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UNIDADE 4
ENERGIA E SOCIEDADE
Lançado ao mar em 1954, o USS Nautilus (SSN-571) foi o primeiro submarino nuclear operacional do mundo. Esse tipo de embarcação é movido por energia gerada em reatores nucleares em seu interior. Diferentemente de submarinos movidos a combustível ou energia elétrica, a grande quantidade de energia nuclear gerada nos reatores permite que percorram grandes distâncias submersos. Isso possibilitou, por exemplo, que o SSN-571 fosse o primeiro a concluir o trânsito sob o Polo Norte, em 3 de agosto de 1958.
Após o Nautilus, diversos outros submarinos movidos a esse tipo de energia foram desenvolvidos. Apesar de seu elevado poder energético, a utilização de energia nuclear gera resíduos radioativos e, portanto, necessitam de destino e tratamento adequados, incluindo seu armazenamento em tanques e locais específicos até que a radiação emitida atinja níveis seguros.
Além da geração de energia, a radioatividade, inerente a alguns elementos químicos, tem diversas outras aplicações benéficas, mas, ao mesmo tempo, pode representar risco ao ambiente e aos seres vivos.
a ) A energia nuclear também é utilizada para a geração de energia elétrica. No entanto, os resíduos desse tipo de usina podem causar poluição do ambiente ou contaminação nos seres vivos. Em sua opinião, como é possível tornar a geração de energia elétrica menos prejudicial ao ambiente e à sociedade?
b ) A tripulação de submarinos nucleares é treinada para o caso de ocorrer um acidente na embarcação. Você já ouviu falar de algum acidente nuclear? Em caso afirmativo, relate aos colegas o que sabe sobre isso.
c ) Os estudos sobre a emissão e a absorção de energia pelos átomos resultaram na Física quântica. O que você sabe sobre essa área da Física? Converse com os colegas sobre o assunto.
Respostas nas Orientações para o professor.
Nesta unidade, vamos estudar...
- uso de energia elétrica;
- usinas elétricas;
- matriz elétrica brasileira;
- carga e força elétricas;
- campo e potencial elétricos;
- corrente elétrica;
- circuitos elétricos;
- resistência e potência elétrica;
- consumo de energia elétrica;
- geradores e transformadores elétricos;
- fissão e fusão nuclear;
- acidentes nucleares;
- teoria da relatividade restrita e geral;
- Física quântica.
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CAPÍTULO15
Energia elétrica e Sociedade
O uso da energia elétrica
Confira a tabela a seguir, que mostra o consumo de energia elétrica no Brasil, por região, incluindo residências, indústrias e comércios.
Região / Ano | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 |
---|---|---|---|---|---|
Norte |
33.088.608 |
34.719.971 |
36.514.556 |
38.056.526 |
41.079.507 |
Nordeste |
83.206.833 |
81.255.473 |
86.917.447 |
88.172.997 |
94.971.188 |
Sudeste |
238.451.059 |
233.031.882 |
246.566.450 |
247.910.900 |
255.255.037 |
Sul |
89.420.939 |
88.703.014 |
92.760.592 |
94.683.410 |
97.910.656 |
Centro-Oeste |
38.418.628 |
38.944.303 |
39.842.543 |
40.564.795 |
42.683.957 |
Total Brasil |
482.586.067 |
476.654.642 |
502.601.588 |
509.388.629 |
531.900.346 |
Fonte de pesquisa: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Consumo mensal de energia elétrica por classe (regiões e subsistemas). Disponível em: https://s.livro.pro/z7u3d2. Acesso em: 28 ago. 2024.
Na tabela anterior, notamos que o consumo total de energia elétrica no Brasil aumentou entre 2019 e 2023. Para que essa demanda seja suprida, o país constrói novas usinas elétricas e busca novas formas sustentáveis de gerar essa energia. Também é necessária a conscientização da sociedade, de modo a compreender a importância de haver controle no consumo energético, evitando desperdícios.
1. Cite motivos que podem estar associados ao aumento do consumo de energia elétrica no Brasil e no mundo.
Resposta pessoal. Possíveis respostas: Crescimento populacional, aumento do uso de aparelhos eletroeletrônicos, entre outros fatores.
2. Converse com um colega sobre quais impactos, positivos e negativos, esse aumento do consumo de energia elétrica pode causar à sociedade.
Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar como impactos positivos: inovação tecnológica, melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento econômico; e negativos: poluição, mudança climática e exploração descontrolada de recursos naturais.
O acesso à energia elétrica facilita diversas atividades do cotidiano, possibilitando a otimização do trabalho, a melhoria e o funcionamento de equipamentos em indústrias, hospitais e domicílios, entre outras atividades.
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Preste atenção ao seu redor e analise as atividades diárias tentando identificar quais delas demandam o consumo de energia elétrica.
a ) Junte-se a um colega e conversem sobre a maneira como utilizam a energia elétrica no cotidiano. Vocês se consideram consumidores conscientes de energia elétrica? Divulguem as conclusões para a turma e discutam o assunto.
Resposta pessoal. É importante que os estudantes percebam que a energia elétrica deve ser utilizada de maneira consciente, de modo a evitar os desperdícios.
Mesmo com os avanços no setor de geração e distribuição de energia elétrica e do papel fundamental que ela tem na vida das pessoas, atualmente muitas pessoas ainda não têm acesso a esse serviço. Por isso, é importante a aplicação de programas de inclusão social às redes de distribuição de energia elétrica, de modo a melhorar a qualidade de vida da população.
3. Que programas sociais relacionados à distribuição de energia elétrica são desenvolvidos em seu estado?
Resposta pessoal. É importante que os estudantes conheçam programas governamentais destinados a auxiliar as pessoas que necessitam de energia elétrica.
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Usinas elétricas
Leia o trecho de reportagem a seguir, sobre a crise de energia elétrica no país no início de 2021.
O Ministério de Minas e Energia informou que as instituições do setor energético trabalham para garantir que não haja novo risco de racionamento de energia no país, por conta da crise hidrológica enfrentada atualmente. [...]
PARA EVITAR novo racionamento de energia no país. O Dia, Rio de Janeiro, 14 jun. 2021. p. 10.
4. Na região onde você reside, já houve racionamento de energia elétrica ou desligamentos forçados (apagões)? Em caso positivo, cite quais foram os motivos que levaram a essa situação.
Resposta pessoal. Os estudantes podem citar que os apagões podem ser realizados para o racionamento de energia elétrica, por causa da baixa capacidade de geração de energia, causada por longos períodos de estiagem, entre outros fatores.
A crise de energia elétrica ocorreu pela associação de diferentes fatores, entre eles o aumento da demanda de energia, a falta de investimentos para ampliar a oferta de energia elétrica e longos períodos sem chuva. Com isso, a quantidade de recursos para gerar energia elétrica diminuiu e o total de energia gerada não foi suficiente para atender ao consumo residencial e industrial.
Situações como essa indicam a necessidade de se pensar em alternativas para aumentar a geração e manter o fornecimento de energia elétrica. No caso do Brasil, busca-se menos dependência das usinas hidrelétricas e diminuição do uso das termelétricas, visto que estas utilizam combustíveis fósseis.
A matriz energética de uma região, de um país ou do mundo representa o conjunto de fontes de energia disponíveis para abastecer diversas atividades sociais, como cozinhar, movimentar automóveis e máquinas industriais e gerar eletricidade. No gráfico a seguir, podemos notar que, atualmente, o Brasil tem matriz energética com aproximadamente 47% da energia proveniente de fontes renováveis, embora o consumo de energia das fontes não renováveis ainda seja maior.
Além disso, percebemos que boa parte da matriz energética depende do ciclo da água, por isso a falta de chuvas pode afetar a geração de energia elétrica no país.
Matriz energética do Brasil (2023)

Fonte de pesquisa: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. BEN Relatório Síntese 2024: ano base 2023. Disponível em: https://s.livro.pro/t9on0y. Acesso em: 29 ago. 2024.
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A matriz elétrica mundial é baseada, em sua maior parte, em combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão mineral; já o Brasil possui matriz elétrica com mais fontes renováveis.
a ) Junte-se a três colegas e pesquisem a composição da matriz elétrica da região ou do estado onde vocês moram. Em seguida, montem um gráfico de setores representando a porcentagem de cada fonte de energia. Discutam a respeito das condições ambientais que contribuem para a composição dessa matriz elétrica.
Resposta pessoal. Os estudantes devem conhecer a matriz elétrica de sua região ou estado e relacioná-la às características ambientais do local. Para isso, têm de compreender que a geração de energia elétrica varia de acordo com a demanda, a região e o seu desenvolvimento, além dos recursos naturais disponíveis. As condições geográficas do Brasil favorecem as usinas hidrelétricas, eólicas e solares.
O Brasil tem investido significativamente em energia eólica e solar, que vêm mostrando um rápido crescimento. A biomassa também desempenha um papel importante na matriz energética brasileira, destacando-se na produção de etanol utilizando cana-de-açúcar, além de usar outros resíduos orgânicos.
Apesar da grande variedade de matriz energética renovável, o país ainda utiliza fontes não renováveis, como o gás natural, o petróleo e o carvão mineral. A utilização dessas fontes se dá no complemento da oferta de energia e garante a estabilidade do fornecimento para a sociedade. Esses recursos não renováveis, apesar de contribuírem para a diversificação e a segurança energética, enfrentam desafios relacionados a impactos ambientais e sustentabilidade a longo prazo.
Matriz elétrica brasileira – Fontes renováveis e não renováveis

Fonte de pesquisa: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. BEN Relatório Síntese 2024: ano base 2023. p. 38. Disponível em: https://s.livro.pro/t9on0y. Acesso em: 3 set. 2024.
As usinas elétricas são instalações nas quais diferentes tipos de energia são transformados em energia mecânica e, depois, em energia elétrica nas turbinas e nos geradores, respectivamente.
Os geradores elétricos são compostos de um sistema de bobinas e ímãs. Quando ocorre um movimento relativo entre as partes, surge na bobina uma corrente elétrica, que é distribuída para as redes de transmissão.

Professor, professora: Diga aos estudantes que a corrente elétrica na bobina é gerada por meio de um fenômeno conhecido como indução eletromagnética, que será estudado mais detalhadamente. Ele ocorre toda vez que um ímã se desloca no interior de uma bobina.
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Nas usinas hidrelétricas, utiliza-se o movimento da água para girar a turbina ligada ao gerador. Para isso, é feita uma represa no curso de um rio, acumulando grande quantidade de água no reservatório. A energia potencial gravitacional da água no reservatório é transformada em cinética no duto. A água em movimento passa pela turbina ligada ao gerador, fazendo-a girar, transformando energia mecânica em elétrica.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Professor, professora: Comente com os estudantes que a energia cinética é a energia relacionada ao movimento dos corpos, enquanto a energia potencial gravitacional corresponde à energia armazenada em razão da posição dos corpos, em relação a um sistema de referência.
Como o principal recurso das usinas hidrelétricas é a água, a gestão correta e a disponibilidade desse recurso alteram o funcionamento dessas usinas. Entre as usinas hidrelétricas do país, a de maior destaque é a de Itaipu.
As usinas termelétricas são responsáveis por aproximadamente 18% da energia elétrica gerada no país. Elas utilizam a energia térmica da queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural, para aquecer a água nas caldeiras, transformando-a em vapor. O vapor de água é direcionado para as pás das turbinas ligadas ao gerador elétrico.

Uma alternativa de combustível para uma usina termelétrica é a biomassa, um recurso renovável, diminuindo assim seus impactos ambientais.
O processo utilizando biomassa inicia-se com a coleta e o preparo dos resíduos orgânicos, que podem incluir bagaço de cana-de-açúcar, madeira, resíduos agrícolas ou resíduos urbanos. Esse resíduo é então triturado e seco para que, em seguida, seja queimado em uma câmara de combustão. A queima da biomassa gera calor, que é utilizado para aquecer água e produzir vapor. Esse vapor é direcionado para uma turbina, que gira e aciona um gerador elétrico, para enfim obter energia elétrica.

Além da queima direta, algumas usinas de biomassa utilizam processos de digestão anaeróbica. Nesse processo, a biomassa é decomposta por microrganismos em um ambiente sem oxigênio abre parênteses O subscrito 2 fecha parênteses, produzindo biogás, composto principalmente de metano, que pode ser utilizado como combustível.
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As usinas nucleares, também chamadas termonucleares, funcionam de modo semelhante às termelétricas, mas utilizam como fonte de energia o urânio abre parênteses U fecha parênteses.
Essas usinas são conhecidas por sua capacidade de gerar grandes quantidades de energia com baixa emissão de gases, considerada limpa em termos de poluição do meio ambiente por emissão de gases relacionados ao efeito estufa, tornando-as uma opção atraente para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, esse tipo de usina opera de forma contínua e estável, pois não depende de fatores climáticos como a falta de chuvas ou a ausência de ventos, e pode complementar outras fontes de energia, como as renováveis.
No entanto, as usinas nucleares têm desvantagens significativas, como administrar os resíduos radioativos, que mesmo depois de muitos anos permanecem ativos, exigindo um armazenamento seguro. Além disso, há riscos de possíveis acidentes nucleares, como os de Chernobyl, na Ucrânia, e Fukushima, no Japão, o que gera graves consequências para o meio ambiente e para a saúde humana.
O Brasil tem duas usinas termonucleares em funcionamento − Angra I e Angra II − e uma em construção − Angra III. Juntas, elas contribuem com uma parte da matriz energética brasileira, considerada relativamente pequena em comparação com outras fontes de energia e com a de outros países, como a França, em que a energia nuclear corresponde a cerca de 70% de sua matriz energética.

O funcionamento de uma usina nuclear se dá a partir do uso de materiais radioativos, como urânio ou plutônio, no reator. Nesse local, o material radioativo passa pelo processo de fissão nuclear controlado, que consiste no bombardeamento desses elementos com nêutrons, dividindo-se em átomos menores e liberando uma enorme quantidade de energia na forma de calor, usado para aquecer água, produzindo vapor. Esse vapor é então direcionado para uma turbina, fazendo-a girar e acionar um gerador, resultando, enfim, na energia elétrica.
Confira a seguir a imagem que representa a estrutura e o funcionamento de uma usina nuclear.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

1. O líquido no circuito primário passa pelo núcleo do reator e se aquece pela energia liberada na fissão nuclear do urânio.
2. O líquido aquecido flui pelo circuito e aquece a água no circuito secundário, produzindo vapor.
3. O vapor é utilizado para movimentar a turbina do gerador e gerar energia elétrica.
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As usinas eólicas funcionam transformando energia cinética dos ventos em energia elétrica, no movimento das pás dos aerogeradores. Por isso, esse tipo de usina é construído em regiões específicas, onde há alto fluxo de ar, como em regiões litorâneas. O Brasil é o país que mais gera energia elétrica por usinas eólicas na América Latina, e a maioria das usinas do país está localizada na Região Nordeste.
O vento que atinge as pás do aerogerador faz que elas girem. Esse movimento é então transferido para o eixo, que está conectado a um gerador responsável por transformar a energia mecânica do movimento em energia elétrica.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

A energia elétrica obtida das usinas solares, assim como a energia eólica, é considerada uma energia do futuro, em razão da necessidade de fontes de energia limpa e renovável e dos avanços das tecnologias relacionadas ao melhor aproveitamento da energia solar e à produção de aerogeradores mais eficientes. O tipo de usina solar mais conhecido é o que usa painéis com células fotovoltaicas, que transformam diretamente a luz solar em energia elétrica.

Outro tipo de usina solar, chamada usina solar térmica, usa o calor proveniente do Sol para aquecer um líquido e produzir vapor de água para girar a turbina de um gerador elétrico. Embora o Sol seja a maior fonte de energia disponível para a humanidade, toda geração de energia elétrica nas usinas solares ainda representa muito pouco da matriz elétrica brasileira.
5. Em caso de falta de abastecimento elétrico, os chamados apagões, quais alternativas você sugeriria para suprir a falta de abastecimento?
Resposta pessoal. Possível resposta: Poderiam ser utilizados geradores elétricos a gasolina ou a diesel ou baterias, no caso, de sistemas fotovoltaicos.
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LIGADO NO TEMA
Energias renováveis e geração de energia elétrica
Analise a imagem a seguir.

A fotografia mostra não apenas a devastação natural, mas também impactos sociais e econômicos.
As águas invadiram casas e estabelecimentos comerciais, causando a perda imediata de bens materiais e, para muitos, o fim de meios de subsistência. Comunidades vulneráveis são frequentemente as mais afetadas, enfrentando não apenas a perda de suas moradias, mas também a interrupção de serviços essenciais, como saúde e educação.
As mudanças climáticas têm se tornado uma preocupação crescente em escala global. Essas mudanças, causadas pelo aumento das temperaturas médias do nosso planeta, têm como consequências eventos climáticos extremos mais frequentes, tais como os ocorridos no Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024. Eles causam grande destruição e diversas mortes, além do derretimento das calotas polares e elevação do nível dos oceanos.
É consenso na comunidade científica que essas mudanças climáticas são fortemente agravadas pela ação humana, principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento. A utilização de carvão, petróleo e gás natural como principais fontes de energia liberam grandes quantidades de dióxido de carbono abre parênteses C O subscrito 2 fecha parênteses e outros gases do efeito estufa na atmosfera. Essas emissões intensificam o efeito estufa natural, contribuindo significativamente para o aquecimento global. Uma parcela relevante do uso desses combustíveis fósseis destina-se à geração de energia elétrica, um dos pilares do desenvolvimento econômico e social contemporâneo. No entanto, essa dependência de fontes não renováveis de energia tem um custo ambiental elevado, o que torna imperativo buscar alternativas mais sustentáveis.
Em resposta a essa necessidade, a Agenda 2030 das Nações Unidas estabelece diversos objetivos sustentáveis, nos quais enfatiza a necessidade de aumentar a participação das energias renováveis na matriz energética global, melhorar a eficiência energética e promover o investimento em infraestrutura energética limpa, além de garantir a todos o acesso à energia a preços razoáveis e reconhecer a importância da energia no processo de desenvolvimento da nossa sociedade, ao mesmo tempo que enfatiza a necessidade de uma transição para fontes renováveis.
A energia solar, por exemplo, captada por meio de painéis fotovoltaicos, transforma a luz do sol diretamente em eletricidade. Esse método é especialmente promissor em razão da disponibilidade da luz solar. Já a energia eólica, gerada pelo movimento das turbinas acionadas pelo vento, tem experimentado uma rápida expansão e é uma das formas mais econômicas de energia renovável. A hidreletricidade utiliza a energia do fluxo de água para gerar eletricidade. Embora tradicional, continua a ser uma fonte de energia importante. Além dessas, a biomassa e a energia geotérmica também desempenham papéis cruciais, convertendo resíduos orgânicos e o calor da Terra em energia elétrica utilizável por nós.
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A transição para energias renováveis e acessíveis não é apenas uma questão ambiental, mas também de justiça social e econômica. O acesso a fontes de energia limpas e modernas pode melhorar significativamente a qualidade de vida, sobretudo em regiões menos desenvolvidas, onde a falta de eletricidade ainda é uma realidade. As energias renováveis podem proporcionar oportunidades de desenvolvimento sustentável, criando empregos, promovendo a inovação tecnológica e fortalecendo a resiliência das comunidades diante das mudanças climáticas.
Leia o trecho da notícia a seguir.
Fontes renováveis atingem 49,1% na matriz energética brasileira
Aumento da renovabilidade nos últimos anos evidencia ainda mais a liderança do Brasil nas ações que visam à transição energética por meio da inserção de novas fontes
Nos últimos dois anos, a participação das renováveis na Oferta Interna de Energia (OIE) brasileira aumentou para 49,1%, em 2023. Em 2021, o percentual de fontes renováveis na matriz energética brasileira era de 45%. [...]
O incremento das fontes renováveis nas últimas duas décadas evidencia a liderança que o Brasil vem apresentando nas ações que visam à transição energética, especialmente por meio da inserção e fortalecimento de novas fontes na matriz energética brasileira.
[...]
FONTES renováveis atingem 49,1% na matriz energética brasileira. Gov.br, 20 jun. 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/a4ta1u. Acesso em: 2 out. 2024.
O Brasil é um exemplo notável no uso de energias renováveis, com a maior parte de sua energia elétrica proveniente de fontes como hidreletricidade, eólica e biomassa. Essa matriz energética diversificada e sustentável coloca o país em uma posição de destaque em termos de energia limpa. No entanto, globalmente, as taxas de utilização de energias renováveis deixam a desejar. Muitos países ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis para gerar eletricidade, o que continua a ser uma grande fonte de emissões de CO subscrito 2 e outros poluentes.
Matriz energética mundial (2023)

Distribuição da matriz energética mundial em 2023.
Fonte de pesquisa: ENERGY INSTITUTE. Statistical Review of World Energy 2024. 73. ed. Disponível em: https://s.livro.pro/8roeg0. Acesso em: 3 out. 2024.
Portanto, a promoção das energias renováveis e a transição para uma matriz energética sustentável são essenciais para mitigar os impactos das alterações climáticas. Isso pode levar a um futuro em que a energia limpa e acessível esteja disponível para todos, contribuindo para um desenvolvimento global mais equilibrado e ecologicamente responsável. Assim, colaboração internacional, políticas públicas robustas e engajamento da sociedade civil são fundamentais para alcançar esse objetivo ambicioso e necessário.
a ) Como a transição para energias renováveis pode impactar a economia global a curto e longo prazo?
Resposta: Espera-se que os estudantes mencionem que a transição exige investimentos significativos em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, o que pode gerar um impacto econômico inicial elevado.
b ) De que maneira as políticas governamentais podem promover a utilização de fontes renováveis de energia?
Resposta: Espera-se que os estudantes citem que os governos podem incentivar a adoção do uso de energias renováveis por meio de medidas como oferecer subsídios e incentivos fiscais para empresas e indivíduos que investem em tecnologias limpas ou a regulamentação de metas obrigatórias para a participação de energias renováveis na matriz energética.
c ) Pesquise possíveis desvantagens das energias renováveis e cite maneiras de contorná-las.
Resposta pessoal. Os estudantes podem citar algumas fontes, como a solar e eólica, que dependem de condições climáticas. Uma possível solução seria desenvolver uma rede elétrica inteligente que possa equilibrar oferta e demanda ou então diversificar a matriz energética.
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ATIVIDADES
1. Um colega faz a você as seguintes afirmativas.
a ) Os dispositivos utilizados nas usinas elétricas e ligados às turbinas poderiam se chamar "transformadores de energia" em vez de "geradores".
b ) As energias da água, do vento e dos combustíveis fósseis, utilizadas nas usinas elétricas, têm como fonte primária o Sol.
Você julga essas afirmativas como verdadeiras ou falsas? Em ambos os casos, justifique sua resposta.
Respostas nas Orientações para o professor.
2. Na Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, foi implantado um sistema de painéis fotovoltaicos flutuante no reservatório da usina. A ideia é que a usina solar flutuante atue em conjunto com a usina hidrelétrica, evitando assim interrupções na geração de energia elétrica em virtude de fatores climáticos. Em relação a essa instalação e às usinas hidrelétricas, responda às perguntas a seguir. Se necessário, faça uma pesquisa.

a ) Apesar de as usinas hidrelétricas utilizarem grandes áreas alagadas, alterando o ambiente, elas são amplamente empregadas em diversos países. Quais são as principais vantagens das usinas hidrelétricas sobre os outros tipos de usina?
b ) Quais são os fatores climáticos que podem influenciar o funcionamento das usinas hidre- létricas e das solares fotovoltaicas?
Respostas nas Orientações para o professor.
3. No Brasil, 35,1% da energia é baseada no petróleo e seus derivados, o que leva o ser humano a sempre buscar novas fontes de energia. Discuta os motivos que levam à diminuição do consumo de energia proveniente do petróleo e novos investimentos em energias renováveis.
Resposta: O aumento da população e a melhor qualidade de vida gera um maior consumo de energia, sendo assim o consumo do petróleo é maior do que é gerado, além da grande poluição produzida pelo dióxido de carbono que fica armazenado nos oceanos e na atmosfera. Esses motivos levam o ser humano a buscar fontes de energias renováveis.
4. A ilustração a seguir mostra o diagrama de uma casa com painéis solares instalados e como eles estão conectados aos equipamentos eletrônicos e à rede elétrica externa.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Nesse sistema ilustrado, os painéis solares são utilizados para:
a ) Transformar energia luminosa em calor.
b ) Gerar eletricidade a partir de calor.
c ) Armazenar energia térmica.
d ) Converter energia solar em eletricidade.
e ) Produzir energia mecânica a partir da luz solar.
Resposta: Alternativa d.
5. Nos últimos anos, a busca por alternativas sustentáveis de transporte tem crescido significativamente. Os carros elétricos surgem como uma solução promissora para a redução de emissões de gases poluentes e diminuição da dependência de combustíveis fósseis. Esses veículos são movidos por motores elétricos alimentados por baterias recarregáveis. Além dos benefícios ambientais, a adoção em massa de carros elétricos traz desafios importantes para a infraestrutura de fornecimento de energia elétrica.
Explique como a adoção em massa de carros elétricos pode impactar a demanda por energia elétrica nas cidades.
Resposta: A adoção em massa de carros elétricos pode levar a um aumento significativo na demanda por energia elétrica, especialmente durante os horários de pico de recarga, como à noite, quando muitos proprietários conectam seus veículos para recarregar. Esse aumento na demanda pode sobrecarregar a infraestrutura elétrica.
6. A energia nuclear no Brasil comporta apenas 1,2% da energia total produzida no país, e globalmente ainda é foco de discussões políticas e ambientais, um ponto a favor é a quantidade de energia produzida, e seus contra-argumentos são que a energia nuclear é insustentável, perigosa e propicia o desenvolvimento de armas nucleares. Explique se os contra-argumentos apresentados acima são validos.
Respostas nas Orientações para o professor.
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7. Alguns geradores elétricos podem ser utilizados para gerar energia elétrica diretamente no local onde ela será utilizada, como em propriedades rurais. A seguir, estão listados os tipos de geradores que podem ser utilizados.
I ) Gerador hidráulico.
II ) Gerador a carvão.
III ) Gerador fotovoltaico.
IV ) Gerador a gasolina.
Os tipos de geradores que não emitem poluentes durante o processo de geração de energia são:
a ) I e IV.
b ) II e IV.
c ) II e III.
d ) I e III.
e ) III e IV.
Resposta: Alternativa d.
8. As usinas nucleares são frequentemente vistas como poluidoras por causa das grandes torres de resfriamento que emitem nuvens densas, como mostradas na imagem a seguir. No entanto, essa impressão pode ser enganosa. Pesquise o funcionamento de uma usina nuclear e explique por que essas emissões não representam poluição ambiental, detalhando os processos envolvidos na geração de energia nuclear e o papel das torres de resfriamento.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que as torres de resfriamento utilizam a evaporação da água para transferir o calor residual do processo de geração de energia para a atmosfera, reaproveitando parte da água. As nuvens observadas nessas torres são formadas pela condensação do vapor de água e não geram poluição no ar.
9. Usualmente, os locais onde a energia elétrica é produzida, como usinas hidrelétricas e termelétricas, estão distantes dos centros urbanos e fabris onde é utilizada. Para que essa energia possa ser utilizada, é necessário um sistema de infraestrutura que conecte esses pontos. Ele abrange desde linhas de transmissão até as conexões elétricas em residências e edifícios comerciais.
Cite outros dois exemplos de infraestrutura elétrica que fazem parte dessa transmissão.
Resposta pessoal. Podem ser citados postes de sustentação, torres de alta-tensão e cabos condutores que conectam postes, transformadores de energia e subestações de transmissão.
10. Segundo dados do Balanço Energético de Alagoas (Beal), os resultados indicam que o estado de Alagoas teve 87% de sua matriz energética em 2023 originada de fontes renováveis. Além disso, o mesmo relatório aponta que, no setor industrial alagoano, o consumo de energia tem como fonte majoritária o bagaço da cana, com 72,2%; em seguida, o gás natural, com 20,28%; a eletricidade, com 7,28%; a lenha, com 0,15%; e o óleo combustível, com 0,09% do total das fontes de energia para as indústrias.
Somando-se os valores referentes às fontes renováveis, verifica-se que 99,77% da energia utilizada pelo setor industrial de Alagoas vem desse tipo de fonte de energia.
Apesar de a maior parte da energia utilizada pelas indústrias em Alagoas serem consideradas de fontes de energia renovável, explique como elas podem contribuir para a poluição e o impacto ambiental negativo.
Resposta nas Orientações para o professor.
11. O hidrogênio abre parênteses H subscrito 2 fecha parênteses verde é emergente como uma solução crucial na busca por um futuro energético sustentável. Esse combustível limpo e versátil oferece uma alternativa promissora para a descarbonização de diversos setores, do transporte à indústria pesada. Ele é produzido utilizando fontes de energia renovável, como a energia solar, eólica ou hidrelétrica, para alimentar o processo de eletrólise da água.
A imagem a seguir mostra um esquema dos passos da produção do hidrogênio verde.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

a ) Identifique cada estrutura presente e explique suas funções no processo.
Resposta nas Orientações para o professor.
Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)
a ) Explique as funções de cada estrutura da usina (placas fotovoltaicas, turbinas eólicas, baterias, tanques de eletrólise e tanques de hidrogênio) no processo de produção do hidrogênio.
Resposta: Inicialmente, as placas solares e as torres de energia eólica captam a energia solar e a dos ventos, respectivamente, e as convertem em energia elétrica. Essa energia é armazenada em baterias, que alimentam o equipamento que realiza a hidrólise da água. Esse processo libera hidrogênio, que é armazenado em tanques. Estes, por sua vez, abastecem caminhões, que, por fim, distribuem o produto.
b ) Um dos motivos para a utilização do hidrogênio é o produto formado no processo de sua queima. Qual é esse produto? Ele justifica a classificação do hidrogênio como um combustível limpo?
Resposta: O produto da queima do hidrogênio é a água. Nos processos de obtenção e queima do hidrogênio não ocorre liberação de gases poluentes, por isso, pode ser classificado como combustível limpo.
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CAPÍTULO16
Transmissão de energia elétrica
Introdução à eletricidade
Confira as fotografias a seguir.


1. Quais são as propriedades que os materiais utilizados nos fios de alta-tensão devem ter para que ocorra a transmissão de energia elétrica da usina elétrica ao consumidor?
Resposta: Os materiais devem ser condutores e dúcteis, além de moldados na forma de fios.
Os sistemas de geração e transmissão de energia elétrica conectam as usinas geradoras aos consumidores residenciais, comerciais e industriais, formando grandes circuitos elétricos.
A forma mais simples de um circuito elétrico é constituída de um gerador ligado a um receptor. No caso, trata-se de um equipamento elétrico que utiliza energia elétrica para funcionar, por meio de fios, como mostrado na fotografia.

Para que os equipamentos funcionem corretamente, os fios devem ser feitos de materiais que apresentem ductilidade e condutibilidade. Isso porque, assim, podem ser moldados em fios, mantendo certa resistência e permitindo a movimentação de cargas elétricas.
O comportamento dos condutores e dos isolantes está relacionado à sua estrutura atômica e às suas propriedades. Os átomos são formados de três partículas: os prótons, que apresentam carga elétrica positiva; os nêutrons, com carga neutra; e os elétrons, que têm carga elétrica negativa. Tanto os prótons quanto os nêutrons se localizam em uma região mais interna do átomo, chamada núcleo. Já os elétrons ficam em uma região do átomo chamada eletrosfera.
Quando átomos de materiais condutores, como o cobre abre parênteses C u fecha parênteses, o ouro abre parênteses A u fecha parênteses e a prata abre parênteses A g fecha parênteses, unem-se para formar um sólido, os elétrons mais afastados do núcleo ficam livres para se mover ao longo do material, como mostrado em A. Esses são os chamados elétrons livres (ou de condução), que compõem a corrente elétrica.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.
A.

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Isso ocorre devido ao fato de que os metais são formados a partir da ligação metálica. Nesse caso, os átomos de metal liberam alguns de seus elétrons mais externos, formando uma "nuvem" de elétrons livres que se deslocam por meio de uma rede de íons metálicos positivos. Esses elétrons são os responsáveis pelas características de condutores de energia, brilho metálico e ductibilidade.
Nos materiais isolantes, a quantidade de elétrons livres é pequena ou nula, como mostrado em B.
B.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.
Os fios condutores que utilizamos no cotidiano têm uma capa isolante para evitar acidentes e choques elétricos. Apesar de a energia elétrica ser fundamental para nossa vida, precisamos utilizá-la com os devidos cuidados.
Alguns materiais, em determinadas situações, comportam-se como isolante; já em outras, como condutor. Esses materiais são classificados como semicondutores.
Os semicondutores são os responsáveis pela revolução nos equipamentos eletrônicos, em virtude da possibilidade da construção de novos componentes eletrônicos e microchips para computadores, por exemplo. O elemento químico silício abre parênteses S i fecha parênteses é um dos semicondutores mais conhecidos, mas geralmente não é utilizado puro. A fim de controlar a condutividade do material, são adicionados a ele outros elementos químicos, que chamamos de impurezas. Dessa forma, com variações de temperatura ou pouca energia, são liberados elétrons no material.

Outros materiais podem se comportar como condutores perfeitos. Essa propriedade foi percebida pelo físico holandês Heike Kamerlingh Onnes (1853-1926) no ano de 1911, em um experimento com mercúrio abre parênteses H g fecha parênteses a uma temperatura de 4 Kelvin abre parênteses menos 269 graus Celsius fecha parênteses. Os materiais que apresentam essa propriedade são chamados de supercondutores. A maior limitação para o uso desses materiais é que a supercondutividade ocorre geralmente em temperaturas abaixo de 90 Kelvin abre parênteses menos 183 graus Celsius fecha parênteses.
Os supercondutores são utilizados em equipamentos de ressonância magnética para criar campos magnéticos intensos, o que forma as imagens dos tecidos internos do corpo humano. Além disso, esse tipo de material é aplicado em aceleradores de partículas, como o LHC (large hadron collider), para manter as partículas em trajetórias circulares.
Um dos efeitos da supercondutividade é a levitação magnética, na qual a interação entre ímãs permanentes e ímãs supercondutores é capaz de sustentar corpos, opondo-se à força gravitacional que atua sobre o corpo, conforme mostrado na fotografia. Para isso, é necessário o resfriamento do material até que ele se torne supercondutor. Esse fenômeno já é utilizado nos trens de levitação magnética, os maglevs (sigla em inglês para magnetic levitation), que podem viajar com velocidade acima de 400 quilômetros por hora.

Por meio das pesquisas com a supercondutividade, serão possíveis novas aplicações tecnológicas e a redução do desperdício de energia.
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Carga e força elétricas
A eletricidade está relacionada a diversos fenômenos que podemos observar no cotidiano, como as descargas elétricas atmosféricas, de raios e relâmpagos.

2. Você já ouviu pequenos estalos ao retirar uma roupa de tecido sintético ou de lã? Já sentiu pequenos choques ao tocar em uma maçaneta de metal ou em outra pessoa? Você sabe por que essas situações ocorrem?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que os estalos e os choques estão relacionados às cargas elétricas que estavam acumuladas e, depois, foram transferidas.
Os fenômenos elétricos estão relacionados à estrutura da matéria, ou seja, à estrutura atômica. O átomo tem um núcleo, no qual se encontram os prótons e os nêutrons, e seus elétrons se localizam na eletrosfera.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Em geral, os corpos na natureza são eletricamente neutros. Isso significa que eles são compostos de átomos que têm o mesmo número de elétrons (cargas elétricas negativas) e de prótons (cargas elétricas positivas), de modo que a carga elétrica total do átomo seja zero.
Entretanto, com a aplicação de energia, é possível tanto retirar elétrons dos átomos de um corpo quanto adicioná-los a ele. Isso pode ser percebido quando uma pessoa passa um pente de plástico no cabelo e os fios ficam eriçados, ocorrendo um processo de eletrização.
Quando esses processos ocorrem entre dois ou mais corpos, os elétrons transferem-se de um corpo para o outro. No caso, obedecem ao princípio de conservação das cargas, de modo que os corpos podem ficar eletricamente negativos ou eletricamente positivos. Confira a seguir.
- Corpo eletricamente negativo: a quantidade de elétrons é maior do que a de prótons (o corpo recebeu elétrons).
- Corpo eletricamente positivo: a quantidade de prótons é maior do que a de elétrons (o corpo cedeu elétrons).
A carga elétrica de um corpo, nas unidades do SI, é dada em coulombs abre parênteses C fecha parênteses e é proporcional ao número de elétrons em excesso ou em falta. O valor da carga elétrica abre parênteses Q fecha parênteses é dado pela seguinte relação:
Q é igual a n vezes e
em que:
- n é o número de cargas em excesso;
- e é a carga elementar, com e é igual a mais ou menos 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19 C.
Utiliza-se o sinal positivo para excesso de prótons, e o sinal negativo é utilizado para o excesso de elétrons.
Depois de passar um pente de plástico nos cabelos, ele pode ser utilizado para atrair pedaços de papel ou mexer as lâminas ou as folhas de um eletroscópio, por exemplo.
Aproximando do eletroscópio corpos eletricamente carregados, suas folhas se abrem, graças à interação elétrica. Contudo, se o corpo estiver neutro, nada acontecerá.

Imagem elaborada com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 427.
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PRÁTICA CIENTÍFICA
Eletroscópio de folhas
Por dentro do contexto
O eletroscópio é um dispositivo utilizado para detectar a presença de cargas elétricas, sendo uma ferramenta importante no estudo da eletricidade estática. Ele auxilia a visualização de conceitos fundamentais sobre cargas, como atração e repulsão, e a compreensão de como os objetos podem ser eletricamente carregados.
Materiais
- pote de maionese limpo e seco
- fio de cobre (aproximadamente 15 centímetros de comprimento)
- papel-alumínio
- tesoura com pontas arredondadas
- estilete
- pano de lã
- bastão de vidro
- papel sulfite
- canudo plástico
Como proceder
A. Faça um pequeno furo no centro da tampa do pote utilizando o estilete. O diâmetro do furo deve ser suficiente para passar o fio de cobre.
Cuidado
Somente um adulto deve manipular o estilete. Peça a ele que realize a etapa A.
B. Em seguida, retire a capa plástica de aproximadamente 2 centímetros de cada uma das extremidades do fio de cobre.
Insira o fio de cobre pelo furo na tampa do pote, ajustando-o para que fique bem fixo no furo e dobre a extremidade do fio que ficará dentro do pote, fazendo uma espécie de gancho.
C. Faça uma esfera amassando o papel-alumínio e coloque-a na extremidade do fio de cobre que ficará para fora do pote.
D. Para as folhas do eletroscópio, recorte duas tiras de papel-alumínio com aproximadamente 3 centímetros de comprimento e 1 centímetro de largura. Em seguida, faça um pequeno furo em uma das extremidades de cada folha e as pendure na extremidade do fio que foi dobrado em formato de gancho, de modo que possam se mover livremente. Tampe o pote.
E. Esfregue um bastão de vidro com um pano de lã para eletrizá-lo e o aproxime da esfera de alumínio do eletroscópio. Repita o processo utilizando um canudo plástico atritato com o papel sulfite.
F. Repita o processo anterior, mas, agora, toque o bastão na esfera do eletroscópio.

Análise e divulgação
1. Ao aproximar o bastão de vidro carregado do eletroscópio, o que acontece com as folhas metálicas? O que isso indica sobre o tipo de carga presente no bastão e no eletroscópio?
Resposta: Ao aproximar o bastão de vidro carregado do eletroscópio, as folhas metálicas se afastam (se abrem). Nesse caso, as cargas do bastão e das folhas do eletroscópio têm sinais opostos, pois está ocorrendo eletrização das folhas por indução.
2. Após tocar o bastão eletrizado na esfera do eletroscópio, as folhas metálicas permaneceram afastadas. O que esse comportamento revela sobre a transferência de cargas entre o bastão e o eletroscópio?
Resposta: Ao tocar o bastão no eletroscópio, há uma transferência de cargas para o eletroscópio e eles ficam com cargas de mesmo sinal.
3. Compare os resultados obtidos ao aproximar o bastão de vidro eletrizado e o bastão de plástico eletrizado do eletroscópio. Como as folhas reagem a cada um dos bastões e o que isso indica sobre a natureza das cargas presentes em cada material?
Resposta: Os estudantes podem citar que as folhas do eletroscópio reagem da mesma maneira, afastando-se ao aproximarmos o bastão de vidro ou o bastão de plástico do eletroscópio. No entanto, o bastão de vidro adquire carga positiva quando atritado com a lã, e o plástico, carga negativa.
4. Explique por que as folhas metálicas do eletroscópio se afastam quando ele está carregado. Qual é o papel da repulsão eletrostática no movimento das folhas?
Resposta: Espera-se que os estudantes expliquem que, quando o eletroscópio fica carregado, suas folhas ficam com cargas de mesmo sinal. Dessa forma, em virtude da interação elétrica entre as cargas elétricas, as folhas se repelem.
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Há três processos de eletrização: por atrito, por contato ou por indução.
A eletrização por atrito ocorre quando dois corpos de materiais diferentes são atritados, havendo transferência de elétrons de um corpo para o outro. Portanto, os corpos eletrizam-se com cargas de sinais opostos.
Na fotografia a seguir, o atrito da roupa do garoto com o escorregador fez que eles ficassem eletrizados. No garoto, percebemos isso pelo eriçamento de seus cabelos.

A eletrização por atrito ocorre porque alguns materiais tendem a doar elétrons ao serem atritados, enquanto outros tendem a recebê-los. Por meio de experimentos, os materiais foram organizados em uma sequência chamada série triboelétrica, mostrado na tabela. Nela, os materiais que aparecem mais acima têm maior tendência a doar elétrons (ficando eletricamente positivos) e os que aparecem mais abaixo, a receber elétrons (ficando eletricamente negativos).

Fonte de pesquisa: TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: eletricidade e magnetismo, óptica. Tradução: Naira Maria Balzaretti. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v 2. p. 3.
Na situação apresentada na imagem, se a roupa do garoto for feita de algodão e o escorregador for feito de polietileno, a roupa fica eletrizada positivamente e o escorregador, negativamente.
Dica
Uma maneira de observar o efeito da eletrização por atrito é atritar um canudo plástico com um pedaço de papel e colocar o canudo próximo a um eletroscópio.
Professor, professora: Após a construção do eletroscópio, realize a atividade com os estudantes.
Assim, caso o garoto toque em alguém, eles podem experimentar um pequeno choque elétrico. Essa transferência de cargas por meio do contato entre os corpos é chamada de eletrização por contato.
Nesse tipo de eletrização, pelo menos um dos corpos deve estar inicialmente eletrizado. No caso, ela ocorre tanto nos condutores quanto nos isolantes. A diferença é que, se os corpos colocados em contato forem condutores, as cargas elétricas se redistribuirão pela superfície dos corpos, se forem isolantes, não.
Caso o contato entre os corpos seja feito sem que haja condução elétrica para os outros corpos do ambiente, ou seja, de maneira isolada, a carga em excesso se mantém, conforme o princípio da conservação das cargas. Isto é, a carga inicial é igual à carga final abre parênteses Q subscrito 0 é igual a Q fecha parênteses.
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Além disso, se os corpos forem idênticos e feitos do mesmo material, a carga elétrica é dividida igualmente entre ambos. Confira a seguir a representação da eletrização por contato de dois corpos idênticos e de mesmo material. O corpo A está eletrizado com carga positiva; o corpo B, com carga negativa.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.



Ao final, vemos que os corpos ficam eletrizados com cargas de mesmo sinal. Se os corpos tiverem cargas de mesmo valor, mas com sinais opostos, ficarão, ao final da eletrização por contato, com carga neutra.
A eletrização por indução não necessita de contato e ocorre quando aproximamos um objeto eletricamente carregado (indutor) a um corpo neutro ou também carregado (induzido). Como as cargas elétricas interagem entre si, o indutor provoca uma separação de cargas no induzido, que pode ser apenas temporária. Para que o induzido fique eletrizado, é necessário conectá-lo a um terceiro corpo, que pode receber ou ceder elétrons, processo chamado aterramento. Ele recebe esse nome porque, geralmente, o corpo utilizado para escoar excessos de cargas elétricas é o planeta Terra. Confira a seguir a representação da eletrização por indução com um indutor negativo.
A. Coloca-se um corpo condutor eletricamente neutro sobre um suporte isolante.
B. Em seguida, um corpo eletricamente negativo é colocado próximo ao corpo neutro e gera a separação de cargas na esfera.
C. A ligação do aterramento permite que os elétrons entrem ou saiam do condutor.
D. Com o aterramento retirado e o indutor afastado, a esfera fica eletrizada positivamente.
Dica
Se o indutor estivesse eletrizado positivamente, o induzido teria carga final com sinal oposto (negativo).
A.

B.

C.

D.

Representação do processo de eletrização por indução em quatro etapas (A, B, C e D).
Imagens elaboradas com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 414.
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Como mostrado na descrição da eletrização por indução, as cargas elétricas interagem entre si, atraindo-se ou repelindo-se. A intensidade da força elétrica que atua entre os corpos é diretamente proporcional ao produto do valor das cargas dos corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa.
Essa relação ficou conhecida como lei de Coulomb, pois foi apresentada pelo cientista francês Charles Augustin de Coulomb (1736-1806), que fez diversos experimentos referentes às interações elétricas com o auxílio de uma balança de torção. Esse equipamento permitia medir a força de atração ou de repulsão entre duas esferas eletricamente carregadas.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

A lei de Coulomb pode ser representada matematicamente da seguinte forma:
'F' subscrito E é igual a início de fração, numerador: k vezes símbolo de uma barra vertical Q maiúsculo símbolo de uma barra vertical vezes símbolo de uma barra vertical q minúsculo símbolo de uma barra vertical, denominador: d elevado ao quadrado, fim de fração
em que:
- 'F' subscrito E é a força elétrica entre as cargas;
- símbolo de uma barra vertical Q maiúsculo símbolo de uma barra vertical e símbolo de uma barra vertical q minúsculo símbolo de uma barra vertical são os módulos das cargas elétricas envolvidas;
- d é a distância entre elas.
A força elétrica é uma grandeza vetorial, mas a lei de Coulomb apresentada é usada apenas para determinar sua intensidade. Assim, o módulo das cargas foi utilizado porque a interação elétrica pode ser de atração ou de repulsão.
Cargas de sinais opostos se atraem.

Cargas de mesmo sinal se repelem.


Imagens elaboradas com base em: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: eletromagnetismo. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 3. p. 5.
A constante de proporcionalidade k é chamada de constante eletrostática, sendo característica do meio no qual as cargas se encontram. Para o vácuo, a constante eletrostática é representada por k subscrito 0, e vale:
k subscrito 0 é igual a 9 vezes 10 elevado a 9 N vezes m elevado ao quadrado barra C elevado ao quadrado
ATIVIDADES RESOLVIDAS
R1. Qual é o valor da força elétrica entre um próton e um elétron que estão separados por uma distância d é igual a 5 vírgula 3 vezes 10 elevado a menos 13 metros em um átomo de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses?
Resolução
Como as cargas do próton e do elétron apresentam o mesmo módulo, temos símbolo de uma barra vertical Q maiúsculo símbolo de uma barra vertical é igual a símbolo de uma barra vertical q minúsculo símbolo de uma barra vertical é igual a 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19 C, portanto a força elétrica vale:
'F' subscrito E é igual a início de fração, numerador: k vezes símbolo de uma barra vertical Q maiúsculo símbolo de uma barra vertical vezes símbolo de uma barra vertical q minúsculo símbolo de uma barra vertical, denominador: d elevado ao quadrado, fim de fração implica em 'F' subscrito E é igual a início de fração, numerador: 9 vezes 10 elevado a 9 vezes 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19 vezes 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19, denominador: abre parênteses 5 vírgula 3 vezes 10 elevado a menos 13 fecha parênteses elevado ao quadrado, fim de fração é igual a início de fração, numerador: 23 vírgula 0 4 vezes 10 elevado a menos 29, denominador: 28 vírgula 0 9 vezes 10 elevado a menos 26, fim de fração portanto 'F' subscrito E é aproximadamente igual a 8 vírgula 2 vezes 10 elevado a menos 4 N
Como as cargas têm sinais opostos, então a força é atrativa.
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Campo e potencial elétricos
Os experimentos de Coulomb demonstram uma propriedade interessante das interações elétricas, isso porque elas ocorrem a distância, assim como a interação gravitacional. Para explicar essas interações a distância, utilizamos os conceitos de campo e potencial.
A região em torno de uma carga elétrica na qual podem surgir interações elétricas é denominada campo elétrico. Para verificar a existência do campo elétrico em torno de uma carga pontual Q, podemos utilizar cargas de prova próximos a ela. Na imagem a seguir, nota-se que surge uma força de repulsão na carga de prova q subscrito 1 e uma força de atração na carga de prova q subscrito 2, por conta da influência do campo elétrico da carga Q.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Imagem elaborada com base em: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: eletromagnetismo. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 3. p. 10.
O campo elétrico, representado por expressão com detalhe acima, início da expressão, E, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima, é uma grandeza vetorial, portanto tem módulo, direção e sentido. Pela interação entre a carga Q e uma carga de prova, o campo elétrico pode ser calculado pela seguinte relação:
expressão com detalhe acima, início da expressão, E, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima é igual a início de fração, numerador: expressão com detalhe acima, início da expressão, 'F', fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima subscrito E, denominador: q, fim de fração
em que:
- expressão com detalhe acima, início da expressão, 'F', fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima subscrito E é a força elétrica em newton N;
- q é o valor da carga de prova em coulomb abre parênteses C fecha parênteses;
- expressão com detalhe acima, início da expressão, E, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima é o campo elétrico expresso em newton por coulomb abre parênteses N barra C fecha parênteses.
Dica
As cargas de prova devem ter módulos muito menores do que os da carga Q para que o campo elétrico da carga de prova não atrapalhe a medição.
O vetor campo elétrico expressão com detalhe acima, início da expressão, E, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima, gerado por uma carga pontual Q, tem direção da reta que passa pelo ponto e pela carga, ou seja, direção radial à carga. Se a carga que gera o campo elétrico for positiva, o campo elétrico é orientado no sentido contrário à carga. No entanto, se a carga que gera o campo for negativa, o campo elétrico é orientado no sentido da carga.
Aplicando a lei de Coulomb na relação do campo elétrico, podemos obter a intensidade do campo elétrico produzido pela carga pontual Q a uma distância d sem necessitar da carga de prova, como mostrado a seguir.
E é igual a início de fração, numerador: 'F' subscrito E, denominador: símbolo de uma barra vertical q símbolo de uma barra vertical, fim de fração implica em E é igual a início de fração, numerador: início de fração, numerador: k vezes símbolo de uma barra vertical Q símbolo de uma barra vertical vezes símbolo de uma barra vertical q símbolo de uma barra vertical, denominador: d elevado ao quadrado, fim de fração, denominador: símbolo de uma barra vertical q símbolo de uma barra vertical, fim de fração portanto E é igual a início de fração, numerador: k vezes símbolo de uma barra vertical Q símbolo de uma barra vertical, denominador: d elevado ao quadrado, fim de fração

Imagem elaborada com base em: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: eletromagnetismo. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 3. p. 28.
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O campo elétrico pode ser representado geometricamente utilizando-se as linhas de campo elétrico. Para cargas pontuais, as linhas de campo têm direção radial à carga e sentido orientado saindo das cargas positivas e chegando às cargas negativas. Uma carga elétrica positiva inserida nas proximidades sofrerá uma força na mesma direção do campo, e uma carga negativa sofrerá uma força no sentido oposto.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.


Imagens elaboradas com base em: TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros: eletricidade e magnetismo. Tradução: Naira Maria Balzaretti. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v.2. p. 17-19.
Ao aproximar duas cargas pontuais, as linhas de campo interagem, ocorrendo o fenômeno da atração ou da repulsão eletrostática. Para duas cargas pontuais de mesma intensidade e sinais opostos, as linhas de campo têm origem na carga positiva e terminam na carga negativa. Para duas cargas pontuais com a mesma intensidade e sinais iguais, as linhas se deformam de modo que, entre as cargas, há uma região de campo elétrico nulo.


Imagens elaboradas com base em: TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros: eletricidade e magnetismo. Tradução: Naira Maria Balzaretti. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v.2. p. 17-19.
Como vimos anteriormente, uma carga elétrica pode exercer forças elétricas sobre outras cargas elétricas nas proximidades. Se essas cargas estiverem livres para se movimentar, a força elétrica causa uma aceleração e, consequentemente, um deslocamento. Nesse caso, a força elétrica está realizando um trabalho que pode ser calculado pela seguinte relação:
tau é igual a 'F' vezes delta 's'
O trabalho de uma força também pode ser representado pela variação da energia do corpo abre parênteses tau é igual a delta E fecha parênteses, no caso de cargas elétricas em campos elétricos, a energia que está em transformação é a energia potencial elétrica abre parênteses E subscrito P E fecha parênteses. Portanto, para mover uma carga q ao longo de uma linha de força de um campo elétrico entre dois pontos, A e B, é necessário que a força elétrica realize trabalho, que vale:
tau início subscrito, F subscrito E, fim subscrito é igual a E início subscrito, P E subscrito A, fim subscrito menos E início subscrito, P E subscrito B, fim subscrito
A energia potencial elétrica de uma carga q a uma distância d de outra carga Q pode ser calculada da seguinte forma:
E subscrito PE é igual a início de fração, numerador: k vezes Q vezes q, denominador: d, fim de fração
em que:
- E subscrito P E é a energia potencial elétrica em joules abre parênteses J fecha parênteses;
- Q é a carga fixa;
- q é a carga de prova e d é a distância entre elas.
3. Cite outro campo em que podemos perceber a atuação de forças e no qual pode ser armazenada energia potencial.
Resposta pessoal. Os estudantes podem citar que, em um causa gravitacional, surgem forças gravitacionais por causa da massa dos corpos, de maneira semelhante ao que ocorre no campo elétrico com as cargas elétricas. A energia armazenada no campo gravitacional é a energia potencial gravitacional.
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Podemos utilizar a energia potencial elétrica para uma configuração de cargas elétricas, porém é mais conveniente trabalhar com a grandeza chamada potencial elétrico abre parênteses V fecha parênteses, que corresponde à energia potencial elétrica por quantidade de carga. Desse modo, cada ponto no espaço tem um valor de potencial elétrico correspondente que é dado pela expressão:
V é igual a início de fração, numerador: k vezes Q, denominador: d, fim de fração
em que:
- Q é a carga fixa em coulomb abre parênteses C fecha parênteses;
- d é a distância em metro metro;
- k é a constante eletrostática do meio em N vezes m elevado ao quadrado barra C elevado ao quadrado;
- V é o potencial elétrico em joule por coulomb abre parênteses J barra C fecha parênteses.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Imagem elaborada com base em: TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros: eletricidade e magnetismo. Tradução: Naira Maria Balzaretti. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v.2. p. 24.
Os pontos de mesmo potencial em torno de cargas elétricas podem formar as chamadas superfícies equipotenciais. Mover partículas sobre essas superfícies não exige a realização de trabalho nem consome energia elétrica, pois são sempre perpendiculares às linhas de campo elétrico. A seguir, são apresentadas superfícies equipotenciais em diferentes situações.



Imagens elaboradas com base em: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: eletromagnetismo. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 3. p. 84.
Perceba que o potencial pode assumir valores positivos ou negativos. A distâncias muito grandes da carga, o potencial para cargas positivas ou negativas é nulo. Além disso, as cargas de prova positivas se movem do maior para o menor potencial e as cargas negativas se movem do menor para o maior potencial.

Imagem elaborada com base em: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: eletromagnetismo. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 3. p. 142.
Nesse deslocamento, a força elétrica realiza trabalho, levando a carga de um potencial V subscrito A até um potencial V subscrito B, de modo que:
tau início subscrito, F subscrito E, fim subscrito é igual a q vezes abre parênteses V subscrito A menos V subscrito B fecha parênteses implica em tau início subscrito, F subscrito E, fim subscrito é igual a q vezes U portanto U é igual a início de fração, numerador: tau início subscrito, F subscrito E, fim subscrito, denominador: q, fim de fração
em que: U é a diferença de potencial abre parênteses d d p fecha parênteses entre os pontos A e B abre parênteses U é igual a V subscrito A menos V subscrito B fecha parênteses, que também é chamada de tensão elétrica, medida em volt abre parênteses V fecha parênteses.
Com isso, podemos concluir que, para movimentar uma carga entre dois pontos, é necessária uma d d p ou tensão. Pilhas e baterias comuns fornecem ddp de 1 vírgula 5 V e 9 Volts, respectivamente, e provocam o movimento de cargas em circuitos elétricos.
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4. Cite duas situações de seu cotidiano em que você identifica valores relacionados à d d p.
Resposta pessoal. O objetivo da questão é levar os estudantes a relacionar ao conteúdo abordado os valores de ddp de tomadas, fontes de equipamentos eletrônicos, brinquedos a pilha, equipamentos a bateria, entre outros.
Os valores que encontramos em nossas tomadas, 127 Volts e/ou 220 volts, são valores de d d p (ou tensão) que utilizamos para ligar equipamentos elétricos.
Dica
No Brasil, a tensão de 110 volts deixou de ser utilizada.
Esses valores vêm da diferença de potencial entre os fios que chegam às casas. Os fios utilizados no fornecimento de energia elétrica são chamados de fase (fio eletrizado) e neutro.
Geralmente, a ligação entre um fio fase e um neutro fornece uma d d p de 127 Volts; já a ligação entre dois fios fases fornece d d p de 220 volts. A terceira conexão nos plugues das tomadas (pino central) é o aterramento, uma medida de segurança que ajuda a proteger os equipamentos elétricos contra sobrecargas.
Compartilhe ideias
Apesar de ser um importante sistema de segurança, muitas pessoas, erroneamente, retiram a conexão do aterramento dos plugues ou montam instalações elétricas sem o aterramento.
a ) Pesquise as funções do aterramento e como ele funciona. Em seguida, divulgue para a comunidade escolar as informações obtidas de modo a expor os cuidados que devemos ter com instalações elétricas.
Resposta pessoal. Os estudantes devem citar que o aterramento ajuda a escoar cargas quando há sobrecargas no sistema de transmissão de energia elétrica. Além disso, descarregar cargas estáticas acumuladas na carcaça de máquinas e veículos proporciona, em conjunto com os para-raios, um caminho de escoamento para descargas atmosféricas (raios).
Outra aplicação dos conceitos de carga, campo elétrico e d d p é o capacitor. Esse componente é utilizado nos circuitos elétricos para armazenar carga elétrica. Ele é constituído de um par de condutores, chamados armaduras, separados por certa distância. Entre as armaduras, adiciona-se um material isolante (dielétrico), como ar, papel, óleo mineral e cerâmicas. As armaduras podem ser esféricas, cilíndricas ou placas paralelas.

Em um capacitor de placas paralelas, conectando uma delas a um potencial positivo e a outra a um potencial negativo, acumulam-se cargas elétricas correspondentes aos potenciais nas placas, de modo que a intensidade de cargas Q em ambas as placas é igual. Por conta das cargas, surge um campo elétrico entre as placas.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

A característica principal do capacitor é sua capacitância, que está relacionada à quantidade de carga acumulada por ele quando submetido a certa diferença de potencial:
'C' é igual a Q sobre U
em que:
- Q é a carga elétrica em coulomb abre parênteses C fecha parênteses ponto-e-vírgula
- U é d d p em volt abre parênteses V fecha parênteses;
- 'C' é a capacitância do capacitor em faraday abre parênteses F fecha parênteses, que corresponde ao coulomb por volt abre parênteses C barra V fecha parênteses.
É importante haver um espaçamento entre as placas dos capacitores porque os materiais isolantes podem se tornar condutores caso sua rigidez dielétrica seja quebrada.
A fotografia mostra a quebra da rigidez elétrica do ar por altas voltagens. No caso de um capacitor, se aplicássemos uma tensão muito elevada, poderíamos estabelecer um arco de corrente entre as placas.

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ATIVIDADES
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1. Os fenômenos elétricos fazem parte de nosso cotidiano. Considerando o que você aprendeu a respeito do assunto, analise as afirmativas a seguir corrigindo as falsas.
a ) Os átomos são compostos de partículas que têm cargas elétricas positivas e negativas.
b ) Um corpo que tem cargas elétricas estará eletricamente carregado.
c ) Na eletrização por atrito, os corpos adquirem cargas de sinais opostos.
d ) Um corpo eletricamente carregado com cargas positivas, ao tocar em um corpo neutro, doa-lhe prótons.
e ) Um corpo neutro também pode ser atraído por corpos eletricamente carregados.
Resposta: a) Falsa. Têm nêutrons também. b) Falsa. Estar eletricamente carregado significa ter quantidades diferentes de elétrons e prótons. c) Verdadeira. d) Falsa. O corpo positivo recebe elétrons do neutro. e) Verdadeira.
2. Explique com suas palavras como é possível eletrizar um corpo com a ajuda de outro já carregado, mas com uma carga de sinal oposto.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam o processo de eletrização por indução.
3. Por que no processo de eletrização de um corpo é mais fácil perder elétrons do que prótons?
Resposta: Por conta de sua posição na constituição do átomo, em que os elétrons estão na eletrosfera, mantidos por força eletrostática, enquanto os prótons estão no núcleo, mantidos por força forte.
4. Após passar por processo de eletrização, um corpo ficou com uma quantidade de 6 vezes 10 elevado a 24 prótons e 4 vezes 10 elevado a 23 elétrons. Qual é a carga elétrica líquida desse corpo? Caso necessário, utilize o valor de 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19 C para a carga elementar.
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) mais 5 vírgula 80 vezes 10 elevado a 23 C
b ) menos 5 vírgula 80 vezes 10 elevado a 23 C
c ) mais 8 vírgula 96 vezes 10 elevado a 5 C
d ) menos 8 vírgula 96 vezes 10 elevado a 5 C
Resposta: Alternativa c.
5. Ao esfregar uma régua de plástico no cabelo e aproximar em pedaços picotados de papel, vemos um exemplo de atração elétrica. Com base nos seus conhecimentos sobre carga e força elétrica assinale a alternativa correta.
a ) Existem três tipos de cargas elétricas, cargas positivas, cargas negativas e cargas neutras, em que o número de cargas positivas mais o número de cargas negativas é igual ao número de cargas neutras.
b ) Quando um corpo está positivamente carregado significa que houve um aumento no número de prótons.
c ) A força elétrica apresenta uma mesma geometria que a força gravitacional.
d ) Quando uma eletrização temos uma certa quantidade de carga transferida, indicando assim que a carga elétrica é uma substância.
e ) Cargas negativas são criadas quando se eletriza uma régua de plástico esfregando-a no cabelo.
Resposta: Alternativa c.
6. Um colega foi para a aula de Ciências da Natureza e suas Tecnologias antes de você e resolveu te contar antecipadamente o que será feito. Ele disse que serão realizados experimentos científicos para compreender os fenômenos elétricos e a eletrostática: serão utilizados dois fios leves de náilon e papel-alumínio (metal condutor) para fazer pequenos pêndulos eletrostáticos, além de outros materiais que permitiram a realização dos três tipos de eletrização. Esse colega tirou fotografias do pêndulo em três diferentes situações e as mostrou a você. O que se pode dizer sobre a carga elétrica de cada esfera nas situações a seguir?

Resposta: I. Os corpos estão eletricamente neutros. II. Os corpos estão eletrizados com cargas de mesmo sinal. III. Os corpos podem estar eletrizados com cargas de sinais opostos ou um deles estar neutro.
7. Um bastão de vidro eletrizado com carga positiva é aproximado de duas esferas metálicas, A e B, inicialmente neutras e em contato. Sem movimentar o bastão, as esferas são afastadas uma da outra e o bastão é levado para longe delas. Os arranjos são mostrados na ilustração a seguir.

Se um pêndulo eletrostático for colocado em contato com o bastão e depois aproximado das esferas, separadamente, ele:
a ) será atraído pelas duas esferas.
b ) permanecerá em repouso.
c ) será atraído por A e repelido por B.
d ) será repelido pelas duas esferas.
e ) será repelido por A e atraído por B.
Resposta: Alternativa c.
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8. Sobre a interação eletrostática, avalie os itens a seguir.
01 ) O módulo da força eletrostática entre duas cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto das magnitudes das cargas.
02 ) A força eletrostática entre duas cargas diminui com o aumento da distância entre elas.
04 ) A constante de Coulomb depende do meio onde as cargas estão situadas.
08 ) A força eletrostática entre duas cargas positivas é atrativa e entre duas negativas é repulsiva.
Qual é o valor da soma das afirmativas corretas?
Resposta: Soma:
01 mais 0 2 mais 0 4 é igual a 0 7
08) Incorreta. A interação entre duas cargas positivas é de
repulsão.
9. Considere duas cargas fixas, Q subscrito A é igual a 18 mi C e Q subscrito B é igual a 2 mi C, no vácuo, respectivamente nos pontos A e B, a uma distância de 1 metro uma da outra. Colocando-se uma carga de prova positiva q no segmento AB, qual é sua distância ao ponto A, em centímetros, para que ela permaneça em repouso?
a ) 25
b ) 40
c ) 50
d ) 75
e ) 85
Resposta: Alternativa d. Resolução nas Orientações para o professor.
10. Considere três cargas elétricas (q subscrito 1 é igual a menos 16 mi C, q subscrito 2 é igual a mais 1 vírgula 0 mi C e q subscrito 3 é igual a menos 4 vírgula 0 mi C) mantidas fixas no vácuo, como mostra a figura. O valor da distância d é 1 vírgula 0 centímetro. Calcule o módulo do campo elétrico na posição da carga q subscrito 2, em N barra C.

Resposta: E é igual a 0 N barra C. Resolução nas Orientações para o professor.
11. A Terra é circundada por um campo elétrico natural com intensidade de aproximadamente 120 N barra C em sua superfície, com direção radial e sentido para dentro, ou seja, para o centro do planeta. Sobre essa informação, responda às questões a seguir.
a ) A Terra é carregada positiva ou negativamente? Explique.
Resposta: Negativamente carregada, já que as linhas de campo convergem para um ponto.
b ) Considere a Terra uma esfera condutora de raio R. A que altura, em função de R, a intensidade do campo elétrico será quatro vezes menor comparada à da superfície do nosso planeta?
Resposta: d é igual a R.
12. Nos vértices do quadrado a seguir, estão localizadas duas cargas com Q subscrito 1 é igual a menos 9 mi C e Q subscrito 2 é igual a 15 mi C no vácuo. Determine o potencial elétrico resultante no ponto P.

Resposta: V subscrito R é igual a 4 vezes 10 elevado a 5 V. Resolução nas Orientações para o professor.
13. Se quadruplicarmos a carga elétrica acumulada por um capacitor, como ficará a diferença de potencial entre suas placas? Justifique sua resposta.
Resposta: Quadruplicará também, mantendo o capacitor. Resolução nas Orientações para o professor.
14. As especificações de um capacitor indicam que ele tem uma capacitância de 20 mi F. Caso ele seja ligado a uma diferença de potencial de 60 Volts, qual é o valor da carga acumulada?
Resposta: 1 vírgula 2 vezes 10 elevado a menos 3 C. Resolução nas Orientações para o professor.
15. As cargas elétricas podem se atrair e se repelir mesmo sem estarem uma em contato com a outra; essa é uma das características de forças que atuam por campo. Com referência ao processo de interação da força elétrica exercida de uma partícula para outra, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01 ) A força elétrica é suficiente para explicar por que uma carga elétrica sente atração ou repulsão, pois as cargas opostas se atraem e as cargas iguais se repelem, sendo um processo natural.
02 ) A atração entres as cargas elétricas com sinais opostos é devido ao campo elétrico que sai da carga negativa e entra na carga positiva.
04 ) O campo elétrico e a força elétrica são grandezas vetoriais, portanto a direção do campo entre duas cargas quaisquer será sempre na mesma direção da força elétrica, uma vez que são diretamente proporcionais, ou seja, o aumento do campo aumenta a força elétrica entre as cargas.
08 ) A força elétrica é conservativa, sendo possível associar uma energia potencial elétrica.
16 ) Como o potencial elétrico é expresso na unidade volt e o campo elétrico, na unidade newton por coulomb, podemos converter a unidade de campo elétrico para unidade de volt por metro.
Resposta: 08 mais 16 é igual a 24. Resolução nas Orientações para o professor.
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Corrente elétrica
Ao acionar um interruptor para acender as lâmpadas em nossa casa, vemos que elas funcionam instantaneamente.

5. O que você acha que acontece no momento que o interruptor é ligado?
Resposta pessoal. Os estudantes podem citar que é aplicada uma diferença de potencial nos contatos da lâmpada e ela é percorrida por uma corrente elétrica.
Vimos anteriormente que nos materiais condutores, como cobre, ouro e a prata, há elétrons livres que se movem aleatoriamente em sua estrutura. Aplicando uma diferença de potencial nas extremidades do condutor, um campo elétrico é criado no interior do material e os elétrons livres sofrem a ação de uma força elétrica que os impulsiona em uma direção preferencial. Assim, mesmo com o movimento aleatório, os elétrons livres têm um deslocamento resultante no sentido contrário ao campo elétrico gerado. Esse fluxo de portadores de cargas elétricas no interior do material condutor é chamado de corrente elétrica.
A intensidade da corrente elétrica abre parênteses i fecha parênteses em um fio é determinada pelo fluxo líquido de cargas ou quantidade de cargas elétricas abre parênteses Q fecha parênteses que atravessa a secção reta do fio (plano imaginário perpendicular ao fio) em certo intervalo de tempo. Considerando o fluxo constante de cargas elétricas:
i é igual a início de fração, numerador: Q, denominador: delta 't', fim de fração é igual a início de fração, numerador: n vezes e, denominador: delta 't', fim de fração
em que:
- Q é a quantidade de cargas em coulomb abre parênteses C fecha parênteses;
- delta 't' é o intervalo de tempo em segundos abre parênteses s fecha parênteses;
- i é a intensidade da corrente em ampere abre parênteses A fecha parênteses.
A corrente elétrica fornecida por uma pilha ou bateria é chamada de corrente contínua (CC), e a fornecida pela rede elétrica é chamada corrente alternada (CA).
As características desses tipos de corrente são apresentadas a seguir.
Corrente contínua (CC)
O gerador (pilhas e baterias) tem um polo positivo e um negativo, fixos. Os elétrons se movem ordenadamente no mesmo sentido, do polo negativo para o polo positivo.
Corrente alternada (CA)
O gerador tem polos que oscilam entre positivo e negativo (com uma frequência de 60 vezes por segundo ou 60 hertz). Dessa forma, o campo elétrico muda de sentido e os elétrons realizam um movimento oscilatório, ora em determinado sentido, ora em sentido oposto.
Outra característica importante da corrente elétrica é seu sentido. O sentido real da corrente elétrica, que equivale ao sentido do deslocamento dos elétrons, é do polo negativo para o positivo. No entanto, costuma-se utilizar o sentido convencional da corrente elétrica, que vai do polo positivo para o negativo. O sentido convencional tem fundamentos históricos, pois foi definido antes da descoberta da constituição atômica e de que as correntes elétricas nos sólidos são constituídas de elétrons. Essa convenção se mantém até os dias atuais.

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Circuitos elétricos
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A rede elétrica brasileira forma um sistema confiável, no qual, caso ocorra algum contratempo, outras usinas e linhas podem abastecer cidades ou regiões afetadas.
As ligações entre as usinas e as regiões do país podem ser consideradas um grande circuito elétrico.
Dica
Confira na indicação a seguir um mapa que mostra o sistema elétrico brasileiro. Disponível em: https://s.livro.pro/k6uhh3. Acesso em: 29 ago. 2024.

Todos os equipamentos elétricos podem ser considerados circuitos elétricos, tanto uma lanterna quanto um computador.
Um circuito elétrico é composto, basicamente, de geradores (como pilhas, baterias e usinas), fios condutores (como os de cobre) e equipamentos elétricos (isto é, receptores, como lâmpadas, chuveiros e ferros de passar roupas). Confira a seguir a representação de um circuito elétrico.


Imagens elaboradas com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 442-444.
- O gerador (que fornece a d d p) é representado por duas linhas de tamanhos diferentes, em que a maior representa o polo positivo e a menor, o polo negativo.
- O receptor (que transforma a energia elétrica em outros tipos de energia) pode ser representado por um retângulo. No entanto, há representações específicas para alguns receptores, como os capacitores.
- Os condutores são representados por linhas retas.
- A chave é representada por dois pontos de conexão e é responsável por ligar (chave fechada) e desligar (chave aberta) o circuito elétrico.

Os circuitos elétricos podem ser mais complexos, incluindo diferentes ligações e diversos dispositivos. Para isso, podemos ligar três fios em um mesmo ponto, cada um se conectando a um gerador ou receptor. Assim, temos um nó no circuito, no qual a corrente elétrica se divide ou se junta. Um ramo do circuito é um segmento entre dois nós consecutivos. Por fim, uma malha é definida como um conjunto de ramos que formam um circuito fechado.

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Resistência elétrica
Confira a fotografia, que mostra o interior de um chuveiro elétrico.

6. Qual é a função de um chuveiro elétrico?
Resposta: Aquecer a água utilizada no banho, por exemplo.
7. Como é o funcionamento de um chuveiro elétrico?
Resposta: Transforma a energia elétrica em energia térmica, aquecendo a água.
O chuveiro elétrico está presente na maioria das residências do Brasil e tem o objetivo de transferir a energia térmica gerada por um dispositivo chamado resistor para a água do encanamento, aquecendo-a antes que caia sobre o corpo.
Resistores são dispositivos condutores que permitem a passagem de corrente elétrica, mas com certa dificuldade. Essa propriedade é chamada de resistência elétrica.
Eles são muito comuns em aplicações nas quais é desejável transformar a energia elétrica em energia térmica, como em ferro de passar roupas e aquecedores. Essa transformação de energia é denominada efeito Joule, em homenagem ao físico inglês James Prescott Joule (1818-1889). No entanto, muitas vezes, os resistores aquecem tanto que parte dessa energia elétrica também é convertida em energia luminosa, isto é, o condutor incandesce e emite luz, como nas antigas lâmpadas incandescentes.
Os resistores elétricos são componentes necessários para a construção dos mais diversos circuitos elétricos. Seus valores de resistência são identificados por meio de um código de cores, como os da fotografia.
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A resistência elétrica abre parênteses R fecha parênteses é medida, no SI, pela unidade ohm abre parênteses ômega fecha parênteses, nome dado em homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm (1789-1854), e os resistores são representados pelo símbolo a seguir.

No século XIX, Ohm constatou que a quantidade de corrente elétrica que atravessava um condutor variava de acordo com o tipo de material do qual ele era feito, percebendo que materiais bons condutores tinham pouca resistência à passagem da corrente elétrica.
Ele percebeu que a diferença de potencial e a corrente elétrica que atravessa um material, à temperatura constante, relacionavam-se de maneira proporcional e direta, obedecendo à seguinte relação:
início de fração, numerador: U subscrito 1, denominador: i subscrito 1, fim de fração é igual a início de fração, numerador: U subscrito 2, denominador: i subscrito 2, fim de fração é igual a início de fração, numerador: U subscrito 3, denominador: i subscrito 3, fim de fração é igual a reticências é igual a constante é igual a R portanto U é igual a R vezes i
Denominada lei de Ohm, essa relação representa a redução do potencial elétrico provocada por um resistor no qual passa uma corrente elétrica.
Os resistores que obedecem à lei de Ohm são chamados de resistores ôhmicos. No entanto, nem todos os materiais apresentam esse comportamento. Alguns, por exemplo, têm sua resistência afetada por variações de temperatura e podem não seguir o comportamento linear entre a diferença de potencial e a corrente elétrica. Assim, tais materiais foram denominados não ôhmicos.
Curvas características de resistores ôhmicos e não ôhmicos

Fonte de pesquisa: HALLIDAY, David et al. Fundamentos de Física: eletromagnetismo. 9. ed. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. Rio de Janeiro: LTC, 2013. v. 3. p. 143.
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A característica de um material que indica sua resistência à passagem de correntes elétricas é chamada de resistividade abre parênteses rô fecha parênteses, medida, no SI, em ohm-metro abre parênteses ômega vezes m fecha parênteses. A tabela apresenta a resistividade de determinados materiais.
Material | Resistividade abre parênteses ômega vezes m fecha parênteses |
---|---|
prata |
1 vírgula 62 vezes 10 elevado a menos 8 |
cobre |
1 vírgula 69 vezes 10 elevado a menos 8 |
ouro |
2 vírgula 35 vezes 10 elevado a menos 8 |
ferro |
9 vírgula 68 vezes 10 elevado a menos 8 |
Fonte de pesquisa: HALLIDAY, David et al. Fundamentos de física: eletromagnetismo. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. v. 3. p. 141.
8. É possível alterar a resistência de um resistor sem substituí-lo por outro?
Resposta pessoal. Espera-se que, para responder a essa questão, os estudantes se baseiem no controle da resistência de um chuveiro elétrico, que tem chaves com diferentes posições, por exemplo, "inverno", "verão" e "desligado". Isto é, o chuveiro pode consumir mais energia, aquecendo mais a água, sem que o resistor seja substituído.
Ohm percebeu que, além da relação entre a corrente elétrica e a diferença de potencial aplicada nos resistores, outros fatores interferem na resistência de um condutor: o tipo de material, definido pela resistividade abre parênteses rô fecha parênteses, que é diferente para cada material, o comprimento abre parênteses 'L' fecha parênteses e a espessura abre parênteses A fecha parênteses, como mostra a imagem.

Portanto, a resistência elétrica em relação às características do condutor pode ser determinada por:
R é igual a rô vezes 'L' sobre A
Nos circuitos elétricos, geralmente utilizamos associações de resistores para obter uma resistência equivalente. Assim, os resistores da associação funcionam da mesma forma que um único resistor equivalente.
É possível associar resistores em série, como na imagem a seguir. Nesse tipo de associação, cada componente é alimentado pela mesma corrente elétrica, mas por valores de tensão diferentes, cuja soma resulta na tensão total.


Portanto, o efeito dos resistores sobre o circuito é o mesmo das resistências individuais somadas, ou seja:
R subscrito e q é igual a R subscrito 1 mais R subscrito 2
Em circuitos em que os resistores são ligados em série, é importante notar que, caso um deles pare de funcionar, a corrente no circuito todo é cortada e o circuito fica aberto.
A associação dos resistores também pode ser feita em paralelo. Nesse caso, a tensão em cada resistor é igual à tensão fornecida pelo gerador. Entretanto, a corrente elétrica é diferente para cada um deles, a soma das correntes resulta na corrente elétrica total do circuito.


Assim, em um circuito em paralelo, a resistência equivalente é dada por:
início de fração, numerador: 1, denominador: R subscrito eq, fim de fração é igual a início de fração, numerador: 1, denominador: R subscrito 1, fim de fração mais início de fração, numerador: 1, denominador: R subscrito 2, fim de fração
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Automação do sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica
Atualmente, as quedas de energia estão bastante reduzidas. Isso, em geral, se dá pelos sofisticados sistemas de automação no sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica.
A rede é continuamente monitorada por sistemas computacionais. Dessa forma, possíveis problemas são corrigidos automaticamente: uma falha em uma linha de transmissão, a parada de uma usina ou mesmo o rompimento de um cabo de energia são compensados por sistemas redundantes, por meio de outras ligações, outras usinas ou outras linhas de transmissão integradas ao sistema.

Nesse sistema, há softwares desenvolvidos para identificar os pontos em que ocorrem a sobrecarga e o curto-circuito. Assim, o sistema isola esses pontos, a fim de evitar algum tipo de acidente. O trecho a seguir apresenta essas informações.
[...]
A tecnologia é chamada de "self healing", termo em inglês que indica a capacidade da rede de identificar e isolar a origem do desligamento, restaurando o fornecimento aos demais consumidores, sem a necessidade de interação humana. [...] após a execução de um projeto-piloto bem sucedido na região Sudoeste do Paraná, que apontou uma redução de 70% dos desligamentos no circuito testado.
[...]
COPEL intensifica automação da rede contra desligamentos. Abradee. Disponível em: https://s.livro.pro/vtxacg. Acesso em: 29 ago. 2024.
As soluções para os possíveis problemas detectados são pré-programadas e ocorrem de maneira instantânea à sua detecção ou, em casos mais complexos, podem partir de centros de monitoramento remoto, com controladores especializados que acessam o equipamento que apresenta defeito sem precisar se deslocar até o local do problema. Por isso, o atendimento à demanda ocorre de maneira mais ágil e eficiente. Mesmo que as equipes de manutenção levem algumas horas para chegar ao local e dar o suporte necessário às linhas de transmissão ou às subestações de energia, o consumidor pode nem perceber que houve algum problema na rede de distribuição.
Além disso, a desativação automática de partes danificadas do sistema auxilia na segurança da população, uma vez que cabos rompidos e energizados poderiam cair sobre calçadas ou estradas, colocando pessoas e animais em risco.
Esses sistemas buscam se inovar a cada dia. Seu aperfeiçoamento caminha com o desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas à transmissão e à distribuição de energia, adquiridas por meio de grandes investimentos em infraestrutura, ciência e tecnologia.
a ) O fornecimento de energia na atualidade é mais eficiente e seguro do que antigamente? Explique.
Resposta: Espera-se que os estudantes mencionem que hoje a distribuição de energia ocorre de maneira mais segura. Os novos processos de transmissão cumprem vários requisitos de proteção para que as pessoas possam utilizar a energia elétrica com mais segurança.
b ) Qual é a relação entre os avanços tecnológicos e o processo de automação na distribuição de energia elétrica?
Resposta: Graças aos avanços tecnológicos, como o desenvolvimento de softwares, é possível transmitir e distribuir energia elétrica com mais segurança, além de reduzir perdas de energia entre o local onde ela é gerada e as residências.
c ) Qual é a importância da automação da rede de distribuição de energia elétrica? Justifique sua resposta.
Resposta: Com o processo de automação, os problemas de transmissão de energia são rapidamente corrigidos, sem necessitar da ação humana. Com isso, os consumidores são poupados da falta de abastecimento e dos transtornos causados pela falta de energia elétrica.
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PRÁTICA CIENTÍFICA
Uso seguro da eletricidade
Por dentro do contexto
Ligar diversos aparelhos em uma única tomada é uma prática comum em muitas residências e escritórios, especialmente em espaços nos quais há poucas opções de pontos de energia. No entanto, essa prática é um sério risco à segurança, tanto dos equipamentos quanto das pessoas.
Quando muitos aparelhos são conectados a uma única tomada ou extensão, a carga elétrica pode exceder a capacidade do circuito, resultando em sobrecarga. Isso provoca o aquecimento excessivo dos fios e, eventualmente, um curto-circuito, uma das principais causas de incêndios elétricos.

Um curto-circuito ocorre quando a eletricidade segue por um caminho inadequado, gerando um pico de corrente que superaquece os fios. Isso resulta na queima de fusíveis ou disjuntores, dispositivos de segurança cuja função é interromper a eletricidade quando há risco.
Além do risco de incêndio, sobrecarregar uma tomada pode prejudicar os aparelhos eletrônicos conectados a ela. O fornecimento irregular de eletricidade pode causar picos de energia, danificando os componentes internos dos aparelhos.
Por isso, é fundamental respeitar os limites de potência de uma tomada e usar equipamentos como filtros de linha ou disjuntores adequados para evitar sobrecargas. Esses dispositivos ajudam a distribuir melhor a energia e oferecem proteção adicional contra picos de tensão, preservando tanto a segurança do ambiente quanto o bom funcionamento dos aparelhos.
a ) Em sua casa, é comum utilizar vários dispositivos em uma única tomada?
Espera-se que os estudantes se conscientizem dessa situação e observem potenciais riscos em suas residências.
b ) De que forma o fusível presente em filtros de energia é útil em uma situação na qual vários dispositivos são ligados à mesma tomada?
O objetivo dessa questão é verificar se os estudantes reconhecem a importância dos equipamentos de proteção em circuitos elétricos. Diga a eles que, ao exceder o valor tolerável de corrente elétrica que deve passar pelo fusível, ele se rompe e interrompe a passagem de corrente, evitando acidentes.
Materiais
- 3 LEDs vermelhos
- 2 pilhas de 1 vírgula 5 Volt
- 2 fios de cobre
- suporte para pilhas
- multímetro com cabos ponta de prova
- lixa
- fita adesiva
Como proceder
A. Encaixe corretamente as pilhas em série no suporte, alternando as polaridades.
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B. Lixe as extremidades dos fios do próprio suporte utilizando a lixa.
Dica
LEDs só permitem a passagem de corrente elétrica em um único sentido e quando submetidos à determinada diferença de potencial elétrico (ddp) mínima entre seus terminais. Para um LED vermelho, essa ddp é aproximadamente 1 vírgula 6 Volt.
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C. Enrole essas extremidades nos contatos de um LED. Mas atenção: o fio conectado ao polo positivo da pilha deve ser conectado ao terminal positivo do LED (o mais comprido).
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D. No multímetro, selecione a opção voltímetro e meça corretamente a tensão elétrica fornecida ao LED. Escolha o filtro mais adequado para ler e anote o valor.
E. Agora, selecione a opção "amperímetro" e meça corretamente a corrente elétrica estabelecida pelo LED. Escolha o filtro mais adequado para a leitura e anote o valor fornecido.

F. Na conexão dos fios com o LED, adicione um segundo LED, conectando o terminal maior de um dos LEDs ao terminal maior do outro e fazendo o mesmo com os terminais menores. Repita os itens D e E.
G. Adicione o terceiro LED da mesma maneira que foi descrito no item F e repita os itens D e E.
Análise e divulgação
1. Qual tipo de associação foi feita com as pilhas utilizadas? Por que essa associação foi necessária?
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que foi feita uma associação em série porque nenhuma das pilhas fornecia a ddp suficiente para acionar o LED.
2. Os 3 LEDs foram ligados entre si em série ou em paralelo? Justifique sua resposta.
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que foram associados em paralelo.
3. Com relação às medidas das tensões elétricas, o que ocorreu com seus valores conforme cada equipamento foi adicionado ao circuito? Explique o que foi observado.
Resposta: Espera-se que os estudantes verifiquem que os valores foram sempre os mesmos, característica de um circuito em paralelo. Como a associação de LEDs foi feita em paralelo, a tensão elétrica a que eles foram submetidos foi a mesma.
4. Com relação às medidas das correntes elétricas, o que ocorreu com seus valores conforme cada equipamento foi adicionado ao circuito? Explique o que foi observado.
Resposta: Espera-se que os estudantes verifiquem que os valores da corrente elétrica no circuito aumentaram com a adição dos LEDs, como deve ocorrer em um circuito em paralelo. Como os LEDs são iguais, a mesma tensão elétrica estabelece a mesma intensidade de corrente elétrica em cada um, resultando assim no aumento da intensidade da corrente elétrica total no sistema.
5. Por que o fusível é considerado um dispositivo de segurança e seu uso é importante em circuitos que têm diversos equipamentos elétricos conectados?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que em cada fusível temos uma corrente elétrica tolerável, o que garante a utilização segura dos equipamentos elétricos. Caso a intensidade da corrente elétrica ultrapasse esse valor, o fusível se aquece além do limite permitido e seu filamento sofre fusão, interrompendo assim o circuito elétrico.
6. Quais atitudes durante a utilização de equipamentos elétricos podem evitar acidentes envolvendo eletricidade?
Resposta pessoal. Os estudantes podem responder: usar equipamentos elétricos em bom estado de conservação; usar fios condutores com a devida proteção isolante; não deixar equipamentos elétricos ligados por longos intervalos de tempo; não ligar mais de um equipamento elétrico à mesma tomada, utilizando os chamados multiplicadores de tensão (benjamim); optar pelos filtros de energia com fusíveis; caso seja inevitável, usar equipamentos elétricos ligados à mesma tomada.
7. Escreva um artigo em um blog detalhando os resultados experimentais obtidos e suas conclusões. Nesse artigo, explore os riscos de ligar vários equipamentos em uma mesma tomada e ofereça soluções, como a instalação de mais tomadas ou o uso de filtros de linha. Compartilhe o artigo em suas redes sociais para ampliar o alcance.
Resposta: O objetivo dessa questão é incentivar os estudantes a divulgar os resultados da atividade realizada. Espera-se que eles alertem sobre os riscos de ligações elétricas incorretas e proponham soluções para evitar acidentes com o uso de eletricidade.
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CONEXÕES com ... BIOLOGIA e QUÍMICA
Bioimpedância
A impedância é um conceito fundamental na eletricidade, que representa a medida que um material ou circuito tem de resistir à passagem da corrente elétrica. Além de resistores, que são comumente associados a essa resistência, outros elementos, como capacitores e indutores, quando submetidos a correntes elétricas, provocam essa resistência à circulação de corrente. A combinação desses elementos em um circuito influencia a forma como a corrente flui por ele.
No contexto do corpo humano, a impedância torna-se particularmente interessante, pois o corpo, composto em grande parte de água e íons no sangue e em outros fluidos corporais, é capaz de conduzir eletricidade. Os componentes do corpo humano se comportam como diferentes elementos de um circuito elétrico, conduzindo eletricidade de forma distinta.
O exame de bioimpedância explora essa propriedade do corpo humano para avaliar a composição corporal. O equipamento aplica uma corrente elétrica de baixa intensidade que percorre o corpo e, durante o exame, a corrente elétrica enfrenta diferentes níveis de resistência dependendo do tipo de tecido que atravessa. Os músculos, por exemplo, são ricos em água e eletrólitos, portanto conduzem eletricidade de maneira mais eficiente do que a gordura corporal, que tem menos quantidade de água. Isso possibilita ao aparelho diferenciar e indicar a quantidade de massa muscular, gordura visceral, gordura corporal total, entre outras propriedades do corpo.

Professor, professora: peça que os estudantes observem os eletrodos na mão e no pé da pessoa deitada na maca, pois são por esses componentes que o aparelho faz a corrente elétrica fluir pelo corpo da pessoa para medir a impedância.
No entanto, é importante destacar que alguns fatores podem influenciar os resultados da bioimpedância. Um deles é o estado de hidratação do indivíduo, o qual pode alterar a condutividade elétrica do corpo, influenciando os valores medidos. Um indivíduo que tenha ingerido pouca quantidade de água, por exemplo, por estar com nível de hidratação abaixo do necessário, pode ter a impedância aumentada, resultando em uma subestimação da massa muscular.
Os dados fornecidos por um exame de bioimpedância são importantes para a saúde, pois permitem avaliar a composição corporal de um indivíduo, auxiliando a análise do estado nutricional da pessoa. Além disso, a identificação da quantidade de gordura visceral permite a adoção de medidas preventivas mais eficazes, pois está associada a riscos maiores de desenvolver doenças metabólicas.
É importante lembrar que os resultados da bioimpedância não devem ser considerados isoladamente. Para garantir um cuidado adequado com a saúde, é fundamental realizar outros tipos de exames médicos e contar com o acompanhamento de profissionais especializados, como médicos (principalmente endocrinologistas) e nutricionistas. Esses profissionais são capazes de interpretar os dados da bioimpedância em conjunto com outras informações clínicas, como exames de sangue, avaliações hormonais e históricos de saúde, oferecendo um diagnóstico mais preciso e um plano de tratamento personalizado.
a ) Quais são os possíveis riscos de interpretar isoladamente os dados fornecidos pela bioimpedância, sem o devido acompanhamento médico, e como isso pode impactar as decisões relacionadas à saúde e ao bem-estar?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem que interpretar isoladamente os dados fornecidos pela bioimpedância, sem o acompanhamento de um profissional de saúde, pode levar a decisões equivocadas que impactam negativamente o bem-estar. Por exemplo, um resultado que sugira baixa massa muscular pode levar alguém a adotar dietas ou regimes de exercícios inadequados, sem considerar outros fatores de saúde.
b ) De que maneira a utilização da bioimpedância, em conjunto com uma avaliação médica completa, pode contribuir para o alcance dos objetivos propostos pela Agenda 2030, principalmente no que diz respeito ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem que a bioimpedância oferece uma análise detalhada da composição corporal, permitindo a identificação de fatores de risco, como o excesso de gordura visceral, que está relacionado a diversas doenças crônicas. Com esses dados, profissionais de saúde podem desenvolver estratégias personalizadas de prevenção e tratamento, levando o paciente a adotar hábitos saudáveis, prevenindo doenças.
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ATIVIDADES
1. Ao ativar um equipamento elétrico, ele realiza um processo e cessa sua atividade em um intervalo de 8 segundos. A intensidade da corrente elétrica consumida é verificada por meio de um amperímetro e varia de acordo com o tempo, conforme o gráfico a seguir.
Sabendo que a carga elementar é e é igual a 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19 C, determine a quantidade de carga elétrica e a quantidade de elétrons que atravessam o condutor durante os 8 segundos.
Gráfico de i vezes t para um equipamento elétrico

Fonte de pesquisa: TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros: eletricidade e magnetismo. Tradução: Naira Maria Balzaretti. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v. 2. p. 152.
Resposta: Q é igual a 0 vírgula 23 C; n é igual a 1 vírgula 44 vezes 10 elevado a 18 elétrons. Resolução nas Orientações para o professor.
2. Os resistores são componentes fundamentais em circuitos elétricos e eletrônicos, influenciando, por exemplo, a corrente elétrica que passa pelo circuito. Uma das características que um resistor pode ter é ser do tipo ôhmico. Essa característica implica que:
a ) tem uma resistência que varia com a corrente elétrica que passa por ele.
b ) a curva característica de um gráfico da tensão em função da corrente que passa por ele é uma linha reta que passa pela origem.
c ) a resistividade depende da frequência da corrente elétrica que passa por ele.
d ) o valor de resistência é nulo se não houver corrente elétrica passando por ele.
e ) a resistividade negativa só acorre se a corrente elétrica que passa por ele for maior que determinado valor.
Resposta: Alternativa b.
3. Qual é a corrente produzida por uma pessoa ao tocar nos terminais de uma bateria de 12 V se:
a ) a resistência do corpo for de 100.000 ômega?
Resposta: i é igual a 1 vírgula 2 vezes 10 elevado a menos 6 A. Resoluções nas Orientações para o professor.
b ) a sua pele estiver muito úmida e a sua resistência cair para 1.000 ômega?
Resposta: i é igual a 0 vírgula 0 12 A.
4. De acordo com os conceitos de resistor, julgue as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
I ) O resistor é construído especialmente para dificultar a passagem de corrente elétrica.
II ) Se o comprimento do material condutor é dobrado e sua área transversal é mantida, sua resistência é dobrada e sua resistividade é reduzida pela metade.
III ) As dimensões, a condutividade e a temperatura são grandezas que afetam a resistência elétrica.
IV ) Mantida a resistência constante em um resistor ôhmico enquanto a voltagem do circuito diminui pela metade, a corrente é dobrada de seu valor inicial.
Resposta: I) Verdadeira. II) Falsa. A resistividade depende exclusivamente do material de que o resistor é constituído. III) Verdadeira. IV) Falsa. A d d p e a corrente elétrica são diretamente proporcionais, portanto a intensidade da corrente elétrica diminui pela metade quando a d d p também diminui.
5. Um condutor tem 8 metros de comprimento e uma área transversal de 4 milímetros quadrados. Considerando a resistividade desse condutor igual a 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 5 ômega vezes m, julgue os itens a seguir e dê a soma dos itens corretos:
01 ) A resistência desse condutor é de 32 ômega.
02 ) A diferença de potencial elétrico entre seus terminais quando ele é percorrido por uma corrente de 4 Amperes é de 512 Volts.
04 ) Se esse condutor for cortado na metade de seu comprimento e uma das partes for utilizada como um novo condutor, sua nova resistência será o dobro da inicial.
08 ) Se a área transversal do condutor for dobrada, sua resistência será reduzida pela metade.
Soma:
Resposta: Soma: 01 mais 0 8 é igual a 0 9. Resolução nas Orientações para o professor.
6. Dois resistores, quando associados em série sob um potencial de 12 V, têm a medida da corrente elétrica dada por um amperímetro de i é igual a 4 terços Ampere. Quando esses resistores forem associados em paralelo, o valor da corrente lida pelo amperímetro será de 5 vírgula 4 Amperes. Então, o valor das resistências será de:
a ) 4 ômega e 2 ômega.
b ) 4 ômega e 5 ômega.
c ) 5 ômega e 1 ômega.
d ) 4 vírgula 5 ômega e 4 vírgula 5 ômega.
e ) 7 ômega e 2 ômega.
Resposta: Alternativa b. Resolução nas Orientações para o professor.
7. Calcule a resistência equivalente para dois resistores de 200 ômega em paralelo ligados em série com mais dois resistores de 200 ômega em paralelo.
Resposta: 200 ômega. Resolução nas Orientações para o professor.
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Potência elétrica e consumo de energia elétrica
A imagem a seguir representa uma fatura de energia elétrica mensal, na qual estão destacados a quantidade de energia consumida e o valor total a pagar por ela.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

9. Quais são os equipamentos de sua casa que consomem mais energia elétrica?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem chuveiro, ferro de passar roupas, secador de cabelos, aquecedor etc.
10. Quais são as características desses equipamentos?
Resposta: São equipamentos que apresentam altos valores de potência.
Todos os dispositivos elétricos são capazes de transformar a energia elétrica em algum outro tipo de energia, como a mecânica, que pode mover um objeto. A capacidade de um dispositivo de transformar a energia elétrica em outro tipo de energia está relacionada à sua potência elétrica, cuja unidade de medida, no SI, é o joule por segundo abre parênteses J barra s fecha parênteses, também chamado de watt abre parênteses W fecha parênteses. Ela é determinada pela relação entre a quantidade de energia elétrica transformada ou transferida e o respectivo intervalo de tempo para que tal fenômeno ocorra, ou seja:
P é igual a início de fração, numerador: E subscrito E, denominador: delta 't', fim de fração
Com base na equação anterior, conclui-se que o aparelho que apresenta maior valor de potência elétrica é o que mais consome energia elétrica, considerando o mesmo intervalo de tempo de funcionamento. Assim, podemos utilizar essa equação para o cálculo da energia elétrica consumida.
E subscrito E é igual a P vezes delta 't'
No SI, a energia elétrica consumida é dada em watt-segundo abre parênteses W vezes s fecha parênteses, no entanto, no cotidiano, utiliza-se o quilowatt-hora quilowatt-hora, isto é, a potência com o múltiplo quilo e o tempo indicado na unidade hora.
Em 2010, foram proibidas a fabricação, importação e comercialização de lâmpadas incandescentes. Um dos motivos é sua baixa eficiência. Para a mesma luminosidade, isto é, para o mesmo benefício percebido pelo consumidor, uma lâmpada incandescente de 60 watts de potência é equivalente a uma lâmpada fluorescente de 15 watts ou uma lâmpada LED de 7 watts de potência, por exemplo. Isso significa que, considerando uma situação em que essas três lâmpadas permaneçam acesas 10 horas por dia durante um mês, o consumo total de energia seria 18 quilowatts-hora, 4 vírgula 5 quilowatts-hora e 2 vírgula 1 quilowatts-hora, respectivamente. Se o custo para cada quilowatt-hora fosse R$ 1,30, os valores a serem pagos seriam R$ 23,40, R$ 5,85 e R$ 2,73, respectivamente.
Logo, caso a lâmpada incandescente fosse substituída por uma fluorescente, o consumidor teria uma economia de 75%; caso fosse substituída por uma lâmpada LED, a economia seria de 88%. Além da redução do valor a ser pago pela fatura de energia, a substituição das lâmpadas incandescentes colabora para a conservação do meio ambiente, diminuindo a produção de lixo, visto que a durabilidade das lâmpadas fluorescentes ou LED é muito maior.
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A potência elétrica também pode ser definida por meio das grandezas diferença de potencial e corrente elétrica, pois elas são diretamente proporcionais à potência, isto é:
P é igual a U vezes i
No caso específico de um resistor, a potência elétrica corresponde à energia elétrica convertida em energia térmica (dissipada), que pode ser calculada em relação à resistência elétrica do resistor. Da lei de Ohm, sabe-se que U é igual a R vezes i ou i é igual a U sobre R. Portanto, substituindo na equação, temos:
P é igual a R vezes i elevado ao quadrado ou P é igual a início de fração, numerador: U elevado ao quadrado, denominador: R, fim de fração
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A fim de conscientizar a população sobre o consumo racional de energia elétrica, criou-se o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Esse selo acompanha todos os equipamentos que consomem energia (elétrica, gás, gasolina etc.).

a ) Junte-se a um colega e pesquisem qual é o objetivo do selo Procel, como se iniciou esse projeto e de que maneira ele foi elaborado. Por fim, conversem com outra dupla sobre as informações pesquisadas, relacionando-as ao que atualmente entendemos por consumo consciente de energia elétrica.
Resposta: Espera-se que os estudantes compartilhem suas informações sobre o uso do selo Procel, elaborado de acordo com testes realizados em laboratório, a fim de classificar a eficiência do dispositivo em questão. Escolher equipamentos elétricos mais eficientes é uma maneira de praticar o consumo consciente de energia elétrica.
Cuidados com a energia elétrica
Receber uma descarga elétrica é sempre algo muito perigoso. Acima de 20 miliamperes, a corrente elétrica em nosso corpo pode causar dor e dificuldades para respirar. Valores mais altos têm consequências ainda mais graves, como desmaios, queimaduras e até mesmo morte. Portanto, todos os reparos elétricos de uma residência devem ser realizados apenas por profissionais.
Esses profissionais são peritos em construir sistemas elétricos, isto é, são pessoas que receberam instrução e treinamento específicos para agir com segurança. Além disso, eles devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs), que os protegem contra possíveis acidentes, como receber uma descarga elétrica. Entre esses materiais de proteção, podemos citar botas e luvas de material isolante, ferramentas especiais, macacão com tratamento antichama e capacete. Caso os serviços ocorram em lugares de grande altitude, eles também podem utilizar cadeiras suspensas.

A energia elétrica traz imensos benefícios para nossa vida, mas deve ser tratada com cautela e muito conhecimento técnico. Sempre contrate um profissional capacitado para fazer manutenções em sua residência.
a ) Quais cuidados você deve ter com a energia elétrica em sua residência?
Resposta: Espera-se que os estudantes mencionem que todo serviço de manutenção elétrica deve ser feito por um profissional da área; nas tomadas, inserir apenas os objetos pertinentes; não utilizar dispositivos elétricos com fios descascados ou algum outro tipo de avaria que possa comprometer seu funcionamento; entre outros cuidados.
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ATIVIDADES
1. O que é dissipado em um circuito elétrico: corrente ou energia elétrica? Justifique.
Resposta: Energia elétrica.
2. Nas instalações elétricas residenciais, para a prevenção de incêndios, usa-se o disjuntor, um dispositivo que interrompe a passagem da corrente elétrica quando esta ultrapassa a intensidade da corrente suportada. Deseja-se instalar um chuveiro de 3.500 watts, em uma tensão de 220 volts. Qual é, aproximadamente, o valor mínimo da corrente elétrica que o disjuntor deve deixar passar sem desarmar?
a ) 5 Amperes
b ) 12 Amperes
c ) 16 Amperes
d ) 22 Amperes
Resposta: Alternativa c. Resolução nas Orientações para o professor.
3. Considere o circuito elétrico a seguir.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Sendo R subscrito 1 é igual a 1 ômega, R subscrito 2 é igual a 2 ômega, R subscrito 3 é igual a 3 ômega, R subscrito 4 é igual a 4 ômega, R subscrito 5 é igual a é igual a 4 ômega e R subscrito 6 é igual a 1 oitavo ômega, qual é a potência elétrica dissipada por todos os resistores quando for aplicada uma diferença de potencial elétrico de 10 Volts nos terminais A e B?
Resposta: 50 watts. Resolução nas Orientações para o professor.
4. Um empresário abriu uma lavanderia de roupas. Para controlar os gastos, comprou uma secadora de roupas com potência de 2.000 watts. Sabendo que a secadora funcionará 4 horas por dia e que o custo de 1 quilowatt-hora é R$ 0,50, quantos reais o empresário gastará em 30 dias em razão dos custos de energia elétrica com essa secadora?
Resposta: R$ 120,00. Resolução nas Orientações para o professor.
5. Para tomar chimarrão, é preciso usar uma resistência elétrica ligada a uma tensão de 110 volts para aquecer 1 quilograma de água de 20 graus Celsius para 80 graus Celsius. Sabendo que o aquecimento leva 25 minutos e que o calor específico da água é 4 vírgula 2 vezes 10 elevado ao cubo J barra quilograma vezes grau Celsius, analise as sentenças a seguir, classifique-as em verdadeiras ou falsas e justifique as falsas. Considere que toda energia dissipada na forma de calor pela resistência é integralmente transmitida à água para aquecê-la.
I ) A energia absorvida pela água é 3 vezes 10 elevado a 5 Joules.
II ) A potência elétrica da resistência é 420 watts.
III ) A resistência elétrica é 72 ômega.
Resposta nas Orientações para o professor.
6. Quando um chuveiro é ligado a uma rede elétrica de 220 volts, apresenta uma potência de 6.050 watts. Sabendo que o mesmo chuveiro é ligado a uma rede de 110 volts, responda às questões a seguir.
Resoluções nas Orientações para o professor.
a ) Qual é a resistência do chuveiro?
Resposta: 8 ômega.
b ) Qual é a nova potência operada pelo chuveiro?
Resposta: 1.512 vírgula 5 watts.
c ) Para que o chuveiro funcione corretamente nessa tensão elétrica e com a mesma potência, seu resistor deve ser substituído por outro com qual valor de resistência?
Resposta: 2 ômega.
d ) Qual é a energia consumida em 30 minutos de funcionamento do chuveiro com novo resistor?
Resposta: 3 vírgula 0 25 quilowatts-hora.
7. Para manuseio de equipamentos elétricos sempre devemos tomar os devidos cuidados, pois uma corrente de poucos amperes pode ser fatal para o ser humano. As correntes elétricas que percorrem as tomadas das residências podem ter valores de cerca de 10 Amperes a 24 Amperes, portanto toda manutenção deve ser feita com os aparelhos desligados e por profissionais que utilizam os devidos equipamentos de proteção. Uma pessoa, mesmo sabendo de todos os cuidados necessários, decidiu arrumar o resistor elétrico de seu chuveiro por conta própria e escolheu cortá-lo pela metade, alegando que iria melhorar o funcionamento do chuveiro elétrico. A respeito da atitude tomada por essa pessoa, discuta o que aconteceria com o chuveiro elétrico quando fosse ligado e se a pessoa estava correta em relação a um melhor funcionamento do equipamento.
Resposta nas Orientações para o professor.
8. Alguns animais apresentam comportamento semelhante a circuitos elétricos. Por exemplo, o peixe poraquê da espécie Electrophorus voltai pode gerar grande diferença de potencial, produzindo correntes elétricas capazes de causar paralisia muscular em suas presas ou em seres humanos. As diferenças de potencial são geradas por órgãos especializados, que são constituídos de células chamadas eletrócitos ou eletroplacas. Cada eletrócito pode produzir uma diferença de potencial de aproximadamente 150 mV.
a ) Se um poraquê possui eletrócitos associados em série e produz uma corrente de 2 Amperes, qual é a potência elétrica gerada por esse animal?
Resposta: P é igual a 1.710 watts. Resoluções nas Orientações para o professor.
b ) Se o mesmo poraquê produziu descargas elétricas de cerca de 2 segundos cada, determine a energia elétrica consumida no processo.
Resposta: E subscrito E é igual a 4 vírgula 75 quilowatts-hora
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CAPÍTULO17
Geração de energia elétrica
Geradores e transformadores elétricos
Leia a manchete a seguir.
O carro elétrico e o movido a etanol são as melhores opções para o meio ambiente
É o que demonstra um estudo na Poli, o qual comparou as emissões de gases de efeito estufa entre veículos movidos a gasolina e etanol e os elétricos e cujo diferencial é a metodologia empregada
O CARRO elétrico e o movido a etanol são as melhores opções para o meio ambiente. Jornal da USP, 10 maio 2023. Disponível em: https://s.livro.pro/r4k3ru. Acesso em: 30 ago. 2024.
1. Você sabe o que são veículos elétricos e veículos híbridos?
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o desenvolvimento de diferentes tecnologias empregadas em mobilidade urbana e seus benefícios para o meio ambiente.
A manchete apresenta informações sobre a busca por um tipo de mobilidade sustentável, baseada em fontes de energia renováveis com menos emissão de gases poluentes para o meio ambiente. Mas como é gerada a energia necessária para o funcionamento dos veículos elétricos e híbridos?
Esses veículos têm um sistema de reaproveitamento de energia que consiste em um gerador, conhecido como dínamo. Esse tipo de gerador é utilizado em bicicletas comuns, transformando energia mecânica em energia elétrica para o acionamento dos faróis, por exemplo.
Os dínamos funcionam quando um material condutor é colocado em movimento em um campo magnético, ou quando um material magnetizado se movimenta no interior de uma bobina✚. A variação do campo magnético causada quando um ímã se desloca no interior da bobina induz a uma diferença de potencial em suas espiras, levando as cargas elétricas dos fios a adquirir um movimento ordenado, gerando a corrente elétrica. Esse fenômeno é chamado indução eletromagnética.

Nos veículos híbridos, existem dois motores: um a combustão interna e outro elétrico. Além disso, há um sistema chamado frenagem regenerativa. Esse sistema é acionado pela frenagem, momento em que o motor elétrico passa a atuar como gerador elétrico (dínamo) e transforma parte da energia cinética das rodas em energia elétrica que recarrega a bateria. O motor a combustão também auxilia o recarregamento da bateria do veículo.

- Bobina:
- fio condutor arranjado de maneira a formar diversas espiras, isto é, vários círculos ao redor de uma mesma região central.↰
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A indução eletromagnética também é usada nos sistemas de segurança de aeroportos, quando as pessoas passam por detectores de metais. Caso elas estejam portando quantidade significativa de ferro abre parênteses Fe fecha parênteses ou outros metais, o campo magnético das espiras do sistema é alterado e um alarme é disparado.
Dica
A simetria entre a obtenção de efeitos magnéticos por efeitos elétricos e de efeitos elétricos por efeitos magnéticos foi compreendida teoricamente pelo físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879), em 1864, mesmo sem levar em consideração a existência do elétron, desconhecido até então. Suas publicações marcaram o início do Eletromagnetismo.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Força eletromotriz induzida abre parênteses fem fecha parênteses
Quando inserimos um ímã no interior de uma bobina, surge no condutor uma corrente elétrica com determinado sentido (A), efeito que não é verificado com o ímã em repouso (B). Entretanto, quando se retira o ímã, surge no condutor uma corrente elétrica em sentido contrário ao anterior (C), como representado nas imagens a seguir.
A.

B.

C.

Imagens elaboradas com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 471.
A. Quando o ímã é inserido na bobina, surge nela uma corrente elétrica.
B. O ímã em repouso no interior da bobina não induz a corrente elétrica.
C. Quando o ímã é retirado da bobina, surge uma corrente elétrica no sentido contrário ao criado quando ele foi inserido.
A corrente que surge na bobina é chamada corrente induzida, e é gerada por uma força eletromotriz induzida abre parênteses fem traço menos épsilon fecha parênteses, a qual é produzida pelo movimento do ímã em relação à bobina, ou vice-versa. Isso significa que a força eletromotriz induzida surge quando há um movimento relativo entre a fonte do campo magnético e o condutor, cuja intensidade é diretamente proporcional à rapidez com a qual ocorre o movimento.
Dica
O número de espiras da bobina também influencia a fem induzida, isto é, mover o ímã no interior de uma bobina com o dobro de espiras produz 2 vezes épsilon. Em uma bobina com 4 vezes mais espiras, a fem induzida será de 4 vezes épsilon, e assim por diante.
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Nas usinas geradoras de energia elétrica, a voltagem é induzida ao se movimentar uma bobina dentro de um campo magnético estacionário. Nas usinas hidrelétricas, por exemplo, utiliza-se a água para mover a turbina acoplada ao gerador, transformando energia mecânica em elétrica.


A energia elétrica gerada nas usinas tem alta voltagem (aproximadamente 14 quilovolts), pois isso facilita sua transmissão e distribuição. Entretanto, a rede elétrica residencial do Brasil fornece tensões alternadas de 127 Volts e 220 Volts. Para isso, utiliza-se um dispositivo chamado transformador, como o da fotografia, que diminui a tensão da energia elétrica que chega da distribuição para as residências.
Dica
Os dínamos utilizados em lanternas de mão e de bicicletas funcionam como os geradores das usinas elétricas.
Dica
O engenheiro sérvio Nikola Tesla (1856-1943) construiu geradores muito parecidos com os usados atualmente, mas um pouco mais complexos do que o modelo básico já discutido. Seu modelo possuía um rotor (núcleo de ferro com fios de cobre enrolados ao seu redor) que girava por meio da energia de uma queda-d'água ou de vapor no interior de um intenso campo magnético, produzindo voltagem e corrente alternada.

O funcionamento do transformador está baseado na indução eletromagnética. Ele consiste em dois enrolamentos ou bobinas com número de espiras diferentes, em torno de um núcleo de ferro.
O enrolamento primário é conectado a uma fonte de tensão alternada (gerador), em que a corrente elétrica alternada torna seu campo magnético variável, produzindo um fluxo magnético também variável. Esse fluxo funciona como um ímã em movimento dentro do enrolamento secundário que, de acordo com a lei de indução de Faraday, induz nele uma tensão e uma corrente alternada.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

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Dica
A indução eletromagnética pode ser resumida pela lei de Faraday, em que a voltagem induzida em uma bobina é proporcional ao produto do número de espiras pela área da seção transversal de cada espira e pela taxa com a qual o campo magnético varia no interior das espiras.
Compartilhe ideias
Os transformadores desempenham um papel fundamental para o funcionamento dos dispositivos elétricos.
a ) Junte-se a dois colegas e pesquisem os tipos de transformadores presentes em dispositivos utilizados no cotidiano. Verifiquem se esses transformadores funcionam com corrente elétrica contínua. Em seguida, apresentem-nos aos outros colegas.
Resposta: Espera-se que os estudantes pesquisem os transformadores utilizados em dispositivos elétricos de pequeno porte e de uso comum. É importante perceberem que os transformadores funcionam apenas com corrente elétrica alternada, e não contínua. De acordo com a lei de indução de Faraday, o fluxo de campo magnético variável produz a força eletromotriz induzida, e assim é produzida a corrente elétrica induzida. Se a corrente elétrica for contínua, o campo magnético gerado é constante, ou seja, o fluxo magnético é uniforme. Portanto, não ocorre a indução eletromagnética na bobina secundária.
A tensão em cada enrolamento é proporcional ao seu respectivo número de espiras, ou seja, a tensão U subscrito p no enrolamento primário está relacionada ao número de espiras N subscrito p, assim como a tensão U subscrito s no secundário está relacionada ao número de espiras N subscrito s. Então, para os dois enrolamentos, a transformação se dá por:
início de fração, numerador: U subscrito p, denominador: U subscrito s, fim de fração é igual a início de fração, numerador: N subscrito p, denominador: N subscrito s, fim de fração
Portanto, conclui-se que se o número de espiras for diferente, pode-se obter uma tensão de saída maior ou menor do que a tensão de entrada, ao passo que, se os enrolamentos tiverem o mesmo número de espiras, a tensão de saída será igual à de entrada.
Dica
O transformador que tem mais espiras no enrolamento secundário N subscrito s é maior do que N subscrito p é chamado elevador de tensão, pois U subscrito s é maior do que U subscrito p. O transformador que apresenta menos espiras no enrolamento secundário N subscrito s é menor do que N subscrito p é chamado abaixador de tensão, pois U subscrito s é menor do que U subscrito p.
Potência e rendimento de geradores elétricos
Potência é uma grandeza que relaciona a quantidade de energia transformada com o intervalo de tempo em que a transformação ocorre. No gerador elétrico, ocorre a transformação de determinado tipo de energia (total) em elétrica (útil) e térmica (dissipada). Portanto, sabendo que a potência elétrica de um dispositivo pode ser calculada por P é igual a i vezes U, a potência associada a um gerador elétrico é obtida multiplicando-se a equação geral dos geradores pela corrente elétrica.
abre parênteses U é igual a épsilon menos r vezes i fecha parênteses vezes i implica em i vezes U é igual a i vezes abre parênteses épsilon menos r vezes i fecha parênteses portanto i vezes U é igual a i vezes épsilon menos r vezes i elevado ao quadrado
em que:
- P subscrito útil é igual a i vezes U corresponde à potência útil fornecida pelo gerador ao circuito elétrico;
- P subscrito total é igual a i vezes épsilon corresponde à potência total do gerador;
- P subscrito dissipada é igual a r vezes i elevado ao quadrado corresponde à potência dissipada, ou seja, gerada e não aproveitada.
Pelas potências destacadas, é possível escrever: i vezes U é igual a i vezes épsilon menos r vezes i elevado ao quadrado como P subscrito u é igual a P subscrito t menos P subscrito d.
Dica
Para um gerador real, a d d p U estabelecida em um circuito é dada pela fem épsilon menos a queda de potencial causada por sua própria resistência interna r, o que pode ser escrito da seguinte forma:
U é igual a épsilon menos r vezes i
Essa relação é conhecida como equação geral dos geradores elétricos.
Já o rendimento do gerador corresponde à proporção da energia total realmente utilizada em um circuito elétrico. Para um gerador elétrico real, seu rendimento pode ser obtido pela razão entre a potência útil e a potência total ou pela razão entre a d d p abre parênteses U fecha parênteses e a fem abre parênteses épsilon fecha parênteses.
etá é igual a início de fração, numerador: P subscrito útil, denominador: P subscrito total, fim de fração é igual a U sobre épsilon
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A guerra das correntes
A guerra das correntes ou batalha das correntes ocorreu no final do século XIX. Nessa época, os inventores estadunidenses Thomas Edison (1847-1931), George Westinghouse (1846-1914) e Nikola Tesla (1856-1943) começaram uma disputa sobre como deveria ser feita a distribuição de energia elétrica.
Então, iniciou-se uma batalha para mostrar o melhor sistema de geração, transmissão e fornecimento de energia, em que Edison defendia a corrente contínua (CC), enquanto Westinghouse e Tesla defendiam a corrente alternada (CA).
Nessa época já existia uma rede elétrica pública nos Estados Unidos, usada principalmente para alimentar lâmpadas incandescentes e motores elétricos. A exploração dessa rede elétrica revertia grandes benefícios a Thomas Edison, que tinha obtido várias patentes pela invenção da lâmpada e de diversos dispositivos para gerar corrente contínua.
As primeiras usinas de Thomas Edison usavam combustíveis fósseis para alimentar os geradores elétricos e o calor irradiado por eles aquecia residências e fábricas próximas.
Outras pessoas tentavam entrar nesse negócio lucrativo, como o empresário George Westinghouse. Ele contratou Tesla, que futuramente obteve uma patente para seu dispositivo construído para gerar e distribuir corrente alternada.

Tesla construiu geradores parecidos com os usados atualmente, em que um núcleo de ferro com fios condutores enrolados ao seu redor podia girar no interior de um campo magnético intenso, acionado por uma turbina, a qual era movimentada pela energia de uma queda de água ou com o movimento de vapor sob grande pressão.

Dica
Assista ao filme A batalha das correntes (Direção de Alfonso Gomez-Rejon, produção Film Rites. Estados Unidos: Diamond Films do Brasil Produção e Distribuidora Audiovisual Ltda., 2017. 108 minutos). Ele retrata a jornada dos inventores que ajudaram a construir a história da eletricidade e da modernidade por meio da luz, reconstituindo a sociedade da época e a necessidade de criar, realizar e construir de seus personagens.
A guerra das correntes acabaria com a vitória do sistema de corrente alternada de Tesla e Westinghouse para a distribuição de energia a longas distâncias. Uma de suas principais vantagens com relação ao sistema de corrente contínua era a facilidade de poder aumentar ou diminuir a tensão utilizando transformadores, por causa da alternância do fluxo de elétrons, com menos perda de energia.
a ) Nikola Tesla foi um dos maiores cientistas da história. Suas invenções mudaram a realidade da época e são usadas até os dias atuais. Qual é a importância dos estudos sobre os elementos históricos e suas contribuições para o desenvolvimento do conhecimento científico? Exponha suas opiniões aos colegas.
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir sobre a importância dos conhecimentos historicamente construídos e perceber que o resgaste histórico contribui para o estudo e o desenvolvimento da ciência, além de incentivar uma visão crítica sobre os processos pelos quais a Ciência passa e sua relação com a sociedade de cada época.
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PRÁTICA CIENTÍFICA
Transformação de energia
Por dentro do contexto
Diversas atividades do cotidiano envolvem transformações de energia, entre elas a geração de energia elétrica.
A energia elétrica é uma das formas de energia mais consumidas no mundo e pode ser obtida por meio da transformação de qualquer outro tipo de energia em energia elétrica. Para isso, foram desenvolvidos dispositivos capazes de realizar tais transformações.

a ) Você sabe como esses dispositivos funcionam?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que os geradores elétricos geralmente possuem uma turbina acoplada a um gerador e que, para girar a turbina, podemos utilizar transformações que envolvem energia térmica, mecânica e nuclear para gerar energia elétrica.
b ) Como é possível construir um dispositivo que transforme energia mecânica em energia elétrica?
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levar os estudantes a levantar hipóteses de como eles podem construir um gerador elétrico. Eles podem citar que é possível utilizar um motor elétrico simples para transformar energia mecânica em elétrica.
Materiais
- papelão
- tesoura com pontas arredondadas
- compasso
- cola instantânea (cola à base de cianoacrilato)
- motor elétrico (de carrinho de brinquedo, aparelho de CD ou DVD, impressora etc.)
- elástico de borracha
- LED
- parafusos (sem ponta) de aproximadamente 3 centímetros de comprimento e 0 vírgula 5 centímetro de diâmetro
- fita-crepe
Dica
Os componentes eletrônicos, como o motor e o LED, podem ser comprados em uma loja específica para isso.
Cuidado
Evite utilizar parafusos com ponta afiada. Prefira parafusos com ponta plana a fim de evitar acidentes.
Como proceder
A. Desenhe no papelão um retângulo de aproximadamente 20 centímetros de comprimento por 10 centímetros de largura.
B. Em outra região do papelão, fora do retângulo desenhado no passo anterior, faça com o compasso dois círculos de aproximadamente 8 centímetros de diâmetro e um círculo de aproximadamente 7 centímetros de diâmetro.

C. Faça dois furos no retângulo nas posições indicadas na imagem.
D. Recorte o papelão conforme os traços, obtendo três discos, sendo dois maiores e iguais e um menor, além de um retângulo.
Dica
Você pode usar um lápis ou o próprio compasso para fazer os furos no papelão.
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E. Agora, insira um dos parafusos no furo de um dos discos maiores. Você pode aproveitar o furo feito pelo compasso como guia para posicionar o parafuso.
F. Cole os três discos, deixando o disco menor no centro, formando uma polia.
G. Faça outro furo na polia, a aproximadamente 2 centímetros de distância da borda, e insira o segundo parafuso nele.
H. Retire o parafuso da polia e coloque-o em um dos furos no retângulo. Em seguida, coloque a polia novamente no parafuso.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia

I. Conecte o motor ao LED. Os motores elétricos costumam ter dois contatos elétricos em sua base, como mostra a imagem. Os LEDs deverão ser conectados nesses pontos.
Alguns motores já vêm com fios fixados a esses contatos. Nesse caso, é necessário apenas enrolar cada fio em uma das pernas do LED. Se não houver os fios, pode-se dobrar os contatos do LED ao redor dos contatos do motor.

J. No retângulo de papelão, faça um recorte do tamanho e formato do motor. Em seguida, encaixe o motor elétrico nesse recorte, deixando o eixo do motor para o mesmo lado da polia. Por fim, passe o elástico dentro da polia e ao redor do eixo do motor.

K. Gire a polia no sentido horário. Depois, gire novamente a polia, mas no sentido anti-horário. Anote no caderno o que foi observado.
L. Faça movimentos de giro mais rápidos e mais lentos para ambos os sentidos, horário e anti-horário, anotando no caderno os efeitos observados.
Análise e divulgação
1. Quais foram as transformações de energia envolvidas no funcionamento do sistema que foi montado?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que a energia mecânica foi transformada em energia elétrica e, posteriormente, em energia luminosa.
2. Como ocorreram essas transformações de energia?
Resposta pessoal. Pelo movimento da mão, os ímãs entraram em movimento no interior da bobina, gerando um fluxo magnético que induziu uma corrente elétrica nos fios de cobre, e a energia elétrica foi transformada em energia luminosa nos LEDs.
3. Quais foram as evidências que comprovaram a presença das formas de energia observadas e suas respectivas transformações?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que a energia elétrica surge ao movimentar a mão, transformação evidenciada ao acender os LEDs.
4. O gerador construído poderia ser melhorado? Como?
Resposta pessoal. Os estudantes podem responder que, ao usar uma bobina com núcleo de ferro e um ímã mais forte em forma de barra, o efeito do movimento do ímã poderia ser intensificado.
5. Descreva como seria possível adaptar o sistema existente para que funcione utilizando outra fonte de energia.
Resposta pessoal. Os estudantes podem citar que, para movimentar a polia acoplada ao motor/gerador elétrico, eles poderiam utilizar o movimento da água (com uma roda-d'água) ou utilizar o movimento do ar (com um cata-vento), por exemplo.
6. Junte-se a dois colegas e elaborem uma apresentação de seminário para o restante da turma a fim de divulgar os resultados do experimento por meio de slides contendo vídeos e dados obtidos. Acrescentem ao vídeo suas observações e suas conclusões, bem como as respostas para as questões iniciais. Ao final da apresentação, reservem alguns minutos para responder às dúvidas dos colegas.
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é incentivar os estudantes a divulgar os resultados de sua observação/investigação. Eles devem apresentar as respostas das hipóteses levantadas durante a realização da atividade, assim como os resultados obtidos.
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ATIVIDADES
1. O fenômeno da indução eletromagnética tem como produto final a energia elétrica. A indução em uma bobina ocorre quando:
a ) é aplicada uma diferença de potencial entre os terminais da bobina.
b ) uma corrente elétrica percorre os fios que constituem a bobina.
c ) existir um campo magnético constante em seu interior.
d ) provoca-se uma variação no fluxo magnético em seu interior.
Resposta: Alternativa d.
2. Ao empurrar um ímã para o interior de uma bobina, é sentida uma força contrária à tentativa de introduzi-lo. Por que a força é ainda maior se a bobina for composta de uma quantidade maior de espiras?
Resposta: Cada espira contribui para gerar uma força magnética contrária ao movimento. Assim, aumentando-se o número de espiras, aumenta-se a intensidade da força magnética.
3. Em uma usina nuclear, a transformação de energia começa com a fissão nuclear do material radioativo no reator, que libera grande quantidade de energia térmica. Essa energia térmica aquece a água, transformando-a em vapor de alta pressão. O vapor é então direcionado para girar turbinas conectadas a geradores, que convertem a energia mecânica das turbinas em energia elétrica por meio de um processo de indução eletromagnética. Caso haja um mal funcionamento do maquinário da usina e a pressão do vapor aumente subitamente, qual será o comportamento da força eletromagnética induzida nos geradores?
Resposta: O aumento da pressão do vapor vai levar a um aumento na velocidade de rotação das turbinas. Isso provocará um aumento na variação do campo magnético em função do tempo.
4. A energia eólica é o tipo de energia renovável que transforma a energia cinética do vento em energia elétrica por meio de um gerador, denominado aerogerador, que fica acoplado a um cata-vento, como mostrado na imagem a seguir.

Um estudante resolve construir um protótipo de um aerogerador utilizando uma espira acoplada a um cata-vento capaz de rotacionar em um campo magnético uniforme. A espira está ligada a uma lâmpada no lado oposto ao do cata-vento. De acordo com essas informações, julgue as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
I ) O giro da espira no interior do campo magnético causa o brilho da lâmpada e a corrente elétrica gerada é alternada.
II ) Conforme a espira gira, o campo magnético exerce sobre ela um torque oposto ao seu movimento.
III ) Caso a espira pare de girar, a força eletromotriz continua a existir, já que um campo constante gera uma força eletromotriz, mas não uma corrente elétrica.
IV ) Quanto maior a velocidade do giro da espira, maior o fluxo do campo magnético e maior a energia gerada, e, assim, o brilho da lâmpada aumentará.
Resposta: I) Verdadeira. II) Verdadeira. III) Falsa. Com a espira parada não ocorre variação do fluxo nem indução de força eletromotriz. IV) Verdadeira.
5. Na última diminuição da voltagem no transporte de energia às residências, ela chega a 13.800 Volts, passando por um transformador e caindo para 127 Volts.
a ) Se o enrolamento primário tem 10.000 voltas, qual é a quantidade de espiras no secundário?
Resposta: Aproximadamente 92 voltas. Resoluções nas Orientações para o professor.
b ) Em um transformador ideal, a potência nos enrolamentos primário e secundário é igual. Qual é a relação entre as correntes dos enrolamentos secundário e primário?
Resposta: Aproximadamente 108,7.
6. Considere um gerador com uma fem de 2 Volts e uma corrente no circuito igual a 0 vírgula 1 Ampere. Determine:
a ) a potência total.
Resposta: P subscrito t é igual a 0 vírgula 2 watt. Resoluções nas Orientações para o professor.
b ) a potência dissipada, sendo a resistência interna igual a 0 vírgula 2 ômega.
Resposta: P subscrito d é igual a 0 vírgula 0 0 2 watt.
c ) a potência útil.
Resposta: P subscrito u é igual a 0 vírgula 198 watt.
7. Um gerador elétrico possui uma força eletromotriz de 9 Volts e, quando ligado em um circuito elétrico, é percorrido por uma corrente de 3 Amperes. Considerando que a resistência interna desse gerador é de 0 vírgula 6 ômega, determine:
a ) a diferença de potencial entre os polos do gerador.
Resposta: U é igual a 7 vírgula 2 Volts. Resoluções nas Orientações para o professor.
b ) o rendimento desse gerador.
Resposta: etá é igual a 0 vírgula 8 é igual a 80 por cento.
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8. As guitarras elétricas, diferentemente dos violões, não têm caixas de ressonância para amplificar o som. Por isso, elas são equipadas com dispositivos chamados captadores, que consistem em bobinas de fios condutores que são enroladas em torno de ímãs permanentes, conforme mostrado na fotografia. Dessa forma, as cordas da guitarra que geralmente são feitas de níquel ou aço interagem com o campo magnético desses ímãs. Ao fazer as cordas vibrarem, cria-se uma oscilação no campo magnético no interior da bobina e, assim, gera-se uma corrente induzida. Esse sinal elétrico é recebido pelo amplificador e passado aos alto-falantes, produzindo o som característico desse instrumento.

Se as cordas de aço da guitarra fossem trocadas por cordas de náilon como as dos violões, o que aconteceria? Indique a alternativa correta.
a ) O uso de cordas de náilon aumentaria a corrente elétrica induzida nos captadores.
b ) As cordas de náilon, por não serem ferromagnéticas, não produziriam corrente elétrica nos captadores.
c ) As cordas de náilon funcionariam da mesma forma que as cordas de aço, não alterando o som emitido pela guitarra.
d ) As cordas de náilon vibrariam com frequência diferente das cordas de aço, gerando um sinal muito fraco.
Resposta: Alternativa b.
9. Confira a imagem do transformador e, na sequência, indique as alternativas corretas.

Sobre o funcionamento desse transformador, avalie as alternativas a seguir, indicando a somatória das corretas.
01 ) Quando um aparelho elétrico for ligado no enrolamento secundário desse transformador, ele ficará sob uma tensão menor do que a do enrolamento primário.
02 ) O núcleo do transformador deve ser feito de material que interage com o campo magnético gerado pela corrente elétrica, como o ferro.
04 ) Esse transformador pode alterar a tensão elétrica de 127 Volts para 220 volts.
08 ) Não há diferença entre ligar esse transformador em uma fonte de corrente alternada ou em uma fonte de corrente contínua.
16 ) Se o enrolamento primário desse transformador estiver conectado em uma tomada de 127 Volts, ao ligar um aparelho desenvolvido para funcionar em 127 Volts, ele queimará.
Resposta: 02 mais 0 4 mais 16 é igual a 22. 01) Falsa. O aparelho ficara sob uma tensão elétrica maior, pois há mais voltas no enrolamento secundário. 02) Verdadeira. 04) Verdadeira. 08) Falsa, pois os transformadores elétricos funcionam com corrente alternada. 16) Verdadeira.
10. Michael Faraday foi um dos principais nomes relacionados aos estudos do Eletromagnetismo. Ele desenvolveu diversos experimentos, os quais eram explicados com linguagem simples. A formulação matemática que unificou os fenômenos elétricos e magnéticos veio em 1864, com James Clerk Maxwell, nas relações que ficaram conhecidas como as equações de Maxwell. Uma das principais descobertas de Faraday foi sobre a indução e o comportamento da força eletromotriz. A respeito da lei da indução de Faraday, indique a alternativa correta.
a ) Corrente elétrica são elétrons em movimento, incapazes de produzir campo magnético.
b ) Em um transformador, a variação do campo magnético na bobina para o circuito de saída não será capaz de gerar energia elétrica, pois a variação do campo magnético causará uma interferência destrutiva.
c ) Se um ímã se mover rapidamente perto de uma espira de material condutor, a corrente será menor.
d ) Na transmissão de energia elétrica comercial, a indução eletromagnética não é adequada para esse processo, pois a alta-tensão maximiza as perdas de energia em forma de calor.
e ) A variação de um ímã em um material condutor gera um campo elétrico capaz de produzir uma corrente elétrica.
Resposta: Alternativa e.
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CAPÍTULO18
Reações nucleares
Fissão e fusão nuclear
Confira a representação do Sol na imagem desta página.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

1. Como a imagem desta página pode ser relacionada às reações nucleares?
Resposta: Espera-se que os estudantes relacionem que ocorrem reações nucleares no Sol, especificamente a fusão nuclear, que acontece no núcleo solar, fundindo núcleos de hidrogênio para a formação de átomos de hélio, liberando grande quantidade de energia na forma de luz e calor.
A luz solar é importante para os processos químicos da vida. As plantas e algas, por exemplo, utilizam luz para a realização da fotossíntese, processo fundamental para a manutenção de todas as cadeias alimentares do ecossistema.
Toda a luz e a energia que chegam à Terra provêm do interior do Sol, cujo núcleo é composto de grande quantidade de átomos de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses comprimidos por intensa força gravitacional. Por meio da reação provocada pelas colisões entre si, esses átomos de hidrogênio se combinam e formam o átomo de hélio abre parênteses H e fecha parênteses, liberando muita energia por meio da emissão de fótons (luz). A reação em que átomos mais leves se fundem para gerar átomos mais pesados é chamada de fusão nuclear, caracterizando um tipo de reação nuclear.
O átomo de hidrogênio consiste apenas em um próton (no núcleo) e um elétron (na eletrosfera), enquanto o átomo de hélio é composto de dois prótons e dois nêutrons (no núcleo), além de dois elétrons (na eletrosfera).
O número atômico abre parênteses Z fecha parênteses corresponde ao número de prótons no interior do núcleo do átomo. Caso o átomo tenha carga elétrica neutra, o número de elétrons é o mesmo que o de prótons. O número de massa abre parênteses A fecha parênteses é a soma do número de prótons e de nêutrons. Portanto, podemos representar o átomo de hidrogênio e hélio, por exemplo, como sobrescrito 1 subscrito 1 H e sobrescrito 4 subscrito 2 H, respectivamente.

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Acredita-se que no início do Universo havia apenas átomos de hidrogênio, poucos átomos de hélio e resquícios de berílio abre parênteses B e fecha parênteses e lítio abre parênteses L i fecha parênteses. Após a formação das estrelas, todos os outros elementos químicos que conhecemos, por exemplo, o oxigênio abre parênteses O fecha parênteses e o carbono abre parênteses C fecha parênteses, originaram-se de fusões nucleares que aconteciam no interior delas. Entretanto, essas reações ocorrem até a formação do núcleo de ferro abre parênteses Fe fecha parênteses, pois, para que ocorra qualquer processo de fusão nesse elemento, é necessário gastar energia.
O processo de fusão nuclear é realizado em laboratórios científicos, mas ainda não foi possível construir uma usina que seja economicamente viável e gere mais energia do que consome para que tal procedimento ocorra.
Por outro lado, há reações nucleares que transformam os átomos por meio do decaimento radioativo alfa, beta e gama. No geral, esse é um processo de fissão nuclear, no qual um núcleo atômico mais pesado é quebrado em um ou mais núcleos atômicos mais leves, emitindo energia.
Os núcleos instáveis são aqueles que naturalmente sofrem decaimento radioativo. Eles têm elevadas energias de ligação e liberam energia ao se transformarem em núcleos de outros elementos. Também é possível que processos nucleares ocorram nos núcleos estáveis, porém, para isso, é necessário que eles sejam forçados por meio da aplicação de energia externa.
Em um artigo de 1934, a física e química alemã Ida Noddack (1896-1978) criticou corretamente os resultados experimentais obtidos por Enrico Fermi (1901-1954), físico italiano naturalizado estadunidense. O pesquisador afirmava ter conseguido produzir, por meio do bombardeamento de átomos de urânio com nêutrons, elementos químicos artificiais e radioativos, chamados elementos transurânicos, que tinham número atômico superior ao urânio abre parênteses Z é igual a 92 fecha parênteses.
Noddack sugeriu que Fermi não havia conseguido executar tal feito, mas que, em vez disso, tinha provocado a desintegração do núcleo de urânio, produzindo átomos mais leves. A argumentação de Noddack foi a primeira menção ao processo de fissão nuclear.

No entanto, a conclusão de Noddack não teve relevância na época, já que não proporcionava uma prova experimental para o processo de fissão. Alguns cientistas, inclusive, chegaram a mencionar que a ideia era absurda.
Anos mais tarde, em 1938, os químicos alemães Otto Hahn (1879-1968) e Fritz Strassmann (1902-1980), com a colaboração da física austríaca Lise Meitner (1878-1968), concluíram, por meio de experimentos, que o processo de fissão nuclear era um feito possível, validando a previsão de Noddack.
O processo de fissão nuclear é muito utilizado para gerar energia elétrica em usinas nucleares. Exemplos disso são as usinas de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

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As usinas de fissão nuclear utilizam a reação nuclear do urânio-235 abre parênteses U menos 235 fecha parênteses (A é igual a 235 e Z é igual a 92), elemento químico extremamente pesado que passa pelo processo de fissão, produzindo, quando bombardeado por um nêutron abre parênteses sobrescrito 1 subscrito 0 n fecha parênteses, o núcleo de criptônio-91 abre parênteses K r traço 91 fecha parênteses e bário-142 abre parênteses B a traço 142 fecha parênteses. Nessa reação, ocorre liberação de grande quantidade de energia por meio da radiação gama, além de outras três partículas de nêutron:
Imagem sem proporção e em cores fantasia.
sobrescrito 1 subscrito 0 n mais sobrescrito 235 subscrito 92 U seta para a direita sobrescrito 142 subscrito 56 B a mais sobrescrito 91 subscrito 36 K r mais 3 sobrescrito 1 subscrito 0 n mais 2 gama

Ilustração elaborada com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 639.
Essas três partículas de nêutron são liberadas e atingem outros três núcleos de urânio, que, por sua vez, passam pela mesma reação, gerando mais nove nêutrons capazes de atingir outros nove núcleos de urânio, iniciando uma reação em cadeia. Entretanto, nas usinas nucleares, tais reações são controladas.
Após a reação e a geração de energia, é preciso lidar com os rejeitos radioativos produzidos, que devem ser armazenados com segurança, pois continuam emitindo radiação por um longo período.
Apesar do uso pacífico da energia nuclear, a reação de fissão nuclear também ocorre em contextos de guerra: a reação em questão, em sua forma potencializada, foi utilizada para a construção de bombas nucleares que destruíram as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945, acarretando graves consequências e grande sofrimento para a população local pelas décadas que se seguiram.
O processo de fusão nuclear também pode ser utilizado para a construção de bombas, as chamadas bombas de hidrogênio, que têm poder de destruição ainda maior do que as bombas de fissão.
Compartilhe ideias
As reações nucleares desempenham um papel importante em diversas áreas, como na Medicina, na geração de energia, nas aplicações tecnológicas e no desenvolvimento da Ciência. É necessário considerar os desafios associados às reações nucleares, pois eles exigem posicionamento, reflexão sobre sustentabilidade, manejo seguro dos resíduos nucleares e atenção às demais questões éticas que envolvem o uso dessa tecnologia.
a ) Junte-se a dois colegas e discutam sobre os diferentes usos das reações nucleares e suas implicações. Considerem como a energia nuclear é usada tanto para contextos pacíficos quanto em contextos militares. Reflitam sobre os desafios e benefícios associados a essa tecnologia. Elaborem uma lista com os pontos positivos e negativos de sua utilização e registrem suas conclusões no caderno. Por fim, elaborem um infográfico que ilustre as principais informações sobre as oportunidades e os cuidados necessários relacionados à energia nuclear.
Resposta: Espera-se que os estudantes mencionem que o lado positivo da energia nuclear é a geração de energia elétrica com baixa emissão de carbono, os tratamentos como a radioterapia e os diagnósticos por imagem. A radioatividade também tem aplicações na indústria, por exemplo, na produção de materiais e na esterilização de produtos e na exploração espacial, fornecendo energia a sondas. No entanto, tais reações também são usadas na construção de armas nucleares. A manutenção de arsenais nucleares é vista por algumas nações como uma forma de dissuasão e um símbolo de poder, o que dificulta o desarmamento, especialmente em razão da desconfiança mútua entre países.
b ) Organizem uma apresentação para os demais estudantes da turma, demonstrando o infográfico elaborado e oportunizando a exposição de ideias de outros grupos.
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é propiciar aos estudantes uma discussão rica, com o desenvolvimento do desejo por sustentabilidade, do raciocínio crítico e do pensamento científico.
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Acidentes nucleares
2. Quais são os perigos relacionados a acidentes envolvendo materiais radioativos?
Resposta: Espera-se que os estudantes mencionem que, se expostos a altas doses de radiação, a saúde dos indivíduos pode ser imediatamente comprometida, acarretando queimaduras e síndrome aguda da radiação, que pode ser fatal. Em níveis mais baixos, a exposição prolongada pode aumentar significativamente o risco de câncer e outras doenças ao longo da vida. Além disso, a contaminação ambiental é um grande risco, pois materiais radioativos podem se espalhar para o solo, a água e o ar, afetando ecossistemas inteiros e contaminando fontes de alimentos e água potável.
Radioatividade trágica
[...] o dia 13 de setembro representa uma triste memória na história de Goiânia. Nesse dia, teve início na cidade o maior acidente radiológico do Brasil e um dos maiores do mundo. É por isso que a Lei nº 12.646, de 16 de maio de 2012, instituiu o 13 de setembro como Dia Nacional de Luta dos Acidentados por Fontes Radioativas.
[...]

Houve uma sucessão de falhas na fiscalização do descarte daqueles equipamentos e falta de informação sobre a nocividade daquela pedra brilhante com 19 gramas de césio-137. Esse foi o cenário que levou várias pessoas à morte e deixou diversas sequelas em milhares de vítimas, que tiveram diferentes níveis de contato com o material radioativo.
[...]
RADIOATIVIDADE trágica. Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, 13 set. 2021. Disponível em: https://s.livro.pro/0kvmtl. Acesso em: 31 ago. 2024.
Em um edifício abandonado, no município de Goiânia (GO), no ano de 1987, dois jovens encontraram uma máquina que continha um material azul e brilhante. Tratava-se do césio-137 abre parênteses Cs traço 137 fecha parênteses, elemento altamente radioativo.
O contato com o elemento trouxe consequências à saúde de mais de 1.000 pessoas envolvidas no caso, inclusive oficiais militares, médicos e peritos. Casas foram demolidas, objetos pessoais precisaram ser retirados e isolados e até mesmo o solo foi afetado, provocando danos econômicos e ambientais, além de estigmatização às vítimas.
Dica
Para mais informações a respeito do acidente em Goiânia, acesse o site do governo do estado de Goiás. Disponível em: https://s.livro.pro/cr17x2. Acesso em: 30 ago. 2024.]
Em 2011, no município de Fukushima, no Japão, uma usina nuclear foi atingida por um tsunami que danificou suas construções. As falhas no resfriamento do reator causaram uma reação nuclear incontrolável, com vazamento de radiação por meio do ar e da água do oceano. O incidente causou direta e indiretamente mais de 1.000 mortes e fez mais de 100 mil pessoas terem de abandonar suas casas.
Dica
Para saber mais sobre o acidente em Fukushima, leia a reportagem a seguir, publicada quando o evento completou 10 anos. Disponível em: https://s.livro.pro/tvzfxq. Acesso em: 30 ago. 2024.

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O acidente nuclear que teve o impacto mais grave ocorreu no município de Chernobyl, na antiga União Soviética, atual Ucrânia, em 1986. Durante um teste de segurança malconduzido, alguns sistemas foram desativados. Com isso, teve início uma falha que causou um rápido aquecimento e uma explosão, lançando material radioativo por toda a região.

Atualmente, um raio de 30 quilômetros ao redor da usina é despovoado e inabitável. Uma grande estrutura de concreto foi construída ao redor do reator destruído, a fim de tentar evitar o vazamento de mais materiais radioativos. Os números oficiais sobre as mortes causadas pelo desastre referem-se a algumas dezenas de militares e trabalhadores da usina. Entretanto, acredita-se que milhares de pessoas tenham morrido ao longo dos anos em razão do desenvolvimento de doenças relacionadas à contaminação por meio de radiação.
Nos Estados Unidos, ocorreu o acidente nuclear de Three Mile Island, no distrito de Dauphin, em 1979. Falhas em uma das centrais da usina possibilitaram o escape de grande quantidade de líquido. Apesar de ter causado a evacuação de centenas de pessoas nas proximidades da usina, o reator foi controlado, evitando que uma catástrofe ainda maior ocorresse.

Professor, professora: Comente com os estudantes que a central nuclear à esquerda, da usina Three Mile Island, está desativada desde o acidente em 1979.
O grau de contaminação dos seres vivos que são expostos à radiação nuclear (direta ou indireta) depende de dois fatores: a quantidade de energia e a qualidade da radiação.
A grandeza que mede a energia da radiação é chamada de dose absorvida e é expressa pela unidade G y (gray). Um ser humano, quando exposto à radiação de 1 gray, por exemplo, pode apresentar sintomas como náusea e vômito. Se a intensidade ultrapassar 9 gray, é possível que acarrete até morte. A soma de toda a energia a que o organismo é exposto em determinado período denomina-se dose.
A dose equivalente, com unidade S v (Sievert), é a medida que leva em consideração a qualidade da radiação, uma vez que 1 gray de radiação gama é menos nocivo a um ser vivo do que 1 gray de radiação alfa. Ela é definida pela dose absorvida multiplicada por um fator de qualidade, que assume o valor igual a 1 para raios X, gama ou beta (menos nocivos) e igual a 20 para nêutrons com determinadas energias, radiação alfa ou outros produtos da fissão nuclear (núcleos pesados).
Portanto, estima-se que a exposição a uma energia em radiação alfa seja 20 vezes mais perigosa do que a mesma energia em radiação gama ou beta.
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A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) regulamenta atividades envolvendo materiais radioativos no Brasil e determina que profissionais que atuam com materiais radioativos ou em ambientes de risco podem receber dose média anual de 20 milisievert, enquanto outras pessoas podem ser expostas a uma dose máxima anual de 1 milisievert.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

É preciso entender que a radiação está naturalmente presente em nosso cotidiano, como quando nos aproximamos de outras pessoas, entramos em edificações de concreto, expomo-nos à luz solar e até mesmo ao comer bananas.
A banana contém grande quantidade de potássio K, importante elemento químico que auxilia no funcionamento dos músculos, além de apresentar muitos outros benefícios à saúde. Alguns dos átomos de potássio dessa fruta são naturalmente radioativos (isótopo potássio-40). Portanto, quando a ingerimos, estamos nos expondo à radiação.
Em uma única banana há aproximadamente 0 vírgula 1 mi sievert. Isso significa que precisaríamos comer 10.000 bananas no intervalo de um ano, ou quase 30 bananas por dia durante um ano, para atingir a dose máxima de 1 milisievert estipulada pela CNEN.
Pensando em outra situação, quando realizamos, por exemplo, um exame de raio-X no braço, estamos expostos a uma radiação de aproximadamente 1 mi sievert, que é equivalente ao consumo de dez bananas.
3. Além da banana, quais outros alimentos têm elementos radioativos em sua composição? Se necessário, faça uma pesquisa.
Resposta: Os estudantes podem mencionar castanha-do-pará, batata, iogurtes etc.
Medidores de radiação
A radiação é invisível aos nossos olhos, no entanto os efeitos dela sobre a matéria são notáveis. Levando isso em conta, construíram-se medidores de radiação que auxiliam os profissionais a averiguar regularmente a segurança nas instalações nas quais materiais radioativos são manipulados.
Esses medidores foram construídos de acordo com a maneira como ocorre a interação da radiação com a matéria. Por exemplo, para medir a capacidade de ionizar os componentes de um gás e, assim, gerar correntes elétricas, foi construído o contador Geiger.
Para proteção de pessoas que manuseiam os materiais radioativos, além de se expor à radiação pelo menor tempo possível e manter a máxima distância da fonte emissora, são utilizados materiais que as blindam contra a radiação, como biombos de chumbo abre parênteses P b fecha parênteses e equipamentos de proteção individual (EPIs): luvas, aventais, roupas especiais, entre outros.

a ) Por que alguns materiais de proteção à radiação são feitos de chumbo?
Resposta: O chumbo possibilita a absorção e o bloqueio de diferentes tipos de radiação, como raios X e raios gama, impedindo que passem através de si. Além disso, o chumbo é relativamente barato e fácil de moldar, o que o torna ideal para fabricar barreiras protetoras.
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Modelo padrão de partículas
4. O que são partículas elementares?
Resposta: São as menores partículas que constituem a matéria, não podendo ser divididas, isto é, não apresentando subestruturas.
5. Além dos prótons, nêutrons e elétrons, você conhece alguma outra partícula?
Resposta pessoal. Espera-se que, com esta questão, seja possível resgatar os conhecimentos prévios dos estudantes. Dê oportunidade para que todos se expressem.
No início do século passado, estabeleceu-se a teoria de que os átomos eram compostos de prótons, nêutrons e elétrons, e acreditava-se que essas eram as únicas partículas existentes. O físico austríaco Wolfgang Pauli (1900-1958), no ano de 1930, propôs a existência de uma partícula chamada neutrino, que seria essencial para os processos nucleares envolvendo a emissão de radiação beta. A existência dela foi comprovada experimentalmente anos mais tarde.
Além disso, também nos anos 1930, pesquisas com raios cósmicos começaram a detectar inúmeras novas partículas cujas propriedades não podiam ser compreendidas como uma recombinação de prótons, nêutrons e elétrons.
Os raios cósmicos são partículas extremamente energéticas, normalmente originadas em explosões estelares e que podem ter energia cinética centenas e até milhares de vezes maior do que os prótons utilizados nos aceleradores de partículas atuais. Quando eles interagem com núcleos atômicos presentes na atmosfera terrestre, criam um efeito em cascata, no qual são criadas diversas partículas secundárias, não observadas em energias habituais.
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A partir do ano de 1960, as partículas prótons e nêutrons não eram mais consideradas elementares. Isso se deve à descoberta de outras partículas, chamadas quarks, que compõem os prótons e os nêutrons.
Nas décadas seguintes, foram descobertas várias outras partículas e, com base nisso, construiu-se uma nova teoria para explicar todo esse conjunto de partículas elementares, o chamado Modelo padrão da Física das partículas. Essa teoria se completou no ano de 2012, com a detecção do bóson de Higgs, uma partícula relacionada à massa de todas as partículas conhecidas.
As partículas elementares são divididas em hádrons e léptons. Hádrons são partículas massivas, como os prótons e os nêutrons, por exemplo, compostas de quarks.
Há vários outros hádrons que foram detectados na natureza ou produzidos em laboratório, nos aceleradores de partículas, por meio de possíveis combinações dos seis tipos de quarks conhecidos. A combinação de dois quarks forma os mésons, como o méson pi (ou píon), descoberto pelo físico brasileiro César Lattes (1924-2005). Os mésons são hádrons formados pela combinação de apenas dois quarks.
Já os prótons e nêutrons são compostos de dois tipos de quarks: up, com carga elétrica 2 terços da carga do próton, e down, com carga elétrica menos 1 terço da carga do próton.
6. Qual é a carga elétrica do próton? E a do nêutron?
Resposta: O próton é a partícula positiva, com o mesmo módulo da carga do elétron, isto é, 1 vírgula 6 vezes 10 elevado a menos 19 C ou e. Já o nêutron é a partícula com carga elétrica nula.
7. Qual deve ser a composição do próton e do nêutron em termos da soma dos quarks up e down?
Resposta: De acordo com a soma das cargas elétricas dos quarks up e down, o nêutron é constituído por dois quarks down e um quark up, resultando na soma igual a zero. O próton, por sua vez, é composto de dois quarks up e um quark down, resultando na carga elétrica e.
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Os léptons são partículas de menor massa, isto é, são partículas leves. O exemplo mais conhecido é o da partícula elementar elétron. Outros exemplos de léptons são os múons e os taus, partículas semelhantes ao elétron e que têm mesmo valor de carga elétrica. Por último, o neutrino, constituído de massa extremamente pequena e carga elétrica nula.
Para a maioria dessas partículas, existe outra semelhante, com mesma massa, embora com carga elétrica oposta, chamada antipartícula. O pósitron, por exemplo, é conhecido como antipartícula do elétron, pois tem a mesma quantidade de massa do elétron e carga elétrica igual, porém positiva. Já o antipróton, como o nome sugere, é a antipartícula do próton, composta de mesma quantidade de massa e mesma quantidade de carga, no entanto esta é negativa. Quando uma partícula colide com sua antipartícula, ocorre o que chamamos de aniquilação, isto é, a desmaterialização, em que são convertidas em radiação ou em outras partículas.
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O Modelo padrão também apresenta as chamadas partículas de interação. Elas funcionam como mediadoras das forças fundamentais da natureza: força elétrica, força forte, força fraca e força gravitacional.
A força elétrica é mediada pelo fóton, que é a partícula da luz. A força forte é a responsável pela formação e pela estabilidade dos núcleos atômicos, mediada por partículas chamadas glúons. A força fraca, por exemplo, é responsável por alguns dos processos radioativos, mediada pelos bósons Z e bósons W. A força gravitacional é a força responsável pela coesão universal, mediada pelos grávitons.
Dica
A partícula elementar gráviton é hipotética, pois ainda não foi comprovada.
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LIGADO NO TEMA
Desenvolvimento da bomba atômica
Em 1939, o físico alemão Albert Einstein (1879-1955), após um pedido do físico húngaro Leo Szilard (1898-1964), assinou uma carta destinada a Franklin D. Roosevelt (1882-1945), então presidente dos Estados Unidos. Nela, os físicos informavam as novas descobertas em relação à geração de energia por reações nucleares e a possibilidade de construção de bombas com base nesse fenômeno.
Na época em que Einstein escreveu a carta, o regime nazista estava crescendo na Alemanha, tanto que, no mesmo ano em que ela foi enviada, iniciou-se a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Assim, o medo de que os nazistas conseguissem desenvolver armas nucleares antes das demais nações foi o que incentivou Einstein a assinar a carta.
Pouco tempo depois do envio dessa carta, os Estados Unidos iniciaram o Projeto Manhattan, responsável pelo desenvolvimento das bombas atômicas, que foram lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945, no fim da guerra. A iniciativa começou em 1942 e foi extinta em 1947, reunindo diversos cientistas, como os estadunidenses Julius Robert Oppenheimer (1904-1967), Arthur Compton (1892-1962) e Richard Feynman (1918-1988); o italiano Enrico Fermi (1901-1954); o inglês James Chadwick (1891-1974); o dinamarquês Niels Bohr (1885-1962); além do já mencionado húngaro Szilard.
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A bomba lançada sobre Hiroshima liberou uma quantidade de energia de aproximadamente 15 quilotons✚, causando a morte instantânea de cerca de 80 mil pessoas. Estima-se que, nessa cidade, cerca de 237 mil pessoas tenham sido mortas direta e indiretamente pelos efeitos da bomba atômica.

A bomba lançada sobre Nagasaki liberou cerca de 21 quilotons de energia, matando instantaneamente entre 40 mil e 75 mil pessoas e ferindo cerca de 60 mil habitantes.

Após observarem o poder de destruição das bombas atômicas em testes e bombardeios, diversos cientistas se dispuseram contra o uso desse tipo de armamento, inclusive os que trabalharam no desenvolvimento dele.
Einstein, conhecido por suas convicções pacifistas, afirmou que lamentava ter apoiado, em carta enviada a Roosevelt, o desenvolvimento da bomba atômica. Em resposta, ele participou da elaboração de um manifesto pedindo que armas nucleares não fossem mais produzidas nem utilizadas.
a ) Discuta como a aplicação do conhecimento científico em situações como a abordada nesta seção pode afetar a sociedade. Considere os impactos sociais e éticos envolvidos.
Resposta: Espera-se que os estudantes comentem que as pesquisas sobre as reações nucleares, assim como outros tipos de investigação, proporcionaram benefícios para a sociedade, como uma nova fonte de energia, mas também possibilitaram o desenvolvimento de armamentos com grande poder de destruição.
b ) Analise como o contexto histórico pode influenciar a condução das pesquisas científicas, com base no exemplo apresentado nesta seção.
Resposta: Espera-se que os estudantes percebam que o contexto histórico da época, a Segunda Guerra Mundial, direcionou diversas pesquisas científicas para o desenvolvimento de armamentos mais eficazes, como o Projeto Manhattan.
c ) Junte-se a três colegas e pesquisem, em livros e na internet, artigos científicos sobre ética na Ciência. Em seguida, utilizando um editor apropriado para tal, montem uma apresentação com textos, imagens e áudio a respeito do que é ética, do uso dela no desenvolvimento científico e dos cuidados que a sociedade deve ter na aplicação e na divulgação desse conhecimento.
Por fim, com ajuda do professor, providenciem um projetor e exponham os resultados da pesquisa aos colegas da turma e à comunidade escolar.
Resposta pessoal. O objetivo desta questão é, com base no que foi abordado na seção, levar os estudantes à reflexão sobre a ética na aplicação dos conhecimentos científicos. Eles podem sugerir a análise das consequências das pesquisas científicas e das aplicações dos produtos gerados por elas. No caso da descoberta da reação de fissão nuclear, por exemplo, ela poderia ter sido aplicada somente como uma nova fonte de energia para a geração de energia elétrica, mas foi usada também para criar a bomba atômica.
- Quilotons:
- unidade utilizada para medir a energia liberada na explosão de bombas atômicas.↰
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ATIVIDADES
1. O núcleo de urânio, por meio da fissão nuclear, sofre a divisão em dois outros núcleos, liberando energia. Se o mesmo urânio for quebrado em outros três pequenos núcleos, seria liberada maior ou menor quantidade de energia? Explique.
Resposta: Maior quantidade de energia. Se o átomo de urânio fosse quebrado em três partes, as massas dos núcleos resultantes seriam menores. Assim, mais massa seria convertida em energia nessa reação.
2. Os processos de fusão e fissão nucleares são fundamentais para a produção de energia, tanto em contextos naturais quanto em aplicações humanas. A fusão nuclear é o processo que ocorre no interior das estrelas, incluindo o Sol, em que núcleos de hidrogênio se combinam para formar hélio, liberando uma grande quantidade de energia. A fissão nuclear, por outro lado, é usada atualmente em usinas nucleares, a fim de gerar eletricidade, por meio da divisão dos núcleos de urânio em núcleos menores.
Com base nisso, qual das alternativas a seguir descreve corretamente a diferença entre fusão e fissão nuclear?
a ) A fusão nuclear ocorre quando um núcleo pesado é dividido em núcleos menores; a fissão nuclear combina núcleos leves para formar um mais pesado.
b ) A fusão nuclear é o processo que combina núcleos leves para formar um mais pesado, liberando energia; a fissão nuclear é o processo de dividir um núcleo pesado em núcleos menores, também liberando energia.
c ) A fusão nuclear é o processo usado atualmente em usinas nucleares para gerar eletricidade; a fissão nuclear ocorre naturalmente nas estrelas.
d ) Tanto a fusão quanto a fissão nuclear resultam na formação de núcleos mais leves partindo de núcleos mais pesados.
Resposta: Alternativa b.
3. As reações nucleares englobam a alteração da massa dos elementos envolvidos e a liberação de energia. Em um processo de fusão nuclear, quando a energia da reação é liberada, a massa total do material é:
a ) constante.
b ) reduzida.
c ) aumentada.
d ) nula.
Resposta: Alternativa b.
4. Qual é a quantidade de energia que foi transferida para uma pessoa de 76 quilogramas que foi exposta à radiação de 1 vírgula 5 gray? Use 1 gray é igual a 1 joule por quilograma.
Resposta: E é igual a 114 joules. Resolução nas Orientações para o professor.
5. Com base nas definições das reações nucleares de fusão e fissão, julgue as afirmativas a seguir como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
I ) Na fusão nuclear, dois ou mais núcleos leves se combinam para formar um mais pesado, liberando grande quantidade de energia.
II ) A fissão nuclear é o processo de dividir um núcleo leve em dois ou mais núcleos pesados, liberando energia.
III ) Tanto a fusão quanto a fissão nuclear liberam energia em decorrência da conversão de massa em energia, conforme descrito pela equação de Einstein, E é igual a 'm' vezes c elevado ao quadrado.
IV ) As reações de fusão nuclear são atualmente utilizadas em usinas nucleares para gerar eletricidade comercialmente.
Resposta: I) Verdadeira. II) Falsa. A fissão é o processo em que um núcleo pesado é dividido em núcleos menores, liberando energia. III) Verdadeira. IV) Falsa. As usinas nucleares utilizam a fissão para a geração de energia elétrica.
6. Classifique as reações a seguir como fissão ou fusão nuclear e justifique a sua escolha.
a ) sobrescrito 1 subscrito 0 n mais sobrescrito 235 subscrito 92 U seta para a direita sobrescrito 137 subscrito 52 T e mais sobrescrito 97 subscrito 52 Z r mais 2 sobrescrito 1 subscrito 0 n mais Energia
Resposta: A reação representa um processo de fissão nuclear, pois de um elemento mais pesado são gerados outros dois mais leves.
b ) sobrescrito 2 subscrito 1 H mais sobrescrito 3 subscrito 2 H e seta para a direita sobrescrito 4 subscrito 2 H e mais sobrescrito 1 subscrito 1 H mais Energia
Resposta: A reação representa um processo de fusão nuclear, pois dois elementos leves se combinam, formando um mais pesado.
7. Considere que um núcleo de urânio-235 seja bombardeado por um nêutron. Nessa reação, ocorre a fissão nuclear descrita a seguir.
sobrescrito 1 subscrito 0 n mais sobrescrito 235 subscrito 92 U seta para a direita sobrescrito 94 subscrito 38 S r mais sobrescrito 140 subscrito 54 X e mais Y vezes sobrescrito 1 subscrito 0 n
Qual será o valor do coeficiente Y presente na reação?
Resposta: Y é igual a 2. Resolução nas Orientações para o professor.
8. As reações nucleares de fissão e fusão nuclear liberam grande quantidade de energia. A respeito desses processos de liberação de energia julgue as afirmativas a seguir como verdadeiras ou falsas, corrigindo as falsas.
I ) As reações nucleares envolvem altas energias porque alteram os núcleos atômicos, retirando prótons e/ou nêutrons desses núcleos, diferentemente da energia necessária para alterar a quantidade de elétrons dos átomos.
II ) As bombas atômicas usadas na Segunda Guerra Mundial vêm da fissão nuclear, em que os nêutrons livres produzidos pela fissão dos núcleos pesados tendem a fissionar mais núcleos pesados em um curto intervalo de tempo.
III ) Em uma usina nuclear, o processo de reação em cadeia do nêutron não é controlado, pois, caso fosse, não seria possível liberar a quantidade de energia necessária para a geração de energia elétrica na usina.
Resposta: I) Verdadeira. II) Verdadeira. III) Falsa; o processo de reação em cadeia nas usinas nucleares é controlado para evitar desastres, o processo não controlado resulta em uma bomba atômica.
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9. A usina nuclear brasileira, situada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, conta com duas centrais: Angra 1 e Angra 2. Para um futuro próximo, será posta em funcionamento mais uma central: Angra 3. A usina opera com um reator de água pressurizada (PWR) e seu princípio consiste na quebra de um átomo de urânio-235 por meio de uma colisão com nêutrons, gerando outros dois átomos mais leves. Isso ocasiona uma grande liberação de energia. Esse processo é denominado fissão nuclear. Suponha que ela ocorra como neste esquema:
sobrescrito 1 subscrito 0 n mais sobrescrito 235 subscrito 92 U seta para a direita sobrescrito 144 subscrito 55 C s mais X mais 2 vezes sobrescrito 1 subscrito 0 n mais energia
Com base nisso, determine o número atômico e o número de massa do elemento X indicado na reação.
Resposta: Z é igual a 37 e A é igual a 90. Resolução nas Orientações para o professor.
10. Analise as afirmações a seguir a respeito da energia nuclear.
I ) As usinas nucleares usam o processo de fusão nuclear para gerar energia elétrica, já que ele é mais eficiente do que a fissão nuclear.
II ) Um dos principais desafios da geração de energia elétrica nas usinas nucleares é o destino dos rejeitos radioativos gerados durante a produção de energia.
III ) A energia nuclear é uma das principais fontes de energia elétrica no Brasil.
IV ) Uma das vantagens das usinas nucleares é que elas não geram gases que contribuem para o efeito estufa.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a ) I.
b ) I e II.
c ) II e III.
d ) II e IV.
e ) I, III e IV.
Resposta: Alternativa d.
11. Leia o texto a seguir, sobre o Modelo Padrão de partículas.
"O Modelo Padrão de partículas é uma teoria que explica três das quatro forças fundamentais da natureza: a ■, a ■ e a ■. Além disso, descreve partículas fundamentais, como os ■ e os ■."
Qual das alternativas a seguir contém as palavras que completam corretamente as lacunas?
a ) gravidade, força eletromagnética, força forte, quarks, mésons
b ) força forte, força fraca, força eletromagnética, quarks, léptons
c ) força eletromagnética, gravidade, força fraca, bósons, léptons
d ) força forte, gravidade, força fraca, fótons, mésons
Resposta: Alternativa b.
12. O Modelo Padrão de partículas é uma teoria fundamental na Física, que descreve as partículas elementares e suas interações. De acordo com o Modelo Padrão, existem várias partículas que compõem a matéria, bem como partículas mediadoras das forças fundamentais. Entre elas, estão os quarks e os léptons, que são conside- rados fundamentais, já que não são compostos de outras partículas.
Com base no Modelo Padrão, qual das alternativas a seguir está correta?
a ) Os quarks são os únicos constituintes dos prótons e nêutrons, enquanto os léptons são as partículas que medeiam as interações fortes.
b ) Existem seis tipos de quarks e seis tipos de léptons, cada um com características diferentes, como carga elétrica e massa.
c ) As partículas mediadoras das forças fundamentais, como os fótons, são compostas de combinações de quarks e léptons.
d ) No Modelo Padrão, os prótons e nêutrons são considerados partículas fundamentais, assim como os quarks e léptons.
Resposta: Alternativa b.
13. No tratamento para a cura do câncer, especialistas verificam a relação da quantidade de radiação ionizante cedida por fótons, nêutrons, elétrons ou íons por unidade de massa, a fim de determinar a dose que um paciente deverá receber na região constituinte de células cancerígenas. Essa relação pode ser descrita como D é igual a e sobre 'm', em que D é a dose de radiação medida em joule por quilograma abre parênteses G y fecha parênteses, e é a energia ionizante abre parênteses J fecha parênteses e 'm', a massa abre parênteses k g elevado ao cubo fecha parênteses. Se um indivíduo em tratamento, com massa igual a 80 quilogramas, precisar de duas doses diárias de 200 c G y, que quantidade de energia ionizante ele deverá receber em 10 dias?
Resposta: e subscrito T é igual a 3.200 joules. Resolução nas Orientações para o professor.
14. Com base nos seus conhecimentos sobre o Modelo padrão de partículas, julgue os seguintes itens como verdadeiros ou falsos.
I ) A classificação das partículas pode ser realizada com base nas interações fundamentais a que estão sujeitas; a interação gravitacional, como age sobre todas as partículas, sempre deve ser considerada nos estudos subatômicos.
II ) As partículas de interação do Modelo padrão são o fóton, o glúon e os bósons Z, W e Higgs.
III ) Os férmions não respeitam ao princípio de exclusão de Pauli.
IV ) Cada lépton tem um neutrino associado.
Resposta: I) Falso, pois a força de interação gravitacional é a força fundamental mais fraca das 4 forças, que requer corpos massivos; para partículas subatômicas, a força gravitacional é desprezível; e forças como força forte, força fraca e eletromagnéticas são predominantes. II) Verdadeiro. III) Falso, os férmions respeitam o princípio de exclusão de Pauli, pois duas partículas não podem ocupar o mesmo estado quântico. IV) Verdadeiro.
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CAPÍTULO 19
Física contemporânea
Introdução à Física contemporânea
O final do século XIX foi marcado por diversas mudanças na maneira como alguns conceitos físicos eram até então interpretados. Áreas da chamada Física clássica, como Mecânica, Óptica, Termodinâmica e Eletromagnetismo, eram consideradas como teorias completas e consolidadas.
Contudo, cientistas do período estudavam problemas que não podiam ser explicados pelos conceitos teóricos clássicos de então. Um desses cientistas foi o físico e matemático irlandês William Thomson (1824-1907), conhecido como Lorde Kelvin. Em 1900, ele proferiu uma palestra intitulada Nuvens do século dezenove sobre a teoria dinâmica do calor e da luz. Nessa palestra, Kelvin recapitulou os avanços obtidos pela Física desenvolvida até o século XIX, chamando a atenção da comunidade científica para duas situações ainda não compreendidas, que ele denominou de "nuvens".
- A primeira "nuvem" exposta por Lorde Kelvin foi o fato de não conseguir verificar a existência do éter luminífero, meio pelo qual a luz deveria se propagar. Apesar das várias tentativas, não havia como explicar por que a luz sempre tinha a mesma velocidade no vácuo, não importando o referencial.
- A segunda "nuvem" seria a falta de concordância entre os valores teóricos e os dados experimentais para o espectro da radiação térmica emitida por um corpo aquecido.
Além dessas limitações, havia outros efeitos e fenômenos que ainda não eram compreendidos, como o efeito fotoelétrico, a propriedade radioativa de alguns elementos e a emissão dos raios X, detectados pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923), em 1895.
No final de 1900, meses após a palestra de Lorde Kelvin, o físico alemão Max Karl Ernst Ludwig Planck (1858-1947) apresentou uma hipótese para a emissão de radiação por corpos quentes, que solucionava uma das "nuvens" destacadas por Lorde Kelvin. Até então, a radiação eletromagnética emitida por um corpo aquecido era considerada contínua. No entanto, para Planck, era necessário considerar que a energia emitida ou absorvida na forma de radiação eletromagnética ocorresse em quantidades discretas, com valores bem definidos, que foram denominadas quantum de energia.


Assim, as energias permitidas no modelo de Planck têm valores restritos a determinadas quantidades, ou seja, a energia é quantizada.
A hipótese da quantização de energia chamou a atenção do físico alemão Albert Einstein (1879-1955). Além disso, para Einstein, os problemas mencionados por Kelvin demonstravam ser necessária uma reinterpretação completa das teorias físicas clássicas da época.
Considerando a proposta de Planck, Einstein retomou a discussão sobre a natureza ondulatória e/ou corpuscular da luz, pois, se os quanta existissem, a luz e outras radiações poderiam se comportar como partículas sendo emitidas uma a uma e interagiriam com a matéria. Porém, diferente de um corpo que tem massa, a energia desses quanta estava associada à frequência da radiação.
Professor, professora: Comente com os estudantes que quanta é o plural da palavra quantum, ambas do latim.
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Esse modelo criado por Einstein deu significado físico à hipótese de Planck, possibilitando a descrição do efeito fotoelétrico, que ocorre quando há emissão de elétrons de uma placa na qual incidem feixes luminosos de frequências específicas, o que não era explicado pela teoria clássica do Eletromagnetismo, estabelecida no final do século XIX. A explicação do efeito fotoelétrico rendeu a Einstein o Prêmio Nobel de Física, em 1921.
Einstein também sugeriu que a solução para explicar as incompatibilidades entre a Mecânica e o Eletromagnetismo, como o fato de a luz sempre ter a mesma velocidade, não importando o referencial adotado, não viria da determinação do éter, mas de uma nova interpretação para alguns conceitos, como espaço, tempo, massa e energia, considerados absolutos e invariantes.

Ele, então, propôs a teoria da relatividade restrita, considerando que os conceitos citados anteriormente não eram absolutos e invariantes, pois deveriam depender do referencial inercial adotado, além de considerar o seu movimento.
Essas hipóteses e teorias deram início a um conjunto de conhecimentos que chamamos de Física moderna e servem de base para diversas tecnologias que utilizamos atualmente.
Teoria da relatividade restrita
Na Mecânica clássica, as medidas de velocidades são feitas sempre em relação a um sistema de referência, chamado de referencial. Para isso, escolhe-se um referencial em repouso, para então medir a velocidade com a qual o corpo se move em relação a ele.
Mudar o referencial pode alterar o estado de movimento de um corpo. Por exemplo, uma pessoa sentada em uma cadeira na sala de aula está em repouso em relação à Terra, mas em movimento em relação à Lua. Se os referenciais são inerciais, isto é, referenciais, nos quais um corpo que não está sujeito a forças está em repouso ou em movimento em linha reta e uniforme, a mudança entre eles não altera as leis da Física.
Quem estabeleceu que as leis físicas são as mesmas em qualquer referencial inercial foi o cientista italiano Galileu Galilei (1564-1642) por meio da observação de insetos que voavam dentro da cabine de um navio em repouso e de uma goteira que caía dentro de uma garrafa. Se o navio fosse colocado em movimento retilíneo uniforme (MRU), a velocidade observada no voo dos insetos deveria ser a mesma, assim como as gotas continuariam caindo dentro da garrafa. Com isso, ele concluiu que os resultados para os fenômenos são os mesmos, com o navio em repouso ou em MRU. Assim, foi criado o princípio da relatividade de Galileu.
Observando os fenômenos que ocorrem dentro da cabine do navio, não há como distinguir se ela está em repouso ou em MRU, a não ser que se olhe pela janela.

Posteriormente, o físico e matemático inglês Isaac Newton (1643-1727) enunciou o princípio da relatividade em seu livro, como descrito a seguir.
[...]
O movimento de corpos encerrados em um dado espaço são os mesmos entre si, esteja esse espaço em repouso, ou se movendo uniformemente em uma linha reta sem qualquer movimento circular.
[...]
NEWTON, Isaac. Principia: princípios matemáticos de filosofia natural – Livro I. 2. ed. 2. reimp. São Paulo: Edusp, 2012. p. 61.
Utilizando o mesmo exemplo de Galileu, Newton acrescentou, ainda, que a prova desse princípio é que, em um navio em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, todos os movimentos observados são os mesmos.
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Essa invariância para os fenômenos observados ocorre porque tanto para Galileu quanto para Newton não havia diferença entre os tempos medidos em dois referenciais inerciais diferentes, pois o tempo era considerado absoluto.
No entanto, um problema surgiu quando o princípio da relatividade de Galileu e Newton foi aplicado para explicar fenômenos eletromagnéticos, indicando que a teoria da relatividade ou a teoria do Eletromagnetismo precisava ser modificada. Nesse caso, percebeu-se que essa teoria era válida apenas para velocidades pequenas, muito menores que a velocidade da luz que era usada no Eletromagnetismo.
Foi considerando esse e outros problemas que Einstein propôs a sua teoria da relatividade, que pode ser dividida em duas partes: restrita ou especial, tratando de medidas feitas em referenciais inerciais; e geral, que remete às medidas feitas em qualquer referencial, da qual derivou uma nova interpretação para a interação gravitacional.
Postulados da teoria da relatividade restrita
A teoria da relatividade restrita recebeu esse nome por ser válida apenas para referenciais inerciais, ou seja, para dois observadores que se movam com velocidades constantes um em relação ao outro. Ela é fundamentada em dois postulados, em que o primeiro aborda a possibilidade ou não de distinguir situações de repouso das que estariam em movimento uniforme e retilíneo.
O princípio da relatividade, como se tornou conhecido no final do século XIX, surgiu como uma consequência da primeira lei de Newton, a lei da inércia. Como o movimento retilíneo uniforme é considerado equivalente às situações de repouso, os observadores em ambos os casos deverão concordar sobre o resultado das experiências físicas. Contudo, o Eletromagnetismo prevê efeitos diferentes para cargas elétricas em repouso e para aquelas em movimento uniforme.
Segundo Einstein, é necessário considerar que não apenas as leis da Mecânica, mas também as leis de todos os fenômenos físicos, incluindo os eletromagnéticos e os ópticos, sejam as mesmas em todos os sistemas de referenciais inerciais, o que leva ao postulado da relatividade.
Postulado da relatividade: todas as leis da Física são as mesmas em todos os sistemas de referência que se movem com velocidade uniforme em relação aos outros.
É importante notar que isso não significa que os dois observadores concordarão em tudo.
Por exemplo, considere uma partida de futebol em que o atacante e o goleiro observam o movimento de uma bola durante um chute. Na situação A, o goleiro verá a bola se aproximar com a velocidade que adquiriu do chute mais a velocidade do atacante. Já na situação B, o atacante verá a bola se afastar com uma velocidade menor que a observada pelo goleiro. Ainda que ambos não observem as mesmas velocidades, concordarão que houve variação da velocidade da bola após a defesa, por conta da força exercida sobre ela pelo goleiro, ou seja, as leis da Física permanecem idênticas em ambos os casos.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.
A.

B.

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Essas invariâncias das leis, de acordo com a mudança do referencial, devem ser válidas para quaisquer fenômenos físicos, como os do Eletromagnetismo. Para aplicar o postulado da relatividade ao Eletromagnetismo e fazê-lo corresponder às experiências, Einstein propôs um segundo postulado, com consequências consideradas radicais para a Mecânica da época.
Como segundo postulado para a sua teoria da relatividade restrita, Einstein propôs que a velocidade da luz, no vácuo, é completamente independente do estado de movimento tanto da fonte quanto do observador desse feixe luminoso.
Postulado da constância da velocidade da luz: a velocidade da luz, no vácuo, tem o mesmo valor em todos os sistemas de referência, independentemente de a fonte emissora estar em repouso ou em movimento.
Com isso, Einstein afirmava a não existência de um referencial preferencial, como o éter, uma vez que a luz se moveria com a mesma velocidade para todos os referenciais inerciais. Contudo, para que os dois postulados não fossem excludentes, foi necessário alterar alguns conceitos tidos como inquestionáveis em nosso dia a dia.
Considere o caso de dois carros se deslocando em pistas contrárias, cada um a 90 quilômetros por hora, mas em sentidos opostos, quando um passa ao lado do outro. A alguns metros de distância, há um radar eletrônico que usa micro-ondas para as medições.
Os feixes de micro-ondas saem do radar com velocidade de, aproximadamente, 3 vezes 10 elevado a 8 metros por segundo. Se os motoristas de ambos os carros calculassem a velocidade do feixe, obteriam o mesmo valor, sem aumento ou diminuição de velocidade.
Nesse caso, mesmo que os dois carros estejam se movendo a favor ou contra o sentido de propagação do feixe, a velocidade calculada por ambos será de aproximadamente 3 vezes 10 elevado a 8 metros por segundo, exatamente a mesma velocidade caso estivessem em repouso.
Outra consequência consiste no fato de que a velocidade da luz passa a ser considerada uma velocidade limite. Isso significa que nenhum objeto massivo consegue alcançar essa velocidade e nenhuma outra partícula, mesmo sem massa, consegue superá-la.
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Os postulados da teoria da relatividade restrita de Einstein levam a algumas consequências que contrariam o senso comum. Dois eventos percebidos como simultâneos para certo observador, em repouso ou em movimento com velocidade constante, deixam de ser simultâneos quando percebidos por outro observador que se move a uma velocidade constante diferente, ou seja, a passagem do tempo não necessariamente será a mesma para os dois observadores em referenciais inerciais diferentes.
Não estamos acostumados a observar esses efeitos, pois eles apenas se tornam perceptíveis para velocidades acima de 70% da velocidade da luz. Isso significa que o tempo pode ser dilatado? O que realmente significa uma contração espacial? A resposta para essas questões tem grandes implicações filosóficas, com consequências no entendimento da natureza e sua evolução.
Passados mais de 100 anos das propostas desses postulados, as consequências da teoria da relatividade especial de Einstein foram postas à prova inúmeras vezes por testes experimentais. E, até então, não se observou nenhuma divergência entre suas previsões e os fenômenos naturais.
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Relatividade do tempo
Para a Mecânica clássica de Galileu e Newton, o tempo é absoluto, invariante, uma grandeza independente, que transcorre da mesma forma em qualquer referencial adotado. Esse conceito, no entanto, só é válido para movimentos com velocidade muito menor que a velocidade da luz.
Há na teoria da relatividade restrita de Einstein, que tem como postulado a velocidade da luz ser constante em qualquer referencial inercial, uma particularidade em relação à passagem do tempo: o tempo não passa da mesma forma em todos os referenciais, ou seja, relógios em referenciais diferentes marcam tempos diferentes.
Vamos fazer algumas experiências mentais. Imagine um relógio em cima de uma torre e uma pessoa dentro de um ônibus que percorre uma rua em frente à torre com o relógio. A luz refletida pelos ponteiros do relógio da torre marcando nove horas chega rapidamente aos olhos dessa pessoa, a qual tem um relógio de pulso que também marca, exatamente nesse momento, nove horas.
Se a pessoa estiver se afastando do relógio movendo-se tão rápido quanto a luz, a informação luminosa que chegará até ela seria a dos ponteiros às nove horas. Nessa situação-limite, é como se o tempo estivesse "congelado" em relação à pessoa. Porém, se ela entrar em repouso, haverá uma diferença entre o seu relógio de pulso e o relógio da torre por causa da relatividade do tempo. Nesse caso, o relógio de pulso estaria atrasado.
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Para estudar esse efeito, considere agora um trem executando um movimento retilíneo uniforme com velocidade expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima em relação ao solo. No piso desse trem, uma fonte luminosa emite um feixe de luz vertical que se propaga até o teto, onde existe um espelho plano que reflete o feixe luminoso, como ilustrado a seguir.
Um observador dentro do trem mede o intervalo de tempo delta 't' subscrito 0 do evento, que consiste na propagação da luz até o espelho e na sua volta à fonte. Conhecendo a distância d, do piso ao teto, e sabendo que a velocidade da luz é c, esse intervalo de tempo pode ser obtido por meio da definição de velocidade.
v é igual a início de fração, numerador: delta 's', denominador: delta 't', fim de fração implica em delta 't' subscrito 0 é igual a início de fração, numerador: 2 vezes d, denominador: c, fim de fração

Imagem elaborada com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 664.
A relação mostrada é válida para o observador dentro do trem, que não nota qualquer efeito diferente porque está se movendo com o trem e a fonte de luz, ou seja, estão no mesmo referencial.
Assim, se a altura d do trem fosse de absurdos 225.000 quilômetros (lembre-se de que estamos realizando experimentos mentais), a luz levaria 1 vírgula 5 segundo para se mover da fonte até o espelho e retornar a ela.
delta 't' subscrito 0 é igual a início de fração, numerador: 2 vezes d, denominador: c, fim de fração é igual a início de fração, numerador: 2 vezes 225.000, denominador: 300.000, fim de fração é igual a 1 vírgula 5 portanto delta 't' subscrito 0 é igual a 1 vírgula 5 segundo
Para um observador fora do móvel, que consegue observar o feixe de luz sendo emitido e refletido no espelho, devemos considerar a velocidade expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima do móvel. Em relação a esse observador, o evento apresentará características diferentes, pois a trajetória da luz não será mais vertical.
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Imagens desta página elaboradas com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 664-665.
Para o observador fora do trem, a luz percorre duas vezes uma distância 'L', com velocidade c em um intervalo de tempo delta 't' medido por ele.
Analisando a geometria da situação, temos um triângulo no qual:
- as distâncias 'L' correspondem a dois lados de um triângulo isósceles; a luz percorre 2 vezes 'L' em um intervalo de tempo delta 't', medido pelo observador fora do trem;
- a distância delta 's' corresponde à base do triângulo, que o trem percorre com velocidade expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima no intervalo de tempo delta 't', medido pelo observador fora do trem;
- a altura desse triângulo corresponde à distância d, do piso ao teto do trem; a luz percorre 2 vezes d em um intervalo de tempo delta 't' subscrito 0, medido pelo observador dentro do trem.
Assim, considerando apenas o movimento da luz quando sai da fonte até atingir o espelho, temos o triângulo retângulo representado a seguir, com base no teorema de Pitágoras.

'L' elevado ao quadrado é igual a d elevado ao quadrado mais abre parênteses início de fração, numerador: delta 's', denominador: 2, fim de fração fecha parênteses elevado ao quadrado implica em abre parênteses c vezes início de fração, numerador: delta 't', denominador: 2, fim de fração fecha parênteses elevado ao quadrado é igual a abre parênteses c vezes início de fração, numerador: delta 't' subscrito 0, denominador: 2, fim de fração fecha parênteses elevado ao quadrado mais abre parênteses v vezes início de fração, numerador: delta 't', denominador: 2, fim de fração fecha parênteses elevado ao quadrado implica em
implica em c elevado ao quadrado vezes abre parênteses delta 't' fecha parênteses elevado ao quadrado menos v elevado ao quadrado vezes abre parênteses delta 't' fecha parênteses elevado ao quadrado é igual a c elevado ao quadrado vezes abre parênteses delta 't' subscrito 0 fecha parênteses elevado ao quadrado implica em
implica em abre parênteses c elevado ao quadrado menos v elevado ao quadrado fecha parênteses vezes abre parênteses delta 't' fecha parênteses elevado ao quadrado é igual a c elevado ao quadrado vezes abre parênteses delta 't' subscrito 0 fecha parênteses elevado ao quadrado implica em
implica em c elevado ao quadrado vezes abre parênteses 1 menos início de fração, numerador: v elevado ao quadrado, denominador: c elevado ao quadrado, fim de fração fecha parênteses vezes abre parênteses delta 't' fecha parênteses elevado ao quadrado é igual a c elevado ao quadrado vezes abre parênteses delta 't' subscrito 0 fecha parênteses elevado ao quadrado implica em
implica em abre parênteses 1 menos início de fração, numerador: v elevado ao quadrado, denominador: c elevado ao quadrado, fim de fração fecha parênteses vezes abre parênteses delta 't' fecha parênteses elevado ao quadrado é igual a abre parênteses delta 't' subscrito 0 fecha parênteses elevado ao quadrado implica em delta 't' é igual a início de fração, numerador: delta 't' subscrito 0, denominador: início de raiz quadrada; 1 menos abre parênteses v sobre c fecha parênteses elevado ao quadrado fim de raiz quadrada, fim de fração
Na relação anterior, delta 't' subscrito 0 é chamado de intervalo de tempo próprio, quando o evento ocorre no mesmo referencial no qual é observado. Já delta 't' é denominado intervalo de tempo dilatado. Considerando novamente os valores numéricos anteriores, temos que, para o observador dentro do trem com 225.000 quilômetros de altura, a luz levou 1 vírgula 5 segundo para ir até o espelho e voltar à fonte. Considerando que o móvel esteja a uma velocidade de 40% da velocidade da luz abre parênteses 120.000 quilômetros por segundo ou 1 vírgula 2 vezes 10 elevado a 5 quilômetro por segundo fecha parênteses em relação ao observador, o intervalo de tempo medido por ele será de:
delta 't' é igual a início de fração, numerador: delta 't' subscrito 0, denominador: início de raiz quadrada; 1 menos abre parênteses v sobre c fecha parênteses elevado ao quadrado fim de raiz quadrada, fim de fração é igual a início de fração, numerador: 1 vírgula 5, denominador: início de raiz quadrada; 1 menos abre parênteses início de fração, numerador: 1 vírgula 2 vezes 10 elevado a 5, denominador: 3 vírgula 0 vezes 10 elevado a 5, fim de fração fecha parênteses elevado ao quadrado fim de raiz quadrada, fim de fração é aproximadamente igual a 1 vírgula 64 portanto delta 't' é aproximadamente igual a 1 vírgula 64 segundo
Ou seja, houve uma dilatação do tempo. A expressão obtida pode ser generalizada e o intervalo de tempo dilatado pode, então, ser escrito da seguinte forma:
delta 't' é igual a gama vezes delta 't' subscrito 0
em que gama, conhecido como fator de Lorentz, vale: gama é igual a início de fração, numerador: 1, denominador: início de raiz quadrada; 1 menos abre parênteses v sobre c fecha parênteses elevado ao quadrado fim de raiz quadrada, fim de fração
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Usando a relatividade de Einstein, temos que o intervalo de tempo de um evento, medido por referenciais inerciais diferentes, não é igual. O tempo transcorre mais lentamente para referenciais em movimento do que para referenciais em repouso, ou seja, ocorre uma dilatação do tempo nos referenciais em movimento. No caso, o intervalo de tempo medido em um relógio dentro do trem foi menor que o intervalo medido em um relógio em repouso fora do trem.
Por isso, para corrigir os efeitos da dilatação temporal, ajustes relativísticos são necessários nos relógios atômicos colocados em satélites de localização, como os que compõem o sistema de posicionamento global (GPS, da sigla em inglês), por estarem em órbita ao redor do planeta em velocidades altas. Isso é necessário para que esses equipamentos sejam capazes de fornecer uma localização em tempo real na Terra.
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Relatividade do comprimento
Além da análise do tempo, a relatividade de Einstein forneceu uma explicação para o que ocorre com o comprimento de um corpo na direção do movimento, quando este se move em velocidades próximas à da luz. Ele propôs que ocorre uma variação do espaço ao redor do corpo em movimento, interferindo, assim, no comprimento do corpo. Para um referencial inercial adotado no corpo em movimento, o corpo tem um comprimento 'L' subscrito 0 chamado de comprimento próprio. Quando esse corpo passa a se mover em relação a outro referencial inercial, com velocidade v, seu comprimento 'L' medido nesse referencial é dado por:
'L' é igual a 'L' subscrito 0 vezes início de raiz quadrada; 1 menos abre parênteses v sobre c fecha parênteses elevado ao quadrado fim de raiz quadrada
Pode-se observar que a expressão tem o mesmo fator de Lorentz abre parênteses gama fecha parênteses obtido para o caso temporal, dessa forma a relação anterior também pode ser escrita como 'L' é igual a início de fração, numerador: 'L' subscrito 0, denominador: gama, fim de fração.
É importante frisar que essa variação de comprimento ocorre apenas na direção do movimento, como ilustrado a seguir.

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Dessa forma, um corpo de comprimento 'L' subscrito 0 em movimento com velocidade de 87% da velocidade da luz abre parênteses 2 vírgula 61 vezes 10 elevado a 8 metro barra s fecha parênteses, em relação a um referencial em repouso, tem seu comprimento reduzido quase pela metade, como mostram os cálculos a seguir.
'L' é igual a 'L' subscrito 0 vezes início de raiz quadrada; 1 menos abre parênteses v sobre c fecha parênteses elevado ao quadrado fim de raiz quadrada é igual a 'L' subscrito 0 vezes início de raiz quadrada; 1 menos abre parênteses início de fração, numerador: 0 vírgula 87 vezes c, denominador: c, fim de fração fecha parênteses elevado ao quadrado fim de raiz quadrada implica em 'L' é igual a 'L' subscrito 0 vezes 0 vírgula 5
A contração do espaço não altera a estrutura atômica ou molecular do objeto, pois se trata de uma medida relativa. Como o espaço ao redor do corpo se contrai, a medida entre suas extremidades se torna menor quando realizada por um observador em repouso. Para viagens com velocidades relativísticas (próximas à velocidade da luz), a dilatação do tempo e a contração dos comprimentos são efeitos de um mesmo fenômeno.
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Teoria da relatividade geral
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Em 1915, cerca de dez anos após publicar a teoria da relatividade restrita, Einstein divulgou sua generalização, denominada teoria da relatividade geral, que teve consequências a respeito dos efeitos da gravidade, fornecendo uma nova forma de interpretar a interação gravitacional.
Conforme a lei da inércia de Newton, uma pessoa dentro de um elevador que não emite ruído e sem visão para o exterior não consegue distinguir se está em repouso ou em MRU. Nesse caso, o corpo permanece equilibrado sobre o piso do elevador graças à ação da força peso e da força normal.
No entanto, essa pessoa sentiria os efeitos da aceleração ao iniciar um movimento ou ao desacelerar para atingir o repouso. Quando o elevador acelera para cima, por exemplo, o corpo é lançado para baixo, situação semelhante à ação da atração gravitacional da Terra.
Considere as situações a seguir.
A.

B.

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A. O movimento de um elevador com velocidade constante abre parênteses a é igual a 0 fecha parênteses, em um local sem interação gravitacional com a Terra, causaria à determinada pessoa, nesse elevador, uma situação equivalente à ausência de interação gravitacional, chamada de imponderabilidade, dando-lhe a sensação de "ausência de peso".
B. Contudo, caso o elevador suba acelerando, essa pessoa tenderá a ficar sobre o piso do elevador, por conta da inércia. Se a aceleração do elevador para cima for igual à aceleração da gravidade da Terra abre parênteses a é igual a 'g' fecha parênteses, a pessoa fica sobre o piso do elevador com a mesma sensação de estar sobre a superfície da Terra.
Essa equivalência entre interação gravitacional e um referencial acelerado com a mesma aceleração da gravidade é chamada de princípio da equivalência, utilizado por Einstein em sua teoria da relatividade geral.

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Considere que o elevador tenha um orifício em uma de suas laterais, por onde incide um feixe luminoso. Quando o elevador estiver subindo com aceleração dada por a é igual a 'g', um observador externo ao elevador veria o feixe se propagando em trajetória retilínea.
Já um observador interno veria o feixe incidir na lateral oposta em uma posição abaixo do orifício. Isso ocorre por conta de o elevador acelerar e se movimentar para cima enquanto a luz se propaga. Assim, se considerarmos o princípio da equivalência, o mesmo efeito de desvio da luz em decorrência da aceleração do elevador seria causado por uma interação gravitacional.
No entanto, de acordo com a lei da gravitação universal de Newton, a interação gravitacional é consequência da interação entre corpos por conta de suas massas.
Sendo assim, como a gravidade poderia ter alguma ação sobre a luz se ela não tem massa?
Para Einstein, ainda na relatividade restrita, temos a relação entre massa e energia, em que a massa de um objeto pode ser convertida em energia, e vice-versa. Dessa forma, a luz pode sofrer influência da interação gravitacional.
Conforme essa proposta de Einstein, os raios de luz emitidos por uma estrela sofrem desvios ao passarem por um campo gravitacional intenso gerado por um grande astro, como o Sol, chegando à Terra por caminhos distintos, efeito conhecido como lente gravitacional. Esse efeito deve ser considerado em estudos astronômicos, pois um mesmo astro pode estar sendo observado de posições distintas. A denominação "lente" é uma referência aos desvios dos raios de luz causados pelas lentes esféricas, em razão do fenômeno da refração.
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Após afirmar que a luz não tem massa e que sua trajetória pode ser curvada pela interação gravitacional, Einstein afirmou que uma massa muito grande causa uma deformação do espaço-tempo à sua volta, e a luz se propaga nesse espaço-tempo curvo.
Nessa nova geometria, o espaço-tempo é interpretado como um meio flexível que pode ser dobrado e torcido, de modo a descrever o seu campo gravitacional.
Em vez de visualizar forças gravitacionais entre massas, pensaremos em massas que, ao se movimentarem, respondam à curvatura do espaço-tempo que elas habitam. As saliências, depressões e dobras do espaço-tempo é que consistem em fenômenos da gravidade.

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Uma analogia extremamente simplificada para ter uma noção do espaço-tempo pode ser feita colocando uma bola de boliche em uma cama elástica. Quanto maior a massa da bola, mais ela deforma ou dobra a superfície da lona elástica.
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Todo objeto tem massa e, portanto, cria uma deformação no espaço-tempo ao seu redor. Quando o objeto se move, a curvatura do espaço-tempo ao redor se ajusta à nova posição do objeto. Quando dois objetos com grandes massas interagem, eles produzem ondulações no espaço-tempo. Essas ondulações são parecidas com as geradas por movimentos da bola sobre a superfície de um lençol. As ondulações se afastam de uma fonte gravitacional com velocidade da luz e são denominadas ondas gravitacionais, previstas por Einstein em 1915.

No dia 11 de fevereiro de 2016, o Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO), nos Estados Unidos, anunciou a detecção das ondas gravitacionais previstas por Einstein. Após várias detecções, cientistas concluíram que eram ondas gravitacionais produzidas por dois buracos negros com massas cerca de 29 a 36 vezes maiores que a do Sol.
A detecção das ondas gravitacionais confirma mais uma vez a teoria da relatividade geral de Einstein. Esse fato também inaugura uma nova era de pesquisas em Astronomia, permitindo o estudo do Universo por métodos diferentes. Como exemplo, temos a observação indireta de buracos negros, que agora podem ser detectados e investigados pelas ondas gravitacionais produzidas.

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CONEXÕES com ... ARTE
Teoria da relatividade em filmes e séries
O gênero ficção científica tem como característica o desenvolvimento de histórias fictícias que utilizam conceitos científicos, muitas vezes extrapolando-os e apresentando os impactos da ciência e da tecnologia na sociedade. Diferentes obras de ficção científica trabalham temas complexos da Física, em especial da Física moderna, incentivando os espectadores a refletir sobre alguns conceitos, transpondo didaticamente o ensino de Física para a arte.
A animação Lightyear é um exemplo de obra que mostra os fenômenos relacionados à teoria da relatividade de Einstein.
No filme, o personagem principal Buzz Lightyear está tentando escapar de um planeta hostil e para isso realiza viagens com velocidades próximas à da luz. Para Buzz, que está na nave a alta velocidade, cada viagem dura apenas algumas horas. No entanto, cada vez que ele pousa, no planeta se passaram cerca de 4 anos. Esse efeito decorrente da dilatação do tempo faz Buzz envelhecer mais lentamente do que seus amigos que ficam no planeta.

Outra obra cinematográfica que trabalha conceitos da relatividade é Interestelar, longa-metragem que teve a consultoria do físico estadunidense Kip Thorne (1940 -) para que diversos fenômenos abordados obedecessem com rigor às leis da Física.
Em um trecho do filme, uma equipe de astronautas viaja para o planeta Miller, que orbita o buraco negro Gargântua e por isso sofre os efeitos da dilatação temporal em razão do campo gravitacional do buraco negro.
Cada hora passada nesse planeta equivale a sete anos na Terra e também na nave de apoio, que fica esperando a equipe retornar. Os astronautas que desceram para explorar o planeta Miller ficaram aproximadamente 3 horas em sua superfície, no entanto, quando voltam à nave de apoio, o personagem que estava nela informa que ficou mais de 23 anos aguardando os companheiros.

Professor, professora: Comente com os estudantes que o filme Interestelar é classificado como hard sci-fi (termo em inglês para ficção científica hard), subgênero que tem como característica a precisão científica nos temas apresentados.
Além dos efeitos da dilatação temporal gravitacional, Interestelar apresenta o fenômeno das lentes gravitacionais. Os discos que se formam em torno do buraco negro Gargântua são resultado do desvio na trajetória da luz pela distorção no espaço-tempo gerada pela massa do buraco negro.
A imagem do buraco negro no longa-metragem é resultado de uma das melhores simulações do comportamento da luz e da radiação emitida por partículas se movendo próximas a um buraco negro. Ela foi desenvolvida em supercomputadores com o auxílio de cientistas. Porém, foi ajustada pelo diretor do filme, para ficar mais simétrica e aumentar o apelo visual das cenas nas quais o buraco negro aparece.
a ) Em grupo, discutam como os conceitos apresentados nos filmes podem mudar a forma de pensar e entender o tempo e o espaço.
Resposta pessoal. Espera-se que, durante a discussão, os estudantes comentem que os filmes nos levam a entender de modo diferente certos conceitos científicos, como o tempo e o espaço. No cotidiano, tais conceitos aparentam ser constantes, porém podem ter propriedades muito mais complexas e surpreendentes em movimentos com velocidades altas ou em regiões próximas a campos gravitacionais intensos.
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ATIVIDADES RESOLVIDAS
R1. Uma nave espacial parte da Terra com velocidade de 0 vírgula 8 vezes c em relação a um observador que está na Terra. Um tripulante anota o tempo de sua viagem e constata que duraram 9 anos. Quanto tempo se passou para o observador na Terra?
Resolução
Definindo o referencial nave como O linha e o referencial observador como O, temos:
delta 't' é igual a início de fração, numerador: delta 't' subscrito 0, denominador: início de raiz quadrada; 1 menos início de fração, numerador: v elevado ao quadrado, denominador: c elevado ao quadrado, fim de fração fim de raiz quadrada, fim de fração é igual a início de fração, numerador: 9, denominador: início de raiz quadrada; 1 menos início de fração, numerador: abre parênteses 0 vírgula 8 vezes c fecha parênteses elevado ao quadrado, denominador: c elevado ao quadrado, fim de fração fim de raiz quadrada, fim de fração é igual a 15 portanto delta 't' é igual a 15 anos
R2. Em repouso, uma barra de determinado material tem um comprimento de 20 metros. Ao passar por um observador com 0 vírgula 8 vezes c, qual será o comprimento constatado dessa barra?
Resolução
'L' é igual a 'L' subscrito 0 vezes início de raiz quadrada; 1 menos início de fração, numerador: v elevado ao quadrado, denominador: c elevado ao quadrado, fim de fração fim de raiz quadrada é igual a 20 vezes início de raiz quadrada; 1 menos início de fração, numerador: abre parênteses 0 vírgula 8 vezes c fecha parênteses elevado ao quadrado, denominador: c elevado ao quadrado, fim de fração fim de raiz quadrada é igual a 12 portanto 'L' é igual a 12 metros
ATIVIDADES
1. A Física moderna trouxe avanços significativos em nossa compreensão do Universo, especialmente no início do século XX. Dois marcos importantes nesse desenvolvimento foram a teoria da relatividade, proposta por Albert Einstein, e a Mecânica quântica, desenvolvida por vários cientistas, incluindo o físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) e o físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976). Com suas palavras, explique como a teoria da relatividade de Einstein mudou a compreensão do espaço e do tempo em relação à Física clássica.
Resposta nas Orientações para o professor.
2. Um astronauta está viajando em uma nave espacial que se move a 80% da velocidade da luz em relação à Terra. Dentro da nave, ele observa que seu relógio marca exatamente 1 hora de viagem.
a ) De acordo com a teoria da relatividade de Galileu, como seria o tempo medido pelo observador na Terra? Justifique sua resposta.
Resposta: Na teoria da relatividade de Galileu, o tempo é considerado absoluto e o mesmo para todos os observadores, independentemente de seus estados de movimento. Portanto, se o astronauta observou 1 hora em seu relógio, o observador na Terra também registraria 1 hora.
b ) Segundo a teoria da relatividade de Einstein, o tempo medido pelo observador na Terra seria o mesmo? Explique.
Resposta: O tempo não é absoluto e sofre dilatação em função da velocidade relativa entre dois observadores. Dessa maneira, o observador na Terra perceberia que mais de 1 hora se passou, enquanto o astronauta registrou apenas 1 hora.
3. A simultaneidade é uma consequência do segundo postulado de Einstein. Está correto dizer que o fato de a luz do relâmpago acontecer antes do barulho do trovão é análogo a não simultaneidade relativística?
Resposta: Não. O fato está associado à velocidade de propagação de cada onda. A luz é uma onda eletromagnética, enquanto o som é uma onda mecânica. Assim, os sinais percebidos chegam em tempos diferentes, mesmo que o evento ocorra no mesmo instante.
4. Considere uma fonte luminosa no interior e no centro de uma nave espacial em movimento com velocidade constante próxima de c, como ilustrado a seguir.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Quando a fonte é acionada, a luz é espalhada em todas as direções com uma velocidade constante c. De acordo com essas informações e com a simultaneidade relativística, julgue as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas, justificando as falsas.
I ) Para um observador no interior da nave espacial, a simultaneidade é notada, pois a luz alcança as extremidades em instantes iguais, pois a fonte é equidistante da extremidade frontal à extremidade traseira da nave.
II ) Um observador na Terra, que pode analisar a nave espacial, percebe que a luz percorre distâncias iguais em tempos iguais, tanto no caminho para a frente quanto para a traseira da nave.
III ) A simultaneidade não pode ser vista pelo observador na Terra, pois a luz percorre um caminho maior quando se desloca em mesmo sentido que a nave, já que ela está em movimento para a frente.
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IV ) Uma segunda nave, que se move de encontro à primeira, observa que a luz chega primeiro à frente do compartimento da primeira nave.
Resposta: I) Verdadeira; II) Falsa. Para um observador na Terra, a luz que vai para a parte frontal da nave percorre uma distância maior do que a luz que vai para a traseira; III) Verdadeira; IV) Verdadeira.
5. Considere uma nave com velocidade constante de 0 vírgula 3 vezes c em relação à Terra, emitindo sinais luminosos para um observador (que está na Terra) com uma frequência de um flash a cada seis minutos. Qual é a frequência de flashes que esse o observador vai constatar se:
a ) a nave começar a se mover em direção à Terra com o dobro de sua velocidade inicial?
Resposta: A frequência será de um flash a cada 3 minutos. Quando a nave dobra sua velocidade em direção à Terra, ele emitirá os flashes após ter se aproximado certa distância, portanto as frentes de ondas da luz terão intervalos de tempo reduzido à metade para o observador localizado na Terra.
b ) a nave se afastar da Terra com o dobro de sua velocidade inicial?
Resposta: Quando a nave dobra sua velocidade afastando-se da Terra, ele emitirá os flashes após ter se afastado certa distância, portanto as frentes de ondas da luz terão intervalos tempo maior aumentado o dobro a frequência.
6. Considere um observador A, que está na Terra, e um observador B, que está em um foguete. Os dois ajustam seus relógios para 3 horas e o B sai em viagem. Sabendo que o foguete se desloca com uma velocidade de 0 vírgula 7 vezes c em relação à Terra, determine:
a ) o tempo passado para o observador B quando, no relógio de A, marcar 4 horas 30 minutos;
Resposta: delta 't' subscrito 0 é igual a 1 vírgula 0 65 hora ou delta 't' subscrito 0 é igual a 64 minutos.
b ) o valor de gama.
Resposta: gama é aproximadamente igual a 1 vírgula 4.
7. Leia a notícia a seguir.
Cientistas brasileiros estão desenvolvendo uma nova tecnologia na área espacial: a propulsão a laser. Uma fonte aqui na Terra dispara um feixe de laser que atinge o foguete. Esse foguete, então, decola, sem precisar levar combustível. O projeto é coordenado por pesquisadores brasileiros, que trabalham em parceria com cientistas americanos.
[...]
CIENTISTAS brasileiros desenvolvem foguete com propulsão a laser. G1, 20 out. 2009. Disponível em: https://s.livro.pro/btk0lo. Acesso em: 4 set. 2024.
Considerando que esses propulsores fazem que um pequeno foguete de teste viaje com uma velocidade constante de 0 vírgula 7 vezes c com destino à estrela mais próxima da Terra, a Próxima Centauri, que está a uma distância de aproximadamente 4,2 anos-luz, responda às questões a seguir.
a ) Quanto tempo o pequeno foguete de teste levará para chegar à Próxima Centauri?
Resposta: delta 't' subscrito 0 é igual a 6 anos
b ) Esse tempo foi o decorrido para o próprio foguete ou para alguém que está na Terra? Caso seja o decorrido para o foguete, calcule quanto tempo decorrerá para um observador na Terra.
Resposta: delta 't' é aproximadamente igual a 8 vírgula 4 anos
8. O atual recorde de velocidade máxima em um fim de reta em uma prova de Fórmula 1 é de, aproximadamente, 378 quilômetros por hora. O piloto brasileiro Felipe Massa, em toda a sua carreira, disputou 217 provas. Considere que ele tenha corrido todas as provas mantendo, de maneira constante, essa velocidade máxima de fim de reta. Calcule a diferença de tempo, de acordo com a relatividade, que Felipe Massa tem de vida. Considere que as pistas têm, em média, 6 quilômetros de extensão e cada prova, em média, 70 voltas.
Resposta: delta 't' subscrito v é aproximadamente igual a 1 vírgula 9 vezes 10 elevado a menos 4 segundo.
9. Uma nave espacial foi medida antes da decolagem e tem um comprimento de 150 metros. Se um observador na Terra conseguisse medir o comprimento da nave no espaço e verificasse que ela tem 90 metros de comprimento, qual seria a velocidade da nave em relação ao planeta?
Resposta: v é igual a 0 vírgula 8 vezes c.
10. Para a gravação de um filme de ação, foi utilizado um trem de comprimento 'L' que passaria por um túnel que também tem comprimento 'L'. Na saída do túnel, está localizado um sensor, que faz uma bomba acoplada ao trem explodir quando a parte da frente do trem passar por ele. Na entrada do túnel, há outro sensor, que desarma a bomba quando a parte de trás do trem o cruzar. Sabendo que o trem se dirige ao túnel com uma velocidade v, a bomba vai explodir ou será desarmada? Desconsidere o tempo da comunicação do sensor com a bomba.
Resposta nas Orientações para o professor.
11. Os múons são férmions originados da interação dos raios cósmicos com a atmosfera terrestre e têm uma vida média de 2 vírgula 2 mi s até o seu decaimento. Como a maior parte dos múons é criada a 15 quilômetros de altitude, de acordo com a Física clássica não seria possível detectar essas partículas ao nível do mar. No entanto, milhares deles chegam à superfície terrestre por minuto. A explicação para esse fenômeno é obtida por meio da relatividade restrita e de seus desdobramentos, dilatação do tempo e contração do espaço.
Sabendo que a velocidade do múon é 0 vírgula 9993 c, em que c é igual a 3 vezes 10 elevado a 8 metro barra s, calcule o que se pede a seguir.
a ) O tempo de vida do múon medido para o referencial da Terra.
Resposta: delta 't' é igual a 58 vírgula 8 mi s.
b ) A distância percorrida pelo múon para um referencial na Terra e para o referencial próprio do múon.
Resposta: 'L' é igual a 17.628 metros e 'L' subscrito 0 é aproximadamente igual a 660 metros.
12. Em um detector de partículas, observa-se um rastro de 20 centímetros deixado por uma partícula instável de alta energia que se move com uma velocidade de 0 vírgula 9 vezes c, antes de decair. Determine o tempo de vida próprio dessa partícula.
Resoluções das questões 6, 7, 8, 9, 11 e 12 nas Orientações para o professor.
Resposta: delta 't' subscrito 0 é igual a 0 vírgula 32 nanosegundo.
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Física quântica
A Física quântica pode parecer uma área complexa e distante do nosso cotidiano, mas grande parte dos dispositivos eletrônicos que usamos hoje aplica seus princípios como base de funcionamento, em especial sobre como a luz se comporta e é transmitida, dependendo do material com o qual interage ou com o meio no qual se transmite. LEDs, lasers, fibras ópticas e até mesmo as máquinas usadas para escanear o código de barras de produtos nos supermercados só foram desenvolvidos e aplicados no nosso dia a dia graças à Física quântica.

1. O código de barras de um produto no supermercado é rapidamente lido e interpretado por uma máquina equipada com um laser que emite pulsos de luz de maneira controlada e específica para esse fim. Considerando os assuntos estudados até aqui, em especial as ideias de Planck, como a situação mostrada na imagem anterior relaciona-se com a Física quântica? Explique.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem, mesmo que de maneira superficial, a questão de a energia ser emitida ou absorvida em quantidades discretas.
É impressionante pensar que dispositivos tão imprescindíveis hoje em dia só foram desenvolvidos graças à proposta de Planck, que relaciona a emissão e absorção de energia em quantidades específicas (os quanta), fazendo que todo o desenvolvimento da Física quântica tivesse início.
A quantização da energia interferiu profundamente na Ciência da época e proporcionou avanços em diversas áreas, como uma nova interpretação da estrutura da matéria; uma nova interpretação dos espectros luminosos das estrelas; além disso, ela possibilitou a elaboração de componentes eletrônicos, como sensores de presença e portas de abertura automática; entre outros.
Do mesmo modo que a teoria da relatividade estendeu as leis da Física para grandes velocidades, a Física quântica estendeu-as para as pequenas dimensões, conhecidas como dimensões atômicas ou subatômicas.
Radiação térmica
Todos os corpos que têm temperatura acima do 0 Kelvin (zero absoluto) emitem um tipo de radiação chamada de radiação térmica. Ela é proveniente da movimentação de partículas que constituem o corpo, o qual, além de emitir esse tipo de radiação para o meio, absorve radiação proveniente dele. Se o corpo emite mais radiação do que absorve, ele se resfria; se absorve mais do que emite, esquenta. Se a emissão e a absorção são iguais, ele se encontra em equilíbrio térmico com o meio.
Em baixas temperaturas ou em temperatura ambiente, a emissão de radiação ocorre na faixa do infravermelho, portanto não é visível aos olhos. Por exemplo, como a temperatura corporal do ser humano é próxima de 310 Kelvin (cerca de 37 graus Celsius), emitimos infravermelho.
Já alguns materiais quando aquecidos passam a emitir radiação na faixa da luz visível, apresentando-se, primeiro, na cor vermelha, passando a emitir frequências das outras cores, como o alaranjado ou o amarelo, até emitirem a cor branca ou branca-azulada, conforme se aquecem cada vez mais.

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Para estudar a radiação emitida por um corpo, o físico alemão Robert Gustav Kirchhoff (1824-1887) propôs a utilização de um corpo que seria um absorvedor e um emissor ideal, que ficou conhecido por corpo negro. Um corpo negro pode ser construído com um objeto sólido oco, no qual se faz um pequeno orifício.
Conforme mostra a ilustração, a radiação que entra pelo orifício é absorvida pelas paredes da cavidade, aumentando a agitação de suas partículas. Isso faz a temperatura da cavidade aumentar e ela passa a emitir radiação.
Toda a radiação que entra na cavidade é absorvida, ocorrendo, em seguida, a emissão da energia. A radiação emitida pela cavidade a uma temperatura T é chamada de radiação de cavidade e se assemelha à radiação emitida por um corpo negro à mesma temperatura. Por isso, em laboratórios, utilizam-se cavidades para estudar o espectro da radiação de um corpo negro.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

O estudo desse espectro resultou na descrição da relação entre o comprimento de onda da radiação emitida e a temperatura do corpo, que foi realizada pelo físico alemão Wilhelm Wien (1864-1928). Ele percebeu que há um comprimento de onda no qual a intensidade de radiação emitida é máxima e que esse comprimento era inversamente proporcional à temperatura do corpo. Wien também tentou explicar matematicamente a curva da intensidade de radiação, mas a relação encontrada por ele só conseguia explicar corretamente a parte dos comprimentos de onda pequenos.
Gráfico de I vezes lambda para a lei de Wien

Fonte de pesquisa: LAGE, Eduardo. A fórmula de Planck. Revista de Ciência Elementar, v. 8, n. 4, dez. 2020. p. 4.
Outra tentativa de explicar teoricamente os resultados experimentais foi feita pelos físicos britânicos Lord Rayleigh (1842-1919) e James Jeans (1877-1946). Eles utilizaram teorias clássicas do Eletromagnetismo e da cinética dos gases e chegaram a uma relação que apresentava resultados divergentes ao que era observado experimentalmente. Para comprimentos de onda longos, a curva teórica obtida por eles se ajustava aos valores experimentais, mas, quando os comprimentos de onda diminuíam próximo aos do ultravioleta, a emissão de radiação pelo corpo negro tendia ao infinito, ou seja, o corpo deveria emitir uma quantidade infinita de energia.
Gráfico de I vezes lambda para a lei de Rayleigh-Jeans

Fonte de pesquisa: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: óptica e física moderna. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 4. p. 196.
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A discrepância entre os dados obtidos experimentalmente e os valores teóricos esperados na faixa do ultravioleta pela relação de Rayleigh-Jeans ficou conhecida como a catástrofe do ultravioleta.
Desse modo, percebemos que a teoria clássica não era capaz de relacionar os dados experimentais com modelos teóricos para esse assunto. Uma hipótese para a solução desse problema da radiação do corpo negro foi feita pelo físico alemão Max Planck (1858-1947), em 1900, no seu artigo "Sobre a teoria da lei de distribuição de energia do espectro normal", que representou uma revolução na Física e o nascimento da Física quântica.
Para resolver o problema da emissão de radiação por um corpo negro, com exceção das leis da Termodinâmica, Planck estava disposto a sacrificar suas convicções científicas.
Esse novo pensamento envolvia o rompimento com o modelo clássico. Este afirmava que a emissão, a absorção e a propagação de radiação ocorriam de maneira contínua, de modo crescente com o aumento da frequência. Planck sugeriu que as partículas oscilantes da matéria têm energia abre parênteses E fecha parênteses, em valores discretos, isto é, quantidades definidas de energia que dependem da frequência abre parênteses f fecha parênteses da radiação emitida, calculadas pela relação a seguir.
E é igual a n vezes 'h' vezes f
Nessa relação, n é um número inteiro positivo que indica o nível de energia ou estado quântico do corpo, e 'h' é a constante de Planck, uma constante universal que indica a proporcionalidade entre a energia e a frequência da radiação e que, em unidades do SI, é expressa como:
'h' é aproximadamente igual a 6 vírgula 626 vezes 10 elevado a menos 34 J vezes s
Uma das consequências da relação anterior é que, diferentemente da teoria clássica, para a qual as partículas oscilantes poderiam ocupar níveis de energia que iam continuamente do zero ao infinito, a teoria de Planck postulava que essas partículas devem ocupar níveis de energia bem determinados, os denominados estados quânticos, os quais, quando organizados em um diagrama, mostram um conjunto discreto de linhas.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Imagem elaborada com base em: EISBERG, Robert; RESNICK, Robert. Física quântica. Tradução: Paulo C. Ribeiro e Enio F. S. M. F. Barroso. Rio de Janeiro: Elsevier, 1979. p. 41.
Uma partícula só passa de um estado quântico para outro se absorver ou emitir quantidades de energia bem definidas, iguais à energia de um quantum, isto é:
E é igual a 'h' vezes f
Se utilizarmos a quantização de energia em um sistema clássico, como um pêndulo simples de massa 2 quilogramas e corda com comprimento de 0 vírgula 1 metro, veremos que a diferença entre um estado e outro é imperceptível e não serve como confirmação do postulado de Planck. Primeiro, devemos calcular a frequência de oscilação do pêndulo, depois a relação de Planck. Dessa forma, teremos:
f é igual a início de fração, numerador: 1, denominador: 2 vezes pi, fim de fração vezes início de raiz quadrada; 'g' sobre 'L' fim de raiz quadrada é igual a início de fração, numerador: 1, denominador: 2 vezes 3 vírgula 14, fim de fração vezes início de raiz quadrada; início de fração, numerador: 10, denominador: 0 vírgula 1, fim de fração fim de raiz quadrada é igual a início de fração, numerador: 10, denominador: 6 vírgula 28, fim de fração é aproximadamente igual a 1 vírgula 6 portanto f é aproximadamente igual a 1 vírgula 6 hertz
E é igual a 'h' vezes f é igual a 6 vírgula 63 vezes 10 elevado a menos 34 vezes 1 vírgula 6 é aproximadamente igual a 1 vezes 10 elevado a menos 33 portanto E é aproximadamente igual a 1 vezes 10 elevado a menos 33 J
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O fato de a constante de Planck ser tão pequena faz os níveis de energia de sistemas macroscópicos ficarem tão próximos que não conseguimos distingui-los, parecendo contínuos. Mas, para processos atômicos e para a radiação, nos quais a Física clássica falhava, o postulado de Planck é confirmado.
Foi considerando as aplicações em outras teorias que o postulado de Planck começou a ter significado físico. Einstein, por exemplo, utilizou o conceito da quantização da energia para explicar o efeito fotoelétrico em um de seus trabalhos de 1905, no qual considerou a luz partícula (os quanta de luz), que, em 1926, foram chamados de fótons pelo químico estadunidense Gilbert Lewis (1875-1946). Os modelos atômicos atuais também consideram a quantização de energia, como veremos na sequência.
Efeito fotoelétrico
Além da publicação da teoria da relatividade restrita em 1905, Einstein também publicou o artigo intitulado "Sobre um ponto de vista heurístico✚ a respeito da criação e conversão da luz", baseado na nova Física quântica proposta por Planck, e que apresentava uma explicação para o efeito fotoelétrico. Esse efeito, embora já conhecido na época, ainda estava sem nenhuma descrição adequada. O trabalho rendeu a Einstein o Prêmio Nobel de Física, em 1921.
Hoje, o efeito fotoelétrico é utilizado em dispositivos eletrônicos presentes no cotidiano da sociedade, como visores noturnos, fotômetros✚, sensores de presença e dispositivos com abertura de portas automáticas, por exemplo.

No final do século XIX, vários cientistas tinham notado a possibilidade de detectar uma corrente elétrica em superfícies metálicas, nas quais havia incidência de luz. Esse fato era consequência do efeito fotoelétrico, porém ainda não se sabia como designá-lo e muito menos quais eram suas causas.
O físico austro-húngaro Philipp Lenard (1862-1947), estudando o tubo de raios catódicos em 1903, quando Thomson já os havia interpretado como partículas negativas, seguiu algumas investigações do físico alemão Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894) e sua equipe e fez uma rigorosa investigação do efeito fotoelétrico, utilizando, para isso, um aparato semelhante ao representado a seguir.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.


Imagens elaboradas com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. p. 586.
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No aparato, um tubo com vácuo contém uma placa A ligada ao polo negativo do gerador e outro terminal B ligado ao polo positivo. Ao incidir radiação de determinada frequência sobre a placa A, uma corrente elétrica foi detectada no amperímetro, ou seja, elétrons foram ejetados da placa A e atraídos pelo terminal B, por conta da diferença de potencial aplicada abre parênteses d d p fecha parênteses. Esse fenômeno é conhecido como efeito fotoelétrico, e os elétrons emitidos são denominados fotoelétrons.
Diversos testes foram realizados, variando a frequência e a intensidade da radiação incidente e também a d d p aplicada.
Para explicar o efeito fotoelétrico, Einstein estendeu a proposta de Planck a toda radiação, afirmando que a energia radiante também é quantizada, sendo as quantidades mínimas de energia (quantum) chamadas de fótons. Ele, então, propôs que cada quantum (fóton) da radiação transfere sua energia abre parênteses E é igual a 'h' vezes f fecha parênteses a um elétron do material que está sendo irradiado. Parte dessa energia corresponde ao trabalho necessário para romper a energia de ligação do elétron com o material, sendo, por isso, chamado de função trabalho abre parênteses W fecha parênteses. O restante da energia do quantum é transformado em energia no fotoelétron emitido, assim cada elétron emitido da superfície do material tem energia cinética máxima abre parênteses E início subscrito, c subscrito máx, fim subscrito fecha parênteses, dada por:
E início subscrito, c subscrito máx, fim subscrito é igual a 'h' vezes f menos W
Dualidade onda-partícula
A descrição de Einstein para o efeito fotoelétrico retoma a antiga divergência sobre a natureza dual da radiação, que pode ser interpretada como onda ou partícula. De acordo com definições clássicas, partícula e onda têm comportamentos e características exclusivos. Uma partícula clássica tem massa abre parênteses 'm' fecha parênteses e velocidade abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses, sendo assim é possível calcular sua quantidade de movimento, ou momento linear abre parênteses expressão com detalhe acima, início da expressão, Q, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima é igual a 'm' vezes expressão com detalhe acima, início da expressão, v, fim da expressão, início do detalhe acima, seta para a direita, fim do detalhe acima fecha parênteses. Partículas com massa também podem ser desviadas em colisões com outras partículas com massa, visto que, nessas colisões, elas ganham ou perdem energia.
Uma onda clássica se comporta como uma perturbação periódica com frequência abre parênteses f fecha parênteses e comprimento de onda abre parênteses lambda fecha parênteses e sua velocidade de propagação é definida por v é igual a lambda vezes f. Uma onda pode passar por fenômenos ondulatórios, como refração, difração e interferência, sendo sua energia distribuída de modo contínuo no espaço e no tempo.
Entretanto, a luz e outras radiações, além do comportamento de onda, podem apresentar comportamento de partícula, como verificado na descrição de Einstein para o efeito fotoelétrico.
A natureza corpuscular da radiação foi verificada em 1923, em uma investigação realizada pelo físico estadunidense Arthur Holly Compton (1892-1962), na qual ele fez incidir um feixe de raios X com determinado comprimento de onda abre parênteses lambda fecha parênteses sobre um alvo de grafite.
Após a interação com os elétrons livres do grafite, Compton verificou que os raios X espalhados tinham intensidade máxima associada a dois comprimentos de onda, lambda e lambda linha, sendo lambda linha é maior do que lambda.
A existência desses raios X com outro comprimento de onda não era prevista pela Física clássica, pois a radiação incidente deveria agir sobre os elétrons, que deveriam oscilar na mesma frequência.
Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Imagem elaborada com base em: TIPLER, Paul A.; LLEWELLYN, Ralph A. Física moderna. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. p. 94.
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Compton interpretou seus resultados considerando o feixe de raios X incidentes não como uma onda eletromagnética, mas como um conjunto de quantum, com energia quantizada dada por E é igual a 'h' vezes f. Esses quanta de energia colidem com os elétrons livres do alvo, espalhando-se. A radiação espalhada tem uma energia menor, pois parte da energia incidente foi transferida ao elétron livre. Logo, a radiação apresenta uma frequência menor abre parênteses f linha fecha parênteses e um comprimento de onda maior abre parênteses lambda linha fecha parênteses, pois c é igual a f linha vezes lambda linha. Esse efeito ficou conhecido como efeito Compton.
A ideia do quantum (fóton) como uma partícula possibilitava a interpretação do processo de interação da radiação com a matéria, mas a teoria ondulatória ainda era necessária para descrever fenômenos ondulatórios como a difração e a interferência. Assim, a radiação poderia se comportar ora como onda, ora como partícula.
Essa interpretação causou estranheza na comunidade científica, mas foi essencial para desenvolvimentos posteriores. Mais estranheza foi causada na verificação de que esse comportamento dual da radiação poderia ocorrer também com partículas portadoras de massa, como o elétron.
No ano de 1924, o físico francês Louis de Broglie (1892-1987) propôs a existência de ondas de matéria. De acordo com sua proposta, a dualidade onda-partícula não é verificada apenas nas radiações, mas também na matéria.
Assim, a energia total abre parênteses E fecha parênteses, tanto para matéria quanto para radiação, deve ser associada a uma frequência abre parênteses f fecha parênteses pela relação:
E é igual a 'h' vezes f
A quantidade de movimento da partícula de massa 'm' em movimento, antes descrita como Q é igual a 'm' vezes v, em sua forma escalar, pode ser expressa também com o comprimento de onda associado.
Q é igual a 'h' sobre lambda implica em 'm' vezes v é igual a 'h' sobre lambda implica em lambda é igual a início de fração, numerador: 'h', denominador: 'm' vezes v, fim de fração
A verificação experimental proposta por De Broglie só ocorreu em 1927, quando se comprovou que feixes de elétrons enviados a altas energias podiam difratar quando incididos em cristais, sendo possível observar um padrão de interferência, como o mostrado a seguir.

Após essas comprovações, em 1929, De Broglie recebeu o Prêmio Nobel de Física por seus trabalhos.
A nova teoria quântica
Umas das consequências de assumir o comportamento dual para a matéria proposto por De Broglie consiste em uma limitação intrínseca de nossa capacidade de medir com precisão as propriedades de pequenos objetos. Como será possível estudar um elétron por meio de uma radiação se ambos interagem entre si? Para medirmos objetos em escalas atômicas, há algumas limitações.
Em 1927, o físico alemão Werner Karl Heisenberg (1901-1976) propôs um experimento mental que consistia em tentar medir, com a máxima precisão possível, a posição de um único elétron. Para isso, escolheu o dispositivo que menos alterasse seu estado original, um microscópio óptico que não utilizasse nada além de luz visível.
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Para medir a posição do elétron, é necessário iluminá-lo, mas, por conta do efeito Compton, os fótons espalhados transferem energia para o elétron, mudando, com isso, sua velocidade. Portanto, para diminuir o desvio provocado pela luz, é preciso diminuir a energia do fóton, aumentando seu comprimento de onda. Contudo, isso diminuiria a precisão do microscópio.
Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

No ato de medir, o sistema seria alterado. Assim, Heisenberg enunciou o princípio da incerteza, conhecido hoje como princípio da incerteza de Heisenberg.
Não é possível desenvolver qualquer experimento que seja capaz de determinar com ilimitada precisão a posição de uma partícula sem que, ao mesmo tempo, altere sua quantidade de movimento linear.
Se representarmos a incerteza na medida da posição como delta x e a incerteza na medida da quantidade de movimento como delta Q, o princípio da incerteza de Heisenberg afirma que:
delta x vezes delta Q é maior ou igual a início de fração, numerador: 'h', denominador: 4 pi, fim de fração
Essa expressão indica que, quanto mais precisa for a medida de uma dessas grandezas, mais haverá queda na precisão da outra medida. Nesse caso, as duas grandezas são consideradas variáveis conjugadas, pois são grandezas que não podem ser observadas simultaneamente sem que se perca a precisão sobre a outra.
Consideramos o exemplo de alguém que, com o intuito de estudar uma bactéria de massa 1 vírgula 8 vezes 10 elevado a menos 18 quilograma, utilizou um microscópio óptico. Sabendo que a bactéria tem um tamanho de 5 vírgula 4 micrômetro, e que o microscópio usado oferece um erro de apenas 1% desse valor, ou seja, delta x é igual a 5 vírgula 4 vezes 10 elevado a menos 8 m, seria necessário considerar o erro na velocidade dessa bactéria?
delta Q é maior ou igual a início de fração, numerador: 'h', denominador: 4 pi vezes delta x, fim de fração é igual a início de fração, numerador: 6 vírgula 63 vezes 10 elevado a menos 34, denominador: 4 vezes 3 vírgula 14 vezes 5 vírgula 4 vezes 10 elevado a menos 8, fim de fração é igual a 9 vírgula 77 vezes 10 elevado a menos 28 portanto delta Q é maior ou igual a 9 vírgula 77 vezes 10 elevado a menos 28 quilograma vezes abre parênteses metro por segundo fecha parênteses
delta v é igual a início de fração, numerador: delta Q, denominador: 'm', fim de fração é maior ou igual a início de fração, numerador: 9 vírgula 77 vezes 10 elevado a menos 28, denominador: 1 vírgula 8 vezes 10 elevado a menos 18, fim de fração é igual a 5 vírgula 43 vezes 10 elevado a menos 10 portanto delta v é maior ou igual a 5 vírgula 43 vezes 10 elevado a menos 10 metro por segundo
Note que a velocidade da bactéria tem incerteza desprezível. Realizando o mesmo procedimento para um elétron de massa 9 vírgula 11 vezes 10 elevado a menos 31 quilograma, confinado em uma região de 1 Angstrom, com um microscópio que apresenta uma incerteza também de 1%, o que significa delta x é igual a 1 vírgula 0 vezes 10 elevado a menos 12 metro, a incerteza em sua velocidade será de:
delta Q é maior ou igual a início de fração, numerador: 'h', denominador: 4 pi vezes delta x, fim de fração é igual a início de fração, numerador: 6 vírgula 63 vezes 10 elevado a menos 34, denominador: 4 vezes 3 vírgula 14 vezes 1 vírgula 0 vezes 10 elevado a menos 12, fim de fração é igual a 5 vírgula 28 vezes 10 elevado a menos 23 portanto delta Q é maior ou igual a 5 vírgula 28 vezes 10 elevado a menos 23 quilograma vezes abre parênteses metro por segundo fecha parênteses
delta v é igual a início de fração, numerador: delta Q, denominador: 'm', fim de fração é maior ou igual a início de fração, numerador: 5 vírgula 28 vezes 10 elevado a menos 23, denominador: 9 vírgula 11 vezes 10 elevado a menos 31, fim de fração é igual a 5 vírgula 78 vezes 10 elevado a 7 portanto delta v é maior ou igual a 5 vírgula 79 vezes 10 elevado a 7 metro por segundo
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Nesse caso, a incerteza na velocidade do elétron corresponde a um valor maior que 10% da velocidade da luz, não sendo, portanto, desprezível, além de demonstrar o quão pouco podemos afirmar sobre seu estado de movimento em casos quânticos.
Para investigar uma partícula subatômica, como um elétron, é necessário utilizar alguma forma de radiação, porém ela vai interferir na partícula a ser investigada.
O princípio da incerteza permite compreender que, mesmo que a radiação e a matéria tenham comportamentos duais, investigações que acentuam o caráter corpuscular suprimem o caráter ondulatório, e vice-versa, tornando impossível detectar, simultaneamente, ambos os comportamentos.
Essa interpretação foi proposta pelo físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962), em 1928, que a sintetizou em seu princípio da complementaridade, descrito como:
Os modelos ondulatório e corpuscular são complementares um ao outro, sendo igualmente necessários para compreender o comportamento e a natureza tanto da radiação quanto da matéria. A escolha do modelo teórico a ser utilizado depende do experimento realizado, e os dois comportamentos não podem ser observados simultaneamente.
Vários cientistas já haviam discutido essa questão. Niels Bohr e seus assistentes desenvolveram algumas interpretações em um instituto de pesquisa localizado em Copenhagen, Dinamarca, motivo pelo qual a interpretação recebeu o nome de interpretação de Copenhagen. Segundo eles, tanto o conceito ondulatório quanto o conceito corpuscular remetem a conceitos clássicos, válidos para compreender os resultados experimentais, mas não é possível afirmar nada sobre a sua natureza fundamental. Portanto, seria irrelevante questionar o que são ou como esses entes se comportam enquanto são observados.
Essa forma de conciliar os comportamentos corpuscular e ondulatório não foi unânime entre os físicos da época, os quais compreendiam tal interpretação como uma limitação, até mesmo forçada à compreensão da natureza dos fenômenos. Em 1927, físicos da época reuniram-se em Bruxelas, na Bélgica, onde até hoje acontecem, trienalmente, as Conferências de Solvay, que continuam a buscar uma melhor compreensão para os fenômenos quânticos.

Entre os presentes, alguns interpretavam o comportamento ondulatório da matéria, proposto por De Broglie, como uma onda probabilística, que representaria a probabilidade de encontrar a partícula em determinada localidade. Desse modo, à medida que essa onda se propaga, é mais provável encontrar a partícula nessa região. Defendida pelo físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) e pelo físico e matemático alemão Max Born (1882-1970), entre outros, essa visão introduzia o conceito de que a natureza pode ser inerentemente probabilística, quebrando qualquer relação com a Física clássica.
A matemática desenvolvida por Schrödinger e pelo físico britânico Paul Adrien Maurice Dirac (1902-1984) faz da Mecânica quântica umas das teorias mais bem-sucedidas, capaz de explicar diversos fenômenos antes inexplicáveis, entre eles a distribuição de elétrons em átomos de grande número atômico, os fenômenos nucleares e as interações das partículas subatômicas, servindo de fundamento para as pesquisas em aceleradores de partículas.
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Física quântica e as distorções de seus conceitos
A Física quântica estuda o comportamento das partículas subatômicas, como elétrons e fótons, em escalas extremamente pequenas, em que as leis da Física clássica que regem o mundo macroscópico não se aplicam. No entanto, apesar de sua complexidade e do rigor científico que a caracterizam, os conceitos da Física quântica têm sido deturpados e mal-interpretados por práticas pseudocientíficas que buscam legitimidade por meio do uso indevido do termo quântico.
Entre os conceitos mais conhecidos estão o princípio da incerteza de Heisenberg, que estabelece que é impossível determinar simultaneamente e com precisão a posição e a velocidade de uma partícula; o entrelaçamento quântico, que descreve como as partículas podem permanecer conectadas de tal forma que o estado de uma influencia instantaneamente o estado da outra, independentemente da distância entre elas; e a dualidade onda-partícula, que revela que as partículas podem exibir características tanto de partículas quanto de ondas, dependendo das condições do experimento.

Esses conceitos, embora rigorosamente conceituados de maneira matemática e baseados em experimentos controlados, são frequentemente mal-interpretados e aplicados de modo errôneo, fora do contexto científico. Por exemplo, a "cura quântica" sugere que o corpo humano pode ser curado por meio de práticas que supostamente manipulam energias quânticas. No entanto, não há qualquer evidência científica que suporte tal prática ou que as propriedades quânticas de partículas subatômicas possam ser aplicadas de maneira prática para influenciar a saúde humana como proposto por essa "cura".
De maneira semelhante, a "criatividade quântica" e o "coach quântico" utilizam a terminologia da Física quântica para sugerir que se pode desbloquear potenciais criativos ou alcançar objetivos pessoais ao acessar algum tipo de "campo quântico" de possibilidades infinitas. Novamente, tais afirmações não têm base em evidências científicas. A Física quântica, em seu contexto real, não trata de escolhas conscientes ou de potencial humano, mas sim de fenômenos físicos que ocorrem em escalas subatômicas e que são descritos por equações matemáticas precisas e verificadas experimentalmente.
O uso inadequado da terminologia quântica para promover práticas pseudocientíficas é problemático por várias razões. Em primeiro lugar, distorce a compreensão pública da Ciência, levando as pessoas a acreditarem em afirmações que não têm respaldo em evidências. Isso pode resultar em decisões prejudiciais, como a adoção de tratamentos de saúde ineficazes, em detrimento de abordagens médicas comprovadas.
Além disso, a pseudociência, que usa a Física quântica como uma "fachada" para se credibilizar, prejudica a Ciência legítima. Ela cria uma falsa equivalência entre teorias cientificamente validadas e crenças infundadas, enfraquecendo a confiança pública na Ciência e nos métodos científicos rigorosos que têm, por sua vez, fundamentos sólidos.
a ) Quais são os principais problemas causados pela distorção dos conceitos da Física quântica em práticas pseudocientíficas? Como isso pode impactar a compreensão pública da Ciência e a tomada de decisões informadas?
Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que os principais problemas causados pela distorção dos conceitos da Física quântica em práticas pseudocientíficas incluem a criação de falsas expectativas e a promoção de tratamentos e abordagens sem base científica. Isso pode resultar em decisões prejudiciais, como a escolha de terapias ineficazes em vez de tratamentos médicos comprovados, impactando negativamente a saúde e o bem-estar das pessoas.
b ) Discorra sobre a importância de diferenciar a Ciência legítima da pseudociência no contexto da Física quântica. Como contribuir para evitar a disseminação de informações equivocadas sobre a Ciência quântica?
Resposta: Para evitar a disseminação de informações equivocadas, é necessário promover uma educação científica clara e precisa, fomentando o pensamento crítico e a alfabetização científica.
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ATIVIDADES
1. O termo físico quantum está relacionado a qual significado? Dê exemplos.
Resposta: Está relacionado à menor unidade elementar de determinada grandeza física. Por exemplo, a energia radiante é composta de vários quanta (quanta é o plural de quantum) denominados fótons, e, quanto maior for a quantidade de fótons emitidos, maior será o valor de energia irradiada.
2. De acordo com os conceitos de radiação do corpo negro, responda ao que se pede.
a ) O que vem a ser um corpo negro ideal?
Resposta: Um corpo negro ideal absorve toda a radiação eletromagnética incidente e emite toda radiação absorvida.
b ) Quais corpos emitem radiação eletromagnética?
Resposta: Todos os corpos que estão em uma temperatura acima de 0 Kelvin emitem radiação eletromagnética.
c ) Em relação ao comprimento de onda da radiação, como um corpo negro ideal se comporta?
Resposta: Um corpo negro ideal é aquele que absorve todos os comprimentos de onda e emite todos os comprimentos de onda que foram inicialmente absorvidos.
d ) Em relação à energia, o que podemos dizer sobre a temperatura do corpo?
Resposta: Um corpo com menor temperatura refere-se a um objeto que emite menor energia, assim como um corpo com maior temperatura emite maior energia.
3. O físico alemão Wilhelm Wien obteve uma expressão matemática que se relaciona ao pico da curva de radiação de um corpo, em que seu comprimento de onda máximo é inversamente proporcional à temperatura absoluta.
lambda subscrito máx vezes T é igual a 2 vírgula 898 vezes 10 elevado a menos 3 metro
Por meio dessa equação, tem-se a explicação de que, ao aquecer uma barra de ferro, inicialmente ela se torna vermelha, depois esbranquiçada e, por fim, torna-se azulada.
Considere a temperatura do Sol de 6.000 Kelvin. Determine o comprimento de onda máximo emitido pelo Sol.
Resposta: 483 vezes 10 elevado a menos 9 metro. Comentários nas Orientações para o professor.
4. O efeito fotoelétrico é a retirada de elétrons de um metal em razão de uma radiação incidente. Para explicar esse fenômeno, Einstein propôs que a energia de radiação também é quantizada.
Considerando as informações citadas anteriormente, avalie as afirmativas a seguir como verdadeiras ou falsas.
I ) O efeito fotoelétrico depende da intensidade da luz incidente no alvo, pois baixas intensidades não conseguem produzir fotoelétrons.
II ) A emissão de elétrons pelo metal irradiado depende da frequência da radiação incidente.
III ) O aumento de número de fótons causa a retirada de elétrons uma vez que a energia emitida de cada fóton é absorvida pelos elétrons, e a energia total é a soma das energias de cada fóton.
IV ) A energia cinética adquirida pelo elétron ejetado do metal depende da função trabalho do material e da energia do fóton incidente.
Resposta: I) Falsa, pois a energia de radiação é quantizada pela relação E é igual a 'h' vezes f, o aumento de intensidade só aumenta o número de fótons, e não sua energia. II) Verdadeira. III) Falsa, pois o aumento de número de fótons significa o aumento da intensidade, mas não a energia para retirada de elétrons definido pela frequência. IV) Verdadeira.
5. Um grupo de estudantes verificou que a função trabalho de um dado metal é 2 vírgula 6 elétron-volts. Qual é a frequência mais baixa da luz incidente capaz de arrancar elétrons do metal?
Dado: 'h' é igual a 6 vírgula 63 vezes 10 elevado a menos 34 J vezes s
Resposta: f subscrito 0 é aproximadamente igual a 6 vírgula 3 vezes 10 elevado a 14 hertz. Resolução nas Orientações para o professor.
6. Se a incerteza da quantidade de movimento para um elétron que se movimenta com velocidade de 4 vezes 10 elevado a 6 metro por segundo é de 10%, determine a incerteza na medida da posição desse elétron.
Considere 'm' subscrito e é igual a 9 vezes 10 elevado a menos 31 quilograma, 'h' é igual a 6 vírgula 63 vezes 10 elevado a menos 34 J vezes s e pi é igual a 3 vírgula 14.
Resposta: delta x é aproximadamente igual a 1 vírgula 5 vezes 10 elevado a menos 10 metro. Resolução nas Orientações para o professor.
RETOME O QUE ESTUDOU
Refletindo sobre o que estudou nesta unidade, responda às questões a seguir.
1. Explique como a demanda crescente por energia elétrica nas sociedades modernas pode impactar o meio ambiente e quais alternativas sustentáveis podem ser adotadas para reduzir esses impactos.
2. Qual é a função dos transformadores no sistema de transmissão de energia elétrica e por que é necessário elevar a tensão durante o processo de transmissão de grandes distâncias?
3. Compare os principais métodos de geração de energia elétrica (hidrelétrica, termelétrica e eólica), destacando vantagens e desvantagens de cada um em termos de eficiência e impacto ambiental.
4. Explique a diferença entre fusão e fissão nuclear e descreva como essas reações são utilizadas na geração de energia elétrica em usinas nucleares.
5. A teoria da relatividade de Einstein trouxe novos conceitos sobre o tempo e o espaço. Explique o que é dilatação temporal e dê um exemplo de como esse fenômeno pode ser observado em situações práticas.
Respostas e comentários nas Orientações para o professor.
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MAIS QUESTÕES
1. (UEM-PR) Considere um circuito elétrico composto por uma bateria com tensão de 12 V e quatro lâmpadas idênticas com resistência de 400 ômega. Essas lâmpadas só emitem luz com a passagem de corrente superior a 9 miliamperes e inferior a 27 miliamperes. Assinale o que for correto.
Resoluções nas Orientações para o professor.
01 ) Ao conectarmos as lâmpadas em série, apenas três se acendem.
02 ) Ao conectarmos as lâmpadas em paralelo, a tensão aplicada em cada uma será de 3 Volts.
04 ) Ao conectarmos as lâmpadas em paralelo, o circuito deverá apresentar uma resistência equivalente a 100 ômega e uma intensidade de corrente total de 120 miliamperes.
08 ) Ao conectarmos duas lâmpadas em paralelo, e estas em série com as outras duas, que estão em série entre si, todas as lâmpadas se acendem.
16 ) Ao conectarmos duas lâmpadas em paralelo, e estas em série com as outras duas, que também estão em paralelo, todas se acendem, pois a intensidade de corrente que passa por cada uma é de 15 Miliampere.
Resposta: Soma: 04 mais 16 é igual a 20
2. (UEA) Para disparar o flash de uma câmera, é necessário que um capacitor, de 1 vírgula 2 vezes 10 elevado a menos 4 F, ligado a esse flash, esteja carregado com uma carga de 6 vírgula 0 vezes 10 elevado a menos 4 C. Sabendo que, ao carregar o capacitor, a bateria da câmera, considerada ideal, fica ligada diretamente a ele, a diferença de potencial fornecida pela bateria deve ser de, no mínimo,
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 5 vírgula 0 Volts.
b ) 3 vírgula 5 V.
c ) 5 vírgula 5 Volts.
d ) 4 vírgula 5 Volts.
e ) 4 vírgula 0 Volts.
Resposta: Alternativa a.
3. (UECE) Uma carga elétrica positiva Q, de massa desprezível, movimenta-se em trajetória retilínea com velocidade constante de módulo V quando penetra em uma região do espaço onde existe um campo elétrico uniforme de módulo E e um campo magnético uniforme de módulo B. Observa-se que, após adentrar na referida região, a carga segue seu movimento sem nenhuma alteração de sua velocidade ou mesmo em sua trajetória. Assim, pode-se afirmar corretamente que
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) isso é possível pelo fato de não existirem forças atuando sobre a carga Q.
b ) os campos E e B são paralelos, porém em sentidos contrários de forma que se anulam.
c ) os campos E e B são paralelos e o módulo da velocidade V da carga pode ser dado pela razão E barra B.
d ) os campos E e B são perpendiculares e o módulo da velocidade V da carga pode ser dado pela razão E barra B.
Resposta: Alternativa d.
4. (UFAM) Numa aula no Laboratório de Eletricidade, um grupo de alunos tinha como objetivo estimar a resistência interna de uma bateria de 12 V, utilizada em automóveis. Para tanto, montaram o circuito esquematizado na figura a seguir, onde R é igual a 2 ômega. Em seguida, com um voltímetro, suposto ideal, eles mediram a diferença de potencial entre os pontos A e B, obtendo o valor de 10 Volts.

Desprezando qualquer resistência extra dos fios conectores, eles concluíram que o valor estimado da resistência interna da bateria é:
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 100 metros ômega.
b ) 300 metros ômega.
c ) 400 metros ômega.
d ) 500 metros ômega.
e ) 600 metros ômega.
Resposta: Alternativa c.
5. (UFJF-MG) Duas pequenas esferas condutoras idênticas estão eletrizadas. A primeira esfera tem uma carga de 2 Q e a segunda uma carga de 6 Q. As duas esferas estão separadas por uma distância d e a força eletrostática entre elas é 'F' 1. Em seguida, as esferas são colocadas em contato e depois separadas por uma distância 2 d. Nessa nova configuração, a força eletrostática entre as esferas é 'F' 2. Pode-se afirmar sobre a relação entre as forças 'F' 1 e 'F' 2, que:
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 'F' 1 é igual a 3 'F' 2.
b ) 'F' 1 é igual a 'F' 2 barra 12.
c ) 'F' 1 é igual a 'F' 2 barra 3.
d ) 'F' 1 é igual a 4 'F' 2.
e ) 'F' 1 é igual a 'F' 2.
Resposta: Alternativa a.
6. (UECE) Um gerador elétrico, cuja resistência interna, segundo o fabricante, é de 30 ômega, pode ser utilizado para alimentar um circuito externo de resistência variável R (carga externa). Para uma escolha específica da carga externa R, o rendimento elétrico do gerador é de 75%. Nessa situação, a resistência elétrica do circuito externo é igual a
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 10 ômega.
b ) 90 ômega.
c ) 30 ômega.
d ) 120 ômega.
Resposta: Alternativa b.
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7. (UFPR) Um certo resistor dissipa uma potência de 1 watt quando percorrido por uma corrente de 100 miliamperes. Assinale a alternativa que expressa corretamente a tensão V aplicada a esse resistor quando percorrido por uma corrente de 50 miliamperes.
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 2 vírgula 5 Volts.
b ) 5 Volts.
c ) 7 vírgula 5 Volts.
d ) 10 Volts.
e ) 12 V.
Resposta: Alternativa b.
8. (EBMSP-BA) Unidades hospitalares utilizam geradores elétricos para se prevenir de interrupções no fornecimento de energia elétrica. Considerando-se um gerador elétrico de força eletromotriz 120 vírgula 0 Volts e resistência interna 4 vírgula 0 ômega que gera potência elétrica de 1.200 vírgula 0 watts, quando ligado a um circuito externo, é correto afirmar, com base nessas informações e nos conhecimentos de eletricidade, que
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) o gerador elétrico transforma energia elétrica em outras formas de energia.
b ) a diferença de potencial elétrico entre os terminais do gerador é igual a 110 vírgula 0 Volts.
c ) a intensidade da corrente elétrica que circula através do gerador é igual a 8 vírgula 0 Amperes.
d ) a potência dissipada em outras formas de energia no interior do gerador é igual a 512 vírgula 0 watts.
e ) a potência elétrica que o gerador lança no circuito externo para alimentar as instalações é igual a 800 vírgula 0 watts.
Resposta: Alternativa e.
9. (EsPCEx-SP) Considere as seguintes afirmações abaixo:
I ) No interior de uma esfera metálica condutora em equilíbrio eletrostático, o campo elétrico é nulo.
II ) Um campo elétrico uniforme é formado entre duas placas paralelas, planas e eletrizadas com cargas opostas. Uma carga negativa é abandonada em repouso no interior dessas placas, então esta carga deslocar-se-á da região de maior potencial elétrico para a de menor potencial elétrico.
III ) Um objeto eletrostaticamente carregado, próximo a um objeto em equilíbrio eletrostático, induz neste uma carga uniformemente distribuída.
IV ) Uma carga puntiforme q é igual a 1 mi C é deslocada de um ponto A até um ponto B de um campo elétrico. A força elétrica que age sobre q realiza um trabalho tau início subscrito, A B, fim subscrito é igual a 1 vezes 10 elevado a menos 5 Joule então a diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B é 100 Volts.
Das afirmações, é (são) correta(s) somente:
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) I.
b ) I, II e III.
c ) I, II e IV.
d ) I e IV.
e ) II.
Resposta: Alternativa a.
10. (UERJ) Em um experimento, dois relógios idênticos e sincronizados apresentam uma diferença perceptível na medida do tempo. Um dos relógios se encontra em repouso, enquanto o outro está em movimento a uma velocidade escalar v constante, próxima à velocidade escalar c da luz. Segundo a teoria da relatividade de Albert Einstein, entre o intervalo de tempo delta 't' subscrito 1, medido pelo relógio em repouso, e o intervalo de tempo delta 't' subscrito 2, medido pelo relógio em movimento, observa-se a seguinte relação:
delta 't' subscrito 1 é igual a início de fração, numerador: delta 't' subscrito 2, denominador: início de raiz quadrada; 1 menos início de fração, numerador: v elevado ao quadrado, denominador: c elevado ao quadrado, fim de fração fim de raiz quadrada, fim de fração
Considere que o deslocamento do relógio ocorre à velocidade v é igual a início de fração, numerador: 12 vezes c, denominador: 13, fim de fração durante delta 't' subscrito 2 é igual a 10 segundos. Logo, o tempo delta 't' subscrito 1, em segundos, decorrido no relógio em repouso, é igual a:
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 28
b ) 26
c ) 24
d ) 22
Resposta: Alternativa b.
11. (Epcar-AFA) Em alguns filmes de ficção científica é comum a estória sobre expedições interplanetárias em busca de um planeta potencialmente habitável e no qual seja possível reconstruir a civilização humana. Considere uma nave com o objetivo de chegar em um ponto P, situado numa região do Universo onde parece existir um planeta com condições similares às da Terra.
Quando essa nave partiu da Terra, Fabinho, filho do Comandante da tripulação, tinha 10 anos e 4 meses de idade.
Para o Comandante, que viajou em sua nave a uma velocidade de 0,80 da velocidade da luz no vácuo, passou-se 12 meses até chegar ao ponto P. Nesse intervalo de tempo, Fabinho, que se encontra na Terra, terá uma idade, em anos, aproximadamente igual a
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 11
b ) 12
c ) 13
d ) 14
Resposta: Alternativa b.
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12. (UFSC) Ao final da exposição, estudantes e professores entraram em uma sala na qual estavam expostas réplicas de obras modernas, como as do pintor Salvador Dalí. Após o último quadro, podia-se ler a seguinte passagem do livro "A Máquina do Tempo", escrito entre 1887 e 1894 por H. G. Wells: "Sabem, naturalmente, que uma linha matemática, uma linha de espessura zero, não tem existência real [...]. Também um cubo, tendo apenas comprimento, largura e altura, não pode ter existência real [...].
- Não há dúvida, continuou o Viajante do tempo, que todo corpo real deve estender-se por quatro dimensões: deve ter Comprimento, Largura, Altura e... Duração. Mas, por uma natural imperfeição da carne, somos inclinados a desprezar este fato. Há realmente quatro dimensões, três das quais são chamadas os três planos do espaço, e uma quarta, o Tempo." Nesse momento, alguns estudantes lembraram as discussões realizadas em sala e fizeram afirmações para o professor sobre a Teoria da Relatividade Restrita, de Einstein, publicada em 1905. Identifique a(s) correta(s).
01 ) A Teoria da Relatividade Restrita invalidou a Mecânica Newtoniana, que não pode ser utilizada mesmo para velocidades muito pequenas em comparação com a velocidade da luz no vácuo.
02 ) Conforme a teoria, as leis da Física são as mesmas, expressas por equações que têm a mesma forma em qualquer referencial inercial.
04 ) Para a Mecânica Clássica, as grandezas "massa" e "tempo" são absolutas, ou seja, independem do referencial em que são medidas.
08 ) Segundo a teoria, a velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor – aproximadamente 300.000 quilômetros por segundo – em relação a qualquer referencial inercial.
16 ) A partir da Teoria da Relatividade Restrita não é possível estabelecer relações entre massa e energia.
32 ) Na perspectiva da Teoria da Relatividade Restrita, o espaço e o tempo são estáticos e imutáveis, ou seja, não são passíveis de alteração em relação ao sistema de referência analisado.
Resposta: Soma: 01 mais 0 4 mais 32 é igual a 37
13. (UEPG-PR) Em 1905, Einstein publicou quatro artigos que revolucionaram a Física. Tendo como base os trabalhos de Einstein, assinale o que for correto.
01 ) De acordo com o primeiro postulado da Teoria da Relatividade de Einstein, as leis da Física são as mesmas para todos os observadores em qualquer referencial inercial.
02 ) O segundo postulado da Teoria da Relatividade de Einstein estabelece que o valor para a velocidade da luz, no vácuo, é o mesmo em qualquer sistema de referencial inercial.
04 ) A partir do estudo do movimento browniano, Einstein conseguiu explicar o movimento de corpos celestes nas proximidades de buracos negros.
08 ) A conversão de massa em energia observada experimentalmente nos reatores de usinas nucleares é uma comprovação da teoria da Relatividade Especial proposta por Einstein.
Resposta: Soma: 01 mais 0 2 mais 0 8 é igual a 11
14. (UFRGS-RS) Em seu postulado sobre "ondas de matérias", Louis De Broglie afirma que qualquer partícula massiva que tenha momentum linear tem, também, um comportamento ondulatório.
O comprimento de onda dessa onda está relacionado com o momentum linear da partícula através
a ) da constante de Planck.
b ) da constante de Boltzmann.
c ) do número de Avogadro.
d ) da constante de Stefan-Boltzmann.
e ) da velocidade da luz.
Resposta: Alternativa a.
15. (Eear-SP) Em uma residência foi instalado um detector para indicar a passagem das pessoas. Esse detector era composto de um emissor, que emitia ondas eletromagnéticas de comprimento de onda igual a 21 micrômetro, e de um receptor que recebia um sinal com potência igual a 0 vírgula 2 miliwatt, originado do emissor quando não havia uma pessoa entre o emissor e o receptor. Determine o número de fótons que é percebido, por segundo, pelo receptor. Adote:
Velocidade da luz no meio é igual a 3 vezes 10 elevado a 8 metro por segundo
Constante de Planck é igual a 7 vezes 10 elevado a menos 34 J vezes s
Resolução nas Orientações para o professor.
a ) 1 vezes 10 elevado a menos 20
b ) 2 vezes 10 elevado a menos 4
c ) 7 vezes 10 elevado a 10
d ) 2 vezes 10 elevado a 16
Resposta: Alternativa d.