indução magnética em seu eletroímã. O eletroímã é um dispositivo que utiliza corrente elétrica para gerar um campo magnético, sendo geralmente construído enrolando-se um fio condutor ao redor de um núcleo de material ferromagnético (ferro, aço, níquel, cobalto).
Para aumentar a capacidade de carga do guindaste, qual característica do eletroímã pode ser reduzida?
a ) Diâmetro do fio condutor.
b ) Distância entre as espiras.
c ) Densidade linear de espiras.
d ) Corrente que circula pelo fio.
e ) Permeabilidade relativa do núcleo.
Resposta: Alternativa b.
3. (UFPR) Uma partícula com uma carga elétrica Q é igual a 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19 C tem uma velocidade de módulo v é igual a 5 vírgula 0 vezes 10 elevado a 4 metros por segundo. Num dado instante, ela entra numa região onde há um campo magnético de módulo B é igual a 10 militesla. Nesse instante, o ângulo entre o campo magnético e a velocidade da partícula vale teta, e sabe-se que cosseno teta é igual a 0 vírgula 80 e seno teta é igual a 0 vírgula 60. Considerando as informações apresentadas, assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor do módulo 'F' da força magnética que surge sobre a partícula quando ela entra na região onde há o campo magnético.
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 'F' é igual a 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 17 Newtons
b ) 'F' é igual a 3 vírgula 2 vezes 10 elevado a menos 17 Newtons
c ) 'F' é igual a 4 vírgula 8 vezes 10 elevado a menos 17 Newtons
d ) 'F' é igual a 6 vírgula 4 vezes 10 elevado a menos 17 Newtons
e ) 'F' é igual a 8 vírgula 0 vezes 10 elevado a menos 17 Newtons
Resposta: Alternativa c.
4. (Enem/MEC) Para demonstrar o processo de transformação de energia mecânica em elétrica, um estudante constrói um pequeno gerador utilizando:
- um fio de cobre de diâmetro D enrolado em N espiras circulares de área A;
- dois ímãs que criam no espaço entre eles um campo magnético uniforme de intensidade B; e
- um sistema de engrenagens que lhe permite girar as espiras em torno de um eixo com uma frequência f.
Ao fazer o gerador funcionar, o estudante obteve uma tensão máxima V e uma corrente de curto-circuito i.
Para dobrar o valor da tensão máxima V do gerador mantendo constante o valor da corrente de curto i, o estudante deve dobrar o(a)
a ) número de espiras.
b ) frequência de giro.
c ) intensidade do campo magnético.
d ) área das espiras.
e ) diâmetro do fio.
Resposta: Alternativa a.
5. (Enem/MEC) A magnetohipertermia é um procedimento terapêutico que se baseia na elevação da temperatura das células de uma região específica do corpo que estejam afetadas por um tumor. Nesse tipo de tratamento, nanopartículas magnéticas são fagocitadas pelas células tumorais, e um campo magnético alternado externo é utilizado para promover a agitação das nanopartículas e consequente aquecimento da célula.
A elevação de temperatura descrita ocorre porque
a ) o campo magnético gerado pela oscilação das nanopartículas é absorvido pelo tumor.
b ) o campo magnético alternado faz as nanopartículas girarem, transferindo calor por atrito.
c ) as nanopartículas interagem magneticamente com as células do corpo, transferindo calor.
d ) o campo magnético alternado fornece calor para as nanopartículas que o transfere às células do corpo.
e ) as nanopartículas são aceleradas em um único sentido em razão da interação com o campo magnético, fazendo-as colidir com as células e transferir calor.
Resposta: Alternativa b.
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6. (Enem/MEC) Claude Monet, influenciado por Turner, passou a pintar temas que apresentassem fluidez. Para isso, ele fragmentou a imagem com pinceladas de cor pura, passando a retratar a impressão captada diante do modelo. Monet inspirava-se, por exemplo, no pôr do sol, na luminosidade do feno ou num jardim florido. Suas obras contêm a característica de dissociação das cores e gradação dos tons complementares. As tintas não eram misturadas na palheta, dessa forma, a luz emanada das manchas e das pinceladas coloridas impressionava a retina, formando novas cores.
Disponível em: https://s.livro.pro/i7uhhk. Acesso em: 12 ago. 2012 (adaptado).
Diante dessa nova concepção artística, a cor é
a ) composta por uma substância química que, sob a incidência de raios luminosos, absorve-os, refletindo para os nossos olhos os raios de tons vermelhos.
b ) formada pelo equilíbrio óptico causado pela impressão simultânea de cores como magenta, ciano e amarelo, consideradas cores primárias.
c ) imaterial e só se pode senti-la, passando a ser uma sensação provocada pela ação dos raios de luz sobre os nossos olhos.
d ) resultante da mistura óptica de duas outras que estão presentes em sua composição de origem, causando um equilíbrio entre elas.
e ) física, presente nos raios solares e na luz branca, sendo impossível perceber sua existência pela decomposição da luz solar.
Resposta: Alternativa c.
7. (Enem/MEC) Algumas crianças, ao brincarem de esconde-esconde, tapam os olhos com as mãos, acreditando que, ao adotarem tal procedimento, não poderão ser vistas. Essa percepção da criança contraria o conhecimento científico porque, para serem vistos, os objetos
a ) refletem partículas de luz (fótons), que atingem os olhos.
b ) geram partículas de luz (fótons), convertidas pela fonte externa.
c ) são atingidos por partículas de luz (fótons), emitidas pelos olhos.
d ) refletem partículas de luz (fótons), que se chocam com os fótons emitidos pelos olhos.
e ) são atingidos pelas partículas de luz (fótons), emitidas pela fonte externa e pelos olhos.
Resposta: Alternativa a.
8. (Enem/MEC) Há vários tipos de tratamentos de doenças cerebrais que requerem a estimulação de partes do cérebro por correntes elétricas. Os eletrodos são introduzidos no cérebro para gerar pequenas correntes em áreas específicas. Para se eliminar a necessidade de introduzir eletrodos no cérebro, uma alternativa é usar bobinas que, colocadas fora da cabeça, sejam capazes de induzir correntes elétricas no tecido cerebral.
Para que o tratamento de patologias cerebrais com bobinas seja realizado satisfatoriamente, é necessário que
a ) haja um grande número de espiras nas bobinas, o que diminui a voltagem induzida.
b ) o campo magnético criado pelas bobinas seja constante, de forma a haver indução eletromagnética.
c ) se observe que a intensidade das correntes induzidas depende da intensidade da corrente nas bobinas.
d ) a corrente nas bobinas seja contínua, para que o campo magnético possa ser de grande intensidade.
e ) o campo magnético dirija a corrente elétrica das bobinas para dentro do cérebro do paciente.
Resposta: Alternativa c.
9. (UEM-PR) A Terra pode ser considerada um imenso ímã, mas os seus polos magnéticos não coincidem com a direção de seu eixo de rotação. Com base no exposto, e em conhecimentos correlatos, assinale o que for correto.
01 ) O polo sul magnético da Terra é próximo do polo sul geográfico, e não exatamente igual, visto que o eixo de rotação da Terra é inclinado.
02 ) A diferença entre o polo norte geográfico e o polo sul magnético é denominada "declinação magnética" e varia com a latitude do local.
04 ) A mineração intensa no planeta Terra é um sério problema ambiental, visto que causa constantes mudanças no magnetismo terrestre que, desse modo, não permanece estacionário.
08 ) Próximo ao polo sul magnético da Terra há um bioma onde os vegetais, constituídos basicamente por liquens e musgos, sofrem falta de água, apesar de estarem em solo encharcado, fenômeno conhecido como "seca fisiológica".
16 ) A Floresta temperada é o bioma mais próximo do norte magnético da Terra e possui muitas árvores decíduas ou caducifólias.
Resposta: Soma: 02 mais 0 8 é igual a 10
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10. (Unicamp-SP) A figura A apresenta um esquema simplificado de um refratômetro, destinado a determinar o índice de refração n subscrito 1 de um líquido. Nele, o líquido é iluminado por raios que o atravessam, atingindo, na parte superior, um vidro de índice de refração conhecido n subscrito 2 é igual a 1 vírgula 8. Quando o teta subscrito 1 é igual a 90 graus, temos o máximo valor para o ângulo de refração teta subscrito 2, que, nesse caso, é chamado de ângulo crítico, teta subscrito 'C' (ver figura B).


Dado: seno 56 graus é igual a 0 vírgula 8; cosseno 56 graus é igual a 0 vírgula 6; tangente 56 graus é igual a 1 vírgula 3.
Se o ângulo crítico medido foi teta subscrito C é igual a 56 graus, pode-se dizer que o índice de refração do líquido em questão é
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) n subscrito 1 é igual a 1 vírgula 44, e se trocarmos esse líquido por um de índice de refração maior, o ângulo crítico será maior que 56 graus.
b ) n subscrito 1 é igual a 1 vírgula 44, e se trocarmos esse líquido por um de índice de refração maior, o ângulo crítico será menor que 56 graus.
c ) n subscrito 1 é igual a 2 vírgula 25, e se trocarmos esse líquido por um de índice de refração maior, o ângulo crítico será maior que 56 graus.
d ) n subscrito 1 é igual a 2 vírgula 25, e se trocarmos esse líquido por um de índice de refração maior, o ângulo crítico será menor que 56 graus.
Resposta: Alternativa a.
11. (Unesp) Um semicilindro circular reto de raio R está imerso no ar e é atingido por um raio de luz monocromática que incide perpendicularmente no ponto A de uma de suas faces planas. Após atravessá-lo, esse raio emerge pelo ponto B contido na superfície circular do semicilindro. As figuras indicam as duas situações.

Considerando seno 37 graus é igual a 0 vírgula 6 e que o índice de refração absoluto do ar é n subscrito a r é igual a 1, o índice de refração absoluto do material de que o semicilindro é feito é
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 1,2.
b ) 1,4.
c ) 1,6.
d ) 1,8.
e ) 2,0.
Resposta: Alternativa a.
12. (UEL-PR) Durante a crise da Covid-19, muitas famílias se encontraram com dificuldade orçamentária. A família de Darci foi uma dessas. Ele está reformando um dos quartos e gostaria de instalar um espelho plano em uma parede perpendicular ao chão com a possibilidade de conseguir observar todo seu corpo ereto (da cabeça aos pés).
Supondo que Darci tem 165 centímetros de altura e a sua distância horizontal em relação ao espelho é de 40 centímetros, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a menor altura do espelho plano que deverá ser instalado.
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 80 vírgula 0 centímetros
b ) 82 vírgula 5 centímetros
c ) 85 vírgula 0 centímetros
d ) 87 vírgula 5 centímetros
e ) 90 vírgula 0 centímetros
Resposta: Alternativa b.