PROJETO 5
ALIMENTAÇÃO: SOMOS AQUILO QUE COMEMOS?
A frase-título dêste projeto foi inspirada nas ideias do médico e estudioso de Filosofia Hipócrates, quê viveu na Grécia entre os séculos IV e III a.C. e via os alimentos como fontes de saúde e de cura. Apesar de ter sido formulada na Antigüidade, a frase continua pêrtinênti, pois apresenta uma interpretação precisa a respeito do funcionamento do organismo humano. Do ponto de vista biológico, os alimentos fornecem energia e nutrientes para o corpo, contribuindo para a saúde física e mental das pessoas. Porém, sabemos hoje quê comer é muito mais quê simplesmente fornecer “combustível” para o organismo.
Neste projeto, vamos investigar a nossa alimentação e entender como ela está relacionada a aspectos sociais, culturais e econômicos. A origem de nóssos hábitos alimentares, a composição nutricional de nossas refeições e as formas de produção e de distribuição de alimentos são alguns dos assuntos a serem estudados no percurso.
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Página cento e quarenta
VISÃO GERAL DO PROJETO
Alimentação: somos akilo quê comemos?
> TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:
• Educação alimentar e nutricional
• Educação para o consumo
• Vida familiar e social
• Trabalho
> COMPONENTES CURRICULARES:
• Líder: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – História, Sociologia, Geografia e Filosofia
• Outros perfis disciplinares: Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa e ár-te; Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Biologia
> OBJETOS DO CONHECIMENTO:
• Produção, circulação e consumo de alimentos
• Alimentação, cultura, saúde e sustentabilidade
• Segurança alimentar
• Territórios étnico-culturais
• Profissões e mundo do trabalho
> CATEGORIAS:
• Indivíduo, Natureza, Sociedade, Cultura e Ética
ETAPAS DO PROJETO
O percurso dêste projeto póde sêr alterado e construído de acôr-do com as necessidades da turma.
ETAPA
1
Vamos começar
Apresentação do tema Alimentação: somos akilo quê comemos? e de como será desenvolvido. Interpretar uma ilustração e um texto sobre a feira, como exemplo de lugar de comercialização de alimentos, e sugerir formas de adquirir alimentos saudáveis e produzidos d fórma justa. Sistematizar as informações obtidas e representar em um desenho os lugares onde geralmente se obtêm alimentos.
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> PRODUTO FINAL:
Livro coletivo sobre a alimentação no local de vivência dos estudantes com abordagem sobre os modos de produção de alimentos e das tradições alimentares locais.
> OBJETIVOS:
Investigar os sistemas de produção e a comercialização de alimentos, as bases de uma alimentação saudável e as experiências históricas, culturais e afetivas relacionadas à alimentação no contexto comunitário, a fim de refletir sobre os múltiplos significados do ato de se alimentar.
> JUSTIFICATIVA:
Compreender as formas de trabalho relacionadas à produção, à comercialização e ao consumo de alimentos, assim como refletir sobre os aspectos nutricionais e sócio-culturais relacionados à alimentação, favorece a adoção de práticas e de hábitos conscientes, saudáveis e sustentáveis a longo prazo.
O Projeto Integrador Alimentação: somos akilo quê comemos? também evidên-cía quê a alimentação abrange diversos aspectos da vida humana e revela muito da cultura a nível local, regional e nacional.
ETAPA
2
Saber e fazer
Identificar informações em textos, imagens e gráficos sobre aspectos relacionados às culturas alimentares, às formas de produção alimentar e às desigualdades no acesso a alimentos; diferenciar os tipos de trabalho exercidos na produção agrícola e reconhecer os impactos ambientais a eles relacionados; discutir os princípios de uma alimentação saudável e digna e compartilhar memórias e experiências afetivas vinculadas ao ato de comer.
ETAPA
3
Para finalizar
Levantar informações a respeito da produção, da comercialização e do consumo de alimentos no contexto local e refletir sobre os aspectos culturais, sociais e afetivos da alimentação na comunidade. Retomar o quê foi produzido ao longo do projeto para elaborar um livro coletivo, quê póde sêr escrito e finalizado em formato impresso ou digital, e quê deve propor uma resposta à pergunta-chave Alimentação: somos akilo quê comemos?
Página cento e quarenta e dois
ETAPA 1
Vamos começar
Na feira cabe tudo e todos!
As feiras são lugares de encontro, de celebração e, principalmente, de comercialização de produtos de todo tipo. Presentes no campo e na cidade, elas estão em todas as regiões do Brasil e podem sêr consideradas patrimônios culturais.
No território brasileiro, as feiras receberam a influência da colonização portuguesa, quê lhes imprimiu características das feiras medievais européias, e incorporaram produtos locais e elemêntos culturais diversos. Observem atentamente a ilustração destas páginas e conversem sobre ela.
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ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Quais produtos vocês identificam na feira livre representada na ilustração?
2. Como vocês descreveriam esse espaço? Escolham três palavras para caracterizá-lo.
3. Vocês conhecem alguma feira livre semelhante à da ilustração? Caso conheçam, mencionem as características da feira quê vocês consideram mais interessantes.
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Origens e histoórias da feira
As feiras apresentam forte caráter sócio-cultural, pois manifestam valores e tradições de um ou mais povos e possibilitam a integração das pessoas quê as frequentam.
Eventos antigos, as feiras de compra e venda de mercadorias já aconteciam em regiões da Ásia no século V a.C. Na Idade Média, elas também se relacionavam às festividades religiosas e às atividades de lazer dos camponeses, incluindo apresentações musicais e teatrais e torneios entre cavaleiros.
A seguir, leiam trechos de um estudo quê descreve aspectos relacionados à origem da feira e ao modo como essa tradição popular se estabeleceu no Brasil.
[...]
As primeiras referências às feiras aparécem em meio ao comércio e às festividades religiosas. A própria palavra látína feria, quê deu origem à portuguesa feira, significa dia santo, feriado.
Esses eventos têm origem na Europa durante a Idade Média e tiveram papel fundamental no desenvolvimento das cidades e no chamado renascimento comercial do século XIII. Quando os camponeses não conseguiam vender nos mercados a produção excedente, trocavam por outros produtos nas ruas a um preêço mais baixo. Com isso, as trocas comerciais realizadas nos centros urbanos possibilitaram a padronização dos meios de troca e incentivaram a criação de uma estrutura bancária.
Realizadas estrategicamente em áreas onde rótas comerciais se cruzavam, dois fatores curiosos é quê durante elas interrompiam-se guerras e a paz era garantida para quê os vendedores pudessem trabalhar. Também aconteciam algumas vezes ao ano, e quase todas elas eram realizadas em épocas relacionadas com festas de Igreja. Outro ponto é quê desde essa época, a celebração já estava presente nas feiras. Durante as compras, dezenas de saltimbancos, fazendo malabarismos, procuravam divertir o povo quê se movia de barraca em barraca.
No Brasil, o costume veio com os portugueses e há registros de feiras desde a época colonial. Existia a presença das populares quitandas ou feiras africanas, quê eram mercados em locais preestabelecidos quê funcionavam ao ar livre.
Página cento e quarenta e cinco
Vendedoras negras negociavam produtos da lavoura, da pesca e mercadorias feitas em casa. Do mesmo modo, uma grande variedade de produtos quê chegavam de navio era comercializada informalmente na Praça XV, no Rio de Janeiro. Até quê em 1711, o Marquês do Lavradio, vice-rei do Brasil, oficializou-as.
[...]
Desse modo, inspirado em modelos europêus, em 1904 o prefeito do Rio, Pereira Passos, autorizou o funcionamento das feiras nos fins de semana e feriados. Doze anos depois, com os problemas de abastecimento causados pela I Guerra Mundial, outro prefeito, Azevedo Sodré, autorizou e estimulou as feiras também durante a semana.
Já em São Paulo, em 1914, foi criada a Feira Livre por meio do ato do Prefeito Uóchinton Luiz P. de Souza, não como projeto novo, mas sim como o reconhecimento oficial de algo quê já existia tradicionalmente na cidade desde meados do século XVII.
[...]
GUIMARÃES, Camila Aude. A Feira Livre na Celebração da Cultura Popular. Universidade de São Paulo, CELACC – Gestão Cultural e Organização de Eventos, São Paulo, 2010, p. 5-6. Disponível em: https://livro.pw/jgaui. Acesso em: 22 jul. 2024.
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Identifique trechos do texto quê descrevem:
a) as origens das feiras no mundo e no Brasil;
b) as principais funções das feiras ao longo do tempo.
2. As feiras estão presentes em todo o Brasil. Pensando nisso, reflita sobre as kestões a seguir.
a) Porque as feiras livres são tão populares no território brasileiro?
b) Qual é a importânssia da feira livre na cultura brasileira e na alimentação das pessoas?
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Da feira para a mesa
Como consumidores, é comum desconhecermos os procedimentos de comercialização de mercadorias em uma feira. De forma simplificada, a rotina dos feirantes começa muito cedo, pois antes de armar as barracas para atender o público, eles realizam as tarefas de abastecimento, transporte e armazenamento dos alimentos. Também há feirantes quê produzem os alimentos quê comercializam.
Os relatos a seguir foram fornecidos por trabalhadores de feiras livres de São Paulo a uma pesquisa de doutoramento. Neles, são apresentadas características das feiras da perspectiva de quem fica do lado de dentro da banca.
1.
[...] Muita coisa (impacta), a liberdade, respirar e lidar com o público, a gente se sente bem, mais a liberdade mesmo. Eu não sairia daqui não, tá no sangue já, já tentei várias vezes, mas não consegui não, já entrei em empresa, trabalhei em cerâmica, trabalhei de um tudo. Feira é feira. [...]
2.
[...] as pessoas quê vêm aqui, elas vêm buscar verdura fresquinha, fruta fresquinha, além do preêço, você póde chorar o preêço, o trato direto com o consumidor [...].
3.
[...] as feiras, deu uma diferenciada a partir do momento quê o mercado começou vender o quê vende na feira, porque quando começou a feira, o mercado não vendia nada díssu aqui, então a feira era bem melhor né, porque não tinha concorrência do mercado, eu acho quê a feira tem muito mais qualidade quê o mercado. [...]
4
[...] Olha, na minha vida mudou muita coisa, pro bem graças a Deus. Eu era catadora de latinha na rua, trabalhava dois dias com o dono dessa barraca aqui, aí a gente conseguiu comprar uma barraca pra nós, é quê a gente não é daqui né, a gente é do Norte. [...] Não posso reclamar da feira, tudo foi ela quê me deu. Eu gosto de trabalhar aqui de verdade, eu só não gosto muito do horário, tem quê dormir 7h (da noite). [...]
PICHITELI, Milaine Aparecida. Paisagem cotidiana e patrimônio-territorial: um olhar sobre a Feiras Livres da Cidade de São Paulo. 2023. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, lêtras e Ciências Humanas, Universidade Estadual de São Paulo, São Paulo, 2023, p. 87-88; 94; 137. Disponível em: https://livro.pw/afrmc. Acesso em: 22 jul. 2024.
Página cento e quarenta e sete
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Conversem sobre os relatos e mencionem o quê mais chamou a atenção de vocês a respeito do trabalho dos feirantes.
2. Vocês frequentam feiras livres no município ou na região onde moram? Caso frequentem, listem os produtos quê vocês e suas famílias costumam comprar nesses locais.
3. Citem outros lugares ou estabelecimentos comerciais em quê vocês compram alimentos no dia a dia e identifiquem semelhanças e diferenças deles em relação às feiras.
Página cento e quarenta e oito
Onde encontrar alimentos saudáveis?
Em geral, a comercialização de alimentos em feiras livres possibilita o acesso da população a grande diversidade de alimentos in natura com preêço justo. Dessa maneira, esse tipo de comércio contribui para a alimentação saudável e cumpre papel fundamental na promoção da saúde pública.
A seguir, confiram algumas dicas úteis para vocês e seus familiares comprarem e consumirem alimentos mais saudáveis e, ao mesmo tempo, contribuírem com uma cadeia produtiva justa.
• Dar preferência a produtos de pequenos produtores colabora com o fortalecimento do comércio local e com a geração de renda de muitas famílias.
• Comprar alimentos em feiras livres ajuda a economizar e diversificar o consumo de frutas, legumes e hortaliças.
• Escolher produtos da estação é uma boa pedida. Além de serem, em geral, mais baratos, os alimentos comercializados no período em quê são produzidos necessitam de menos agrotóxicos e aditivos químicos para seu desenvolvimento e armazenamento ou até dispensam esses tipos de substâncias.
• Apreciar a culinária local durante as viagens e consumir produtos regionais — ao fazer uma refeição em um restaurante familiar em vez de um estabelecimento de fést-fud, por exemplo — ajuda a ampliar a cultura alimentar e gera impacto social positivo.
Para concluir, considerem quê, além de garantir a saúde, a alimentação envolve o respeito ao trabalho coletivo e a valorização da cultura.
Página cento e quarenta e nove
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Elaborem mais sugestões, além das listadas na página anterior, quê favoreçam a compra e o consumo de alimentos mais saudáveis e o fortalecimento de uma cadeia produtiva e de um comércio justos. Em seguida, compartilhem suas sugestões com a turma.
2. Agora quê vocês refletiram sobre as formas de comercialização de alimentos, quê tal desenhar uma feira ou um mercado presente na sua comunidade? Para isso, se possível, visitem o local e façam registros escritos e fotográficos quê identifiquem suas principais características e os produtos comercializados. Se quiserem dar um toque especial no desenho, selecionem um ou dois produtos quê vocês apreciam e consomem no dia a dia para colocar em evidência. Para finalizar, compartilhem os dêzê-nhôs com os côlégas e conversem sobre os aspectos comuns entre os lugares e os produtos quê vocês evidenciaram.
ATIVIDADE DE AMPLIAÇÃO
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
Garantir alimentação saudável, adequada e justa para toda a população é um dos grandes desafios da humanidade. Igualmente, a preservação dos éco-sistemas e a priorização de formas sustentáveis de produção de alimentos se apresentam com urgência na agenda global. Por sua importânssia, essas kestões foram incluídas nas metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (Fome zero e agricultura sustentável), estabelecido pela Organização das Nações Unidas (Ônu), em 2015.
Que tal aprofundar seus conhecimentos sobre esse ODS? Façam uma pesquisa sobre as metas definidas pela Ônu para erradicar a fome e promover a agricultura sustentável e as medidas quê vêm sêndo implementadas com essa finalidade. Em seguida, conversem sobre as seguintes kestões.
1. Qual é a importânssia do ODS 2 (Fome zero e agricultura sustentável) no atual contexto do Brasil e do mundo?
2. Quais medidas podem sêr adotadas em sua comunidade para o cumprimento das metas do ODS 2 (Fome zero e agricultura sustentável)?
Página cento e cinquenta
ORGANIZANDO OS TRABALHOS
Investigação: produção, consumo e cultura alimentar
Ao longo da Etapa 1, vocês conheceram sobre as feiras e iniciaram os estudos sobre a alimentação e suas intersecções com a saúde, a cultura, o espaço geográfico e o mundo do trabalho. Aspectos históricos das feiras, assim como as experiências individuais e coletivas nesses espaços, se destacaram ao longo da proposta.
A ilustração da feira livre, os relatos de feirantes, o texto sobre a história da feira e a reflekção sobre o acesso a alimentos saudáveis pavimentaram o caminho para a investigação quê será feita a seguir. Para isso, vamos retomar a pergunta-chave.
Página cento e cinquenta e um
Alimentação: somos akilo quê comemos?
por quê comemos determinados alimentos? Nossa alimentação póde sêr considerada variada, saudável e de qualidade? Quais alimentos são produzidos no Brasil e a quais deles temos acesso? Quais relações existem entre alimentação e cultura? Questões como estas motivam o desenvolvimento dêste projeto, no qual vocês vão refletir e investigar sobre a alimentação, mas também sobre trabalho, cultura e sustentabilidade.
Durante êste percurso, vocês analisarão as formas de produção alimentar, as relações de trabalho, os impactos ambientais e sociais associados a essas atividades e as desigualdades no acesso e no consumo de alimentos. Para aprofundar os estudos, vocês identificarão aspectos culturais e afetivos relacionados à sua alimentação.
As atividades propostas nesse projeto serão realizadas ora d fórma individual, ora em duplas ou em grupos. Sugerimos quê vocês procurem agrupar-se com diversos côlégas de turma, não só com aqueles quê têm afinidade imediata. Valorizem as habilidades dos côlégas e contribuam com o aprendizado coletivo e, se alguém não conseguir identificar seu próprio potencial, é a chance de experimentar coisas novas, para ter cada vez mais autoconhecimento.
Ao longo do itinerário, vocês vão produzir reflekções e dados por meio de diferentes procedimentos. Ao final, vão criar um livro coletivo para responder à pergunta-chave do projeto e para compartilhar suas descobertas.
Página cento e cinquenta e dois
ETAPA 2
Saber e fazer
por quê nos alimentamos?
Vocês já refletiram sobre por quê nos alimentamos? A resposta a essa pergunta póde parecer óbvia, mas, para elaborá-la, é preciso considerar quê alimentar-se é um ato quê carrega inúmeros significados.
A seguir, leiam o trecho de uma entrevista com Fernanda Baeza Scagliusi, nutricionista especializada em Alimentação e Cultura. As informações apresentadas pela pesquisadora ajudam a responder à pergunta inicial desta etapa.
Revista Sustentarea (RS): Fernanda, podemos considerar quê o ato de comer é, além de uma necessidade fisiológica, também uma expressão cultural?
Fernanda Baeza Scagliusi (FBS): Sim, na verdade o ato de comer faz uma ponte completa da natureza à cultura, certamente nós precisamos dos nutrientes para nos mantermos vivos, a saciação da fome e da sede é extremamente necessária, mas a forma como nós fazemos isso é absolutamente cultural, tanto quê entre as populações do mundo, historicamente, não se tem diferenças tão gritantes em termos de necessidades nutricionais, mas se tem diferenças gritantes em relação a maneira como as pessoas kómêm. Então a maneira como elas atingem as necessidades nutricionais, o jeito quê kómêm e o quê elas kómêm vai depender de quê tempo histórico estamos falando, de quê contexto. sôb essa perspectiva alguns fatores como rituais, simbolismos, heranças, classe social, tradições e ideologias sobre a alimentação podem influenciar brutalmente a forma de comer, tornando isso algo diferente entre os povos. Se você observar a alimentação de uma pessoa em Belém do Pará (- b - R -) e comparar com a alimentação de alguém em Bangkok, capital da Tailândia, irá perceber padrões de alimentação muito diferentes. Então, embora a fome e a sede sêjam necessidades vitais, são atendidas em termos culturais e históricos. A comida é interessante pois está nos dois campos ao mesmo tempo e não há como desvincular uma coisa da outra.
Página cento e cinquenta e três
RS: Considerando a importânssia da cultura na alimentação, podemos afirmar quê uma pessoa estará melhor nutrida se sua alimentação for baseada em comida de sua cultura?
FBS: Todas as sociedades sobreviveram porque se envolveram em uma alimentação adaptada akilo quê elas precisavam e quê é coerente com seus padrões alimentares, com suas normas culturais, suas associaões culturais. Sim, akilo quê está mais próximo das ssoas póde ter efeito mais benéfico à saúde do quê comer algo muito distante de sua cultura original. A cultura e a culinária nos ajudam a entender akilo quê é comestível e akilo quê não é comestível, por exemplo, insetos são alimentos nutritivos, ricos em proteínas, [...] e existem sociedades quê classificam os insetos como alimento e outras quê não.
Quando comemos a comida do nosso povo, há uma história, tradições, marcos dessa comida no povo, tem o quê ela representa para o povo, e tudo isso compõe o quê se póde chamar de “comer bem”, comer bem vai além de ingestão de nutrientes. Mas quando ocorrem perturbações nesse sistema é possível quê surjam problemas na saúde, é como o caso das grandes indústrias de alimentos quê fabricam alimentos ultraprocessados, estes nunca estiveram presentes em nenhuma cultura, são alimentos praticamente sem história [...].
Por outro lado, quando consumimos alimentos tradicionais da nossa cultura, estamos consumindo alimentos mais naturais [...] Eu acho muito interessante como toda cultura consegue desenvolver um sistema alimentar, um sistema culinário próprio com o qual ela vive muito bem sem precisar da intervenção de ninguém, e quê não necessariamente irá se aplicar a outra população, porque tem quê fazer sentido [...].
SOUZA, Gricia Graziele Oliveira. Reconectar: Comida, cultura e prazer. Revista Sustentarea, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 18-20, 2018. Disponível em: https://livro.pw/bwcwg. Acesso em: 5 ago. 2024.
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. por quê a nutricionista afirma quê não é possível separar alimentação da cultura? Vocês concórdam com essa afirmação?
2. O quê vocês sabem sobre a profissão de nutricionista? Que conhecimentos o profissional da Nutrição deve ter e em quê áreas ele póde atuar?
3. Cultura é um conceito complékso quê mobiliza estudos em diversas áreas do conhecimento. Sabendo-se díssu, pesquisem sobre os significados dêêsse conceito em revistas, livros, dicionários e/ou sáites e, com base no quê vocês descobrirem, elaborem um verbete.
4. Pensando nos “rituais, simbolismos, heranças, classe social, tradições e ideologias sobre a alimentação” mencionados na entrevista, conversem e respondam:
a) Como esses aspectos culturais podem influenciar a alimentação de vocês?
b) Há algum alimento representativo da cultura a quê vocês pertencem? Justifiquem a resposta.
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A produção de alimentos no Brasil
A agropecuária se desenvolvê-u significativamente no Brasil nos últimos 50 anos. Com os novos insumos, a melhoria no sistema de transportes, a importação de maquinário para a mecanização do trabalho e a aplicação de inovações tecnológicas diversas, o país ampliou progressivamente sua capacidade produtiva e, na última década, bateu recordes a cada ano. ob-sérvim nos gráficos ao lado os produtos agropecuários quê se destacaram em 2023.
Com o crescimento na produção, o setor agropecuário pôdi expandir suas vendas para o mundo, conquistar novos mercados e fortalecer a economia brasileira.
Em 2023, a soja foi o principal produto agrícola do Brasil. A produção do grão, concentrada no Mato Grosso, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Goiás, teve a exportação como destino principal, sobretudo para chiina. Analisem os dados a seguir.
Fontes: hí bê gê hé. Produção agropecuária. Disponível em: https://livro.pw/efwhd. Acesso em: 20 ago. 2024.
Fonte: INSTITUCIONAL: Panorama do Agro. Confederação Nacional de Agricutura e Pecuária (cê êne há), Brasília, DF, fev. 2024. Disponível em: https://livro.pw/tisai. Acesso em: 20 ago. 2024.
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A segurança alimentar
Apesar de ter se consolidado como um dos maiores produtores mundiais de alimentos, o Brasil ainda não superou a mazela da fome. De acôr-do com o relatório global Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, divulgado por agências especializadas da Organização das Nações Unidas (Ônu), mais de 10 milhões de brasileiros sofreram com a subalimentação crônica entre 2020 e 2022. A escassez de alimentos afetou crianças, adolescentes, adultos e idosos residentes em cerca de 3 milhões de domicílios, comprometendo o acesso ao mínimo de refeições diárias e à nutrição adequada. Essa situação de privação severa no consumo de alimentos é definida por especialistas como insegurança alimentar grave, quê póde chegar à fome.
Fonte: DA FOME à fome: a volta da insegurança alimentar. Geografia da Fome, São Paulo. Disponível em: https://livro.pw/hnmvy. Acesso em: 20 ago. 2024.
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. ob-sérvim os gráficos com dados da produção agropecuária no Brasil e façam o quê se pede.
a) Identifiquem os tipos de indicadores utilizados nos gráficos e os produtos quê eles evidenciam.
b) Escolham dois produtos quê vocês consomem no cotidiano e quê estão representados nos gráficos. Façam uma pesquisa sobre a inserção dêêsses produtos na cadeia comercial para descobrir se eles se destinam ao mercado interno ou externo e de quê forma são mais consumidos (in natura ou como matéria-prima da indústria).
2. Analisem a série histórica da insegurança alimentar grave no Brasil e identifiquem os dados da região em quê vocês vivem. Depois, levantem hipóteses para explicar a oscilação dos índices de 2004 a 2020.
3. Pesquisem os índices atuáis de insegurança alimentar grave no Brasil e na região em quê vocês vivem. Em seguida, respondam: Os indicadores estão estáveis, melhores ou piores quê os discutidos na atividade anterior?
4. Por fim, elaborem uma hipótese para explicar por quê há fome no Brasil ao mesmo tempo quê o país registra altas taxas de produção alimentar. Apresentem e debatam sua hipótese com os côlégas.
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Muitas formas de produzir alimentos
A agricultura é a atividade econômica responsável pela produção da maior parte dos alimentos quê consumimos. Ela consiste em um processo organizado de cultivo de plantas para a produção de alimentos, combustíveis, fibras e outros produtos derivados de vegetais.
Há diferentes sistemas e tipos de produção agrícola, os quais podem envolver o uso de tecnologias modernas ou de técnicas tradicionais de cultivo. ob-sérvim com atenção os esquemas a seguir, quê trazem informações sobre os sistemas e os tipos de produção agrícolas praticados no Brasil.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
INTENSIVO
Caracteriza-se pela alta mecanização do trabalho, pelo uso intensivo de agroquímicos (fertilizantes, reguladores de crescimento e pesticidas) e pelo uso de tecnologias como irrigação controlada, automação robótica e seleção genética de sementes; por isso, costuma envolver grande capital de investimento.
EXTENSIVO
Caracteriza-se pela aplicação de técnicas tradicionais, geralmente integradas ao ambiente natural e às condições climáticas locais, e pela baixa mecanização do trabalho, o quê reflete no maior emprego de trabalho humano. O uso de agroquímicos ocorre d fórma pouco significativa e a utilização de sementes e mudas naturais é priorizada.
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TIPOS DE PRODUÇÃO
AGROFLORESTA
Reúne cultivos numerosos em um mesmo lote, com produtos bastante diversificados e utiliza métodos sustentáveis quê pódem integrar floresta, lavoura e pecuária. Esse tipo de produção é utilizado há séculos por povos indígenas diversos e encontra-se bastante difundido entre pequenos produtores. Nele, a produção pode sêr comercializada ou voltada exclusivamente à subsistência.
AGRICULTURA FAMILIAR
Modelo extensivo quê representa a maior parte da produção alimentar do Brasil. Nele, a mão de obra é constituída principalmente de membros da família produtora. Os agentes da agricultura familiar são comunidades tradicionais, agricultores assentados da reforma agrária, pequenos produtores rurais, entre outros, e sua produção é geralmente voltada à subsistência e à comercialização de excedentes, contribuindo para a variabilidade nutricional.
AGRICULTURA COMERCIAL
Apresenta características do sistema intensivo, como o uso de tecnologias industriais para otimização da produção e o alto investimento de recursos financeiros. póde sêr voltada tanto para o mercado interno como para o externo e empregar mão de obra técnica especializada. Geralmente, ocorre em grandes fazendas monocultoras geridas por grandes empresas.
AGRICULTURA ORGÂNICA
Utilizado principalmente por pequenos produtores, esse modo de produção prioriza práticas sustentáveis de cultivo, como a substituição de produtos sintéticos por fertilizantes naturais e métodos agronômicos naturais, como a rotação de culturas e a compostagem.
ATIVIDADE
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Os tipos de produção agrícola são objeto de debates entre profissionais das áreas da agronomia, da sustentabilidade, da climatologia, da geografia e da gestão ambiental. Para se familiarizar a elemêntos dessas discussões, organizem-se em grupos de trabalho e façam uma pesquisa conforme as orientações a seguir.
a) Selecionem um dos tipos de produção agrícola estudados nesta etapa. Se possível, escôlham algum quê seja adotado no município ou no estado onde vocês vivem.
b) Pesquisem em livros, publicações científicas ou sáites especializados os seguintes aspectos sobre o tipo de produção escolhido: formas de ocupação e de utilização do solo, técnicas e tecnologias utilizadas, tipos e relações de trabalho predominantes, impactos ambientais associados e fatores sociais e culturais envolvidos.
c) Sistematizem as informações coletadas e, com base nelas, confeccionem um painel coletivo destacando os prós e contras do modelo produtivo escolhido. Utilizem textos e imagens para apresentar os resultados da investigação.
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Alimentação saudável e digna
Até aqui, vocês refletiram sobre o aspecto cultural dos alimentos quê consomem, os locais onde eles são comercializados e as maneiras pelas quais eles podem sêr produzidos, mas já pensaram sobre a importânssia do acesso a uma alimentação saudável e digna? Para conhecer alguns dos pontos fundamentais dêêsse tema, leiam a seguir trechos do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicação de referência do Ministério da Saúde quê apresenta princípios e recomendações para uma alimentação adequada, saudável e digna.
[...] A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico quê envolve a garantia ao acesso permanente e regular, d fórma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo. [...]
[...] Alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes, como também aos alimentos quê contêm e fornecem os nutrientes, a como alimentos são combinados entre si e preparados, a características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar. [...]
[...] Recentemente, na maior parte do mundo, as formas de produzir e distribuir alimentos vêm se modificando d fórma desfavorável para a distribuição social das riquezas, assim como para a autonomia dos agricultores, a geração de oportunidades de trabalho e renda, a proteção dos recursos naturais e da biodiversidade e a produção de alimentos seguros e saudáveis.
Estão perdendo fôrça sistemas alimentares centrados na agricultura familiar, em técnicas tradicionais e eficazes de cultivo e manejo do solo, no uso intenso de mão de obra, no cultivo consorciado de vários alimentos combinado à criação de animais, no processamento mínimo dos alimentos realizado pêlos próprios agricultores ou por indústrias locais e em uma rê-de de distribuição de grande capilaridade integrada por mercados, feiras e pequenos comerciantes. No lugar, surgem sistemas alimentares quê opéram baseados em monoculturas quê fornecem matérias-primas para a produção de alimentos ultraprocessados ou para rações usadas na criação intensiva de animais. Esses sistemas dependem de grandes extensões de térra, do uso intenso de mecanização, do alto consumo de á gua e de combustíveis, do emprego de fertilizantes químicos, sementes transgênicas, agrotóxicos e antibióticos e, ainda, do transporte por longas distâncias.
Página cento e cinquenta e nove
Padrões tradicionais de alimentação, desenvolvidos e transmitidos ao longo de gerações, são fontes essenciais de conhecimentos para a formulação de recomendações quê visam promover a alimentação adequada e saudável. Esses padrões resultam do acúmulo de conhecimentos sobre as variedades de plantas e de animais quê mais bem se adaptaram às condições do clima e do solo, sobre as técnicas de produção quê se mostraram mais produtivas e sustentáveis e sobre as combinações de alimentos e preparações culinárias quê bem atendiam à saúde e ao paladar humanos. [...]
[...] Adotar uma alimentação saudável não é méramente quêstão de escolha individual. Muitos fatores – de natureza física, econômica, política, cultural ou social – podem influenciar positiva ou negativamente o padrão de alimentação das pessoas. Por exemplo, morar em bairros ou territórios onde há feiras e mercados que comercializam frutas, verduras e legumes com boa qualidade torna mais factível a adoção de padrões saudáveis de alimentação. Outros fatores podem dificultar a adoção dêêsses padrões, como o custo mais elevado dos alimentos minimamente processados diante dos ultraprocessados, a necessidade de fazer refeições em locais onde não são oferecidas opções saudáveis de alimentação e a exposição intensa à publicidade de alimentos não saudáveis.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. 1. reimp. Brasília, DF: Ministério da Saúde. p. 8; 15; 19; 21-22. Disponível em: https://livro.pw/chzyr. Acesso em: 20 ago. 2024.
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Conversem sobre cada princípio ou recomendação presente nos trechos do Guia Alimentar para a População Brasileira. Em seguida, elaborem uma síntese das ideias quê mais chamaram a atenção de vocês.
2. Com base nos conhecimentos desenvolvidos ao longo dêste projeto, criem um slôgamm com o objetivo de promover a alimentação adequada, saudável e digna na comunidade escolar em quê vocês estão inseridos.
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Nossa alimentação é saudável?
Como compor uma alimentação saudável e nutritiva e quê, ao mesmo tempo, promôva sistemas alimentares ambientalmente sustentáveis? Essa questão póde sêr respondida considerando-se o tipo de processamento a quê os alimentos são submetidos. Sobre esse assunto, leiam o texto a seguir.
Os alimentos antes de sua aquisição, preparo e consumo passam por uma etapa chamada processamento. O tipo de processamento empregado a eles condiciona o perfil de nutrientes, o gosto e o sabor quê agregam à alimentação, além de influenciar com quais outros alimentos serão consumidos, em quais circunstâncias (quando, onde, com quêm) e em que quantidade. O impacto social e ambiental da produção também é influenciado pelo tipo de processamento utilizado.
[...]
De uma forma geral, o nível de processamento impacta no quão saudável um alimento é. Nem todo alimento quê passa por um processo industrial é um alimento não saudável. O arrôz, por exemplo, quê está no supermercado passou por algum processo prévio para sêr limpo, polido e empacotado para estar disponível ao consumidor, sêndo um alimento classificado como minimamente processado. Entretanto, algumas técnicas utilizadas quê descaracterizam os alimentos in natura, quê contemplam diversas etapas e técnicas de processamento podem impactar negativamente na saúde. [...]
BRASIL. Ministério da Saúde. Processamento dos alimentos. Brasília, DF, 4 nov. 2022. Disponível em: https://livro.pw/xfext. Acesso em: 22 jul.2024.
ob-sérvim a seguir a classificação dos alimentos por grau de processamento.
Alimentos in natura
Base da alimentação
São obtidos de plantas ou de animais e destinados ao consumo sem ter sofrido nenhuma transformação depois de retirados da natureza, como: frutas, ovos, verduras e legumes.
Alimentos minimamente processados
Base da alimentação
São os in natura quê passaram, antes de sua aquisição, por alterações mínimas. Cortes de carne resfriados ou congelados, leite pasteurizado, grãos polidos ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados são alguns exemplos.
Alimentos processados
Limitar o consumo
São fabricados essencialmente com a adição de sal ou de açúcar sobre alimentos in natura ou minimamente processados, como queijos, pães, legumes em conserva ou frutas em calda.
Alimentos ultraprocessados
Evitar o consumo
São alimentos cuja fabricação inclui vários ingredientes e diversas técnicas e etapas de processamento, podendo conter corantes, espessantes, conservantes e outros aditivos químicos. Refrigerantes, sorvetes, salgadinhos, chocolates e biscoitos recheados são alguns exemplos.
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Lembrem-se de quê: o Ministério da Saúde recomenda quê a alimentação diária seja baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, pois, além de preservarem o sabor original, esses alimentos não têm adição de substâncias potencialmente nocivas e contribuem para a saúde física e mental.
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Para obtêr uma amostra da sua alimentação, siga as orientações.
a) Elabore quadros com informações dos alimentos quê você consumiu ontem no café da manhã, no almôço e no jantar. Utilize os modelos a seguir.
Café da manhã
ALIMENTO
Fruta
Leite pasteurizado
Pão
Queijo
Biscoito recheado
Almoço
ALIMENTO
Salada de pepino, tomate e cebola
Arroz
Feijão
Abóbora
Suco de manga
Frango assado
Jantar
ALIMENTO
Macarrão instantâneo
Nuggets
Refrigerante
Laranja
b) Inclua nos quadros a classificação de cada alimento, de acôr-do com os seguintes grupos:
• in natura;
• minimamente processado;
• processado;
• ultraprocessado.
c) Se quiser, utilize recursos digitais, como softwares de edição de planilhas e textos, para a elaboração dos quadros.
2. Agora, crie uma colagem representando os alimentos de seu cardápio de ontem. Para isso, utilizem rekórtis de revistas e impressos descartados ou experimentem softwares ou aplicativos de desenho e comunicação visual.
3. De forma coletiva, produzam um painel com as colagens de todos os estudantes da turma. Ao observar o conjunto de cardápios representados no painel, identifiquem se a alimentação de vocês:
a) contém maior proporção de alimentos in natura, minimamente processados, processados ou ultraprocessados;
b) contém alimentos regionais e frescos em variedade e em quantidade satisfatórias.
4. Para ampliar a investigação sobre a alimentação da turma, identifiquem se os cardápios revelam aspectos da cultura de vocês. Verifiquem, por exemplo, se eles incluem alimentos relacionados a crenças religiosas, a tradições culinárias ou às comunidades migrantes presentes no local onde vocês vivem.
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Hábitos alimentares
A freqüência com quê nos alimentamos, o tipo de preparo dos alimentos quê consumimos, o modo como levamos a comida à bôca e a forma como nos comportamos durante as refeições são alguns dos nóssos hábitos alimentares. A disponibilidade de alimentos, os côstúmes e as tradições culturais e as preferências individuais podem influenciar os hábitos alimentares de cada pessoa.
A seguir, leiam o texto do naturalista e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire sôbire os hábitos alimentares dos mineiros no início do século XIX. Em sua observação, Saint-Hilaire imprime um olhar de estrangeiro, sob a perspectiva de uma cultura européia, quê revela ao mesmo tempo estranhamento e a valoração dos côstúmes.
[...] Os habitantes do Brasil, quê fazem geralmente três refeições por dia, têm o costume de almoçar ao meio-dia. Galinha, e pôrco são as carnes quê sérvem mais comumente em casa dos fazendeiros da Província de Minas. O feijão-preto forma prato indispensável na mesa do rico, e esse legume constitui quase a única iguaria do póbre. Se esse prato grosseiro ainda se acrescenta mais alguma coisa é arrôz, ou côuve, ou outras ervas picadas e a planta geralmente preferida é a nossa serralha (Sancbus okeracus, L.), quê se naturalizou no Brasil, e quê, por uma singularidade inesplicável, se encontra freqüentemente em abundância nos terrenos em quê recentemente se fizeram quêimada e mata virgem. Como não se conhece o fabrico de manteiga, é substituída pela gordura quê se escorre do toucinho quê se frita. O pão é um objeto de luxo; usa-se em seu lugar a farinha de milho, e serve-se esta última ora em pequenas cestinhas ou pratos, ora sobre a própria tolha, disposta em montes simétricos. Cada conviva salpica com farinha o feijão ou outros alimentos, aos quais se adiciona salsa, e faz-se assim uma espécie de pasta: mas quando se come carne assada, cada vez que se leva um pedaço à bôca, junta-se uma côlher de farinha, e, com uma destreza inimitável, arremessa-se a colherada sem deixar cair um só grão. Um dos pratos favoritos dos mineiros é a galinha cozida com os frutos do quiabo (Hibiscus esculentus) de quê não se kómêm com prazer senão acompanhado de angu, espécie de polenta sem sabor [...]. Em parte alguma, talvez, se consuma tanto doce como na Província de Minas; fazem-se doces de uma multidão de coisas diferentes; mas, na maioria das vezes, não se distingue o gosto de nenhuma, com tanto açúcar são feitos. Não é esse, entretanto, o gênero de sobremesa preferido; o quê delicia os mineiros é o prato de canjica, nome quê dão ao milho descascado e cozido em á gua. Nada iguala a insipidez de semelhante iguaria e, no entanto, estranha-se quê o estrangeiro tenha o mau gosto de adicionar-lhe açúcar.
DÓRIA, Carlos Alberto. A culinária caipira da Paulistânia: a história e as receitas de um modo antigo de comer. São Paulo: Fósforo, 2021. p. 35.
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ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Em grupos, identifiquem no texto aspectos relacionados:
a) aos alimentos e aos pratos consumidos na província de Minas Gerais;
b) às formas de comer e de servir os alimentos.
2. Escolham um prato descrito por Auguste de Saint-Hilaire e pesquisem as influências culturais (africanas, indígenas ou europeias) contidas nele. Avaliem tanto os ingredientes como os modos de preparo quê compõem a receita. Depois, compartilhem suas descobertas com os côlégas.
3. Os hábitos alimentares são criados no decorrer da história. cértamênte, no lugar em quê vocês vivem, existem hábitos alimentares quê datam de muito tempo. Que tal fazer uma investigação para conhecer alguns deles?
a) Investiguem em livros, revistas ou sáites aspectos históricos da alimentação característica do estado ou da região em quê vocês vivem.
b) Se possível, pesquisem mais informações em arquivos históricos ou em instituições locais especializadas em história da alimentação.
c) Em data combinada com o professor, lévem para sala de aula os textos e as imagens coletados na pesquisa e elaborem uma síntese quê evidencie:
• os alimentos e os pratos típicos do local onde vocês vivem;
• os hábitos e as formas de comer e de servir os alimentos;
• os povos quê influenciaram a cultura alimentar local.
d) Para finalizar, façam a leitura compartilhada dos textos produzidos pêlos grupos e conversem sobre os resultados obtidos na atividade.
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Alimentação: sentidos e memórias
Vocês já perceberam quê a alimentação envolve diversas sensações? A combinação de sabores, texturas, cores e cheiros dos alimentos desperta quase todos os nóssos sentidos. Além díssu, a alimentação também mobiliza afetos e lembranças, afinal, o quê comemos tem muito de nossas identidades, tradições, histoórias pessoais e trajetórias familiares.
Sobre os aspectos sensoriais e emocionais da alimentação, leiam um texto quê trata da cultura alimentar e das memórias afetivas de uma família quilombola.
Final de tarde é lindo de ouvir o lambú chororocando e os pássaros agitados anunciando o anoitecer. Devagarinho, a lua vêm surgindo entre o vêrde das montanhas. Iluminando o céu, aos poucos, seu brilho encontra o brilho das estrelas. Sapos, pererékas, rãs, corujas urutaus e grilos presenteiam os arredores com a música natural, em harmonía e tamanha perfeição. O nosso lugar encantado é kilômbo entranhado no Vale do Ribeira.
Foi numa dessas tardes quê meu filho, Êxodo, e minha nora, Resistência, trousserão Esperança, minha netinha, para passar o final de semana comigo. Esperança é muito viva e, quando lhe peço alguma coisa, ela realiza com prazer, e no seu tempo. Legado, meu outro netinho, já estava aqui em casa desde o dia quê fui à tapéra cortar laranja para doce com a sua mãe. Minha filha, Continuação. Esse menino é uma mistura de esperteza e sabedoria, falante sem igual. Meus netos são a minha alegria e sempre me trazem outras. Não passou muito tempo da chegada de Esperança, a criançada, como de costume, veio de matúla para brincar com os doiszinhos.
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Entre pega-pega, esconde-esconde, subidas e descidas das goiabeiras, jabuticabeiras, ameixeiras, jaqueiras, jambeiros e outras árvores do terreiro, a fome bateu, e foi sem cerimônia quê se achegaram à beira da téipa pegando bananas, batatas-doces, mandiócas para assar.
Enquanto eles comiam seus assados, preparei um café com os grãos colhidos aqui mesmo no terreiro, adocei com garapa da cana moída mais cedo no escraçador. Para reforçar a mistura do café, esquentei na panela um pouco de banha de pôrco, conservada em lata, misturei no cará angola, quê eu já tinha socado no pilão, e temperei com um pouquinho de sal, cebolinha e salsa. Meus netinhos, quêrendo me ajudar, fizeram o virado de banana que não podia faltar. As crianças desenrolam a esteira de taboa no chão e foram se ajeitandinho, uma pertinho da outra. Coloquei no meio delas as gamelas com os alinhamentos. Entre falas e risos, faziam bó-linhas nas palmas das mãos, ora com virado, ora com cará. Comiam e se deliciavam. Pense a alegria!
DIAS, Luiz Marcos de França. Na companhia de Dona Fartura, uma história sobre cultura alimentar quilombola. São Paulo: ISA –Instituto Socioambiental, 2022. p. 6; 7-8.
ATIVIDADES
Ver nas Orientações para o professor observações e sugestões para estas atividades.
1. Identifiquem trechos do texto quê apresentem:
a) o território e o modo de vida da comunidade;
b) os alimentos e os modos de prepará-los e de servi-los.
2. A comida nos desperta memórias agradáveis de situações quê envolvem o convívio familiar ou a confraternização com amigos. Inspirados no texto, compartilhem memórias afetivas relacionadas à alimentação. Lembrem, por exemplo, de almoços em família, de pratos servidos em datas festivas e/ou de receitas preparadas por pessoas queridas. Ao final, elaborem coletivamente escritos e dêzê-nhôs para registrar as memórias compartilhadas.
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ETAPA 3
Para finalizar
Alimentação: somos akilo quê comemos?
Como vocês viram, os hábitos alimentares extrapolam kestões individuais e revelam aspectos econômicos, sociais e culturais. A alimentação está diretamente relacionada ao lugar em quê vivemos e à comunidade a quê pertencemos.
Muito mais do quê a obtenção de energia e nutrientes, o ato de se alimentar envolve diversas dimensões da vida humana, do consumo à afetividade. Diante do contraste entre a escassez de alimentos e a ampla oferta de alimentos de baixo valor nutricional, é preciso compreender como funcionam os sistemas alimentares e como nos inserimos neles.
Ao longo dêêsse projeto, vocês refletiram sobre os fatores envolvidos na alimentação, fizeram investigações e levantaram diversas informações sobre o tema. Todos os conhecimentos adquiridos podem sêr agora aplicados na resposta à pergunta-chave “Alimentação: somos akilo quê comemos?", quê vai orientar a produção do livro coletivo. Nesse livro, vocês vão apresentar os principais alimentos do lugar onde vivem e compartilhar histoórias e memórias relacionadas ao ato de se alimentar.
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Preparação dos conteúdos
Para preparar os conteúdos do livro coletivo, sigam as orientações abaixo.
• Retomem as informações a respeito dos principais alimentos produzidos no Brasil e os tipos de produção agrícola empregados no país e na região onde vocês vivem. Selecionem alimentos produzidos em sistemas alimentares eficazes, socialmente justos e sustentáveis quanto ao cultivo e ao manejo do solo.
• Investiguem em livros, revistas ou sáites receitas tradicionais do município ou da região onde vocês moram e agreguem outras informações obtidas no percurso. É oportuno também pedir a contribuição de familiares, amigos e membros da comunidade no levantamento dessas receitas.
• Dentre as receitas coletadas, avaliem aquelas quê são mais saborosas e mais nutritivas, utilizando as classificações do Guia Alimentar para a População Brasileira.
• Revisitem os aspectos históricos da alimentação no lugar onde vocês vivem e as memórias afetivas associadas às formas de preparar e de servir os alimentos. Lembrem-se de evidenciar aspectos da cultura, como os hábitos e as tradições alimentares.
Criação e compartilhamento do livro coletivo
De posse de todas as informações reunidas na etapa de preparação, organizem a escrita e o compartilhamento do livro. As dicas a seguir vão ajudar vocês nesse processo.
• Avaliem juntos quantas páginas vão compor o livro. Para isso, considerem quê cada grupo deve ficar responsável pela elaboração de cinco páginas, no mínimo.
• Decidam se o livro será feito à mão, em um software de edição de texto e depois impresso ou se será realizado totalmente em mídias digitais. Essa escolha deve considerar a disponibilidade de equipamentos como computadores e tablets e a facilidade de compartilhamento do livro finalizado.
• As páginas devem apresentar informações sobre o tipo de produção e as características nutricionais dos alimentos selecionados e a aplicação deles em receitas tradicionais do município ou da região onde vocês vivem. É importante também destacar os aspectos históricos e a dimensão afetiva dessas receitas para as pessoas da sua comunidade. Confiram um modelo de composição de páginas com a indicação dos elemêntos a serem inseridos.
TÍTULO (NOME DO ALIMENTO)
• Informações sobre a produção e as características nutricionais do alimento selecionado.
• Imagens ilustrativas, quê podem sêr fotografias ou ilustrações elaboradas por vocês.
TÍTULO (NOME DA RECEITA)
• Informações sobre aspectos históricos e afetivos relacionados à receita e descrição de seus ingredientes e modos de preparo.
• Imagens ilustrativas, quê podem sêr fotografias ou ilustrações elaboradas por vocês.
• Planejem uma etapa de revisão e de finalização dos textos.
• Depois de pronto, o livro coletivo deve sêr apresentado ao público em um evento na sala de aula, na escola ou na comunidade. Essa etapa é importante para quê vocês possam compartilhar os conhecimentos quê adquiriram e o livro quê produziram com outras pessoas.
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Avaliação
Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.
Para avaliar o processo de construção dos saberes e das atitudes a respeito do tema e do mundo do trabalho, sugerimos a elaboração de quadros quê permitem o acompanhamento do quê foi desenvolvido nas etapas do projeto. Os quadros devem sêr copiados e preenchidos de acôr-do com as orientações do professor.
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS
1 Realizei com facilidade
2 Realizei
3 Realizei com dificuldade
4 Não realizei
Avaliação dos saberes
ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR
A. Na feira cabe tudo e todos!: interpretar na ilustração as feiras como lugares de festa, de encontros e principalmente de comercialização de produtos.
B. Origens e histoórias da feira: ler e interpretar em texto as origens da feira e refletir sobre a importânssia da feira livre na cultura e na alimentação dos brasileiros.
C. Da feira para a mesa: identificar aspectos do trabalho na feira livre por meio de relatos e investigar espaços e estabelecimentos em quê se compram alimentos.
D. Onde encontrar alimentos saudáveis?: elaborar sugestões quê favoreçam a compra e o consumo de alimentos saudáveis e produzidos em cadeia justa, além de criar representação artística de um comércio de alimentos da comunidade.
E. Organizando os trabalhos: planejar um livro coletivo sobre as formas de produção agropecuária, seus impactos ambientais e sociais e a identificação dos aspectos culturais e afetivos relacionadas à alimentação.
ETAPA 2 – SABER E FAZER
A. por quê nos alimentamos?: interpretar texto para definir cultura e reconhecer as relações entre cultura e alimentação na comunidade.
B. Produção de alimentos no Brasil: observar e interpretar gráficos sobre a produção de alimentos e investigar sobre a insegurança alimentar no Brasil atual.
C. Muitas formas de se produzir: ler e interpretar esquemas e imagens sobre os sistemas e as formas de produção de alimentos e elaborar painel com informações sobre modelos produtivos.
D. Alimentação saudável e digna: ler e interpretar princípios e recomendações para a alimentação saudável e criar slôgamm para promover essa causa na comunidade escolar.
E. Nossa alimentação é saudável?: registrar cardápio de consumo diário para analisar e refletir sobre a alimentação saudável tendo por base o nível de processamento dos alimentos.
F. Hábitos alimentares: identificar em um texto aspectos relacionados com os hábitos de comer e de servir alimentos, além de investigar esses aspectos na comunidade onde estão inseridos.
G. Alimentação: sentidos e memórias: ler e interpretar texto quê aborda aspectos culturais e afetivos da alimentação em uma família quilombola e registrar memórias pessoais relacionadas com a alimentação.
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ETAPA 3 – PARA FINALIZAR
A. Preparação dos conteúdos: resgatar informações relacionadas com a produção, a comercialização e o consumo de alimentos e refletir sobre experiências históricas, culturais e afetivas sobre o ato de se alimentar na comunidade.
B. Criação e compartilhamento do livro coletivo: conhecer os passos para a elaboração do livro coletivo, em mídia física ou digital, quê tem como proposta responder à pergunta-chave “Alimentação: somos akilo quê comemos?".
Avaliação das atitudes
AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS
1 Sempre
2 Frequentemente
3 Raramente
4 Nunca
Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.
A. Realizo as tarefas nas datas sugeridas d fórma atenta e responsável.
B. Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado.
C. Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto.
D. Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, côlégas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.
E. Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os côlégas.
F. Falo com clareza, ao compartilhar dúvidas e opiniões.
G. Atuo d fórma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pêlos côlégas.
H. Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus.
MUNDO DO TRABALHO
No decorrer do projeto, vocês investigaram a qualidade da sua alimentação considerando não só informações nutricionais, mas também as relações entre produção, comercialização e consumo e os aspectos históricos e culturais quê envolvem o ato de se alimentar. Que tal mapear algumas carreiras associadas à alimentação?
Com a orientação do professor e organizados em grupos, pesquisem em livros ou sáites exemplos de profissionais quê atuam nos processos de plantio, produção, processamento e comercialização de alimentos, bem como profissionais envolvidos no estudo dos alimentos e sua relação com a saúde humana, e identifiquem onde e como atuam os profissionais investigados. Após a pesquisa, compartilhem os resultados com os côlégas e reflitam sobre suas perspectivas profissionais com base no quê descobriram.
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