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ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR

Apresentação

Esta obra oferece a você, professor, um material que possibilita o ensino do componente curricular de Língua Inglesa de forma engajada com a formação de estudantes nos três anos letivos do Ensino Médio, ajudando a prepará-los para os desafios da vida adulta e integrando-os à sociedade em que vivem como seres sociais, reflexivos e participativos.

Considerando o mundo globalizado, interconectado e que utiliza o inglês como língua franca para promover a comunicação entre pessoas de diferentes nações, apresentam-se conteúdos que ajudam os estudantes a compreender o mundo em que vivem e a lidar ativamente com ele. Para isso, propõem-se temas não apenas comuns, mas também pertinentes ao dia a dia e à vida dos estudantes para que eles possam aprender a utilizar essa língua em contextos reais, lendo e interpretando textos, expondo ideias, argumentando sobre diferentes assuntos. Para colaborar nesse processo, há este guia prático, Orientações para o professor, com comentários e sugestões que apoiarão a elaboração de suas aulas.

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SUMÁRIO

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A estrutura da obra

Livro do Estudante

Esta obra, destinada aos estudantes do Ensino Médio, é composta de um volume único dividido em dezoito unidades temáticas organizadas em seções, as quais abrangem, além dos conteúdos linguísticos e gramaticais da língua inglesa, temas variados (cultura, ecologia, saúde, esporte, entre outros). Esses temas são abordados de forma a considerar as culturas juvenis, levando em consideração a faixa etária dos jovens estudantes e as questões próprias à adolescência, como as mudanças pelas quais eles passam nessa fase da vida, além do momento em que serão inseridos no mercado de trabalho ou no ensino universitário.

Para complementar o ensino, além das unidades, fazem parte da composição do volume uma seção que apresenta estratégias de aprendizagem, três seções que trabalham com projetos, uma seção com provas oficiais de universidades e do Enem, um apêndice gramatical, uma lista de verbos irregulares e um glossário com a tradução de palavras utilizadas ao longo do material.

Além da língua inglesa, utiliza-se a língua materna (com maior peso nas unidades iniciais) em enunciados e explicações de conteúdos, a fim de que os estudantes leiam, participem e reflitam autônoma e criticamente sobre o que é proposto. No entanto, nas seções de leitura e interpretação textual, compreensão auditiva, produção oral e produção escrita, a língua materna passa a ser substituída de forma gradativa, ao longo do volume, pela língua inglesa, ampliando, assim, os conhecimentos linguísticos dos estudantes.

Com foco nas interações sociais e culturais no processo de ensino, propõem-se, ao longo das unidades, atividades em que os estudantes possam aprender a língua em estudo não somente por intermédio do professor, como agente orientador do trabalho em sala de aula, mas também pelo apoio de um ou mais colegas, formando duplas ou grupos com o objetivo de ampliar seus conhecimentos da língua inglesa de forma autônoma e colaborativa, por meio de troca de experiências, informações e pesquisas.

Confira, a seguir, as informações sobre cada seção.

Learning strategies: com o objetivo de apresentar aos estudantes diferentes estratégias de aprendizagem, esta seção, localizada no início do volume, tem o intuito de ajudá-los a ampliar o vocabulário e desenvolver habilidades de compreensão e produção oral utilizando os mais variados recursos disponíveis, aperfeiçoando, dessa forma, diferentes habilidades linguísticas.

Introdução às unidades: todas as unidades são iniciadas com duas páginas de abertura, constituídas de textos verbais e não verbais, que se complementam, permitindo aos estudantes não somente o desenvolvimento de diferentes habilidades de leitura, mas também o engajamento no tema proposto na unidade. As questões têm como finalidade ativar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os temas apresentados e prepará-los para o estudo subsequente. Além disso, nas páginas de abertura são listados os objetivos pedagógicos das unidades, de modo que esteja claro para os estudantes o que será abordado em cada uma delas.

Warming up: esta seção tem como objetivo introduzir o estudo e preparar os estudantes para o trabalho a ser desenvolvido em cada unidade. Tal contextualização é feita por meio de perguntas e atividades variadas, relacionando o tema desenvolvido ao longo da unidade e propondo aos estudantes uma interação com os colegas de turma e com o professor. Tem como subdivisão o tópico Learning vocabulary, no qual é apresentado, revisado ou ampliado vocabulário relacionado ao tema da unidade.

Reading: esta seção possibilita aos estudantes a leitura de diversos gêneros textuais e tem a intenção de dar a eles subsídios para a leitura e compreensão de textos dos mesmos gêneros que possam encontrar em outros momentos. Está subdividida em Pre-reading, While-reading e Post-reading, com o objetivo de abranger as etapas de pré-leitura, leitura e pós-leitura. As atividades de Pre-reading têm o objetivo de preparar os estudantes para a leitura do texto, iniciando com questões de reflexão e discussão, bem como atividades de levantamento de hipóteses. As atividades de Reading buscam incluir propostas de leitura para a compreensão global e, depois, para a compreensão detalhada do texto, propiciando a aplicação de diferentes estratégias de leitura, além de permitir aos estudantes ler e compreender o texto com o qual estão trabalhando no momento. As atividades de Post-reading consistem em discussões entre estudantes e professor que encorajam tanto uma reflexão crítica sobre o texto lido como uma conclusão independente, além de uma autoavaliação da leitura e compreensão textual.

Listening: esta seção enfoca o trabalho com a habilidade de compreensão auditiva de diferentes gêneros, proporcionando aos estudantes o contato com a língua em vários contextos de uso. É subdividida em Pre-listening, While listening e Post-listening. Dessa forma, o trabalho começa com questões que visam à reflexão e à troca de ideias entre os estudantes, a fim de prepará-los para o que vão ouvir. Em seguida, propõe-se que ouçam os áudios e realizem atividades de compreensão global dos textos e de compreensão de informações específicas. E, por fim, a seção propõe interações para que os estudantes reflitam criticamente entre si e com o professor sobre o que ouviram, além de uma autoavaliação de compreensão auditiva.

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Speaking: nesta seção, são propostas atividades de produção oral que buscam contemplar situações de uso real da língua, em contexto escolar, proporcionando aos estudantes que pratiquem os conteúdos linguísticos vistos nas outras seções. Por meio dessas interações e com o auxílio do professor, os estudantes também têm a oportunidade de trocar informações, compartilhar experiências, expressar opiniões e colocar em prática o que aprenderam para aprimorar suas habilidades comunicativas em contextos que lhes são familiares.

Comprehending and using: esta seção tem o objetivo de sistematizar o estudo gramatical e propor práticas de uso da estrutura linguística enfocada. A proposta é levar os estudantes a compreender as regras de uso das estruturas linguísticas, partindo, sempre que possível, da leitura e compreensão de textos. A seção inicia com atividades que proporcionam aos estudantes não somente analisar as estruturas linguísticas presentes em textos lidos ou em aplicações práticas, mas também elaborar conclusões sobre suas regras, seus sentidos e seus usos. Depois, há a subseção Activities, em que são sugeridas atividades que permitem o emprego dessas estruturas em situações próximas do uso real da língua. Na primeira etapa, a contextualização e a explicação gramatical é feita em língua materna, dando aos estudantes mais condições de aprender de forma reflexiva. Na subseção, as atividades são propostas em língua inglesa.

Writing: esta seção é apresentada a cada duas unidades e tem como objetivo orientar os estudantes a produzir um texto em inglês. Ela está estruturada em Pre-writing, Writing e Post-writing. Na etapa de preparação, há questões reflexivas sobre o tema a ser abordado e/ou atividades que exploram as características do gênero textual a ser produzido. Na etapa Writing, apresenta-se o passo a passo necessário para realizar a atividade, detalhando procedimentos que pressupõem a escrita como um processo. Para concluir o trabalho, há uma sugestão de como os estudantes podem socializar sua produção. Em alguns momentos, sugere-se que as produções sejam publicadas em um blog ou em uma página de rede social. Para isso, no início do ano letivo, é importante criar um blog com a turma ou abrir uma conta em uma rede social na qual as produções possam ser publicadas, sempre com seu auxílio, e acessadas por todos. Além disso, é necessária a autorização dos responsáveis pelos estudantes para que as produções sejam publicadas nessas plataformas.

Summing up: além de retomar os objetivos apresentados nas páginas de abertura, esta seção sintetiza os conteúdos trabalhados na unidade, propondo aos estudantes que façam uma autoavaliação e reflitam, com um colega de turma, sobre o que aprenderam. Assim, espera-se que eles tenham consciência do que estudaram e identifiquem de forma crítica seu nível de aprendizado. Ao final da interação, proponha-lhes, se necessário, uma revisão dos conteúdos nos quais ainda sentem dificuldades, a fim de sanar, com seu auxílio, as dúvidas que permaneceram. A seção é acompanhada de dicas com sugestões de como eles podem aprimorar seus conhecimentos linguísticos, incentivando-os a se tornar mais ativos no processo de ensino e aprendizagem.

Going further: nesta seção, são apresentadas sugestões de livros, filmes, séries, sites, podcasts e locais de visitação referentes ao tema da unidade. Ao final de cada unidade, separe um tempo da aula e promova um momento de interação dos estudantes com essas indicações, incentivando leituras e discussões como atividade extraclasse, para que possam ampliar o repertório cultural e linguístico.

Connections with: esta seção propõe um trabalho interdisciplinar entre o componente de Língua Inglesa e os demais componentes curriculares. A seção pode apresentar textos verbais e não verbais para que os estudantes possam ler e interpretar, incentivando o pensamento crítico e conectando conhecimentos de outras áreas, além da língua inglesa.

Going out there: esta seção apresenta-se três vezes no volume, após as unidades 6, 12 e 18, e tem como principal objetivo possibilitar aos estudantes vivenciar um processo investigativo de trabalho ou pesquisa. Nesse momento, são sugeridas atividades que permitem a tomada de decisão por parte dos estudantes, propiciando, assim, o pensamento computacional. Além disso, nesta seção os estudantes colocam em prática atividades sob um viés interdisciplinar, uma vez que as propostas se relacionam com outros componentes curriculares, como Arte, Sociologia e Matemática.

Getting ready for exams: nesta seção, são propostas atividades de provas do Enem e de vestibulares de diversas instituições de Ensino Superior, com o objetivo de familiarizar os estudantes com tais modelos de avaliações.

Grammar appendix: apresenta, de forma sistemática, um resumo dos tópicos gramaticais estudados ao longo de cada unidade. A seção pode ser usada pelo professor como introdução ou revisão de alguns dos conteúdos gramaticais ou pelos estudantes como material de apoio nos momentos de trabalho individual a fim de solucionar as dúvidas que surgirem.

Glossary: apresenta, em ordem alfabética, palavras utilizadas em textos e atividades de todas as unidades com as respectivas traduções em língua portuguesa.

List of irregular verbs: lista de verbos irregulares com as formas do infinitivo, passado e particípio passado e tradução para a língua portuguesa.

Transcriptions: apresenta as transcrições dos áudios da coletânea.

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Referências bibliográficas comentadas: apresenta aos professores e estudantes as referências comentadas de materiais utilizados na elaboração da obra, além de uma bibliografia complementar comentada.

Os boxes

Ao longo das unidades, são apresentados boxes com objetivos variados, que ampliam as possibilidades de construção de conhecimentos linguísticos e de estratégias de aprendizagem por parte dos estudantes.

Tip: apresenta dicas de estudo e outras dicas relacionadas aos conteúdos.

Speaking up: tem o objetivo de trabalhar aspectos da pronúncia do inglês.

Learning more: apresenta explicações sobre alguns conteúdos linguísticos e propõe uma breve revisão de conteúdos já vistos pelos estudantes com informações complementares relacionadas à aprendizagem do inglês.

Os ícones

Ícone de fone de ouvido. Indica atividades que utilizam a coletânea de áudio.

Ícone para acessar o objeto digital carrossel de imagens. Indica que você pode acessar o objeto digital carrossel de imagens.

Ícone para acessar o objeto digital infográfico. Indica que você pode acessar o objeto digital infográfico.

Ícone para acessar o objeto digital mapa clicável. Indica que você pode acessar o objeto digital mapa clicável.

Ícone para acessar o objeto digital podcast. Indica que você pode acessar o objeto digital podcast.

Ícone para acessar o objeto digital vídeo. Indica que você pode acessar o objeto digital vídeo.

Manual do Professor

O Manual do Professor é composto pelo Livro do Estudante, com comentários e respostas das atividades, e pelas Orientações para o professor, que têm o objetivo de colaborar com o trabalho do docente e auxiliá-lo na organização do planejamento de suas aulas. As orientações são apresentadas em duas etapas. A primeira delas apresenta a estrutura da obra, a fundamentação teórico-metodológica, orientações pedagógicas, informações sobre a BNCC, o quadro de habilidades e conteúdos e sugestões de cronogramas.

Na segunda parte, apresentamos comentários e sugestões de como conduzir o trabalho com as unidades. Em cada unidade do manual, também são comentadas as competências gerais, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias e suas respectivas habilidades, bem como os temas contemporâneos transversais desenvolvidos na unidade.

Este manual também apresenta dicas de como utilizar as estratégias de aprendizagem e de metodologias ativas em sala de aula, sugerindo-as por meio das atividades a serem desenvolvidas com os estudantes em diferentes eixos a fim de instigar a curiosidade e a participação deles como sujeitos ativos no processo de aprendizagem da língua. Confira, a seguir, as informações sobre a estrutura dessas orientações.

Respostas: apresenta as respostas das atividades das páginas de abertura ou de outras seções.

Be active!: mostra os momentos em que é possível o trabalho com uma estratégia de metodologia ativa.

Sugestão de avaliação: são propostas de atividades avaliativas de caráter formativo e de preparação para exames de larga escala em que os estudantes são instigados a trabalhar individualmente, em duplas ou em pequenos grupos a fim de fixar e avaliar os conteúdos estudados.

Indicações suplementares: apresenta sugestões de livros, filmes, sites etc. e uma sinopse referente a cada indicação, a fim de apoiar atividades propostas no Livro do Estudante e contribuir para a formação do professor.

Objetos digitais

Como forma de enriquecer o processo de construção do conhecimento dos estudantes e torná-lo mais atraente e significativo, ao longo do volume, eles encontram objetos digitais que complementam de forma acessível os estudos propostos nas unidades e nos projetos. São eles: vídeos, podcasts, infográficos, mapa e carrossel de imagens.

Esses objetos são facilmente identificados no livro impresso por meio de ícones no sumário e nas páginas em que são propostos. Ao final do Livro Digital do Estudante e do Livro Digital do Professor, encontram-se as transcrições de todos os materiais em áudio com o objetivo de promover a acessibilidade e a inclusão.

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Fundamentação teórico-metodológica

Concebida em volume único para o Ensino Médio, esta obra visa dar sequência ao desenvolvimento do aprendizado dos estudantes em língua inglesa, que começou nos anos anteriores da Educação Básica. Os objetivos principais são revisar e consolidar objetos de conhecimento, atitudes e valores desenvolvidos no Ensino Fundamental e aprimorar suas habilidades práticas na vida cotidiana, permitindo que apreciem atividades essenciais, como ouvir músicas, assistir a filmes, estudar, conversar com estrangeiros e, eventualmente, utilizem essa competência em situações futuras, seja no ambiente de trabalho, seja na universidade.

Durante muito tempo, acreditou-se que o ensino de língua estrangeira se fundamentava na apresentação de um conjunto de formas e estruturas gramaticais, desconsiderando seu papel comunicativo e o contexto social. A aprendizagem era vista como um processo de aquisição de novos hábitos linguísticos, com métodos rígidos e predefinidos. No entanto, no final da década de 1980, esse modelo começou a ser questionado, reconhecendo-se a importância de uma contextualização autêntica no ensino da língua.

Planejada nesse contexto de mudança, o ensino de língua inglesa aqui proposto valoriza situações reais de comunicação, criando oportunidades para que os estudantes participem de interações autênticas, sentindo-se incluídos no processo de ensino-aprendizagem.

Desse modo, para que o aprendizado de inglês seja eficaz, consideramos como teoria metodológica norteadora para esta obra o sociointeracionismo desenvolvido por Lev Vygotsky (1896-1934). De acordo com essa teoria de aprendizagem, somos seres construídos pelo contexto histórico, social e cultural em que vivemos, e a língua que falamos é um produto da interação social. Isso significa que a construção de significados acontece em práticas contextualizadas, levando em consideração o objetivo da interação e o ambiente em que ela ocorre.

[...]
Vygotsky, autor de "Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem" (1988), expande o processo de aprendizado para além do desenvolvimento cognitivo, ressaltando que a aprendizagem "se constitui de conteúdos estruturados e organizados, os quais, por sua vez, são repassados por meio de uma interação social que tem como objetivo alcançar o desenvolvimento cognitivo, cultural e social de um aluno e, dessa maneira, a sua integração em seu meio social como um ser transformador desse meio" (Fossile, 2010, p.114). Assim, a dimensão primeira do processo ensino-aprendizagem seria social, para depois se tornar individual.
[...]

CONS, Thais Rodrigues. O sociointeracionismo e o professor-reflexivo no ensino de língua estrangeira: uma ligação possível. Versalete, Curitiba, v. 5, n. 8, jan-jun. 2017. p. 63. Disponível em: https://s.livro.pro/cnvf3f. Acesso em: 9 ago. 2024.

Entendendo que o desenvolvimento dos estudantes é impulsionado por suas interações com o ambiente e com outras pessoas, esta obra busca dar-lhes a oportunidade de trocar ideias, opiniões e experiências, compartilhar conhecimentos e ampliar conceitos por meio de discussões com o professor e os colegas. Além disso, pretende-se capacitar os estudantes a usar o inglês de maneira ativa no mundo, participando efetivamente das interações sociais que encontrarem.

Esta obra também se alicerça nas competências gerais e nas competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias, bem como em suas respectivas habilidades apresentadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O objetivo é promover um processo de ensino-aprendizagem que permita aos estudantes o desenvolvimento da curiosidade, criticidade e autonomia, individualmente e de forma colaborativa. Ao praticar os eixos de aprendizagem (leitura, escrita, oralidade, conhecimentos linguísticos e interculturalidade), os estudantes aprofundarão seus conhecimentos sociais e culturais, explorando temas centrais nesse processo, como juventude, saúde, entretenimento, esporte, tecnologia, inteligência artificial e bullying, entre outros.

[...]
É imprescindível dizer que esses eixos, embora tratados de forma separada na explicitação da BNCC, estão intrinsecamente ligados nas práticas sociais de usos da língua inglesa e devem ser assim trabalhados nas situações de aprendizagem propostas no contexto escolar. Em outras palavras, é a língua em uso, sempre híbrida, polifônica e multimodal que leva ao estudo de suas características específicas, não devendo ser nenhum dos eixos, sobretudo o de Conhecimentos linguísticos, tratado como pré-requisito para esse uso.
[...]

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 245. Disponível em: https://s.livro.pro/p3pjoo. Acesso em: 5 ago. 2024.

Dessa forma, nesta obra, os conteúdos são organizados em dezoito unidades temáticas, levando os estudantes a ter contato com a diversidade do uso da língua inglesa.

Isso abrange a leitura, a interpretação e a compreensão de variados textos orais (entrevistas, apresentações, diálogos, biografias) e multimodais (tirinhas, cartazes, notícias, entrevistas, contos, tabelas nutricionais, infográficos). Além disso, inclui atividades de produção textual escrita e oral, reflexões e discussões em sala de aula, e projetos de pesquisa destinados a expandir seus repertórios linguísticos e culturais. Essa abordagem visa dinamizar a aprendizagem, tornando-a significativa e qualificada, permitindo a articulação entre as áreas de conhecimento.

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É importante destacar que o ensino de Língua Inglesa possibilita ao estudante o exercício da cidadania ativa (BRASIL, 2018, p. 241). Ele deve ser fundamentado em contextos reais de comunicação para proporcionar a esse estudante a participação em situações autênticas de uso da língua, de modo que se sinta incluído no processo de ensino-aprendizagem. Conhecer a língua inglesa e saber utilizá-la é uma forma de garantir o acesso a bens culturais de outras nações e a desmistificação de ideias preconcebidas, contrastando-as com a cultura do próprio país a fim de valorizá-la. Para alcançar isso, é necessário:

[...]
  • favorecer a atribuição de sentido às aprendizagens, por sua vinculação aos desafios da realidade e pela explicitação dos contextos de produção e circulação dos conhecimentos;
  • garantir o protagonismo dos estudantes em sua aprendizagem e o desenvolvimento de suas capacidades de abstração, reflexão, interpretação, proposição e ação, essenciais à sua autonomia pessoal, profissional, intelectual e política;
  • valorizar os papéis sociais desempenhados pelos jovens, para além de sua condição de estudante, e qualificar os processos de construção de sua(s) identidade(s) e de seu projeto de vida;
  • assegurar tempos e espaços para que os estudantes reflitam sobre suas experiências e aprendizagens individuais e interpessoais, de modo a valorizarem o conhecimento, confiarem em sua capacidade de aprender, e identificarem e utilizarem estratégias mais eficientes a seu aprendizado;
  • promover a aprendizagem colaborativa, desenvolvendo nos estudantes a capacidade de trabalharem em equipe e aprenderem com seus pares;
  • estimular atitudes cooperativas e propositivas para o enfrentamento dos desafios da comunidade, do mundo do trabalho e da sociedade em geral, alicerçadas no conhecimento e na inovação.
[...]

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 465. Disponível em: https://s.livro.pro/p3pjoo. Acesso em: 5 ago. 2024.

No cenário atual, cada vez mais desafiador, complexo, dinâmico e fluido, promover o ensino de Língua Inglesa como um componente essencial na formação dos estudantes pode ampliar significativamente seus conhecimentos linguísticos, sociais e culturais. Essa formação integral inclui o desenvolvimento de habilidades e competências, bem como atitudes e valores, promovendo a empatia, a cooperação e a inclusão de estudantes de diferentes perfis. Assim, ao se apropriarem da língua inglesa, os estudantes se apropriam da língua de comunicação mundial no meio cultural, científico, comercial e nas interações via internet, tornando-se cidadãos do mundo. Por isso, essa promoção é imprescindível.

Desse modo, esta obra pretende criar situações de ensino-aprendizagem da língua inglesa que aprimorem as competências comunicativas dos estudantes e permita-lhes utilizar a língua de forma eficaz e abrangente, indo além de um modelo ideal de uso da língua para atingir diferentes formas de expressão que promovam interações inteligíveis dentro de seus contextos. Além disso, ela foi concebida em consonância com os princípios e valores que orientam a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN), propiciando a formação de indivíduos críticos e aptos a conviver ativamente em sociedade.

Para alcançar esses objetivos, é fundamental adotar uma perspectiva interdisciplinar e incluir práticas e vivências que dinamizem a aprendizagem, contextualizando o ensino para a realidade dos estudantes. A articulação entre os componentes curriculares e as áreas de conhecimento favorece a construção de um conhecimento significativo e qualificado, promovendo a pluralidade social e cultural. A inclusão de estudantes de diferentes perfis e o desenvolvimento de empatia e cooperação são essenciais para uma formação integral, que promove atitudes e valores. Dessa forma, os estudantes podem desenvolver tanto o pensamento crítico como o científico, aprendendo a interagir e comunicar-se de maneira eficaz e inclusiva, refletindo a dinâmica das relações sociais e o pluralismo de ideias.

Língua inglesa

A língua inglesa no mundo

A língua inglesa é reconhecida como oficial ou semioficial em mais de setenta países e é falada por milhões de pessoas como língua materna ou como segunda língua. É a primeira língua de falantes em países como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Canadá; e a segunda língua em outros países, como África do Sul, Malta e Filipinas. Além disso, é ensinada como língua estrangeira em diversos lugares ao redor do mundo. Segundo Crystal (2003), um dos principais fatores para a disseminação global do inglês foi sua inclusão como disciplina escolar em diversos países. Assim, muitas pessoas começaram a aprender inglês desde a infância, desenvolvendo fluência e habilidades que lhes permitiram interagir com indivíduos de diversas partes do mundo.

A internacionalização e os avanços tecnológicos têm facilitado o acesso de um número crescente de pessoas ao inglês, que é utilizado para os mais diversos fins: nos negócios, como língua para transações financeiras internacionais, na comunicação, no entretenimento, entre outros (CRYSTAL, 2003). Graças ao uso global do idioma por pessoas de diferentes regiões, o inglês é agora falado por mais não nativos do que nativos. Isso torna a língua uma ferramenta de comunicação entre povos diversos e alerta para o reconhecimento de que língua e cultura são indissociáveis.

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Considerando essas informações, é importante que o professor, como um sujeito mediador entre os estudantes e a língua que estão aprendendo, mostre a variedade de usos do inglês. Isso pode ser feito de forma contextualizada por meio de textos, sugestões de sites educativos, séries e músicas, entre outros recursos. É importante que os estudantes sejam expostos ao inglês utilizado por falantes nativos e não nativos. Para isso, o professor pode sugerir podcasts e filmes produzidos em países onde o inglês não é a língua oficial.

O conhecimento e a proficiência em inglês permitem que os falantes não nativos acessem informações de diversas áreas do conhecimento, como pesquisas científicas, inovações tecnológicas e avanços empresariais. Além disso, facilitam a comunicação em situações presenciais e online, tornando possível ser ouvido e lido por estrangeiros. Portanto, é essencial que o objetivo do estudo da língua inglesa não seja a pronúncia perfeita como a de um falante nativo, mas sim a capacidade de usá-la para interagir no mundo.

O inglês como língua franca

Em um grupo de falantes multilíngues que adotaram intencionalmente a língua inglesa para se comunicar, conferindo a ela um caráter de língua franca, as pronúncias variam, refletindo as influências de suas línguas maternas. Por exemplo, a pronúncia de um indiano é distinta do inglês falado por um italiano. Essa variedade evidencia a riqueza da língua com seus diferentes sotaques, vocabulário e gramática.

Ao considerar qual variedade de inglês deve ser ensinada, como a americana, a britânica, a australiana ou a neozelandesa, é importante lembrar que a interação global muitas vezes ocorre entre falantes não nativos, que utilizam o inglês com propósitos internacionais. Assim, o foco do ensino deve ser no uso comunicativo da língua, capacitando os estudantes a compreender informações de diferentes fontes e a interagir eficazmente, independentemente do sotaque ou da variedade específica do inglês, inclusive para evitar que sejam instituídos eventos de preconceito linguístico.

No ensino de inglês, é essencial refletir sobre a diversidade linguística do idioma. O foco deve estar na comunicação eficaz, permitindo que os estudantes compreendam e interajam com falantes de várias culturas. Isso inclui usar materiais variados, como textos, músicas, séries e podcasts que mostrem a diversidade do inglês ao redor do mundo.

Reconhecer a língua inglesa como língua franca é perceber a existência de variações além das faladas nos países onde o inglês é língua materna ou oficial valorizando a produção de aprendizes e professores que não são falantes nativos e entendendo que língua e cultura são inseparáveis.

[...] Concluímos, pois, que o ILF [Inglês como Língua Franca] nos traz uma pedagogia que pressupõe uma prática preocupada em se reposicionar diante de visões monolíticas e monológicas e, assim sendo, a língua inglesa passa a ter identidades multiculturais e características locais, propondo um movimento de ruptura diante de um discurso de língua que perpetue desigualdades.

LOPES, Rodrigo Smaha; BAUMGARTNER, Carmen Teresinha. Inglês como língua franca: explicações e implicações. The Especialist, São Paulo, v. 40, n. 2, 2019. p. 20. Disponível em: https://s.livro.pro/2x0vw2. Acesso em: 8 ago. 2024.

Nesse contexto, a língua é apropriada por diferentes usuários, sem a necessidade de que falem ou se comportem como nativos. Essa abordagem permite o uso do inglês em múltiplos domínios, promovendo a inserção global dos falantes e oferecendo-lhes a oportunidade de estudar a língua tanto pelo desejo de aprender quanto pelos benefícios que ela proporciona.

No ensino do inglês como língua franca não se espera um modelo de falante nativo nem se privilegia uma variedade específica da língua, mas se consideram todas as culturas igualmente importantes e dignas de valorização. Há uma reflexão sobre as identidades locais e globais para destacar a apropriação da língua pelos aprendizes, que têm o direito de utilizá-la conforme seus objetivos e necessidades.

De acordo com a BNCC (BRASIL, 2018), o aprendizado da língua inglesa deve capacitar os estudantes para a aquisição de conhecimentos e para o compartilhamento de ideias e informações, levando-os a se posicionar e argumentar de forma crítica e reflexiva sobre acontecimentos locais e globais. Isso permite que compreendam o mundo e a sociedade em que estão inseridos, além de lhes possibilitar lidar com conflitos de opiniões, argumentar sobre diversos temas e explorar novas perspectivas por meio de pesquisas, entre outras habilidades.

A diversidade do inglês demonstra como as línguas podem se adaptar para atender às necessidades culturais e sociais. Compreender e valorizar essa diversidade é crucial para uma comunicação eficaz e inclusiva no mundo globalizado. Portanto, o ensino de Língua Inglesa deve celebrar essas diversas formas de expressão e preparar os estudantes para interagir de maneira crítica e competente no cenário global. Incorporar a interculturalidade no ensino de Língua Inglesa ajuda os estudantes a entender melhor as culturas globais e a desenvolver empatia e cooperação. Isso também os prepara para serem indivíduos críticos e socialmente conscientes.

Os eixos organizadores

O ensino de Língua Inglesa concentra-se na promoção de leitura, escrita, oralidade, conhecimentos linguísticos e interculturalidade. Estudar esses elementos é crucial para permitir que os estudantes interajam eficazmente em inglês e tenham acesso a uma vasta gama de informações. Com a variedade de meios pelos quais os estudantes podem acessar o inglês, é essencial desenvolver essas habilidades para capacitá-los como cidadãos críticos, capazes de compreender, de se expressar e de agir no mundo usando o idioma.

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Nesse contexto, incorporar o estudo dos gêneros textuais ao currículo escolar é essencial para refletir a diversidade da realidade humana. Como toda expressão humana encontra sua manifestação textual, é natural que o ensino dos fundamentos da leitura, da escrita e da oralidade seja conduzido por meio dos gêneros textuais, que são múltiplos e estão sempre em evolução. Essa abordagem reconhece os gêneros como expressões do discurso social e das várias formas de interação verbal e oferece aos estudantes uma experiência de autonomia ao aproximá-los da vida real por meio de diversas situações comunicativas.

Ao trazer conhecimentos externos para o processo de aprendizado, os estudantes ganham um sentido mais profundo de conexão com a realidade e se preparam para participar de forma cidadã na sociedade. Além disso, essa prática enfatiza a percepção da linguagem como algo dinâmico, histórico e social.

A respeito dessa relação entre a vida real e as situações comunicativas, Bakhtin diz:

[...]
Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua, mas, acima de tudo, por sua construção composicional. [...]

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 6. ed. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. p. 261.

As práticas comunicativas estão presentes em diversas situações cotidianas, em que os indivíduos se mostram participativos, ativos e críticos. Essas situações podem variar desde atividades simples, como ler o cartaz de um show ou escrever um bilhete, até tarefas mais complexas, como a interpretação de um texto literário, a redação de uma notícia ou a apresentação oral de uma palestra (MARCUSCHI, 2005).

Marcuschi (2005, p. 13) ainda destaca práticas que ocorrem em ambientes virtuais, como videoconferências, chats ao vivo e mensagens de voz, que se tornam cada vez mais frequentes no cotidiano.

Dessa forma, nesta obra, abordamos o ensino de Língua Inglesa por meio de textos comuns no dia a dia dos estudantes. O objetivo é facilitar a aprendizagem do inglês, tornando-a mais significativa, e proporcionar momentos de interação entre os colegas, incentivando-os a se tornarem indivíduos ativos e reflexivos dentro e fora do ambiente escolar.

Leitura

A leitura desempenha um papel central no ensino de Língua Inglesa. É uma habilidade essencial necessária em exames de larga escala, como vestibulares e concursos, os quais frequentemente exigem a capacidade de leitura e interpretação. Além disso, o aumento de textos acessíveis por meio da internet amplia o alcance da leitura. Ler permite aos estudantes explorar universos diversos, incentiva a imaginação e fomenta a criatividade.

A prática da leitura dinamiza o ambiente escolar ao facilitar interações em que os estudantes podem discutir e aprender coletivamente sobre os temas abordados nos textos. A leitura pode ser realizada tanto de forma individual como em grupo, oferecendo oportunidades para desenvolver certas habilidades, como pronúncia e dicção, quando a leitura é feita em voz alta.

Nesta obra, o trabalho com leitura é estruturado de maneira progressiva e explora diversos gêneros textuais para expor os estudantes a diferentes formas de expressão escrita na língua inglesa. Trabalhar com essa diversidade textual proporciona diferentes usos linguísticos cotidianos e possibilita alcançar diferentes objetivos.

O texto escrito é uma ferramenta crucial para a comunicação e a interação sociais. Portanto, é essencial que os estudantes desenvolvam competências para reconhecer, ler e interpretar uma ampla gama de gêneros textuais. Isso os capacita a buscar informações por meio de diversos meios de comunicação e realizar pesquisas em inglês e os conecta com patrimônios culturais, como música e literatura, de diferentes origens.

O processo de leitura é composto de três etapas: pré-leitura, leitura e pós-leitura, cada uma com objetivos específicos. A pré-leitura prepara os estudantes para o texto iminente, ajudando a construir compreensão textual ao levantar hipóteses e ativar conhecimentos prévios. Além disso, é essencial incentivar os estudantes a reler os textos, pois essa prática permite descobrir novos significados e insights que podem ter passado despercebidos inicialmente.

A leitura em inglês pode ser um desafio; desse modo, é fundamental proporcionar aos estudantes estratégias para enfrentar possíveis dificuldades ao longo do processo de leitura.

Estratégias de pré-leitura

  • Explorar o conhecimento prévio dos estudantes para identificar suas noções sobre o tema ou gênero textual.
  • Analisar elementos dos textos ou levantar hipóteses sobre o conteúdo.
  • Definir um propósito claro para a leitura.

Estratégias de leitura

  • Adotar técnicas de leitura rápida, como skimming e scanning, para alcançar diferentes objetivos. Skimming consiste em percorrer rapidamente os olhos pelo texto para captar a ideia geral, facilitando a previsão dos objetivos de partes específicas ou da mensagem principal. Scanning envolve uma leitura rápida para localizar detalhes específicos, como nomes, datas e conceitos-chave, permitindo a obtenção de informações sem a necessidade de ler o texto completo.
  • Examinar informações verbais e não verbais (fotografias, ilustrações, símbolos) que acompanham ou integram o texto, relacionando-as ao conteúdo escrito.
  • Avaliar o contexto para decifrar o significado de palavras novas e identificar palavras cognatas.
  • Validar as previsões e hipóteses feitas durante a etapa de pré-leitura.
  • Fazer comparações com a língua materna e recorrer ao dicionário quando necessário.

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Estratégias de pós-leitura

  • Sintetizar o conteúdo do texto.
  • Recontar o texto utilizando as próprias palavras.
  • Empregar mapas ou diagramas para estruturar as informações apresentadas.
  • Analisar criticamente o texto, estabelecendo conexões com outras fontes de informação para formar as próprias conclusões.

As informações a seguir propõem questões associadas ao uso de estratégias de leitura. Essas questões podem ser direcionadas aos estudantes durante o processo de leitura e entendimento dos textos.

  • Ativação de conhecimentos prévios: "Que informações você já conhece a respeito do assunto deste texto?"; "O que mais você gostaria de aprender sobre o assunto do texto?".
  • Análise da estrutura textual: "Quais são as características principais que definem este gênero textual?"; "Quais elementos específicos da estrutura textual você identifica neste texto?".
  • Previsões e levantamento de hipóteses: "Quais são suas expectativas sobre as informações que o texto apresentará?"; "Quais temas relacionados você espera encontrar ao longo do texto?"; "Quais palavras você espera encontrar no texto?".
  • Skimming: "Qual é a mensagem principal que o texto constrói?".
  • Scanning: "Quais detalhes específicos podem ser encontrados ao examinar o texto?".
  • Palavras cognatas: "Quais palavras do texto têm grafia idêntica ou semelhante à de palavras do português e têm significados também parecidos?".
  • Análise de contexto: "Há termos no texto cujos significados você consegue inferir pelo contexto da frase em que são usados?".
  • Análise das informações não verbais (quando presentes): "Como as imagens contribuem para a compreensão do texto?"; "Os gráficos e/ou tabelas reforçam as informações verbais apresentadas no texto ou apresentam informações novas?".
  • Reflexão crítica: "Quais são as principais conclusões que você pode tirar após ler este texto?"; "Com quais aspectos do texto você concorda e de quais discorda? Por quê?"; "De que forma este texto poderia influenciar suas decisões ou ações futuras?".

Escrita

A prática da escrita é fundamental para o aprendizado dos estudantes, pois permite que utilizem os conhecimentos linguísticos já adquiridos. Ao criarem textos de variados gêneros, os estudantes têm a chance de compartilhar informações, conhecimentos e experiências, bem como expressar ideias e interagir socialmente sobre uma ampla gama de assuntos, assumindo um papel ativo na vida social e coletiva. Além disso, por meio das atividades de produção textual, eles aprendem a organizar suas ideias de maneira coerente, com começo, meio e fim.

[...]
Importante reiterar que a escolha do tema a ser trabalhado na produção textual é de fundamental importância. No planejamento de suas aulas, o professor deverá sempre ter em mente que o que se aprende em sala de aula tem reflexos que extrapolam os muros de uma instituição de ensino. Nesse sentido, o trabalho com textos deve sempre ser pensado numa função sociocomunicativa concreta (Marcuschi, 2003), incentivando a autonomia, a criatividade e a formação do senso crítico do aluno como sujeito sociocultural e historicamente posicionado em sociedade em inter-relação com os outros (Bakhtin, 2000).
[...]

SILVA, Fabione Gomes da. A prática da escrita em língua inglesa: avaliação e critérios de correção. ENCONTRO DAS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM APLICADAS AO ENSINO, 6., 2015, Garanhuns. Anais... Garanhuns: UFRPE, 2015. p. 631. Disponível em: https://s.livro.pro/h0ajw3. Acesso em: 9 ago. 2024.

As produções escritas permitem que os estudantes registrem informações, organizem ideias e coloquem em prática seus conhecimentos linguísticos e de gêneros textuais, compreendendo-se como sujeitos engajados no discurso. Eles passam a entender a materialidade dos gêneros, identificando como podem encontrá-los nas mais diversas situações cotidianas, desde a produção de um bilhete até a escrita de uma notícia, registros de uma aula ou anotações para uma apresentação de trabalho.

As atividades de produção escrita devem ser realizadas em várias etapas: antes da escrita, momento fundamental para situar os estudantes no contexto de produção ("Para quem escrever?"; "Por quê?"; "Como?"; "Onde o texto será veiculado?"; "Qual é o objetivo comunicativo desse texto?"); o momento da escrita propriamente dita; e a etapa de análise e, se necessário, reescrita do texto. Dessa forma, as atividades de produção escrita são planejadas considerando o processo diretamente relacionado à definição da língua como prática social adotada nesta obra.

É essencial definir com os estudantes o que se espera deles em cada uma dessas etapas. Por isso, oriente-os a seguir os passos estabelecidos na etapa de pré-escrita de cada unidade em que essa seção está presente. Durante as atividades propostas, é importante dar-lhes tempo suficiente para produzir os textos, sempre considerando os objetivos comunicativos definidos, o contexto de produção e respeitando os passos a serem seguidos.

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Na etapa de pós-produção escrita, incentive os estudantes a revisar o que produziram, realizando uma autoavaliação e avaliando a produção dos colegas, oferecendo feedback e verificando se os objetivos propostos e a intenção comunicativa do gênero foram atendidos. Esse processo de feedback promove o desenvolvimento da autonomia e do trabalho colaborativo, pois os estudantes têm a oportunidade de analisar e aprender a língua por meio da interação e da troca de ideias. A escrita em duplas ou trios pode facilitar o processo de pesquisa, planejamento, construção e revisão textual, especialmente em turmas maiores ou quando se objetiva unir estudantes de diferentes perfis.

É importante destacar que a atividade de produção escrita, assim como qualquer outra, precisa ser orientada pelo professor de maneira que os estudantes percebam sentido no que escreveram. O professor deve, durante a produção textual, orientar os estudantes em todas as fases necessárias à escrita, esclarecendo possíveis dúvidas e auxiliando-os na realização das atividades.

Oralidade

O eixo da oralidade abrange a compreensão auditiva e a produção oral, proporcionando aos estudantes um maior contato com conteúdos em inglês, como músicas, videoclipes, videogames, filmes, séries, podcasts sobre temas de interesse e até mesmo conversas via chamadas de vídeo ou de áudio. As atividades sugeridas podem desenvolver habilidades de compreensão auditiva intensiva (identificação de sons, palavras, frases), extensiva (compreensão geral do áudio) e seletiva (compreensão de detalhes específicos). Além disso, os estudantes podem aprender estratégias de produção oral, como planejamento (refletir sobre o que dizer), compensação (usar gestos e paráfrases) e monitoramento e reparo (reformular frases e ajustar a pronúncia).

Para iniciar as atividades de compreensão auditiva em sala de aula, é essencial explorar o gênero a ser trabalhado e suas principais características com os estudantes. Ler os enunciados das atividades e observar as ilustrações e outros elementos que acompanham o material para facilitar a compreensão. Antes da atividade, tentar prever o conteúdo a ser ouvido, pensando em palavras e frases que provavelmente aparecerão na gravação. Se a atividade for complexa ou longa, fazer pausas curtas para que os estudantes possam assimilar o que estão ouvindo. Durante a execução do áudio, incentivá-los a anotar palavras e frases que conseguirem identificar e, depois, compartilhar o que compreenderam, ajudando-se mutuamente.

Para trabalhar a compreensão auditiva, além das atividades sugeridas, promova, sempre que possível, o acesso a vídeos jornalísticos, propagandas ou músicas de artistas que os estudantes apreciam e com os quais se identificam. Atualmente, a internet oferece diversos recursos para preparar atividades de compreensão auditiva significativas. É importante que os áudios apresentados tragam falantes de inglês de diversos países, com diferentes sotaques e pronúncias, enfatizando o inglês como língua internacional.

Narrativas: ouvir contos, anedotas e outras histórias condizentes com o universo dos estudantes pode motivás-los a se engajar para descobrir o final ou entender os efeitos de sentido pretendidos em língua inglesa.

Músicas: apreciar canções em inglês de diferentes partes do mundo, além da apreciação estética, promove o desenvolvimento da habilidade de compreensão, e cantá-las pode ser uma ferramenta importante para o desenvolvimento da oralidade.

Vídeos: assistir a filmes ou cenas de filmes, trechos de peças teatrais ou de programas televisivos também condizentes com as preferências dos estudantes desenvolve neles as habilidades da oralidade em língua inglesa.

No eixo da oralidade, a habilidade de produção oral é igualmente importante, fundamental para a comunicação verbal. No entanto, sua execução pode ser desafiadora em sala de aula de Língua Inglesa na Educação Básica por causa do grande número de estudantes e da carga horária limitada, dificultando um trabalho mais aprofundado.

Por isso, é essencial destacar a importância da habilidade oral em inglês no contexto multicultural atual. Essa língua permite diferentes interações sociais entre falantes que a utilizam para alcançar propósitos comunicativos. Portanto, é importante proporcionar aos estudantes meios de utilizar o inglês sem exigir fluência e proficiência de nativos, mas focando nas capacidades necessárias às suas interações.

Antes das produções orais, explore o contexto de comunicação e interação, ou seja, com quem os estudantes vão conversar, sobre o quê, por que e com qual objetivo comunicativo. Auxilie-os a superar a timidez, comum nesse tipo de interação, com dicas, como preparar um roteiro antes de uma entrevista ou apresentação em inglês, gravar o que será falado para verificar a articulação das palavras e a velocidade da pronúncia, e treinar em frente ao espelho para avaliar a postura corporal. Reforce a ideia de que, nesse processo de aprendizagem, os medos e receios podem ser superados quando trabalhados em conjunto.

Além das atividades propostas no livro, outras oportunidades para que os estudantes pratiquem suas habilidades orais incluem perguntas a serem discutidas em duplas ou em pequenos grupos, mediadas pelo professor. Essas discussões são uma oportunidade para os estudantes se comunicarem sobre assuntos autênticos e praticarem suas produções orais. Dependendo do nível da turma, aproveite esses momentos para explorar expressões de concordância e discordância, incentivando os estudantes a usá-las nas discussões (por exemplo, I agree (with)..., I disagree..., I totally disagree..., I don't think so..., You're absolutely right etc.).

Podem-se buscar sites e livros que ofereçam orientações de maneira acessível e objetiva caso haja necessidade ou interesse em trabalhar outros aspectos da pronúncia do inglês, além dos abordados na obra. A internet disponibiliza inúmeros recursos para criar atividades envolventes e significativas para os estudantes, enriquecendo o processo de construção de conhecimento.

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Conhecimentos linguísticos

O eixo de conhecimentos linguísticos é desenvolvido por meio de situações comunicativas que envolvem a análise e a reflexão sobre a língua, utilizando textos autênticos de diversas esferas sociais. Esse estudo contextualizado visa aprimorar a capacidade linguística dos estudantes, preparando-os para utilizar a língua de forma adequada em atividades de oralidade, leitura e escrita.

Considerando o inglês como uma língua necessária para a comunicação de cidadãos que precisam aprendê-la para usá-la de forma autônoma, dentro e fora da escola, esta obra apresenta textos orais e escritos de diversos gêneros, como entrevistas, notícias, tirinhas, anúncios publicitários e cartazes. Esses textos são utilizados em diferentes contextos sociais e com variados propósitos, como ler e ouvir sobre acontecimentos sociais e globais, refletir sobre eles, conhecer informações sobre a vida e a obra de artistas, e compreender panfletos, entre outros. O objetivo é proporcionar aos estudantes um contato real com a língua, permitindo que utilizem, revisem, consolidem e expandam o conhecimento de inglês adquirido anteriormente. Dessa forma, a aprendizagem se torna mais efetiva em contextos reais de uso da língua.

Por meio da aquisição desses conhecimentos linguísticos, os estudantes aprenderão a ler e interpretar uma variedade de textos, como tabelas nutricionais, infográficos, cartazes de filmes, expressões idiomáticas, provérbios etc. Isso lhes permitirá contrastar, comparar e compreender textos de circulação social em sua língua materna, tornando a aprendizagem mais significativa.

Além disso, algumas atividades de produção oral e escrita propostas nesta obra visam que os estudantes usem o inglês para interagir em situações cotidianas simples, expressar desejos e necessidades, falar sobre si mesmos ou até mesmo participar de interações mais complexas, como descrever características físicas e psicológicas de pessoas, emitir opiniões e fazer apresentações sobre diferentes tópicos de maneira objetiva.

Para isso acontecer, o vocabulário e a gramática são ensinados de maneira estruturada e alinhados aos diversos temas abordados, sendo integrados e aplicados durante esses momentos de interação.

Interculturalidade

O entendimento do eixo de interculturalidade é fundamentado na interação inseparável entre língua e cultura. Em sociedades contemporâneas, em que as culturas se influenciam mutuamente e se reconstroem por meio dessa interação, é importante que os estudantes compreendam que seu comportamento diante desse fenômeno deve ser orientado pelo respeito aos aspectos gramaticais, lexicais, fonéticos e semânticos e às normas de uso da língua contextualizadas histórica e culturalmente. Além disso, esse eixo enfatiza que a formação de identidades abertas e diversas deve ser um processo contínuo, integrado ao ensino em diferentes contextos, com o objetivo de motivar e despertar o interesse dos estudantes pelo tema.

Desenvolvido por meio de textos que destacam personalidades de diversas origens, como povos africanos e indígenas, o eixo de interculturalidade ganha relevância nesta obra. Isso reforça a ideia de que o ensino de Língua Inglesa abrange a aprendizagem de estruturas linguísticas e proporciona uma compreensão mais profunda da sociedade em que vivem os estudantes, enfatizando a importância crucial dos elementos culturais que a moldam.

Orientações pedagógicas

A seguir, apresentamos reflexões sobre elementos e práticas que podem contribuir para as atividades em sala de aula a fim de buscar o desenvolvimento integral dos estudantes e tornar o processo de ensino-aprendizagem mais significativo e inclusivo.

O espaço escolar

Para que as práticas e vivências escolares levem o estudante a assumir um papel de maior destaque no desenvolvimento de suas habilidades e competências de aprendizagem, não bastam abordagens diversificadas e dinâmicas se o espaço não as favorece. O espaço escolar deve ser um ambiente de acolhimento, onde os estudantes se sintam seguros e respeitados em sua diversidade para exercer o direito à educação, garantido pela Constituição brasileira.

Organização do espaço

Com base nas novas perspectivas educacionais, o estudante do Ensino Médio tem papel de protagonismo em seu desenvolvimento pessoal, portanto apenas o modelo tradicional de configuração de uma sala de aula, com carteiras enfileiradas em que o professor atua como único detentor do conhecimento, não supre a necessidade de um espaço propício para a interação e as relações interpessoais na aprendizagem.

Por isso, outras formas de organização do espaço da sala de aula, além de promover a construção do conhecimento de forma significativa e qualificada, podem ser aliadas para melhorar o convívio, incentivar a troca de experiências, proporcionar interação entre estudantes de diferentes perfis, favorecer o processo de inclusão, contribuir para o desenvolvimento da empatia e de cooperação e propiciar um ambiente mais dinâmico e agradável.

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Confira, a seguir, algumas possibilidades de dispor as carteiras na sala de aula para motivar os estudantes a ter mais interesse para as práticas escolares. Cada uma delas pode ser aplicada conforme a intencionalidade pedagógica, podendo ser na recepção dos estudantes, durante as aulas convencionais e até nos momentos de avaliação. Atente, contudo, à presença de estudantes com deficiências ou transtornos a fim de que essas possibilidades não prejudiquem o desempenho deles ou não os excluam de alguma forma das atividades.

Ilustração de 16 carteiras escolares com agrupadas em círculo.
Em círculo.
Ilustração de 16 carteiras escolares agrupadas em formato de U.
Em U ou meia-lua.
Ilustração de 16 carteiras escolares divididas em 4 grupos de 4 carteiras viradas de frente um grupo para o outro.
De frente uns para os outros.
Ilustração de 16 carteiras escolares agrupadas em 4 grupos com quatro carteiras cada.
Em grupos.
Ilustração de 21 carteiras divididas em 3 fileiras com 7 carteiras cada.
Em formato de plateia.
Ilustração de 24 carteiras escolares divididas em dois grupos virados de frente um para o outro. Cada grupo está organizado em duas fileiras com 6 carteiras em cada uma.
Em fileiras voltadas umas para as outras.

Por fim, ressaltamos a importância de explorar os demais espaços dentro da escola, como laboratório, biblioteca, refeitório, pátio, auditório e jardim, e os ambientes fora dela, como bibliotecas públicas, teatros, museus, parques, praças, centros de pesquisa, empresas e indústrias.

Essas sugestões visam fortalecer o ensino para que ele cumpra seu papel democrático, inclusivo e transformador e desperte nos jovens a capacidade e a necessidade de mudar o mundo.

Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade possibilita a formulação de um saber crítico-reflexivo com base no diálogo entre os conteúdos de diferentes componentes curriculares, permitindo uma nova postura de professores e estudantes diante do conhecimento, deixando de concebê-lo como algo estanque. Essa perspectiva proporciona aos estudantes uma compreensão mais abrangente da realidade, dando-lhes oportunidades de vivenciar uma aprendizagem mais efetiva, relacionando os conceitos de maneira articulada, levando em conta os objetivos gerais e específicos de cada componente envolvido.

O conceito orientador de uma prática pedagógica desenvolvida em parceria, fruto de uma pedagogia integradora, é o de interdisciplina, que se trata da:

[...] Interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios.
[...]

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 54.

Um trabalho interdisciplinar preocupa-se em relacionar os objetos de conhecimento de modo articulado, promovendo o pensamento crítico, o pensamento científico, o pluralismo de ideias e a autonomia de pensamento, com o propósito de evitar a fragmentação do conhecimento e instigar o interesse dos estudantes na participação direta do processo de aprendizagem.

É interessante que o trabalho interdisciplinar esteja relacionado às culturas juvenis, que considere a vida dos estudantes e suas motivações em contextos reais e/ou próximos à realidade, de modo que os envolva e torne o processo, além de útil, prazeroso, dando voz, vez e atitude ativa a eles. O trabalho interdisciplinar instiga o trabalho coletivo, de interação, tanto entre os estudantes quanto entre eles e os professores, favorecendo o desenvolvimento da capacidade de argumentar e organizar informações. Atividades que abordam aspectos de diferentes componentes curriculares, resgatando o envolvimento dos estudantes, fortalecem também as relações entre professores de diferentes áreas do conhecimento.

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Fazenda (2011) elucida o conceito de interdisciplinaridade, considerando-o:

[...] um termo utilizado para caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência [...]. Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando a um enriquecimento mútuo.
[...]

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 73.

Nas atividades escolares, essa colaboração pode acontecer, por exemplo, por meio de projetos investigativos ou propostas de pesquisas. Atividades como essas apresentam etapas de planejamento, levantamento de hipóteses, coletas de dados, análises, deduções e conclusões, que promovem melhor integração entre os componentes curriculares. Sem contar, ainda, com a possibilidade que essas atividades têm de proporcionar situações de aprendizagem dinâmicas, que incentivam a reflexão, o questionamento, a inferência e a argumentação dos estudantes.

O movimento integrador, resultante das práticas interdisciplinares, exige dos professores e dos estudantes o aprimoramento de três atitudes fundamentais: amplitude, profundidade e síntese.

[...] A amplitude assegura uma larga base de conhecimento e informação. A profundidade assegura o requisito disciplinar, profissional e/ou conhecimento e informação interdisciplinar para a tarefa a ser executada. A síntese assegura o processo integrador [...].

KLEIN, Julie Thompson. Ensino interdisciplinar: didática e teoria. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Didática e interdisciplinaridade. 17. ed. Campinas: Papirus, 2012. p. 121. (Coleção Práxis).

Dessa forma, professores e estudantes, por meio de práticas pedagógicas e vivências interdisciplinares, devem associar um conhecimento geral a objetos de conhecimento das diversas áreas e, ao final, demonstrar uma evolução que revele uma compreensão maior do conhecimento que a do início do processo. É fundamental que os professores sejam os primeiros a trilhar esse percurso e garantir que as seguintes habilidades estejam envolvidas nessa abordagem:

[...]
  • diferenciação, comparação e contraste entre diferentes perspectivas disciplinares, profissionais e interdisciplinares;
  • identificação de pontos comuns e esclarecimento de como as diferenças se relacionam com a tarefa a ser cumprida;
  • delineamento de um entendimento holístico baseado nos pontos comuns, mas que continua suscetível às diferenças.
[...]

KLEIN, 1996 apud KLEIN, Julie Thompson. Ensino interdisciplinar: didática e teoria. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Didática e interdisciplinaridade. 17. ed. Campinas: Papirus, 2012. p. 121. (Coleção Práxis).

Para colaborar com uma mudança de visão conteudista e fragmentada do conhecimento para uma postura integradora, esta obra sugere em diversos momentos conexões entre os componentes curriculares e seus respectivos objetos de conhecimento com base em temas, conteúdos, recursos e seções que promovem tais abordagens.

A seção Connections with, no Livro do Estudante, apresenta uma proposta de interdisciplinaridade entre Língua Inglesa e outros componentes curriculares e áreas do conhecimento. Além disso, a seção Going out there e outros textos e atividades ao longo do volume possibilitam a exploração de aspectos interdisciplinares, fornecendo subsídios para o professor aproveitar a oportunidade e relacioná-los a outras áreas do conhecimento.

Para as atividades que possibilitam a integração com outro componente curricular, a primeira atitude deve ser a definição dos objetivos de aprendizagem correspondentes aos objetos de conhecimento. Em seguida, é preciso alinhar com o professor do outro componente curricular os objetivos de aprendizagem que são pertinentes àquele trabalho e de que forma podem ser concretizados em parceria. Nesse alinhamento, é importante considerar os conhecimentos prévios dos estudantes e o que eles vão construir durante o processo. Essas informações podem ser obtidas por meio de uma avaliação diagnóstica.

No planejamento, é necessário definir os objetivos a serem atingidos em cada aula, determinar os tópicos que serão estudados e as etapas necessárias para o desenvolvimento de cada um deles, estabelecer os prazos para a conclusão de cada etapa e estipular os critérios de avaliação. Outro aspecto importante é definir o que se espera dos estudantes e se certificar de que eles compreendam todo o processo.

Quando não for possível realizar o trabalho com a colaboração de outro professor, deve-se orientar e acompanhar os estudantes para que realizem pesquisas bem-direcionadas a fim de construir os conhecimentos necessários para o desenvolvimento da proposta interdisciplinar:

  • acessar fontes seguras de pesquisa, confiáveis e adequadas à proposta;
  • fazer os registros, diferenciando o que é importante para o estudo do que não é;
  • organizar as informações obtidas;
  • definir o formato de entrega dos resultados das pesquisas (post na internet, impressos, cartazes etc.).

A integração de áreas do conhecimento revela como o processo de aprendizagem é contínuo e permanente. O trabalho de associação entre componentes curriculares não só propicia uma formação integral e significativa, mas também fornece a oportunidade para o estudante desenvolver sua autonomia no processo.

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O professor de Língua Inglesa no Ensino Médio

O papel social do professor deve ser o de mediador entre os conteúdos específicos do componente curricular e os conhecimentos que os estudantes já trazem consigo. Desse modo, é importante que ele esteja preparado para ser um dos instrumentos na construção do conhecimento e para saber intervir nas diversas situações de sua rotina em sala de aula.

O professor não desempenha apenas uma única função em sala, mas diferentes papéis, como: na orientação, direcionando os estudantes dentro e fora da sala de aula; na promoção de atividades que façam uso da língua inglesa em diferentes produções, reflexões e pesquisas sobre os mais variados assuntos, conduzindo-os nessas práticas; na mediação, orientando os estudantes nas atividades de interações produzidas em sala, minimizando situações de conflitos e contribuindo para que ocorra o diálogo e a troca de ideias e para que o respeito seja mútuo entre eles, além de poder desmistificar choques culturais e ideias preconcebidas sobre outras culturas; na conscientização, instigando os estudantes a refletir a fim de compreender quais são os papéis de cada um como cidadão social, participativo da sociedade em que vive, além de guiá-los no uso da língua inglesa incentivando-os a utilizá-la de forma engajada, criativa e autônoma.

Paulo Freire provoca a reflexão sobre o papel do professor:

[...] Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém. [...] Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa, e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era possível – depois, preciso – trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante de aprender.
[...]

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 55. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017. p. 25-26.

É importante, ainda, ressaltar o papel do professor reflexivo e pesquisador, aquele que utiliza a própria realidade escolar como objeto de pesquisa, que analisa sua prática docente e reflete sobre ela e que, diante de suas observações e suas percepções sobre o que deseja mudar ou aprimorar, busca por alternativas e elementos que contribuam para novas possibilidades no ensino e aprendizado e na luta contra as desigualdades sociais.

O professor não deve se esquecer de proporcionar um ambiente acolhedor que incentive as interações entre os estudantes com deficiências e transtornos e os demais estudantes, fomentando sentimentos de amizade e de valorização das diferenças. Destacar a importância de incluir sem vitimizar, rotular ou infantilizar.

Por fim, é importante destacar a necessidade de que se estabeleça um amplo diálogo entre o professor e a equipe pedagógica dentro de um processo de formação continuada que o mantenha atualizado e preparado, pois, conforme o período letivo avança, são necessárias transformações que possibilitarão a concretização da aprendizagem. Além disso, a parceria entre o professor e os professores das demais áreas do conhecimento e componentes curriculares também é um elemento importante para as abordagens interdisciplinares serem eficientes na formação dos estudantes.

Planejamento

Planejar as aulas, refletir sobre como explorar e desenvolver os conhecimentos, habilidades, competências, atitudes e valores dos estudantes e definir as melhores estratégias ao abordar os conceitos em sala de aula é primordial para que o professor, com o planejamento em mãos, consiga focar os objetivos das práticas pedagógicas e vislumbrar as melhores formas de orientá-las e dinamizá-las, promovendo uma aprendizagem satisfatória.

É imprescindível estar atento às dificuldades, às potencialidades e aos receios dos estudantes. Essa atenção deve ser levada em consideração nos momentos de preparação das aulas, as quais devem ser inclusivas e acolhedoras em relação aos mais diversos perfis de estudantes.

Nos casos propícios para articulação entre áreas diversas do conhecimento, é importante, mais uma vez, pensar no planejamento coletivo em parceria com professores de outros componentes curriculares. Faz-se necessário um encontro para que, com base em uma avaliação diagnóstica interdisciplinar, os professores tracem os objetivos de aprendizagem pertinentes às áreas do conhecimento envolvidas, de modo que seja possível trabalhá-los em conjunto para potencializar a formação integral dos estudantes.

Estas orientações oferecem subsídios para apoiar a confecção de planejamentos diversos conforme a necessidade do professor, dos conteúdos e das turmas. No entanto, é preciso atenção, autonomia e flexibilidade para adaptar as sugestões aqui fornecidas às regências contidas no Projeto Político Pedagógico (PPP) da unidade escolar, no currículo estadual e na BNCC. O PPP é um documento que estabelece a identidade da escola, suas metas e métodos de trabalho, enquanto o currículo estadual indica as diretrizes adicionais que as escolas devem seguir. A BNCC estabelece normas que organizam e orientam as aprendizagens fundamentais a serem desenvolvidas progressivamente pelos estudantes ao longo de sua trajetória escolar na Educação Básica, incluindo o Ensino Médio. Desse modo, o professor deve considerar esses documentos ao planejar suas aulas, assegurando que o processo de ensino esteja alinhado com os objetivos da escola e do estado e com a complexidade e amplitude das competências gerais e específicas da BNCC, uma vez que variam em dificuldade e alcance de acordo com os diferentes segmentos de ensino e componentes curriculares, ou seja, a complexidade aumenta conforme o estudante avança nos anos escolares. Outra atenção necessária ao planejar as aulas é quanto aos casos de estudantes com deficiências ou transtornos, os quais requerem a dedicação do professor a um planejamento individualizado (PEI – Planejamento Educacional Individual).

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Uma ferramenta indispensável para a elaboração de planejamentos eficientes é promover atividades a fim de diagnosticar não apenas os diversos perfis dos estudantes, mas também conhecimentos, habilidades, atitudes e valores prévios já construídos e desenvolvidos por eles. Dessa forma, o planejamento deve prever os objetivos de cada aula, os tópicos que serão trabalhados e o tempo necessário para as atividades propostas.

No planejamento, também deve ser indicado se os estudantes precisarão providenciar material extra para realizar as atividades, se há necessidade de fazer pesquisas prévias e se algumas aulas precisarão de outra configuração de sala de aula ou, ainda, de outros espaços, a fim de agendar seu uso com antecedência.

Isto posto, o professor deve, ainda, ter atenção à necessidade de rever o planejamento sempre que necessário a fim de adequá-lo de acordo com os avanços dos estudantes ou conforme novas demandas que surgirem ao longo do percurso.

As metodologias ativas

As metodologias ativas consistem em abordagens pedagógicas diversificadas que consideram o estudante o centro do seu processo de aprendizagem, e o professor, o mediador dele (MORAN, 2018).

Em uma mesma sala, o professor pode se deparar com jovens que apresentam variadas formas de aprender. Nesse sentido, as metodologias ativas, além de associarem situações de ensino à realidade, são fundamentais para que o professor consiga atingir o maior número de estudantes possível, já que elas fornecem possibilidades de compreensão dos conteúdos de modo diferente das práticas comumente utilizadas e abrangem maior variedade de formas de aprender.

[...]
Nos últimos anos, tem havido uma ênfase em combinar metodologias ativas em contextos híbridos, que unam as vantagens das metodologias indutivas e das metodologias dedutivas. Os modelos híbridos procuram equilibrar a experimentação com a dedução, invertendo a ordem tradicional: experimentamos, entendemos a teoria e voltamos para a realidade (indução-dedução, com apoio docente).
A aprendizagem é ativa e significativa quando avançamos em espiral, de níveis mais simples para mais complexos de conhecimento e competência em todas as dimensões da vida.
[...]

MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 2.

É importante, ainda, considerar que a autonomia e a motivação se inter-relacionam no processo de aprendizagem. O interesse em buscar novos conhecimentos e a oportunidade de os estudantes serem responsáveis pelo seu aprendizado despertam a motivação e, dessa forma, eles nutrem o desejo de aprender mais e de descobrir novas informações. Tanto no Livro do Estudante quanto nas Orientações para o professor, as atividades baseadas nas estratégias de metodologias ativas oportunizam o desenvolvimento da autonomia e da participação dos estudantes, objetivando a construção de novos conhecimentos, debates, trocas de ideias e experiências com os colegas sobre os temas propostos e atividades em grupos em que possam colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo das unidades. Essas ações promovem aspectos como cooperação, empatia, pluralismo de ideias, argumentação, inferência, pensamento crítico, curiosidade intelectual e investigação e pensamento científicos. A seguir apresentamos algumas sugestões de estratégias de metodologias ativas.

Turn and talk

O professor propõe uma questão aos estudantes, que se viram (turn) para discutir (talk) a resposta com o colega imediatamente ao lado. Essa estratégia possibilita a eles que organizem e compartilhem oralmente suas ideias e ouçam ativamente as opiniões dos colegas. Além disso, ela busca acessar os conhecimentos prévios e desenvolver a argumentação.

Think-pair-share

O professor propõe a questão e orienta os estudantes a refletir individualmente sobre ela (think). Em seguida, organiza-os em duplas para que troquem opiniões sobre a questão (pair). Por fim, incentiva as duplas a compartilhar suas respostas/conclusões com a turma (share).

Card cluster

Em algumas atividades coletivas, lança-se uma pergunta para que os integrantes de cada grupo registrem as respostas em cartões ou em pequenos papéis. Posteriormente, eles devem agrupar as respostas com base nas semelhanças que apresentam entre si.

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Gallery walk

Os estudantes exibem suas produções de maneira semelhante a uma galeria de arte. Os cartazes produzidos por eles devem ser afixados em paredes ou organizados em fileiras. Os estudantes devem circular e visitar todos os cartazes. Assim, cada um terá a oportunidade de apresentar seu trabalho e de conhecer a produção dos colegas.

Fishbowl

Os estudantes formam um círculo interno e outro externo. No círculo interno pode haver de quatro a seis cadeiras para formar um grupo de debate. Durante a atividade, uma das cadeiras deve ficar sempre vazia, e no círculo externo ficam os demais estudantes. O professor conduz o debate entre os que estão no círculo interno, e os observadores podem pedir para ocupar a cadeira vazia e participar do debate, de modo que neste momento outra cadeira deve ser liberada.

Ao propor atividades como as sugeridas anteriormente, verifique sempre a compatibilidade delas com as individualidades de cada estudante. Pode ser que algum estudante com deficiência ou transtorno requeira alguma adaptação para não haver qualquer tipo de exclusão.

A autonomia do estudante

Um estudante autônomo assume-se responsável pelo seu aprendizado e, assim, participa ativamente do processo de ensino-aprendizagem, sendo proativo dentro e fora da sala de aula. Dessa forma, desenvolver a autonomia dos estudantes em todas as etapas da aprendizagem escolar e principalmente no Ensino Médio faz-se primordial, uma vez que poderão utilizar essa autonomia para tomar decisões e agir nas mais variadas situações, na escola, no trabalho ou nos desafios encontrados na vida. É preciso incentivá-los a desenvolver formas de se responsabilizarem pela aprendizagem, por meio de questionamentos que os levem a compreender qual é a função que exercem na própria jornada de aprendizagem, seja convidando-os a desenvolver as melhores estratégias para a aquisição dos conteúdos ou engajando-os no processo para que simplesmente percebam que não devem apenas esperar que o conhecimento chegue até eles, mas que devem buscá-lo por meio de pesquisas, de estudos em grupos, entre outras formas.

Mesmo que os estudantes assumam o papel de sujeitos ativos-reflexivos em seu próprio processo de aprendizagem, cabe também ao professor ajudá-los nessa tarefa, questionando-os sobre o que aprenderam; dando oportunidade, em sala, para que troquem informações, a fim de sanar dúvidas e ouvir diferentes pontos de vista e entendimentos dos temas trabalhados; orientando-os a relacionar conteúdo e tema estudados a conhecimentos adquiridos previamente, em outros anos ou em outros componentes curriculares; incentivando-os a resumir os textos lidos; ou destacando os pontos principais e as novas palavras e estruturas linguísticas aprendidas.

Além das sugestões propostas, outra que também consideramos relevante para a construção desse estudante autônomo é, ao utilizar este material em sala nas primeiras aulas do ano letivo, apresentar e explicar-lhe as diferentes seções nas quais as unidades estão subdivididas, seus objetivos, competências e habilidades trabalhadas, bem como os recursos que o material didático oferece, como a coletânea de áudios e os objetos digitais. Da mesma forma, pode-se destacar os objetivos pedagógicos no início de cada unidade, levando os estudantes a ativar seus conhecimentos prévios, a fazer previsões sobre os conteúdos que serão estudados e, ao final das unidades, a retomar esses levantamentos iniciais, revendo os objetivos, refletindo sobre quais foram alcançados e pensando em formas de aprimorar seus conhecimentos.

As dicas e sugestões apresentadas na seção Learning strategies, no início do Livro do Estudante, também têm o objetivo de favorecer a formação de estudantes autônomos e engajados no seu próprio processo de construção do conhecimento. Por meio dessa seção, eles devem perceber as diferentes estratégias que podem ser usadas na aquisição da língua inglesa.

Trabalhos em grupo

A autonomia dos estudantes também é desenvolvida pelos trabalhos em grupo, em que há a troca real de informações e a construção conjunta de conhecimento. As atividades em grupo permitem e incentivam a interação de maneira organizada, participativa e autônoma. Isso cria uma oportunidade para que eles conversem, troquem ideias e debatam determinados assuntos. Nesse tipo de abordagem, o professor atua, mais do que nunca, como um mediador do processo de aprendizagem, exercendo um papel de apoiador. A colocação de situações permite aos estudantes um debate rico e construtivo, em que eles possam se sentir encorajados a buscar soluções, conversando com seus parceiros de grupo, além de levá-los a refletir sobre os temas, os argumentos e os contra-argumentos necessários.

Uso do dicionário

O uso do dicionário também é um importante recurso para desenvolver a autonomia dos estudantes nas aulas de língua inglesa. Por isso, é fundamental que ele seja constantemente utilizado não somente em sala, mas também nas atividades extraclasse.

Para iniciar, o professor pode levar diferentes dicionários de inglês à sala, pedir aos estudantes que providenciem os seus ou, ainda, que utilizem os smartphones para acessar um dicionário online. O primeiro passo para a utilização dessa ferramenta é a leitura de sua introdução e a análise das abreviações e símbolos utilizados.

É interessante dizer que, em muitos casos, os dicionários trazem a opção de pesquisar as palavras em português para encontrar suas traduções em inglês. Porém, é importante reforçar que os estudantes deverão buscar as definições dessas palavras de acordo com a situação de uso. Dessa forma, esse trabalho deve ser aproveitado para mostrar a eles que o dicionário não deve ser utilizado unicamente para buscar traduções, mas também conceitos, definições e usos. Usado da maneira correta, ele será fonte de pesquisa e importante ferramenta de aprendizagem.

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Ferramentas digitais de tradução

Existem inúmeras ferramentas de tradução digitais e online, como sites e aplicativos, e elas podem ser aliadas no processo de construção do conhecimento da língua inglesa se usadas adequadamente sob orientação do professor.

Muitas delas são gratuitas e podem ser exploradas nas aulas a fim de analisar suas características e de que elas contribuam para a formação dos estudantes. Além da tradução que elas fornecem, que precisa ser bem avaliada de acordo com o contexto, elas costumam apresentar a pronúncia correta das palavras, o que pode colaborar também com a habilidade oral dos estudantes. Podem ser avaliados, ainda, os aspectos positivos e negativos desses recursos e serem propostos momentos de reflexão e discussão a respeito de seu uso.

Culturas juvenis

É inegável que as constantes transformações na sociedade ocidental resvalam em âmbitos diversos da vida social, incluindo a escola. Nesse processo, os jovens se deparam com instituições de educação que nem sempre conseguem acompanhar as mudanças estabelecidas fora dos muros escolares, uma vez que se debatem entre práticas há muito enraizadas. Surge, com isso, a necessidade de adaptação frente a novas demandas, ou seja, contribuir para a construção de jovens que figuram em uma sociedade como sujeitos ativos, preparando-os não somente para o mercado de trabalho, mas também para os desafios que lhes são proporcionados, tornando-os cada vez mais independentes, levando-os a desenvolver atitudes e valores como a inovação, a criatividade, a organização e o planejamento, que lhes serão importantes como cidadãos.

Um dos pilares que deve sustentar essa manobra "está no reconhecimento de que a reflexão sobre a multiplicidade exige a consideração da identidade não como essência, mas como um campo de ação social" (BRASIL, 2013, p. 18).Desse modo, há de se compreender o que é ser jovem atualmente, ou seja, cidadãos em transformação, em sua grande maioria conectados e engajados tecnologicamente, cientes dos fatos e acontecimentos sociais e culturais que ocorrem no âmbito local e mundial, que buscam respostas diante das dúvidas e os anseios que sentem, curiosos e criativos, apreciadores da cultura local e global, entre outras características.

[...]
O mundo da cultura aparece como um espaço privilegiado de práticas, representações, símbolos e rituais, no qual os jovens buscam demarcar sua identidade juvenil. Longe dos olhares dos pais, educadores ou patrões, mas sempre tendo-os como referência, os jovens constituem culturas juvenis que lhes dão uma identidade como jovens. As culturas juvenis, como expressões simbólicas da condição juvenil, se manifestam na diversidade em que esta se constitui, ganhando visibilidade através dos mais diferentes estilos, que têm no corpo e no visual uma das suas marcas distintivas.
[...]

REIS, Juliana Batista dos; JESUS, Rodrigo Ednilson de. Marcas das culturas juvenis. In: Culturas juvenis e tecnologias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. p. 16.

Dessa forma, ao considerar essa pluralidade das identidades juvenis, tomando os jovens como sujeitos sociais com importante participação cultural dentro e fora da escola, apresentam-se, nesta obra, diversos temas que podem ampliar o repertório de conhecimento desses estudantes a fim de instigá-los a ter contato com a língua inglesa por meio de assuntos que sejam pertinentes, significativos e agradáveis a eles.

Além disso, acredita-se que, ao se tornarem competentes na língua inglesa, farão uso dela não somente enquanto estão na escola, mas também em diferentes fases da vida para seu desenvolvimento pessoal e profissional e como cidadãos participativos do meio em que vivem.

Entre os elementos que constituem as culturas juvenis, destacam-se ainda a arte, o esporte, a política e a tecnologia. Esta última tem exercido um papel significativo nas práticas cotidianas dos jovens, que encontram nas plataformas digitais um meio para expressarem sua singularidade. A esse respeito, Carrano, Damasceno e Tafakgi afirmam que:

[...]
As manifestações culturais juvenis, notadamente as que se fazem notar pelas mídias eletrônicas, podem e devem ser utilizadas como ferramentas que facilitem a interlocução e o diálogo entre os jovens, profissionais da educação e da escola, contribuindo assim para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras em comunidades de aprendizagens superadoras das tradicionais hierarquias de práticas e saberes ainda tão presentes nas instituições escolares.
[...]

CARRANO, Paulo; DAMASCENO, Patrícia A.; TAFAKGI, Cristina. "A escola tem tudo o que precisamos. O Facebook tem tudo que gostamos": estudo de caso sobre as redes sociais de internet numa escola pública de Ensino Médio. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL AS REDES EDUCATIVAS E AS TECNOLOGIAS. Transformações e subversões na atualidade, 7., p. 4. 2013, Rio de Janeiro. Comunicação... Rio de Janeiro: Uerj, 2013.

Nesse sentido, são inúmeros os benefícios que se observam ao transformar a cibercultura em uma aliada dos métodos de ensino, mas eles exigem que educadores estejam abertos a aprender os novos recursos e a se prepararem adequadamente para se tornarem mediadores nas novas configurações de ensino e aprendizagem, e não os detentores máximos do saber.

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Ainda no que se refere à inserção das culturas juvenis no contexto escolar, é possível organizar pesquisas, atividades temáticas e rodas de conversa em que os estudantes terão a oportunidade de falar sobre a relação que mantêm com tecnologias digitais, música, dança, moda e outros interesses relacionados ao seu desenvolvimento pessoal. Com base nessas práticas, o currículo escolar poderá ser planejado de modo a contemplar os temas integrantes das culturas juvenis.

A utilização da metodologia de projetos pode se revelar eficaz para trabalhar os tópicos relevantes aos jovens. Essa metodologia incentiva a autonomia dos estudantes, isto é, em vez de escutarem e reproduzirem o que foi dito, eles passam a ter voz ativa em discussões e tomadas de decisão, aprimorando suas competências críticas e argumentativas.

Posteriormente, a autonomia, em conjunto com o autoconhecimento e a autoestima – que, da mesma forma, devem ser trabalhados no contexto escolar –, auxiliará os jovens na definição de suas escolhas profissionais no "que concerne às escolhas de estilos de vida saudáveis, sustentáveis e éticos" (BRASIL, 2018, p. 463). Identificar as inspirações e as expectativas dos estudantes, bem como suas angústias e aflições no que se refere ao futuro, é imprescindível para que se inicie esse trabalho, cujo objetivo é permitir que eles aprimorem as habilidades e competências exigidas para o que almejam – por isso a importância de um ensino personalizado, que valorize as singularidades dos sujeitos envolvidos e transforme o professor em um facilitador.

Pensamento computacional

As tecnologias digitais estão presentes no dia a dia das pessoas, e os jovens constantemente têm contato direto com muito do que deriva delas, como as redes sociais e o acesso rápido às informações. Assim, em um mundo tecnológico como o atual, em que transformações têm ocorrido por conta das tecnologias computacionais, é urgente que os estudantes tenham uma formação que lhes permita desenvolver o pensamento crítico e setorizado que o Pensamento Computacional (PC) possibilita.

O PC é um processo que visa encontrar e especificar soluções para problemas, como aqueles considerados complexos, a fim de que eles sejam entendidos e as soluções sejam desenvolvidas. Segundo o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), o PC:

[...]
Refere-se à capacidade de resolver problemas a partir de conhecimentos e práticas da computação, englobando sistematizar, representar, analisar e resolver problemas. O Pensamento Computacional tem sido considerado como um dos pilares fundamentais do intelecto humano, junto à leitura, à escrita e à aritmética, visto que ele também é aplicado para descrever, explicar e modelar o universo e seus processos complexos.

CENTRO DE INOVAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Currículo de referência em tecnologia e computação. Disponível em: https://s.livro.pro/JioqZG. Acesso em: 25 jun. 2024.

Há duas formas de abordar o PC em um processo de ensino-aprendizagem: a plugada e a desplugada. A plugada, que muitas vezes não condiz com a realidade das escolas públicas brasileiras, exige o uso de softwares e diferentes aplicativos para que os estudantes possam compreender e produzir conteúdo em mídias variadas para explorar diferentes áreas do conhecimento. Já a desplugada ocorre por meio de materiais impressos, como os livros didáticos, sem o auxílio de recursos tecnológicos. Ela é usada em diversas escolas, sobretudo no componente curricular de Língua Inglesa, conforme apresentado no quadro a seguir.

Pensamento computacional e Língua Inglesa
Conceitos PC Língua Inglesa

Coleção de dados

Identificar padrões em diferentes tipos de frases e textos e pesquisar e coletar informações para discutir algum tema proposto.

Análise de dados

Representar padrões de diferentes tipos de frases e textos.

Representação de dados

Escrever rascunhos e a versão final de diferentes tipos de textos colocando em prática a língua em estudo.

Abstração

Usar metáforas, analogias e expressões idiomáticas.

Escrever uma história com diversas vertentes.

Algoritmos e procedimentos

Escrever instruções.

Paralelismo

Utilizar o corretor ortográfico.

Simulação

Encenar uma peça de teatro que contenha a língua em aprendizagem ou usar jogos para praticar o vocabulário.

Fonte: BRACKMANN, Christian Puhlmann. Desenvolvimento do pensamento computacional através de atividades desplugadas na educação básica. 2017. 244 f. Tese (Doutorado em Informática na Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias na Educação, Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://s.livro.pro/iKKky1. Acesso em: 31 jul. 2024.

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O PC apresenta quatro pilares interdependentes ao longo do processo de resolução de problemas, os quais são descritos no quadro a seguir.

Pilares interdependentes de resolução de problemas
Decomposição Reconhecimento de padrões Abstração Algoritmos

Decompor um problema em partes menores (subproblemas) para que seja mais fácil entendê-lo e resolvê-lo.

Reconhecer as etapas que são similares dentro de um mesmo problema.

Abstrair somente as informações relevantes para a solução do problema, ignorando os detalhes irrelevantes. Para isso, é necessário filtrar e classificar as informações, de forma que os detalhes irrelevantes do problema sejam ignorados.

Desenvolver um passo a passo simples ou regras para a solução do problema.

O PC vai também ao encontro das competências gerais e das competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias apresentadas na BNCC, uma vez que, ao colocá-las em prática, nas aulas de Língua Inglesa, os estudantes são instigados a exercitar a curiosidade intelectual por meio de pesquisas feitas em materiais impressos ou digitais, de leituras, interpretações e compreensão de textos de diferentes gêneros, de discussões com os colegas sobre os temas propostos, utilizando o inglês para se comunicar, de escritas de rascunhos e versão final utilizando tecnologias digitais para publicá-los, entre outras atividades.

Nesta obra, o uso do PC é incentivado tanto em sua forma plugada como em sua forma desplugada e ocorre em diferentes momentos do Livro do Estudante e das Orientações para o professor. Acontece, por exemplo, em propostas de atividades em que os estudantes precisam utilizar os bens tecnológicos para buscar informações, em inglês, sobre assuntos relacionados aos temas propostos; também em atividades em que se produz, em conjunto; em produção de infográfico; em atividades de análise, com os colegas, de produções escritas e de busca por soluções para melhorar os textos produzidos; e em atividades de compreensão auditiva cuja execução depende de escolha de estratégias para desenvolver de maneira eficaz o processo de aprendizagem da língua inglesa.

Interações sociais e saúde mental

No âmbito socioemocional, as adversidades podem se apresentar de formas distintas, por meio da dificuldade de lidar com emoções, comportamentos que indiquem falta de interação social ou problemas de convivência. Como a saúde mental não se caracteriza por sua linearidade, mas por dimensões, o professor, precisa estar continuamente vigilante. Nesse momento, é válido salientar que a escola não deve se limitar apenas a desenvolver os conteúdos curriculares regulares, como realizar atividades didáticas com maestria ou obter bom desempenho em práticas esportivas, mas também promover junto aos estudantes a capacidade de comunicar-se e relacionar-se com os colegas, ouvindo-os e praticando a empatia, de respeitar as regras do ambiente escolar, de engajamento em atividades culturais, entre outras.

Concomitantemente ao reconhecimento de habilidades, deve ocorrer a identificação de situações que podem dar indícios de questões relacionadas às interações sociais e à saúde mental e que precisam ser observadas, como bullying, cyberbullying, racismo, sexismo, homofobia, transfobia, isolamento social, maus-tratos e violências de qualquer tipo.

Em consonância com esses fatores e pautada em metodologias especializadas, é dever da comunidade escolar, incluindo funcionários que desempenham atividades técnicas e administrativas e também os próprios estudantes, manter um ambiente harmonioso e livre de conflitos, realizando ações de enfrentamento da intimidação sistemática. Nesse sentido, promover o diálogo de forma respeitosa, prezando pela comunicação não violenta, incentivar práticas colaborativas, em detrimento das competitivas, manter relações horizontais, ou seja, sem predominância de estruturas hierárquicas, e desenvolver continuamente as competências socioemocionais é essencial para que a saúde mental dos sujeitos pertencentes a esse contexto seja preservada.

Embora sejam perceptíveis em muitas ocorrências, alguns dos problemas descritos anteriormente aparecem de modo silencioso ou são negados insistentemente. Casos de bullying, por exemplo, podem acontecer sem que ninguém os testemunhe, dificultando sua constatação, uma vez que a vítima pode ser intimidada ou ameaçada se relatar o ocorrido a um terceiro. Nessas situações, canais abertos de comunicação e, novamente, atenção às mudanças comportamentais, ainda que sutis, são capazes de reverter esse cenário. Além disso, projetos paralelos em que são discutidas questões como relações humanas, diversidade e construção da identidade na juventude demonstram eficácia no combate a essas questões.

Uma vez que as consequências do bullying extrapolam o ambiente onde ele foi praticado, as medidas preventivas devem se estender para outros contextos também. Tanto a instituição familiar quanto a escolar são essenciais para detectar e impedir que a violência aconteça e, por isso, devem agir em conjunto visando à superação dessa e de toda forma de violência.

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Cabe ressaltar que as medidas tomadas em relação a esse problema não objetivam punir o agressor, mas oferecer-lhe assistência. Apesar dos mecanismos que possibilitam a resolução, ainda que lenta e gradual, dessas questões, alguns casos podem se revelar mais graves, exigindo que se busque ajuda especializada. Nesse contexto, o professor tem muito a contribuir no combate a esses tipos de violência, desenvolvendo atividades, abordagens e campanhas contra o bullying.

Sugestões de práticas para a promoção da boa convivência

1. Nos primeiros dias de aula, promova momentos para combinar práticas de cuidados ao se relacionar com as pessoas, como:

  • pensar no que se quer falar a fim de ter certeza de que não ofenderá ou magoará alguém;
  • não se deixar levar pelas emoções;
  • conversar fazendo uso de palavras positivas, sem prepotência, coação ou agressividade;
  • resolver conflitos por meio do diálogo respeitoso;
  • não fazer julgamentos ou comparações entre as pessoas;
  • respeitar o próximo e a si mesmo;
  • apoiar suas atitudes em comportamentos éticos, democráticos e inclusivos;
  • não guardar mágoas e ressentimentos;
  • assumir o que fala e suas atitudes;
  • desenvolver competências socioemocionais, como empatia, respeito, responsabilidade, foco, persistência e autoconfiança;
  • valorizar e promover o desenvolvimento da autoestima.

2. Em parceria com um profissional especializado, promova momentos para conversarem, por exemplo, sobre:

  • a importância da empatia nos ambientes digitais;
  • o respeito à intimidade de cada um;
  • a importância de assumir a responsabilidade pelo que diz e faz;
  • o desenvolvimento da autoestima;
  • a importância de denunciar atos de violência e discriminação de qualquer tipo;
  • o combate aos estereótipos, à violência sexual, à intolerância religiosa, ao racismo, à xenofobia, ao discurso de ódio, ao cancelamento digital, entre outros.

3. Proponha rodas de conversa mediadas reflexivas, por meio de diálogos respeitosos, abordando temáticas sensíveis de nossa sociedade, como desigualdade de gênero, violência contra a mulher, homofobia, transfobia e racismo.

4. Promova atividades culturais relacionadas a diferentes matrizes étnico-culturais. Abordagens que utilizam a linguagem artístico-literária permitem um trabalho prático com essas temáticas e colaboram no contato com o outro.

5. Viabilize a realização de palestras e seminários ministrados por pessoas especialistas e capacitadas para falar dos assuntos sensíveis que fazem parte do cotidiano dos estudantes.

6. Realize dinâmicas que objetivam expor sentimentos e emoções. Esse tipo de atividade deve ser bem orientado e conduzido para não causar desconforto e constrangimento aos estudantes.

7. Proponha a produção e divulgação de autobiografias que evidenciem a diversidade e as características pessoais dos estudantes a fim de valorizar as diferenças de perfis.

8. Assista a filmes e documentários com os estudantes para refletir e conversar sobre assuntos sociais importantes relacionados à saúde emocional e ao campo da convivência.

9. Realize a inserção de estudantes em situação de itinerância (povos ciganos, circenses, migrantes, imigrantes ou em trânsito) ao ambiente escolar por meio de momentos de conversa e trocas de experiências, como forma de promover a inclusão e o acolhimento deles e consequentemente ampliar o universo dos demais estudantes.

10. Analise e discuta textos pré-selecionados (artigo de opinião, reportagem, notícia) sobre assuntos que envolvam saúde mental e convivência.

Abordagens como essas podem auxiliar na percepção de situações problemáticas e podem proporcionar suporte aos estudantes, evitando que possíveis episódios de discriminação ou violência ocorram. Nesta obra, nas unidades 1 e 3 e na seção Connections with da unidade 6, por exemplo, há momentos que podem ser apropriados para praticar o diálogo e a resolução de conflitos, combater preconceitos e oportunizar o aprofundamento de discussões a fim de que os estudantes se posicionem diante de temas importantes, desenvolvendo a empatia e o respeito ao próximo.

Análise, inferência e argumentação

As capacidades de análise, de inferência e de argumentação são indispensáveis para que os estudantes saibam reconhecer quando argumentos com os quais se deparam são válidos ou não, possibilitando que estejam aptos para a vida prática cotidiana e para as etapas seguintes de sua formação educacional e profissional. Análise, inferência e argumentação são componentes de um processo contínuo de práticas essenciais para a interação social e para que os estudantes exerçam plenamente sua cidadania, e é no Ensino Médio que eles devem consolidar essas capacidades a fim de se posicionarem com segurança sobre as mais diversas questões.

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A capacidade de análise está mais fortemente relacionada à propriedade de inferência, que é um processo por meio do qual o leitor chega a uma conclusão com base em uma ou mais premissas. A inferência pode ser feita com base em pistas fornecidas no próprio texto e, uma vez obtidas as pistas, deve-se confrontá-las com aspectos conhecidos da realidade. Assim, por meio de diversos mecanismos de raciocínio são estabelecidas relações baseadas em um indício para se chegar às devidas conclusões.

[...]
Na leitura de um texto, o resultado da compreensão depende da qualidade das inferências geradas. Os textos possuem informações explícitas e implícitas; existem sempre lacunas a serem preenchidas. O leitor infere ao associar as informações explícitas aos seus conhecimentos prévios e, a partir daí, gera sentido para o que está, de algum modo, informado pelo texto ou através dele. A informação fornecida direta ou indiretamente é uma pista que ativa uma operação de construção de sentido. Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a inferência não está no texto, mas na leitura, e vai sendo construída à medida que leitores vão interagindo com a escrita.
[...]

DELL'ISOLA, Regina L. Péret. Inferência na leitura. Glossário Ceale. Disponível em: https://s.livro.pro/wtyx1f. Acesso em: 18 abr. 2024.

Desse modo, em uma leitura inferencial, o leitor lê algo, recorre a pistas que o próprio texto fornece e aos seus conhecimentos prévios em um processo contínuo. Com isso, ele interpreta as informações implícitas e, por fim, compreende ou faz novos questionamentos a respeito do que foi lido.

A argumentação, por sua vez, trata-se de uma organização discursiva que, em meio às suas principais características, tem a negociação de argumentos favoráveis e desfavoráveis a determinada perspectiva, tendo o objetivo de chegar a uma conclusão. Sendo assim, seja oralmente ou por escrito, a argumentação tem em vista convencer o interlocutor, defendendo ou refutando um posicionamento. No ambiente escolar, as atividades de argumentação podem ser orais e escritas e devem ser abordadas conforme os diferentes perfis dos estudantes.

No decorrer do processo, é necessário levá-los a desenvolver a percepção de argumentos falaciosos, que podem prejudicar o raciocínio e o entendimento dos textos. Falácias são erros de raciocínio que ocorrem em argumentos, tornando-os inválidos ou enganosos. Elas podem parecer convincentes à primeira vista, mas não resistem a uma análise lógica mais cuidadosa, não se sustentando como verdade. Uma falácia pode ser usada de modo proposital ou não, conforme as emoções de quem por elas se deixa influenciar. Existem diversos tipos de falácias, e entender mais sobre elas é importante para desenvolver um pensamento crítico, reconhecer argumentos inválidos em discussões e debates, de modo a estar preparado para não ser convencido por elas e ser mais assertivo ao escrever um texto argumentativo, por exemplo.

Na sequência, elencamos algumas possibilidades de ações que aprimoram a leitura inferencial, a argumentação e a identificação de falácias nas práticas escolares.

  • Para aprimorar a capacidade de inferir, nos momentos de prática de leitura de notícia, reportagem, tirinha, gráfico, tabela, entre outros gêneros, oriente os estudantes a fazer uma leitura silenciosa ou em voz alta, que pode ser individual, em duplas ou em grupos. Durante essas leituras, instrua-os a questionar aspectos como: "Eu já me deparei com esse tema alguma vez?"; "O que significa tal palavra nesse contexto?"; "O que levou o autor do texto a se posicionar dessa maneira?".
  • Para aprimorar a capacidade de argumentar oralmente, proporcione aos estudantes o contato com textos de múltiplos temas de interesse deles, buscando abranger a diversidade em sala de aula e as diferenças de perfis. Para tornar o aprendizado mais significativo, possibilite que eles façam a escolha de um dos temas apresentados, pesquisem e leiam sobre ele, procurando fontes confiáveis de informação. Oriente-os a analisar os textos com a percepção de como o autor defende suas ideias, enfatizando os argumentos que julgam mais importantes e por que concordam com eles ou discordam deles. Depois dessa primeira análise, promova um debate para que eles exponham seus argumentos acerca do tema em questão. É imprescindível que eles prezem pela clareza e pela coerência em suas colocações orais.
  • Com base em um primeiro exercício oral, que pode ser o debate sugerido anteriormente, proponha uma prática de produção escrita. Nessa produção, oriente os estudantes a expor o tema escolhido por eles, desenvolver seus argumentos e compor uma conclusão. Após a produção do texto, é importante corrigi-los, averiguando a estrutura e a organização dos parágrafos, a coesão, a coerência e a consistência dos argumentos.
  • Para que os estudantes desenvolvam a habilidade de identificar falácias, aborde práticas que os incentivem a ter atenção nos momentos de leitura ou de escuta de todo tipo de informação, de modo que avaliem os argumentos e façam uma análise crítica capaz de questionar o que foi apresentado, evitando-se construir ou reproduzir falácias.

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Enfatizamos a importância de adaptar tais sugestões conforme os perfis dos estudantes e a demanda que se observa na sala de aula, como estudantes com deficiências ou transtornos, a fim de que não haja qualquer tipo de exclusão. Vale ressaltar que, nesta obra, outras sugestões para desenvolver a capacidade de análise, compreensão e argumentação são apresentadas ao longo dos comentários para o professor.

Recursos didáticos

Alguns recursos didáticos podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Confira as sugestões a seguir.

Tecnologias digitais da informação e comunicação

As tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) marcam presença em várias áreas sociais e econômicas e alteram a noção de tempo e espaço. Essas tecnologias possibilitam o processamento de qualquer tipo de informação e comunicação em tempo real, mesmo entre pessoas geograficamente distantes.

A televisão, os filmes, as projeções e os banners estão presentes nas salas de aula há anos, sendo utilizados para apresentar ou complementar o conteúdo. Ao ampliar a gama de ferramentas disponíveis para o trabalho do professor, a presença das TDIC permitiu o letramento multimodal e o multiletramento, facilitando o acesso dos estudantes a diversos gêneros multimodais. Isso dinamiza o processo de ensino-aprendizagem e possibilita o desenvolvimento de habilidades e competências de forma mais significativa e abrangente.

A escola deve se mobilizar para reduzir desigualdades entre os estudantes de diferentes perfis, transformando a tecnologia em uma aliada do processo de ensino-aprendizagem. Isso ajudará a encurtar as distâncias entre os que têm mais acesso e os que não têm, promovendo cidadãos mais críticos, reflexivos e participativos.

[...]
A tecnologia em rede e móvel e as competências digitais são componentes fundamentais de uma educação plena. Um aluno não conectado e sem domínio digital perde importantes chances de se informar, de acessar materiais muito ricos disponíveis, de se comunicar, de se tornar visível para os demais, de publicar suas ideias e de aumentar sua empregabilidade futura.
[...]

MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- -prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 11.

No papel de formadora, a escola deve estar atenta à realidade socioeconômica dos estudantes e o local em que vivem para lidar com esse problema. Isso pode ser feito verificando os tipos de tecnologias que eles usam diariamente para acessar a internet ou estudar; como utilizam a telefonia móvel; como assistem a filmes (no cinema, pela televisão aberta ou por plataformas de streaming); e como ouvem músicas (pelo smartphone, pela internet ou utilizando serviços de streaming de música).

Com base no conhecimento sobre a realidade dos estudantes e suas origens, o professor pode escolher como usar as TDIC não apenas em sala de aula, mas também fora dela, ajudando-os a descobrir o que pode despertar seu interesse e ajustando o ensino às suas necessidades. Isso permite que eles se tornem cada vez mais envolvidos, criativos e autônomos na escola. Ao utilizar abordagens diversificadas e contextualizadas, o professor promove a formação integral dos estudantes, desenvolvendo suas habilidades cognitivas e atitudes e valores, como empatia e cooperação.

Diante de tantos recursos disponíveis, o papel do professor como orientador é crucial para ajudar os estudantes a fazer uso adequado das TDIC. Isso pode ser feito orientando-os na escolha de informações confiáveis para pesquisar na internet, recomendando filmes, séries e documentários que possibilitem o contato com a língua inglesa fora da sala de aula e fornecendo sites educacionais que possam complementar seu aprendizado.

Nesta obra, na seção Going further do Livro do Estudante, são recomendados filmes, sites e documentários, entre outros recursos, para que os estudantes possam fazer escolhas independentes e complementar seu aprendizado de inglês.

A busca por informações na internet

A internet é uma das ferramentas tecnológicas mais acessíveis para professores e estudantes. Quando usada como recurso educacional, pode servir como uma fonte inesgotável de pesquisa em sala de aula e em casa. Ela possibilita aos estudantes expandir seus horizontes culturais e geográficos, oferecendo a oportunidade de acessar a língua em estudo por meio da leitura de jornais e revistas internacionais online, explorar obras literárias, conhecer escritores de outros países, assistir a programas de TV estrangeiros, ler blogs sobre diversos temas e visitar virtualmente museus e bibliotecas ao redor do mundo.

Explique aos estudantes que existem duas maneiras de fazer pesquisas: procurando um assunto dentro de um domínio específico, por exemplo, acessando sites de revistas e jornais; ou, quando não conhecem sites relacionados ao tema, utilizando um mecanismo de busca. No último caso, é necessário analisar os resultados, pesquisar sobre os autores, fontes bibliográficas e temas relacionados para obter uma compreensão mais profunda do assunto. Em seguida, a pesquisa deve ser repetida usando palavras-chave mais adequadas. Esse processo desenvolve o pensamento crítico e a capacidade de argumentação dos estudantes.

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É importante que eles estejam atentos a casos de plágio, pois a facilidade de acesso à internet pode levar à apropriação indevida de dados ou à cópia não autorizada de conteúdo. Instrua-os sobre as questões éticas relacionadas ao uso da internet, leis de direitos autorais e as consequências da apropriação de obras e conteúdo de outros autores. É fundamental que os estudantes usem suas próprias palavras e ideias ao escrever trabalhos escolares, mesmo que baseados em textos de terceiros. Isso ajudará a aumentar seu vocabulário, melhorar suas habilidades de leitura e torná-los cidadãos mais responsáveis e conscientes do uso adequado das informações.

Televisão e cinema

Usar programas de televisão internacionais (noticiários, entrevistas, programas esportivos, de humor, reality shows etc.) e filmes para ensinar inglês pode ser uma tarefa divertida e enriquecedora. Essa abordagem permite discutir ou apresentar temas sociais e culturais pertinentes aos estudantes, introduzir novos conteúdos (vocabulário, gírias, expressões cotidianas etc.) e consolidar o que os estudantes já sabem. Por meio dessa prática, desenvolve-se também o pensamento científico, ao incentivar a curiosidade e a investigação.

Graças à abundância de programas e filmes de diversos países onde o inglês é a língua oficial, tanto professores quanto estudantes podem utilizar a língua de forma independente fora da sala de aula. Além disso, essa prática pode ser feita em grupo, proporcionando a troca de ideias, informações e experiências. Isso significa que todos têm um papel relevante no processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais dinâmico e colaborativo. Esse pluralismo de ideias enriquece o ambiente educacional e fomenta a autonomia de pensamento.

Jornais e revistas

A leitura de jornais e revistas otimiza o trabalho em sala de aula porque, além de desenvolver a habilidade de leitura e o vocabulário da língua em estudo, essas formas de comunicação são importantes fontes de informação, registros de opiniões, fatos históricos, descobertas científicas e conflitos políticos e econômicos. Portanto, essas publicações podem ajudar a formar os estudantes como cidadãos críticos e reflexivos.

Ao longo desta obra, são propostos trabalhos de leitura e interpretação com vários textos veiculados nesses meios de comunicação. Isso permite aos estudantes que adquiram conhecimento da língua inglesa e possam usá-la para produzir opiniões e discursos. Além disso, ao trabalharem com esses textos, eles podem desenvolver a habilidade de inferência, analisando contextos e subtextos para uma compreensão mais profunda.

Muitas matérias publicadas carecem do rigor científico necessário e usam tons apelativos para chamar a atenção do leitor, destoando da realidade. Isso significa que as informações construídas por meio desses veículos de comunicação podem ser preocupantes do ponto de vista educacional. Portanto, o trabalho extraclasse e as pesquisas realizadas com esse material em sala de aula devem ser feitos com cuidado.

A sala de aula deve formar leitores críticos e que se interessem por avaliar a veracidade das informações antes de compartilhá-las com amigos e familiares ou utilizá-las em seus trabalhos escolares. Portanto, é fundamental que eles sejam constantemente instruídos a verificar as datas de publicação dos textos, os autores, se as manchetes estão de acordo com as informações divulgadas e, no caso de textos publicados na internet, se as imagens que os acompanham não foram manipuladas. Apresente aos estudantes algumas agências de checagem de fatos, que podem ser consultadas para a verificação da veracidade das informações.

Tecnologias assistivas

Para proporcionar a inclusão de estudantes com deficiência, de acordo com o perfil da turma, procure disponibilizar e utilizar durante o ano letivo as tecnologias assistivas, como os recursos acessíveis dos aplicativos, computadores, tablets, smartphones e os materiais grafotáteis necessários para o aprendizado dos conteúdos desenvolvidos no volume.

Avaliação

A avaliação é um importante instrumento de verificação das aprendizagens dos estudantes e também do processo de ensino, do método didático-pedagógico do professor. Ela deve ser considerada fundamental em um projeto pedagógico e deve ter suas intenções e finalidades bem estabelecidas. Nesse ponto de vista, a avaliação permite uma análise do processo de ensino-aprendizagem e passa a ser uma maneira de verificar se o método didático-pedagógico do professor é eficaz.

Entendemos a avaliação como um diálogo contínuo entre professor e estudante e como uma resposta concreta à prática do professor e ao processo de ensino-aprendizagem, desde que elaborada em concordância com o conteúdo desenvolvido. Deve, portanto, estar claro para o professor que a avaliação, além de um processo contínuo que não se restringe a resultados, diagnostica os reais problemas na aprendizagem e colabora para a evolução dos estudantes.

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Segundo Bonesi e Souza (2006, p. 134), a avaliação é definida como "o ato por meio do qual A e B avaliam juntos a prática implementada, as aprendizagens efetivadas, as conquistas erigidas, o desenvolvimento conquistado, os obstáculos encontrados ou os erros e equívocos porventura cometidos. Daí seu caráter dialógico".

É fundamental lembrar que o processo de avaliação não pode ser limitado a momentos específicos. Por meio de monitoramento contínuo e plural, o diagnóstico e a análise do desenvolvimento dos estudantes devem ser promovidos e incorporados às atividades diárias da sala de aula. Dessa forma, a avaliação pode ser utilizada como uma atividade formativa em que ambos, professor e estudantes, possam refletir sobre os conteúdos apresentados, sobre as práticas de ensino aplicadas, ou seja, pode ser utilizada como uma ferramenta a serviço do conhecimento.

Em uma aprendizagem heterogênea, não linear, a prática de avaliação formativa pode ser uma alternativa para o professor, que considera o processo de aprendizagem tão importante quanto aquilo que se aprende. Assim, a prática pedagógica se torna reflexiva e transformadora, uma vez que exige dos professores uma postura ativa sobre as dificuldades dos estudantes.

Para evitar que a avaliação se torne um meio de exclusão, ela não deve ser baseada apenas em conceitos de eficiência e classificação. Sendo assim, o processo de avaliação deve ser contínuo, de modo que o diagnóstico e a análise do desenvolvimento dos estudantes sejam incorporados às atividades diárias da sala de aula. A avaliação é o espaço ideal para a mediação entre as alternativas de ensino do professor e os percursos de aprendizagem dos estudantes. Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu caráter punitivo e excludente e passa a avaliar os estudantes de maneira formativa e continuada.

As avaliações devem ser elaboradas de maneira reflexiva e contextualizada, com estruturas variadas. Além dos momentos de testes e provas, elas podem ser feitas em momentos de trabalhos em grupo, debates, seminários, atividades práticas, objetivas e dissertativas, registros escritos e orais, entre outros, desenvolvendo o pensamento crítico, o pluralismo de ideias, a argumentação e a inferência dos estudantes.

É importante informar aos estudantes quais critérios estão sendo avaliados e discuti-los para que eles possam participar plenamente do processo. Isso é necessário para que as avaliações ajudem a identificar avanços, defasagens na aprendizagem e possíveis deficiências pedagógicas.

Há diferentes modelos avaliativos que podem ser utilizados para avaliar tanto o trabalho do professor quanto a aprendizagem dos estudantes, como os modelos diagnóstico, formativo, somativo, comparativo e ipsativo. Essas avaliações devem ser preparadas com cuidado e os resultados devem ser esclarecidos aos estudantes. Uma revisão de suas atividades pode ser feita com eles para que possam avaliar seus erros e acertos e descobrir como podem avançar em suas aprendizagens. Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu caráter punitivo e excludente e passa a avaliar os estudantes de maneira formativa e continuada. Desse modo, eles tendem a se sentirem parte do processo de aprendizagem, além de possibilitar ao professor rever sua prática pedagógica no processo de ensino.

A seguir, apresentamos mais informações sobre esses modelos de avaliações.

Avaliação diagnóstica

Essa modalidade de avaliação deve ser feita no início de um período de instrução, como o ano letivo ou uma nova unidade de trabalho. Por meio dela, é possível identificar o conhecimento dos estudantes em relação ao que será estudado, auxiliando o professor a compreender as necessidades individuais de cada um, detectar possíveis lacunas de aprendizagem e fornecer informações que ajudem a planejar e adaptar o ensino de forma eficaz. Desse modo, a avaliação diagnóstica assume uma perspectiva investigativa e pode ser aplicada para aprofundar o entendimento dos aspectos socioculturais dos estudantes, como história de vida, interesses e concepção de mundo, além de averiguar habilidades e competências fundamentais para avançar na aquisição de novos conhecimentos.

O uso de diferentes métodos de avaliação diagnóstica, tanto individuais quanto coletivos, é crucial, pois permite uma investigação mais profunda sobre os conhecimentos dos estudantes. Entre os métodos possíveis estão entrevistas com os estudantes, debates, análise conjunta de imagens, leitura e interpretação de diversos tipos de texto, dinâmicas, criação de textos e aplicação de questionários com variados formatos e graus de dificuldade.

Após as avaliações diagnósticas, é necessário analisar os resultados a fim de discutir possíveis soluções para corrigir deficiências e aprimorar o planejamento, tornando-o mais alinhado à realidade da turma. Assim, o planejamento feito com base na interpretação dos resultados deve incluir tópicos relacionados aos interesses e à realidade dos estudantes, além de metodologias diversas e conteúdos em relação aos quais eles apresentam maior defasagem. Essas avaliações também ajudam na análise individual, identificando os estudantes que precisam de maior assistência. Isso permite observar diferentes perfis e considerar várias maneiras de ajudá-los a atingir seus objetivos de aprendizagem.

A seção Warming up traz atividades que possibilitam diagnosticar o conhecimento que os estudantes construíram na etapa do Ensino Fundamental. As páginas de abertura desta obra também são boas opções para realizar um diagnóstico da classe, pois incentivam a reflexão e permitem aos estudantes utilizar seus conhecimentos prévios.

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Avaliação formativa

Esse modelo de avaliação aborda os aspectos essenciais para a formação integral dos estudantes e deve ser aplicado no decorrer de todo o ano letivo, considerando tanto os conhecimentos adquiridos quanto o processo de aprendizagem.

As situações de aprendizagem devem ser usadas como ferramentas para avaliar se os objetivos educacionais estão sendo alcançados e para refletir sobre as melhorias necessárias no processo de ensino-aprendizagem, além de identificar se intervenções individuais são necessárias. Atividades como rodas de conversa, debates, seminários, desenvolvimento de projetos ao longo do ano letivo, correção de tarefas com feedback, resolução de problemas e atividades, são exemplos de práticas que permitem ao professor observar as habilidades e competências desenvolvidas pelos estudantes.

O Livro do Estudante oferece uma variedade de atividades que podem ser utilizadas como instrumentos de avaliação formativa. Dependendo dos objetivos de planejamento das aulas, a seção Summing up pode ser utilizada tanto como avaliação formativa quanto somativa. Já na parte específica deste manual, o boxe Sugestão de avaliação traz opções de momentos e métodos para auxiliar na avaliação formativa, ideais para refletir sobre a prática pedagógica e ajustar os planejamentos, se necessário.

Avaliação somativa

Esse modelo de avaliação tem como objetivo atribuir notas e conceitos aos estudantes e deve ocorrer, de preferência, ao final do estudo de uma unidade. Ela complementa a avaliação formativa e evidencia os resultados obtidos. Portanto, reflete o trabalho realizado anteriormente e fornece uma visão geral do processo de ensino-aprendizagem e uma reflexão final para que o professor possa definir o que precisa ser repensado e melhorado. Quando há uma discrepância significativa entre os resultados da avaliação formativa e da somativa, é crucial analisar esses casos para entender o que ocorreu e encontrar possíveis soluções. Nesta obra, a seções Getting ready for exams e Summing up podem ser aplicadas como avaliação somativa conforme a abordagem do professor.

Avaliação comparativa

A avaliação comparativa é um instrumento pedagógico usado para medir o desempenho dos estudantes em relação a padrões, critérios, grupos ou normas. Seu objetivo é verificar o nível de aprendizagem dos aprendizes para realizar um comparativo, que pode ser entre estudantes, escolas ou redes regionais e nacionais.

Esses padrões podem ser definidos por currículos nacionais, estaduais ou escolares, e os critérios podem incluir expectativas específicas de desempenho. As comparações são feitas em relação à média de desempenho de um grupo ou normas estabelecidas por estudos anteriores ou testes nacionais e internacionais.

Os métodos de avaliação comparativa incluem testes rápidos, relatórios e exames de larga escala, como o Enem. Esses métodos fornecem uma gama de ferramentas para monitorar e comparar o progresso dos estudantes. Os dados obtidos por meio dessas avaliações auxiliam no desenvolvimento de novas propostas de políticas educacionais. Nesta obra, durante os tópicos da seção Summing up é possível propor atividades de avaliação comparativa, conforme orientações para o professor, para avaliar o desempenho dos estudantes.

Avaliação ipsativa

Trata-se de uma ferramenta de educação que se concentra no progresso individual do estudante ao longo do tempo, fazendo comparações entre seu desempenho atual e seu desempenho anterior. Ao contrário do que ocorre em outros tipos de avaliação, que comparam desempenhos entre os estudantes, na avaliação ipsativa o estudante é comparado a si mesmo, observando seu próprio crescimento e desenvolvimento, levando em consideração fatores como esforço, contexto de trabalho e progresso pessoal.

Os estudantes podem avaliar a progressão pessoal por meio de portfólios com trabalhos coletados ao longo do tempo, de diários de aprendizagem, com registros de atividades, e de feedbacks individualizados. Outra maneira de avaliar o progresso das habilidades é por meio de autoavaliações e testes realizados no início e no final de um período, que ajudam a determinar o ponto de partida de cada estudante e a evolução alcançada ao longo do tempo.

Esse tipo de avaliação oferece informações valiosas sobre o desenvolvimento de cada estudante; responde a perguntas sobre o que ele sabe, faz e é capaz; contribui para o desenvolvimento das aprendizagens; e ajuda-os a superar dificuldades e a aprimorar habilidades. Considere que seus resultados devem ser usados para adaptar o ensino, e não para classificar os estudantes.

Exames de larga escala

Além dos diferentes modelos de avaliação, é importante levar em consideração a preparação dos estudantes para exames de larga escala, como os vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que avalia o desempenho escolar dos estudantes ao final do Ensino Médio e, em certos casos, serve como critério de seleção para ingresso em instituições de ensino superior. Sendo assim, é importante fornecer, no decorrer do Ensino Médio, instruções sobre como eles funcionam e resolver questões de edições anteriores desses exames para auxiliar os estudantes a se familiarizarem com a estrutura das questões, que geralmente apresentam um texto-base contextualizado temas reais e atuais e são, muitas vezes, interdisciplinares.

Promover simulados desses exames em sala de aula, além de ser uma forma de preparar os estudantes para as provas reais, pode ser uma boa oportunidade de revisar e avaliar alguns processos e conteúdos e discutir as questões analisando-as. Essas práticas promovem, ainda, o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para a formação integral, incluindo a capacidade de aplicar informações científicas em diferentes contextos e a compreensão da dinâmica de algumas relações sociais.

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Na seção Getting ready for exams, esta obra apresenta uma variedade de questões que já foram aplicadas em edições anteriores desses exames. O objetivo é preparar os estudantes do Ensino Médio para esses exames e, consequentemente, para seu ingresso em cursos superiores. Além dessas questões, esta obra inclui questões inéditas e tarefas contextualizadas que abordam temas interdisciplinares e reais.

A autoavaliação

A autoavaliação tem papel fundamental na democratização da avaliação. A utilização dessa ferramenta possibilita tanto a estudantes quanto a professores avaliarem seu desempenho em sala de aula. Por isso, recomenda-se que o professor reflita sobre o uso constante dessa prática.

[...] Mas não é tarefa simples. Para tal, ele precisará ajustar suas perguntas e desafios às possibilidades de cada um, às etapas do processo em que se encontra, priorizando uns e outros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quando falar, refletindo sobre o seu papel frente à possível vulnerabilidade do aprendiz. Nesse sentido, o caráter intuitivo e ético do educador faz-se fortemente presente, porque ele precisará promover tal reflexão a partir do papel que lhe cumpre e da forma de relacionamento que deseja estabelecer com seus alunos.
[...]

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. 15. ed. Porto Alegre: Mediação, 2014. p. 60-61.

Ao desafiar os estudantes, o professor também passa a refletir sobre a sua atuação nos processos didáticos, adequando-se às necessidades do dia a dia em sala de aula e tomando consciência de seu papel diante dos desafios do processo de ensino-aprendizagem.

Nesta obra, há uma proposta de autoavaliação ao final de cada unidade. Na seção Summing up, os estudantes têm a oportunidade de refletir sobre o que estudaram, avaliando o que precisam estudar mais e identificando e corrigindo os próprios erros. É importante que todo o trabalho realizado nesse momento seja seguido de um feedback, tanto dos estudantes em relação ao professor, dizendo o que acham que precisam aprender melhor, por exemplo, quanto do professor em relação aos estudantes, apresentando-lhes estratégias para dar continuidade ao estudo de determinado tópico, trazendo atividades para serem realizadas em sala de aula ou em casa, propondo pesquisas individuais ou em grupos sobre os assuntos que precisam ser mais aprofundados, entre outras abordagens. Desse modo, essa seção proporciona, além da autoavaliação dos estudantes, a reflexão do professor sobre o que precisa ser feito para orientá-los a superar possíveis dificuldades e atingir os objetivos de aprendizagem, incluindo possível redirecionamento de sua estratégia didática.

A seguir, sugerimos algumas perguntas para autoavaliação que podem ser utilizadas pelos estudantes em diferentes momentos.

  • Quais foram os principais conceitos que aprendi nesta unidade?
  • Quais dificuldades encontrei e como as superei?
  • Em que áreas acredito que ainda preciso melhorar?
  • Que estratégias posso usar para continuar avançando no meu aprendizado?
  • Que feedback recebi dos meus colegas e professores e como posso usá-lo para melhorar?
  • Como apliquei os conceitos construídos em atividades práticas ou discussões?
  • O que aprendi com meus colegas e professores?
  • Quais são minhas metas de aprendizagem para a próxima unidade?

É importante enfatizar que as avaliações devem levar em conta o conteúdo estudado em sala de aula para que sejam não somente reflexivas, mas contextualizadas, além de considerar os processos de aprendizagem mais adequados para os diferentes perfis de estudantes. A fim de atingir esses objetivos, as avaliações precisam conter atividades variadas, além de testes e provas. Essas atividades devem permitir que os estudantes expressem seus conhecimentos de várias maneiras, como trabalhos em grupo, debates, seminários, atividades práticas, objetivas e dissertativas e registros escritos e orais. Abordagens diversificadas são essenciais para o desenvolvimento de habilidades e competências, como o pensamento crítico, a argumentação, a inferência e a investigação científica. Essas práticas e vivências também ajudam a promover a autonomia de pensamento e o pluralismo de ideias, além de fortalecer atitudes e valores como a empatia e a cooperação.

Nos momentos de avaliação, o professor pode utilizar fichas para organizar, visualizar e monitorar o desenvolvimento individual e contínuo dos estudantes. O modelo apresentado a seguir é um exemplo de como se pode acompanhar o desenvolvimento deles. Ele pode ser adaptado de acordo com as necessidades de cada turma e escola, ou seja, considerando o contexto em que os estudantes estão inseridos. Nessa ficha, poderão ser elencados os objetivos de aprendizagem que se pretendem alcançar ao longo do processo de aprendizagem ou em cada unidade, além das habilidades e das competências gerais e específicas da BNCC almejados por meio dos conteúdos propostos. O campo de observações relacionadas à avaliação diagnóstica inicial e individual é importante, pois auxiliará no momento do planejamento dos conteúdos, uma vez que será possível considerar as dificuldades e facilidades de cada estudante. Os pontos de atenção relacionados nesse espaço devem ser revisitados ao longo do ano letivo a fim de verificar como o estudante está se desenvolvendo.

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FICHA DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL

Nome do estudante:

Turma:

Componente curricular:

Ano:

AVALIAÇÃO ANUAL - OBJETIVOS/HABILIDADES/COMPETÊNCIAS AVALIADAS
OBJETIVOS / HABILIDADES / COMPETÊNCIAS 1º BIMESTRE  2º BIMESTRE  3º BIMESTRE  4º BIMESTRE 

Usar adjetivos para falar sobre caraterísticas de personalidade.

Debater sobre o uso do inglês como língua global.

Competência Geral 8: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Competência Específica 2 da área de Linguagens e suas Tecnologias: Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

(EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua de comunicação global, levando em conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo contemporâneo.

Observações da avaliação diagnóstica inicial: 

LEGENDA

S= SIM

N= NÃO

ED= EM DESENVOLVIMENTO

A BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que estabelece normas que organizam e orientam as aprendizagens fundamentais a serem desenvolvidas pelos estudantes, neste caso, do Ensino Médio, e está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional da Educação, tornando-a obrigatória nos currículos das instituições públicas e privadas do Brasil. O principal objetivo dessa política pública é estabelecer uma base norteadora para o ensino no país, considerando as demandas dos estudantes para prepará-los para o futuro, diminuindo desigualdades e proporcionando direitos iguais de aprendizagem.

Sendo um documento que tem como proposta orientar o currículo escolar brasileiro, a BNCC define que, ao longo da Educação Básica (incluindo, dessa forma, a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio), os estudantes devem ter assegurado o desenvolvimento de dez competências gerais, que se unificam, no âmbito pedagógico, nos direitos de aprendizagem, desenvolvimento e na formação de atitudes e valores dos aprendizes.

Dessa forma, essas competências são delineadas pela BNCC como mobilização de conhecimentos, em que estão inseridos os conceitos e procedimentos; as habilidades, denominadas pelas práticas cognitivas e socioemocionais; além das atitudes e dos valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Os estudantes devem desenvolver as competências gerais ao longo de toda a Educação Básica e as competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias ao longo de todo o Ensino Médio. Dessa forma, entende-se que o desenvolvimento de tais competências é progressivo, acontecendo no decorrer da vida escolar deles, visto que tais competências apresentam diferentes graus de complexidade e amplitude, que devem ser considerados no processo de ensino e aprendizagem. Assim, ao final do Ensino Médio, espera-se que os estudantes as tenham desenvolvido em sua totalidade, posto que, durante os anos, aprofundem seus conhecimentos e desenvolvam essas competências de forma gradual, até que consigam desenvolvê-las em sua plenitude na etapa do Ensino Médio. Nesse cenário, o papel do professor é avaliar suas turmas e adaptar tais prescrições de acordo com o nível de cada uma, fazendo ajustes em seu planejamento conforme a demanda.

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Confira as competências gerais da BNCC, apresentadas a seguir.

[...]
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
[...]

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 9-10. Disponível em: https://s.livro.pro/vn1yl5. Acesso em: 14 ago. 2024.

O Ensino Médio deve continuar a formação dos estudantes, ampliando os conhecimentos construídos no Ensino Fundamental e preparando-os para os desafios que encontrarão em sua trajetória pessoal e profissional. Nessa etapa da aprendizagem, eles têm as aulas regulares de componentes curriculares ligados à formação geral básica e as opções de itinerários formativos, ou seja, um conjunto de disciplinas, projetos e oficinas, entre os quais poderão escolher uma determinada área com que se identifiquem a fim de aprofundar os conhecimentos da área de: Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; além da formação técnica e profissional (FTP). A área de Linguagens e suas Tecnologias busca consolidar e ampliar as aprendizagens previstas pela BNCC nos componentes Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa, a fim de garantir os direitos linguísticos aos estudantes e aos diferentes povos e grupos sociais brasileiros, provendo-lhes a possibilidade de desenvolver competências e habilidades referentes a esses componentes simultaneamente em situações de aprendizagem.

Apresentamos, a seguir, as competências específicas para a área de Linguagens e suas Tecnologias.

[...]
1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.
2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.
3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.

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4. Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.
5. Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade.
6. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.
[...]

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 490. Disponível em: https://s.livro.pro/vn1yl5. Acesso em: 14 ago. 2024.

No documento da BNCC, cada uma dessas competências é detalhada e explicada, além de serem elencadas algumas habilidades de cada uma delas. Nesta obra, como forma de mostrar os elementos da BNCC desenvolvidos em cada unidade, no tópico Objetivos, comentários e sugestões destas Orientações para o professor, são apresentados os códigos e a respectiva relação com o conteúdo, o tema ou a atividade a ser trabalhada, indicando a diferença e consequentemente o grau de complexidade e amplitude ao explorar as competências gerais e específicas, reforçando a autonomia do professor para adaptar as sugestões sempre que necessário. E, no tópico Quadro de habilidades e conteúdos, esses elementos são mapeados.

Além das competências gerais, específicas e das habilidades, esta obra também aborda alguns temas contemporâneos transversais, distribuídos em seis macroáreas temáticas, segundo o próprio documento referente aos temas contemporâneos transversais na BNCC, de 2019.

Temas Contemporâneos Transversais na BNCC
CIÊNCIA E TECNOLOGIA SAÚDE ECONOMIA CIDADANIA E CIVISMO MEIO AMBIENTE MULTICULTURALISMO

Ciência e tecnologia

Saúde

Educação alimentar e nutricional

Trabalho

Educação financeira

Educação fiscal

Vida familiar e social

Educação para o trânsito

Educação em direitos humanos

Direitos da criança e do adolescente

Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Educação

ambiental

Educação para o consumo

Diversidade cultural

Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas contemporâneos transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: 2019a. p. 13. Disponível em: https://s.livro.pro/BvvoGc. Acesso em: 22 out. 2024.

Nesta obra, os temas contemporâneos transversais são indicados ao longo das unidades, no tópico Objetivos, comentários e sugestões, fornecendo subsídios ao professor para propiciar aos estudantes reflexões sobre diferentes temas e questões relevantes da contemporaneidade que incentivam a participação social, política e cidadã. Além disso, em situações oportunas, o trabalho com esses temas favorece a interdisciplinaridade com outros componentes curriculares.

Por que abordar Temas Contemporâneos Transversais nas escolas? A abordagem da contemporaneidade é uma busca pela melhoria da aprendizagem. Ao contextualizar o que é ensinado em sala de aula juntamente com os temas contemporâneos, espera-se aumentar o interesse dos estudantes durante o processo e despertar a relevância desses temas no seu desenvolvimento como cidadão. O maior objetivo dessa abordagem é que o estudante conclua a sua educação formal reconhecendo e aprendendo sobre os temas que são relevantes para sua atuação na sociedade. [...]
Já a transversalidade é um princípio que desencadeia metodologias modificadoras da prática pedagógica, integrando diversos conhecimentos e ultrapassando uma concepção fragmentada, em direção a uma visão sistêmica. Os TCTs não são de domínio exclusivo de um componente curricular, mas perpassam a todos de forma transversal e integradora.
[...]
Nesse sentido, os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) têm a condição de explicitar a ligação entre os diferentes componentes curriculares de forma integrada, bem como de fazer sua conexão com situações vivenciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo para trazer contexto e contemporaneidade aos objetos do conhecimento descritos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
[...]

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas contemporâneos transversais na BNCC: proposta de práticas de implementação. Brasília, 2019b. p. 4. Disponível em: https://s.livro.pro/BvvoGc. Acesso em: 22 out. 2024.

Dessa forma, ao desenvolverem uma atividade em que aprendem, por exemplo, as tradições indígenas, os estudantes são instigados a refletir sobre os temas Diversidade Cultural e Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, uma vez que podem aprender ou complementar o conhecimento que já tenham acerca dos hábitos e tradições indígenas para a cultura do nosso país.

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Quadro de habilidades e conteúdos

Apresentamos, a seguir, o quadro de habilidades e conteúdos desta coleção. Cabe ao professor a decisão sobre como utilizar o apoio pedagógico que é o livro didático: construir critérios de seleção dos temas das unidades de que fará uso, levando-se em conta o projeto pedagógico da escola, o planejamento, as condições da turma e as condições temporais da carga horária da grade curricular. Além disso, da maneira como a coleção está estruturada, o professor tem autonomia pedagógica para decidir seguir a ordem apresentada ou reagrupar as unidades pelos critérios organizativos que escolher, e fazer as pontes entre as unidades dentro desses critérios.

CG: Competência geral

CE: Competência específica de Linguagens e suas Tecnologias

TCT: Tema contemporâneo transversal

Quadro de habilidades e conteúdos do volume
Unit Reading /Listening / Speaking / Writing Vocabulary Grammar BNCC

Unit 1 – Show your true colors

Article .

Interview.

Personality adjectives.

Simple present – Verb to be.

CG4; CG7; CE4; EM13LGG403.

Unit 2 – When in Rome, do as the Romans do

Travel guide.

Curiosities .

Travel tips.

Countries and nationalities.

Imperatives .

There is / there are.

CG1; CG4; CG6; CG7; CG9; CE1; CE4; EM13LGG103; EM13LGG104; EM13LGG403.

Unit 3 – No pain, no gain

Self-help article.

Podcast.

Talking about abilities.

Physical activities and sports.

Present continuous. Can / can't.

CG4; CG7; CG8; CG9; CE4; CE5; EM13LGG403; EM13LGG501; EM13LGG502.

Unit 4 – I'll be there for you

Short story.

Audiobook .

Talking about a friend.

Friendship .

Subject pronouns. Object pronouns. Demonstrative pronouns.

CG4; CG5; CG7; CG8; CG9; CE1; CE2; CE4; CE6;

EM13LGG101;

EM13LGG103;

EM13LGG104;

EM13LGG204; EM13LGG401; EM13LGG403; EM13LGG602.

TCT: Vida familiar e social.

Unit 5 – An apple a day keeps the doctor away

Flyer.

Informative audio.

Talking about eating habits.

Food and drink.

Simple present.

Adverbs of frequency.

CG4; CG7; CG8; CE1; EM13LGG503.

TCT: Saúde; Educação alimentar e nutricional; Educação para o consumo.

Unit 6 – This is music to my ears

Biography .

Audio biography.

Interview.

Music styles.

Simple past – Verb to be.

There was / there were.

Simple past.

CG3; CG4; CE4; CE5; CE6; EM13LGG402; EM13LGG403; EM13LGG501; EM13LGG602.

TCT: Educação em direitos humanos; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Going out there – Art intervention

CG1; CG3; CG4; CG8; CG9; CG10; CE1; CE2; CE3;CE4; CE6; EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103; EM13LGG104; EM13LGG105; EM13LGG201; EM13LGG202; EM13LGG203; EM13LGG204; EM13LGG301; EM13LGG302; EM13LGG303; EM13LGG305; EM13LGG403; EM13LGG601; EM13LGG603; EM13LGG604.

Página XXXII

Quadro de habilidades e conteúdos do volume
Unit Reading /Listening / Speaking / Writing Vocabulary Grammar BNCC

Unit 7 – With time on your hands

Meme.

Audio tip.

Dramatic reading.

Free-time activities.

General conditionals.

Verbs followed by gerunds or infinitives.

CG4; CG7; CG8; CG9; CE1; CE3; CE4; EM13LGG103; EM13LGG104; EM13LGG302; EM13LGG403.

TCT: Direitos da criança e do adolescente.

Unit 8 – Think outside the box

Infographic .

Podcast.

Talking about people you admire.

Multiple intelligences.

Comparative adjectives.

CG1; CG3; CG4; CG5; CG7; CG8; CE1; CE3; CE4; CE6; CE7; EM13LGG103; EM13LGG301; EM13LGG402;

EM13LGG403;

EM13LGG601; EM13LGG602; EM13LGG604; EM13LGG701; EM13LGG703; EM13LGG704.

TCT: Ciência e tecnologia.

Unit 9 – Necessity is the mother of invention

Timeline .

Podcast.

Talking about gadgets.

Technology.

Superlatives adjectives.

CG4; CG5; CG7; CE3; CE4; CE7; EM13LGG302; EM13LGG403; EM13LGG702; EM13LGG703.

TCT: Ciência e tecnologia.

Unit 10 – The world is your oyster

Interview.

Podcast.

Foreign languages.

Must.

Should .

Can / could.

May / might.

CG4; CG6; CE1; CE2; CE4; CE7; EM13LGG101; EM13LGG104; EM13LGG105; EM13LGG401; EM13LGG402; EM13LGG403; EM13LGG701; EM13LGG703; EM13LGG704.

TCT: Diversidade cultural.

Unit 11 – A picture is worth a thousand words

Review.

Talk show interview. Presentation about a favorite TV show.

TV programs.

Past continuous.

Past continuous x simple past.

CG1; CG4; CG6; CG7; CG8; CG10; CE4; EM13LGG401; EM13LGG403; EM13LGG503.

Unit 12 – Come rain or shine

Advertisement .

Lecture .

Environment .

Future – Will.

CG4; CG7; CE3; CE4; EM13LGG301; EM13LGG302; EM13LGG403.

Going out there - Awareness campaign

CG2; CG4; CG5; CG10; CE3; CE7; EM13LGG301; EM13LGG302; EM13LGG304; EM13LGG701; EM13LGG704.

Página XXXIII

Quadro de habilidades e conteúdos do volume
Unit Reading /Listening / Speaking / Writing Vocabulary Grammar BNCC

Unit 13 – Roll up your sleeves

Article .

Podcast.

Talking about an ENGO.

Plans to change the world.

Future – Be going to.

CG1; CG4; CG6; CG7; CE1; CE2; EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103; EM13LGG202; EM13LGG204.

Unit 14 – All things are difficult before they are easy

Report.

Testimonial .

Talking about life experiences.

Life experiences.

Present perfect.

Present perfect with adverbs (already, yet, just, never, ever).

CG4; CG6; CG9; CE1; CE4; CE7; EM13LGG103; EM13LGG403; EM13LGG501; EM13LGG701.

Unit 15 – Actions speak louder than words

Report.

Podcast.

Talking about an active and inspiring older person.

Life experiences.

Present perfect – negative sentences with for.

CG3; CG4; CG6; CE1; EM13LGG103.

TCT: Processo

de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.

Unit 16 – A drop of ink may make a million think

News.

Interview.

Talking about some news.

Mass media and social media.

Relative pronouns.

Relative clauses.

CG4; CE1; CE2; CE4; EM13LGG102; EM13LGG203; EM13LGG204; EM13LGG401; EM13LGG403.

Unit 17 – Beauty is in the eye of the beholder

Poem .

Interview.

Speech.

Beauty patterns.

Passive voice.

CG3; CG4; CG8; CG9; CG10; CE2; CE3; CE4; CE5; CE6; EM13LGG202, EM13LGG203; EM13LGG204;

EM13LGG302; EM13LGG303; EM13LGG403; EM13LGG501; EM13LGG502; EM13LGG601; EM13LGG602; EM13LGG604.

TCT: Saúde; Vida familiar e social; Diversidade cultural.

Unit 18 – What lies ahead

Encyclopedia entry.

Interview.

Presentation about professions.

Career path.

Direct and reported speech.

CG4; CG6; CG7; CE2; CE3; CE4; EM13LGG204; EM13LGG305; EM13LGG403.

TCT: Educação em direitos humanos; Trabalho.

Going out there – Career fair

CG6.

Página XXXIV

Sugestões de cronograma

Apresentamos, a seguir, um exemplo de como os conteúdos do Livro do Estudante podem ser organizados por bimestre, trimestre ou semestre, considerando o uso do livro durante os três anos de Ensino Médio. O professor pode ajustar estas propostas de forma autônoma, de acordo com a carga horária do componente curricular e as especificidades de cada escola, considerando as características próprias da turma, o contexto escolar e o nível dos estudantes. Ressaltamos que, nesse exemplo, não estão sendo consideradas as aulas de revisão dos conteúdos, como as que antecedem as avaliações ou as utilizadas para a aplicação das avaliações, os projetos Going out there, além de outras atividades que possam surgir ao longo do ano letivo e que deverão ser consideradas no planejamento anual.

Por bimestre

1º ano
1º bimestre 2º bimestre 3º bimestre 4º bimestre

Unit 1

Unit 2

Unit 2

Unit 3

Unit 3

Unit 4

Unit 5

Unit 6

2º ano
1º bimestre 2º bimestre 3º bimestre 4º bimestre

Unit 7

Unit 8

Unit 8

Unit 9

Unit 9

Unit 10

Unit 11

Unit 12

3º ano
1º bimestre 2º bimestre 3º bimestre 4º bimestre

Unit 13

Unit 14

Unit 14

Unit 15

Unit 15

Unit 16

Unit 17

Unit 18

Por trimestre

1º ano
1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

Unit 1

Unit 2

Unit 3

Unit 4

Unit 5

Unit 6

2º ano
1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

Unit 7

Unit 8

Unit 9

Unit 10

Unit 11

Unit 12

3º ano
1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

Unit 13

Unit 14

Unit 15

Unit 16

Unit 17

Unit 18

Por semestre

1º ano
1º semestre 2º semestre

Unit 1

Unit 2

Unit 3

Unit 4

Unit 5

Unit 6

2º ano
1º semestre 2º semestre

Unit 7

Unit 8

Unit 9

Unit 10

Unit 11

Unit 12

3º ano
1º semestre 2º semestre

Unit 13

Unit 14

Unit 15

Unit 16

Unit 17

Unit 18

Página XXXV

Transcrições

Podcast: Cultural differences all around the world!

Unit 2 – When in Rome, do as the Romans do

[VINHETA DE ENTRADA]

[COURTNEY]

CULTURAL DIFFERENCES ALL AROUND THE WORLD!

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[COURTNEY]

Hello everyone and welcome to our English podcast!

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[COURTNEY]

Today, we're going to talk about fascinating customs and traditions from all around the world. Did you know that each country has its own unique ways of greeting people, celebrating with one's peers and interacting with acquaintances or strangers? Well, here you are going to learn more about it. These traditions show us how different countries are and how unique they can be. You will see!

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

Let's start with Japan, a country known for its politeness and respect for traditions. In Japan, bowing is a common way to greet other people and it's also a way to show respect. If you're not comfortable with bowing, shaking hands is also perfectly acceptable, especially in more informal settings. However, when visiting a Japanese home, it's important to take off your shoes before entering – so, make sure your socks are clean!

[VINHETA TEMÁTICA]

Brazilian workmates going to the restroom to brush their teeth after breakfast or lunch. In Brazil, the temperature can be very high, not just in summer but even in winter in some regions, so Brazilians often take multiple showers during the day to stay clean and refreshed.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

Next on our list is the United States, where conversations revolve around annual salaries rather than monthly income. Did you know that? This practice provides an easier financial perspective and highlights the American value of planning for the long term. If you're considering working in the U.S., it's important to make sure whether the salary on offer is annual or monthly to avoid misunderstandings.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

In France, everyday politeness is a simple custom, like responding to a sneeze with pre-made phrases. Usually, when someone sneezes, they do it multiple times, right?! So the French have until the third sneeze covered! In order, the phrases mean something like…

[EFEITO SONORO DE ESPIRRO]

[COURTNEY]

To your wishes!

[EFEITO SONORO DE ESPIRRO]

[COURTNEY]

To your loved ones!

[EFEITO SONORO DE ESPIRRO]

[COURTNEY]

And may they last forever! This tradition not only shows consideration for others, but also reflects the French emphasis on elegance in even the smallest interactions.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

In Chile, the symbolism of yellow, black, or purple roses is very different from many other cultures. While these colors often symbolize friendship and joy in other countries, in Chile, they are believed to bring bad luck. Here comes a tip: don't give a bouquet to your beloved friend or partner in Chile without knowing this tradition!

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

When we talk about Russia, social etiquette is marked by reserved behavior in public places. It isn't normal to smile or greet strangers, which reflects a cultural preference for more formal and restrained interactions. In Russia, you should also be careful about flowers. Giving flowers in even numbers is typically reserved for funerals, and odd numbers are preferred for celebratory occasions. Count your flowers and think about where you are taking them to.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

In Mexico, informal greetings often involve using first names, demonstrating a warm and friendly approach to social interactions. Mexicans are known for their hospitality and might notice if someone stands out as a tourist, particularly through their clothing or their behavior. Casual greetings show how welcoming Mexican culture is, making it easier for visitors to connect with locals and have an authentic Mexican experience.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

In Ireland, never imitate the Irish accent, as it's seen as disrespectful and often viewed as an attempt to mock or stereotype. Nobody can do the Irish accent better than them, so avoid trying.

Página XXXVI

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

Moving on to China, if you finish all the food on your plate during a meal, hosts may have the impression they didn't provide enough food, which can be seen as a subtle insult. To avoid this, always leave a small portion of food on your plate. Similarly, opening a gift in front of the giver may be considered impatient, making you look desperate. Wait until you aren't in their presence to open it.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

In Spain, locals often suggest exploring without rigid schedules. Feel free to explore and have fun without rushing the experience. Dining with your bare hands might not be a good idea, though. Locals are used to eating only using utensils.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

In Kenya, religious beliefs play an important role in daily life, and questioning them is often considered inappropriate or disrespectful. Additionally, giving or receiving gifts with the left hand is seen as unlucky, reflecting their cultural superstitions. These customs show the importance of respecting traditions and spiritual beliefs in Kenyan society.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

In the United Kingdom, standing in line is taken very seriously, and cutting in line is considered extremely rude. Tipping is not customary in British culture, particularly for services like waiting tables or taking taxis. While British people may complain about their lives or their country, it's important to avoid joining them and criticizing or complaining about local customs or practices as a visitor, since the locals might not appreciate it. They're the only ones allowed to be unhappy with something in the UK.

[VINHETA TEMÁTICA]

[COURTNEY]

Finally, in Norway, the rules and regulations are very strict. Breaking the rules can be a terrible idea and you may even end up in jail.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[COURTNEY]

All these cultural differences showcase how diverse and dynamic different countries can be. Being aware of local peoples' customs and beliefs, as well as their etiquette and rules, makes for a better trip when visiting countries all around the world. Respecting one another is part of being in touch with your own culture and self! Goodbye!

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[CRÉDITOS]

This podcast used audios from Envato Elements and Yan Maran. Voice by Lee Courtney Marvin.

Podcast: Planet A!

Unit 13 – Roll up your sleeves

[VINHETA DE ABERTURA]

[LOCUTOR]

Planet A!

[VINHETA DE ENTRADA]

[LOCUTOR]

Hello everyone, and welcome to Planet A! I'm Greg and this is your daily dose of sustainability. Are you passionate about making a difference in the world? Then this podcast is for you. Today I'm gonna talk about something that could shape the future of our planet: The United Nations twenty thirty Agenda. So stay with me.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR]

Let's rewind a little and start today's episode by explaining what this Agenda is about to those of you who still haven't heard of it. Back in twenty fifteen, after a lot of studies and research, world leaders understood that problems like poverty, inequality and climate change, and other major issues that the world is facing, are somehow connected. To deal with them effectively, they needed a unified plan, a plan that would englobe this web of problems affecting our planet. So, at a historic United Nations meeting in New York, they created the twenty thirty Agenda for Sustainable Development. This agenda set seventeen Sustainable Development Goals, or SDGs, each with specific targets and indicators. The goal? To make the world a better place by twenty thirty. The process involved input from governments, civil society, businesses, and individuals. There were extensive discussions and negotiations to ensure that the goals would address the needs of people all around the world, while promoting environmental sustainability. The result is a guideline that governments, organizations, and communities can use to direct their efforts towards sustainable development. So who's responsible for these goals? The short answer is: everyone. We all share the same planet. The SDGs are a universal call to action. But governments are primarily responsible for implementing policies and programs to achieve the goals. And we can also help; businesses, NGOs, and individuals can do some simple, but good things that can improve the quality of life for those around them. In today's podcast we're gonna single out three goals from the seventeen goals set, to give you an example of what they are and how they work. Focusing on the environment, let me start with goal number seven, affordable and clean energy.

[VINHETA DE APROFUNDAMENTO]

[LOCUTOR]

Since some of the UN's Global Goals are about sustainability, having renewable and cleaner energy is key. Our current use of fossil fuels is unsustainable, making it hard to improve the environment if we keep using these heavily polluting forms of energy. To act on this goal, governments have to invest in research for new, more reliable energy solutions. Governments can also create politics to reduce greenhouse gas emissions. Changing from fossil fuels to renewable energy sources like solar, wind, and hydro power helps to cut down on CO-two emissions. Addressing climate change is crucial for protecting our planet and future generations. On a more personal level, we can also act on this goal, making sure we buy rechargeable electronics instead of those with single-use batteries, and also paying attention to how we're using energy on a daily basis. Turn off the lights when they're not needed!

Página XXXVII

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR]

Now, when it comes to goal thirteen, the Climate Action Goal, the focus is to take urgent action to combat climate change and its impacts. Climate change is causing more frequent and severe weather events, rising sea levels, and disruptions to ecosystems. In some cities, it can be twelve degrees on one day and on the next one it could be thirty-one. It's crazy. To combat this, one goal, among many other actions, is that governments and society stick to their climate commitments, making sure we as humans are always working towards innovation, education and awareness. To exemplify this a little, governments can integrate climate change measures into their national policies and planning, ensuring that this issue is treated with the much needed seriousness it deserves.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR]

Our next and final highlight is goal fifteen, Life on Land. This goal focuses on preserving terrestrial ecosystems, combating desertification, stopping and reversing land degradation and preventing biodiversity loss. This might seem distant from what a person can do, sounding more like a government thing to work on, but there are indeed things we can do to help achieve this goal! Reducing the use of paper, not buying products that are tested on animals, and reporting wildlife traffcking or illegal hunting of protected species; are all things you can do to contribute to this goal. While you do this, governments can focus on sustainably managing forests, integrating ecosystem and biodiversity values into national and local planning, and conserving and sustainably using biodiversity and ecosystems, among other things.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR]

And you might be wondering: how do the United Nations know if they're reaching their goals? Well, each goal has specific targets and indicators that countries track to measure progress. For instance, for goal thirteen on climate action, countries commit to reducing their carbon footprint. These targets are tracked through data collection and reporting, helping to ensure progress is being made and, if needed, adjustments can be implemented.

[TRILHA FINALIZADORA]

[LOCUTOR]

All this effort is being made because the planet needs everyone's help, more than ever. If you wanna help, you can start by learning more about the seventeen SDGs in the Agenda. Share this knowledge with friends and family. The more people who understand these goals, the more we can work together to achieve them. All these initiatives have one thing in common: to preserve our planet. It's important to keep in mind that we have the ability to change and enough time to make a difference! Pay attention to what politicians are ruling on climate change, be active in your community and make sustainable choices in your daily life. If we unite, we can all live better during this and the next generations. Take care!

[VINHETA FINAL]

[LOCUTOR]

This production used audios from Envato Elements and Yan Maran. Voice by Leandro Teroel.

Podcast: My backpacking around Brazil

Unit 14 – All things are difficult before they are easy

[VINHETA DE ABERTURA]

[LOCUTORA]

My backpacking around Brazil!

[VINHETA DE ABERTURA]

[LOCUTORA]

Hey everyone! I'm Emily and today I'm happy to share a bit about my backpacking across Brazil. As a foreign traveler, exploring Brazil from north to south was a journey packed with delicious food, welcoming people, incredible music and unforgettable moments.

[VINHETA TEMÁTICA]

[LOCUTORA]

I started my trip in the north, going deep into the Amazon rainforest region. The vibrant biodiversity of the small portion I could see of the Amazon, left me speechless. Did you know they have a vast number of animal and plant species that you can't find anywhere else in the world? It's truly amazing. I also visited the nearby cities, Belém and Manaus, where I learned some Portuguese essentials to use during my trip, like… beleza, that means beauty, but it's used on a daily basis by people from other places in Brazil to ask others "how are you?" or to say "ok", so it quickly became part of my vocabulary for my whole trip around Brazil. One of my experiences there in the North was tasting tacacá, an indigenous soup recipe made with shrimp and manioc, which I believe is mandioca in Portuguese, among other ingredients. The North is deeply fused with nature and indigenous culture, which makes the visit fascinating. From there, I headed to the northeast, where each state has its own identity.

Página XXXVIII

[VINHETA TEMÁTICA]

[LOCUTORA]

In Salvador, Bahia, I was delighted by the rhythm of axé music and fell in love with acarajé. Acarajé is this delicious snack made of mashed beans. After they fry the dough, they fill it with shrimp and a spicy paste. The recipe for this paste was originally brought from Africa, and it came to the region when the first ships carrying enslaved individuals started to arrive there in the sixteenth century. The beaches in Ceará, especially around Fortaleza, are stunning, and the local warmth and hospitality were incredible. I quickly picked up the expression oxente, that means "wow!". They say it's a very recognizable slang from the northeast. Recife's energetic frevo music is much more than just a rhythm, it's the heartbeat of the carnival celebration in that city. Frevo pays homage to the local folklore and culture. It originated from a fusion of diverse musical genres and the Afro-Brazilian art form of capoeira. This fusion gives frevo its unique characteristics. It has a fast-paced sonority and vibrant dance moves, where people carrying small colorful umbrellas follow acrobatic dance steps. It's an incredible display of color, fast foot movements, high jumps and a lot of spins. It's jaw-dropping! Next, I headed to the southeast of Brazil, a region with a completely different vibe.

[VINHETA TEMÁTICA]

[LOCUTORA]

Everybody has heard of Rio de Janeiro, of course, and while there, I learned that it is known as the "wonderful city". It's easy to understand why; the views are out of this world! The city is entangled with nature. From Ipanema beach I could see Christ the Redeemer on top of Corcovado Mountain. I had seen the Christ on TV, but seeing it in person was breathtaking. Rio is also the heart of Carnival in Brazil. Dancing the iconic samba was a fun experience, because the locals are always willing to teach you the dance moves, at which I failed horribly. Oh, and there they say caraca when they want to say "wow". In contrast, modern São Paulo, the city that never sleeps, amazed me with its cultural and culinary options. The hot days in the places I'd been to until now finally gave way to breezy summer nights. There, in São Paulo, I tried the famous feijoada and pão de queijo which can easily be translated into cheese bread, a recipe from Minas Gerais, popularly eaten all around the country as a snack. People in the Southeast were also warm and always eager to help. I guess they really enjoy foreigners there. My final stops were in the south and central areas of the country.

[VINHETA TEMÁTICA]

[LOCUTORA]

In Curitiba, in the South, I was treated to the famous barreado, a delicious beef dish prepared in a clay pot. They also use bacon, onion, garlic and spices to season the meat. After putting everything in the pot, they seal it with flour and water. The cooking takes about 12 hours. It was different from anything I've ever had in my life, because it has a very specific earthy taste, but it's really delicious. In the state of Rio Grande do Sul people are deeply connected with their heritage, which you can see in their festivals. There, the "wow" word is replaced by the syllable bah, and that's it… bah!. The Central-West also offered its own wonders.

[VINHETA TEMÁTICA]

[LOCUTORA]

Brasília, the capital of the country, has a modern architecture, but to be honest, I didn't like the dry desert weather. Finally, paying a visit to the Pantanal was the highlight of my trip, where the rich wildlife alone made the whole journey in Brazil worth it. For people who like nature and enjoy outdoor adventures, that is the place to go. But you have to go with a tour guide, because jaguars are very common in the region. Luckily, we didn't come across any.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA]

When Brazilians say "come to Brazil", they are not joking around. Everywhere I went, people wanted to share the best of their culture. The colorful festivals, the unique culinary experience, the nature, and the many ways of expressing "wow", enriched my experience beyond anything I could have expected. Traveling through Brazil taught me the importance of embracing different cultures. See you soon, tchau!

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[CRÉDITOS]

This podcast used audios from Envato Elements and Yan Maran. Voice by Lee Courtney Marvin.

Podcast: Social media and mental health: finding balance in a digital world

Unit 16 – A drop of ink may make a million think

[VINHETA DE ABERTURA]

[LOCUTOR]

Social Media and Mental Health: Finding Balance in a Digital World

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR]

Página XXXIX

Welcome to "Wellness Spectrum", the podcast where we dive into all things health. I'm Marcus, your host, and today we're gonna talk about something that's pretty much a part of every young person's life these days — social media. Shall we?!

[VINHETA DE APROFUNDAMENTO]

[LOCUTOR]

Social media is such a big and delicate topic. So I'm pretty excited to share with you guys an insight on something very current: the state of our mental health in a world full of digital platforms. It's amazing how much social media has become a part of our daily lives. It's so convenient for everything; from finding a restaurant menu to getting product reviews or following tutorials. I open my favorite social media platforms every day to catch up with friends and see what they're up to. But if I'm not careful, I can easily lose myself for hours and hours just watching quick, viral videos. Social media has a way of drawing you in, sometimes for hours on end. It's like you can't put your phone down, and that's where the problems start. One thing I've noticed, and I'm sure you, my listener for today's podcast, have too, is how it can become almost like an addiction.

[SOBE TRILHA SONORA]

[LOCUTOR]

And that's a big issue. I mean, it's designed to be addictive, right? The endless scrolling, the notifications — it's all programmed to keep us coming back for more. And before we know it, hours have passed. When it comes to kids and teens, this can really mess with their ability to focus on anything else, like schoolwork or even just enjoying some offline time. Constant exposure to rapidly changing videos can shorten attention spans, making it harder for people to concentrate on tasks that require focus for a longer time. This is why balance is essential. We can use our phones and computers for social media, but we also need to spend time reading a book, going to the movies or socializing in real life. Basically, doing other activities besides scrolling through our phone. There's a lot of good that comes from social media too. For one, it keeps us connected with our friends, even if we can't see each other in person that much. It's like our social lives exist, but online.

[SOBE TRILHA SONORA]

[LOCUTOR]

It's amazing how we can stay in touch so easily. And besides just staying connected, I think social media can also be a great place for us to express ourselves. I have a cousin, who is only sixteen, who loves sharing her recipes on social media, and the feedback she gets really boosts her confidence. Another relative of mine, my nephew, who is fifteen, does the same with his drawings. Social media is a creative tool that's really empowering for them. They get to share what they love and connect with others who appreciate it. It's not just about creativity — it can also be a source of support. That's one of the great things about social media — it can bring people together around shared experiences. But, of course, there's a downside to all of this too. As much as social media can be a positive influence on us, it can also cause a lot of anxiety, stress and even depression.

[TRILHA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR]

Sometimes, teens can get caught up comparing themselves to the perfect lives portrayed on social media. People often share only their best moments, like vacations and dinners and parties. It can be difficult to see these "perfect" images and realize that everyone's lifes also includes homework, chores and less glamorous moments. People rarely post about stress or unhappiness, so it's easy to fall into a comparison trap and overlook everyday difficulties. Social media can create pressure to live up to unrealistic standards, which can be harmful to teenagers' self-esteem. The best solution for this is: bear in mind that social media life is different from real life. Understanding that the life portrayed in social media is different from the one we're actually living is core to being more aware of our surroundings, separating what we see online from what we may encounter in real life. And let's not forget how all this screen time can affect our sleep! All that information will stimulate your brain, making it more difficult to relax before bed. It can start messing with our schedule. It tends to fall into a terrible cycle. Lack of sleep can make us more anxious, and then we turn to social media for distraction, which just keeps us up even later. Social media has some real benefits, but also some serious risks. In my opinion, it's all about balance. It's important to enjoy the positives — staying connected, expressing ourselves, while being aware of the negatives. Encouraging open conversations with our family and friends about how social media makes us feel is also key. It's not about banning social media altogether, but about using it in a healthy way. We need to find the right balance so we can get the good without falling into the traps. When we reach this balance, we can navigate this digital world in a way that protects our mental health.

[TRILHA DE ENCERRAMENTO]

[LOCUTOR]

And that's a wrap for today's episode of the "Wellness Spectrum". Thanks to everyone listening. Remember, balance is key. Take care of yourselves and your minds. We'll catch you next time! Bye!

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[LOCUTOR]

This production used audios from Envato Elements and Yan Maran. Voice by Leandro Teroel.