Página I

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR

Atualmente, os estudantes têm acesso a informações proveniente de diferentes fontes. Nesse contexto, o professor se torna essencial como orientador, incentivando-os a utilizar essas informações na construção do conhecimento científico e a relacioná-lo com situações do dia a dia. Estas Orientações para o professor foram desenvolvidas para apoiar essa tarefa, destacando como as habilidades e competências da BNCC estão sendo desenvolvidas, além de oferecer dicas, ferramentas de avaliação, leituras e atividades complementares, contribuindo de maneira eficaz para o processo de ensino-aprendizagem.

Sumário

Página II

Conhecendo a Coleção

Esta coleção, destinada aos estudantes do Ensino Médio, é composta de três volumes da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Biologia, Física e Química.

Este volume destina-se a abordar os conteúdos do componente curricular de Química, incentivando os estudantes a reconhecer as inter-relações com o cotidiano, a fim de desenvolver habilidades, competências específicas e competências gerais propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio. Ele é dividido em seis unidades, que, por sua vez, são estruturadas em capítulos, proporcionando uma organização prática dos conteúdos, o que facilita o planejamento do professor ao longo do ano letivo.

Veja a seguir como estão organizados o Livro do Estudante e as Orientações para o professor.

Livro do Estudante

Páginas de abertura de unidade

Cada unidade se inicia com duas páginas de abertura, que apresentam imagens e textos relacionados aos conteúdos abordados. Esses recursos contextualizam e aproximam os conteúdos do cotidiano dos estudantes e os incentivam a expressar, por meio de questões reflexivas, os conhecimentos prévios acerca dos conteúdos que serão trabalhados.

Conteúdos

Os temas estudados em alguns capítulos se iniciam, especialmente, com contextualizações que buscam despertar uma postura ativa dos estudantes durante o processo de aprendizagem, bem como promover uma aproximação dos conteúdos com o cotidiano. Os recursos apresentados e as atividades sugeridas no decorrer dos capítulos também favorecem que os estudantes troquem ideias e relacionem os conhecimentos científicos com experiências do cotidiano.

Boxe complementar

Boxe com a proposta de enriquecer alguns assuntos dos capítulos e despertar a curiosidade dos estudantes por meio de informações complementares. Além disso, são sugeridas questões por meio das quais eles são convidados a refletir e a interagir com os colegas sobre o assunto estudado.

Compartilhe ideias

Esse boxe proporciona momentos de troca de ideias entre os estudantes sobre temas relevantes, apresentando atividades que incentivam a argumentação por meio da realização de debates, da troca de experiências pessoais e do compartilhamento de opiniões, em duplas ou em grupos.

Dica

Boxe que apresenta informações importantes que auxiliam na compreensão de assuntos abordados nos capítulos ou que ajudam na realização de atividades.

Atividades

Seção em que são propostas atividades com o objetivo de aprofundar os conteúdos abordados, recorrendo aos conhecimentos construídos durante o estudo dos capítulos para analisar, investigar, argumentar, formular e resolver problemas, individualmente ou em grupo.

Vocabulário

Boxe que apresenta o significado de termos destacados nos textos durante os capítulos, com o objetivo de auxiliar os estudantes na compreensão dos conteúdos.

Medida

Boxe que apresenta as medidas dos seres vivos e as dimensões e distâncias aproximadas de astros do Universo citados durante os conteúdos.

Cuidado

Boxe que visa despertar a atenção dos estudantes para certos cuidados que devem ser tomados, principalmente na realização de atividades práticas.

Atividades resolvidas

Esse boxe apresenta dicas e resoluções a fim de auxiliar os estudantes a estabelecer relações entre os conceitos abordados e as situações representadas em algumas atividades.

Prática científica

Nessa seção, são sugeridas atividades práticas que permitem aos estudantes investigar fenômenos e propriedades, incentivando-os a levantar hipóteses, desenvolver procedimentos, manipular materiais, observar e analisar resultados e trocar ideias com os colegas, tornando-se agentes ativos no processo de aprendizagem.

Conexões com...

Seção que reforça as conexões entre os conteúdos abordados nos capítulos e outros componentes curriculares da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e de outras áreas de conhecimento.

Ligado no tema

Seção que desenvolve trabalhos com os temas contemporâneos transversais propostos pela BNCC. Nela, são exploradas temáticas atuais que relacionam o conhecimento científico com a sociedade. Ao final da seção, são apresentadas questões acerca do tema, permitindo que os estudantes reflitam e debatam aspectos que envolvem valores, direitos e cidadania.

Retome o que estudou

Seção que possibilita aos estudantes avaliar seu aprendizado e retomar conceitos trabalhados, incentivando-os a sistematizar aqueles que são essenciais, além de auxiliar o professor a identificar as principais dúvidas e dificuldades da turma.

Página III

Mais questões

Essa seção apresenta questões dos principais exames de larga escala do Brasil, com temas relacionados aos conteúdos abordados nas unidades. Além de retomar os conceitos abordados, a seção busca familiarizar os estudantes com as estruturas de atividades comumente praticadas nesses exames.

Conheça mais

Seção com indicações de referências complementares, como filmes, livros e sites, relacionados a temas desenvolvidos nas unidades. Essas indicações visam ampliar o aprendizado dos estudantes sobre os conteúdos.

Respostas

Seção que apresenta as respostas de atividades que envolvem cálculos.

Lista de siglas

Apresentação do significado das siglas citadas no volume.

Referências bibliográficas comentadas

Seção que apresenta as principais obras consultadas na elaboração do volume, com breve comentário a respeito de cada uma delas.

Orientações para o professor

Esse material está organizado em duas partes. A primeira contém pressupostos teóricos e metodológicos que fundamentam a coleção, descrição e orientações sobre as seções e a estrutura de conteúdos, bem como suas relações com a BNCC, além de quadros de distribuição dos conteúdos. Já a segunda parte apresenta as orientações específicas para o professor trabalhar os conteúdos, as seções e as atividades de cada capítulo do volume.

Conheça a seguir como estão organizadas as informações das Orientações para o professor.

Objetivos da unidade

Localizado no início de cada unidade, esse boxe apresenta os objetivos de aprendizado que se espera que os estudantes alcancem durante o trabalho com os conteúdos da unidade.

Justificativas

Boxe que apresenta os principais conteúdos, as habilidades, as competências e os temas contemporâneos transversais propostos na BNCC que serão trabalhados em cada unidade.

BNCC em contexto

Boxe em que são destacadas e comentadas as relações dos conteúdos desenvolvidos no Livro do Estudante com as propostas previstas pela BNCC, entre elas as competências gerais e específicas, as habilidades e os temas contemporâneos transversais.

Respostas da abertura

Boxe em que são apresentadas as respostas das questões das páginas de abertura da unidade, além de orientações para a condução dessas questões.

Objetivos do capítulo

Boxe em que são listados os objetivos de aprendizado que se espera que os estudantes alcancem no trabalho com o capítulo. Esses objetivos auxiliam o professor a realizar as avaliações de aprendizagem ao longo do capítulo e a adequar seus planejamentos.

Acompanhando a aprendizagem

Seção em que são sugeridas estratégias e atividades para o professor acompanhar a aprendizagem dos estudantes. Com base nas avaliações, é possível identificar as principais dificuldades da turma e criar condições para fazer ajustes em seu planejamento.

Boxe complementar

Seção que oferece orientações para o professor desenvolver o trabalho do boxe complementar do Livro do Estudante. Além disso, são apresentadas as respostas das questões propostas no boxe.

Atividade extra

Seção com sugestões de atividades para complementar em sala de aula o estudo de conteúdos trabalhados na unidade.

Compartilhe ideias

Seção que apresenta ao professor orientações e subsídios para auxiliar na condução das atividades propostas nessa seção do Livro do Estudante, visando desenvolver a inferência e a argumentação.

Conexões com...

Nessa seção, são apresentados os objetivos que os estudantes devem alcançar com o trabalho da seção no Livro do Estudante, além de orientações para a construção e a realização das aulas propostas em conjunto com outros componentes curriculares.

Prática científica

Contém sugestões para orientar os estudantes na realização das atividades práticas de investigação e instruções de como observar e interpretar os resultados das atividades. Além disso, a seção apresenta os objetivos a serem atingidos ao final das atividades práticas, assim como possíveis cuidados necessários para evitar acidentes ou obter o melhor aproveitamento da atividade.

Integrando o conhecimento

Seção que sugere possibilidades de relações de conteúdos com outros componentes curriculares de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e outras áreas do conhecimento, oferecendo sugestões e orientações para o trabalho em conjunto com professores desses componentes.

Página IV

Ligado no tema

Auxilia com orientações e comentários para o desenvolvimento do trabalho com os temas contemporâneos transversais propostos na seção no Livro do Estudante. Além disso, há instruções que auxiliam na condução das atividades de reflexão e nos debates.

Respostas

Disponibiliza respostas, resoluções e orientações de determinadas atividades realizadas ao longo dos capítulos, assim como comentários de atividades de provas oficiais.

Retome o que estudou

Boxe que fornece as respostas das questões presentes na seção do Livro do Estudante e orientações de como essas questões podem ser utilizadas como ferramenta avaliativa e de sistematização dos conceitos.

Fundamentos teórico-metodológicos

O ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Os componentes curriculares da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias ajudam a compreender os fenômenos naturais que nos cercam. Dessa maneira, o ensino de Biologia, de Física e de Química deve se pautar na realidade próxima dos estudantes.

Eles trazem consigo conhecimentos que construíram em sua vivência e geralmente se baseiam neles para tentar compreender e explicar os fenômenos naturais. No entanto, muitas vezes, precisam ir em busca de outros conhecimentos para compreender e resolver os problemas do cotidiano. O ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias deve contribuir para que os estudantes obtenham esses conhecimentos e estabeleçam as relações necessárias para conhecer o mundo que os cerca, resolver os problemas e argumentar e intervir na realidade de maneira consciente.

Diante disso, o ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias deve se pautar nas necessidades dos estudantes e em sua formação cidadã. Assim, é preciso oportunizar momentos para que eles possam ter uma postura ativa e crítica durante o processo de estudo, aprofundamento e apropriação do conhecimento. Para isso, deve-se romper com a ideia de um professor detentor do conhecimento e passar a agir como mediador da aprendizagem, oportunizando questionamentos, argumentação de ideias e opiniões e incentivando a análise de situações.

Esta coleção procura desenvolver as competências e habilidades por meio de diferentes modelos didático-pedagógicos.

De acordo com a BNCC (2018),

[...] No Ensino Médio, a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias oportuniza o aprofundamento e a ampliação dos conhecimentos explorados na etapa anterior. Trata a investigação como forma de engajamento dos estudantes na aprendizagem de processos, práticas e procedimentos científicos e tecnológicos, e promove o domínio de linguagens específicas, o que permite aos estudantes analisar fenômenos e processos, utilizando modelos e fazendo previsões. Dessa maneira, possibilita aos estudantes ampliar sua compreensão sobre a vida, o nosso planeta e o universo, bem como sua capacidade de refletir, argumentar, propor soluções e enfrentar desafios pessoais e coletivos, locais e globais.
[...]

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 471-472. Disponível em: https://s.livro.pro/p3pjoo. Acesso em: 30 set. 2024.

A área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias do Ensino Médio busca a integração entre os seus componentes curriculares, Biologia, Química e Física, e entre eles e os componentes das outras áreas de conhecimento, que são Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais aplicadas. Para possibilitar esse trabalho, a coleção é composta de três volumes organizados por componente curricular: Biologia (volume único), Química (volume único) e Física (volume único). No processo de ensino-aprendizagem de cada volume, os estudantes são motivados a mobilizar conhecimentos não só de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, mas também das outras áreas de conhecimento.

Quando ocorrem grandes eventos naturais, descobertas científicas, estudos promissores, grandes epidemias e catástrofes ambientais, a sociedade tende a cobrar respostas imediatas. Cabe aos professores de Ciências da Natureza e suas Tecnologias manterem-se atualizados, procurando constantemente estratégias didáticas adequadas capazes de responder às indagações dos estudantes e incentivá-los a construir o conhecimento concreto e crítico.

A abordagem desta coleção visa enfatizar as relações entre os contextos socioculturais, a história da Ciência, a experimentação e os conceitos científicos. Na perspectiva sociocultural, a aprendizagem envolve a apropriação cultural, que depende de diferentes linguagens (internet, cultura digital, gráficos, tabelas e gêneros textuais diversos). É preciso lembrar que o jovem vive imerso em um mundo de signos, utilizados para construir significados. O tipo de ferramenta ou signo mediador regulará a forma como os conceitos são internalizados, o que se dá quando o sujeito constrói os próprios significados sobre o mundo, associando-os a ideias de seu contexto sociocultural. Nessa perspectiva, a aprendizagem se estabelece quando os estudantes são capazes de compreender as relações entre os sujeitos sociais e os conhecimentos científicos, abandonando uma visão concreta do mundo e passando a percebê-lo de forma abstrata, generalizando os conceitos estudados e aplicando-os na análise de diversas situações. É importante lembrar que eles ainda podem ter concepções alternativas e que cabe ao professor identificá-las e trabalhá-las individualmente.

Página V

A história da Ciência possibilita aos estudantes conhecer os caminhos dela, a maneira como se desenvolveu e de que forma os estudiosos elaboram suas teorias, das primeiras até as atuais. Ela auxilia os estudantes a perceber que a Ciência se desenvolve com base em problemas e questionamentos da sociedade em cada época e em meio a dificuldades, dúvidas e equívocos. Além disso, na perspectiva da etnociência, é muito importante que o ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias incentive os estudantes a valorizar e a reinterpretar os conhecimentos tradicionais, propiciando uma compreensão mais integrada entre a cultura e os conhecimentos científicos. Essas visões podem contribuir para a formação de um indivíduo com potencial de análise reflexiva e analítica, percebendo que a Ciência é uma construção humana, dinâmica e mutável e que o conhecimento científico está sujeito a reformulações.

Um ponto fundamental na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias é a experimentação, a qual permite aos estudantes vivenciar situações práticas, colocando-se no papel central da construção do conhecimento, além de tornar as aulas mais dinâmicas e participativas. Nesta coleção, procuramos sugerir atividades práticas simples e acessíveis, que visam desenvolver conteúdos procedimentais e atitudinais. Os experimentos ou as demonstrações podem ser realizados no início das aulas ou no decorrer delas. Essas atividades permitem aos estudantes reconhecer a importância de desenvolver as etapas do método científico: observação, levantamento de hipóteses, elaboração de um plano de trabalho, montagem e coleta e análise de dados.

Para que o ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias seja efetivo, também é importante considerar a realidade próxima dos estudantes, incluindo suas vivências e experiências. Junto às situações-problema, a valorização dos conhecimentos e das experiências prévias dos estudantes pode incentivá-los a se tornar protagonistas no processo de ensino-aprendizagem, levando-os a buscar o conhecimento científico para explicar ou resolver problemas do cotidiano.

Durante o processo de ensino-aprendizagem, o professor deve auxiliar os estudantes a construir argumentações e a se posicionar diante de situações do cotidiano, desenvolvendo o raciocínio e uma postura crítica. Essas capacidades proporcionam a formação integral dos estudantes como cidadãos atuantes e participantes das questões sociais relevantes.

Nesta coleção, utilizamos diferentes perspectivas teórico-metodológicas, pois entendemos que os professores precisam conhecer uma pluralidade de perspectivas teórico-práticas. Esse trabalho permite que sejam oferecidas aos estudantes abordagens variadas, dependendo do assunto e do campo do saber observados. Além disso, são oferecidas orientações de como desenvolver o pensamento acerca de Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA).

[...]
A grande finalidade da educação em Ciências numa perspectiva CTSA (Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente) é dar da Ciência uma visão integrada, relacionando-a com a Tecnologia e evidenciando os impactos que estas têm na Sociedade e no Ambiente, bem como a influência que a Sociedade/Ambiente tem no desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia. [....]

FERNANDES, I. M. B.; PIRES, D. M.; DELGADO-IGLESIAS, J. Perspetiva Ciência, Tecnologia, Sociedade, Ambiente (CTSA) nos manuais escolares portugueses de Ciências Naturais do 6º ano de escolaridade. Ciência e Educação, v. 24, n. 4, out./dez. 2018. p. 876. Disponível em: https://s.livro.pro/68ewos. Acesso em: 30 jul. 2024.

Assim, esta coleção apresenta alguns pilares.

Ferramentas

  • Momentos de integração de conhecimentos (Biologia, Química e Física).
  • Análise de situações.
  • Experimentação.
  • História da Ciência.
  • Cultura digital.
  • Divulgação científica.
  • Ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.

Recursos

  • Imagens diversas (esquemas, ilustrações e fotografias).
  • Gêneros textuais diversos (textos de fontes diversas, reportagens, tirinhas, cartuns).
  • Tabelas, gráficos e mapas.
  • Materiais diversos e acessíveis.
  • Recursos audiovisuais.

Metas

  • Desenvolvimento de habilidades e competências.
  • Leitura e interpretação de textos e dados.
  • Cidadania.
  • Protagonismo no processo de ensino-aprendizagem.
  • Desenvolvimento da alfabetização científica.
  • Apropriação do método científico (observação, análise, levantamento e teste de hipóteses).
  • Argumentação e comunicação científica.
  • Desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e do pensamento computacional.
  • Desenvolvimento do raciocínio linguístico.

Problematização

A problematização é uma forma de iniciar uma aula, por exemplo, atraindo a atenção dos estudantes. Ao lançar uma situação-problema contextualizada, ela pode instigar e despertar o interesse deles pelo tema a ser abordado. Porém, não se trata apenas de apresentar uma sentença e pedir-lhes que a resolvam; é necessário que a situação-problema seja relevante para o estudante e que o professor acompanhe a resolução.

Dessa forma, o professor precisa verificar se a situação levantada é interessante para os estudantes e se efetivamente cria um elo adequado entre Ciência, tecnologia, sociedade, saúde e ambiente. Trata-se de uma proposição qualitativa, em que é preciso raciocinar sem o objetivo de aplicar fórmulas ou modelos prontos. A ideia é levar os estudantes a argumentar à medida que refletem sobre as estratégias necessárias para a resolução do problema, na busca de realizar uma ação investigativa. De maneira geral, essas situações contribuem para que os estudantes reflitam, levantem hipóteses, busquem explicações e confrontem seus modelos com as informações coletadas, a fim de realizar a sistematização do conhecimento, retomar todas as questões e chegar às conclusões. Para que eles sejam incentivados a participar das situações propostas e resolvê-las, o professor deve ser um mediador, orientando-os a encontrar soluções para os problemas e não atuando apenas como um transmissor de tarefas. Ele deve ainda considerar os conhecimentos prévios dos estudantes e suas respostas para o problema proposto.

Página VI

Nesta coleção, a problematização ocorre principalmente no desenvolvimento de alguns conteúdos, nas seções Prática científica, Atividades e Ligado no tema.

Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade incentiva a formulação de um saber crítico-reflexivo com base no diálogo entre os conteúdos de diferentes componentes curriculares, possibilitando que os estudantes e professores reconheçam as relações entre os conhecimentos, deixando de concebê-los de maneira segmentada. Essa perspectiva proporciona aos estudantes uma compreensão mais abrangente da realidade, dando-lhes oportunidades de vivenciar uma aprendizagem mais efetiva e articulada, levando em conta os objetivos gerais e específicos de cada componente envolvido.

O conceito orientador de uma prática pedagógica desenvolvida em parceria, fruto de uma pedagogia integradora, é o de interdisciplinaridade, que se trata da:

[...] Interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios.
[...]

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 54.

Um trabalho interdisciplinar preocupa-se em relacionar os conceitos de modo articulado, promovendo o pensamento crítico, o pensamento científico, o pluralismo de ideias e a autonomia de pensamento, com o propósito de evitar a fragmentação do conhecimento e instigar o interesse dos estudantes na participação direta do processo de aprendizagem.

Esse trabalho deve estar ligado às culturas juvenis, considerando a vida dos estudantes e suas motivações em contextos reais e/ou próximos à realidade, de modo que os envolva e torne o processo, além de útil, prazeroso, dando voz, vez e atitude ativa a eles. Deve instigar o trabalho coletivo, de interação e colaboração, tanto entre os estudantes quanto entre eles e os professores, favorecendo o desenvolvimento da capacidade de argumentar e organizar informações.

Professores e estudantes, por meio de práticas pedagógicas e vivências interdisciplinares, devem associar um conhecimento geral a conteúdos das diversas áreas do conhecimento e, ao final, promover uma síntese, ampliando a compreensão dele em relação ao do início do processo. É fundamental que os professores sejam os primeiros a trilhar esse percurso e garantam que as habilidades seguintes estejam envolvidas nessa abordagem.

Para colaborar para a mudança de visão conteudista e fragmentada do conhecimento para uma postura interdisciplinar, esta obra sugere, em diversos momentos, conexões entre os componentes curriculares e seus respectivos objetos de conhecimento com base em temas, conteúdos, recursos e seções que promovem tais abordagens.

A seção Conexões com... apresenta uma proposta de interdisciplinaridade entre os componentes curriculares de Biologia, Química e Física e os componentes curriculares das demais áreas de conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Arte e Educação Física), Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia). A seção é apoiada pelas Orientações para o professor, com sugestões de desenvolvimento específicas para tirar o melhor proveito dos trabalhos propostos. Além disso, a seção Ligado no tema, por meio do trabalho com os temas contemporâneos transversais (TCTs) e outros textos e atividades ao longo do volume, possibilita explorar algum aspecto interdisciplinar, trazendo subsídios para o professor aproveitar a oportunidade de relacioná-los a outros componentes curriculares.

Para as atividades que permitem a integração com outros componentes curriculares, é preciso alinhar com o professor do outro componente os objetivos de aprendizagem pertinentes àquele trabalho e as formas como podem ser desenvolvidos em conjunto. Durante esse alinhamento, é importante evidenciar as relações que se espera que os estudantes estabeleçam durante a atividade, além de detalhar as etapas necessárias para o desenvolvimento de cada objetivo, estabelecer os prazos para a conclusão de cada etapa e estipular os critérios de avaliação.

Quando não for possível realizar o trabalho prático com a colaboração de outro professor, é importante identificar os principais conceitos e relações que se pode estabelecer entre os componentes envolvidos e buscar orientações sobre como desenvolver a proposta interdisciplinar com os estudantes. Também é importante orientar e acompanhar os estudantes para que realizem pesquisas direcionadas a fim de adquirir os conhecimentos necessários para o desenvolvimento da proposta interdisciplinar. Essas orientações devem estar relacionadas:

  • à escolha de fontes de pesquisa confiáveis e adequadas à proposta;
  • ao modo de realizar os registros, distinguindo o que é relevante para o estudo do que não é;
  • à maneira como as informações obtidas podem ser organizadas;
  • à forma como os resultados das pesquisas devem ser entregues (impressos, por meio de cartazes, postagens na internet etc.).

O trabalho interdisciplinar revela como o processo de aprendizagem é contínuo e permanente. O trabalho de associação entre componentes curriculares não propicia apenas uma formação integral e significativa, mas também fornece a oportunidade para o estudante desenvolver sua autonomia no processo.

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O Ensino Médio

O papel do professor

Entre todos os aspectos já citados a respeito do docente, frisamos que o professor da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias deve ser capaz de perceber as relações professor-estudante e estudante-estudante, de modo a orientar suas aulas de acordo com essas observações. Uma das formas de promover a interação em sala de aula é substituir algumas aulas expositivas por estratégias que incentivem a participação dos estudantes e a troca de ideias entre eles, o que pode ser feito por meio da oralidade, da escrita, de imagens ou de gestos.

Utilizar diferentes formas de abordagem pode auxiliar o docente a atingir o objetivo de levar os estudantes a desenvolver a capacidade de acessar as informações científicas, interpretá-las e formar as próprias opiniões. À medida que são orientados nesse sentido, ficará cada vez mais evidente para eles como ocorre a união da teoria com a prática.

[...] Dessa forma, a figura do professor aparece como mediadora, seja para formular questões que conduzam a discussão aos pontos considerados importantes, ou ainda para encaminhar a discussão para aspectos do cotidiano dos alunos, procurando assim falar com estudantes e não aos estudantes. Muda-se, portanto, o referencial, tirando o conhecimento como algo que vem do professor, que é assim detentor absoluto desse conhecimento (geralmente uma Ciência absoluta, inquestionável), e coloca-se o conhecimento como algo que pode ser construído pelos estudantes. [...]

NASCIMENTO, Viviane Briccia do. A natureza do conhecimento científico e o ensino de ciências. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (org.). Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. p. 53-54.

O trabalho do professor em sala de aula é amplo porque, além de buscar metodologias que adaptem os conteúdos ao aprendizado dos estudantes, contribui para a formação de cidadãos críticos. Portanto, o profissional se depara com a necessidade de ir além do ensino de conteúdos para encaminhar os jovens a desenvolver habilidades, atitudes, valores e competências. Logo, é fundamental que se mantenha em constante formação.

[...] Entendendo que a democratização do ensino passa pelos professores, por sua formação, por sua valorização profissional e por suas condições de trabalho, pesquisadores têm defendido a importância do investimento no seu desenvolvimento profissional. Esse processo de valorização envolve formação inicial e continuada, articulada, identitária e profissional. Essa formação identitária é epistemológica, ou seja, reconhece a docência como um campo de conhecimentos específicos configurados em quatro grandes conjuntos, a saber: 1) conteúdos das diversas áreas do saber e do ensino, ou seja, das ciências humanas e naturais, da cultura e das artes; 2) conteúdos didático-pedagógicos mais amplos do campo teórico da prática educacional; 3) conteúdos ligados a saberes pedagógicos mais amplos do campo teórico da prática educacional; 4) conteúdos ligados à explicitação do sentido da existência humana individual, com sensibilidade pessoal e social. E essa formação identitária é também profissional, ou seja, a docência constitui um campo específico de intervenção na prática social.

MARANDINO, Martha; SELLES, Sandra Escovedo; FERREIRA, Marcia Serra. Ensino de biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo: Cortez, 2009. p. 11.

Para autores como Alarcão (2018) e Pimenta (2018), a formação de professores deve priorizar o profissional reflexivo, além de ser contínua para reelaborar os saberes, confrontando-os com a prática vivenciada em sala de aula.

O professor, ao atuar como um profissional reflexivo, deixará de reproduzir ideias e práticas para passar a integrar ciência, técnica, arte e sensibilidade. Para que ele atue sobre a própria prática, são necessários, de acordo com Alarcão (2018), conhecimentos científicos e pedagógicos; conhecimento do conteúdo curricular e pedagógico em geral do estudante, dos contextos, dos fins educativos e, por fim, de si mesmo.

Planejamento

Outro elemento significativo para o trabalho do docente é o planejamento. Ao planejar as aulas, o professor tem a oportunidade de refletir sobre como trabalhar as habilidades dos estudantes e quais estratégias usar no ensino de diferentes conceitos, procedimentos e atitudes.

Nessa fase do trabalho é possível que o docente organize suas atividades práticas, prevendo o tempo necessário ou disponível para cada uma delas. O planejamento de atividades deve seguir algumas etapas: a apresentação do tema; a delimitação dos problemas a serem investigados e o levantamento de hipóteses; a investigação do problema; a sistematização dos conceitos; e a avaliação. O professor também deve se planejar com base nos objetivos que pretende alcançar, levar em consideração as estratégias necessárias para essa finalidade e escolher os recursos necessários.

Contudo, ele deve se preparar para possíveis desvios no roteiro inicial, já que uma aula não é igual a outra, tampouco previsível. Também é necessário conhecer a si mesmo e aos estudantes (desenvolvimento cognitivo, socioeconômico e cultural), bem como ter preestabelecida a metodologia adequada àquele momento.

Nos casos propícios para articulação entre áreas diversas do conhecimento, é importante, mais uma vez, pensar no planejamento coletivo em parceria com professores de outros componentes curriculares. Faz-se necessário um encontro para que, com base em uma avaliação diagnóstica interdisciplinar, ambos os professores tracem os objetivos de aprendizagem pertinentes às áreas do conhecimento envolvidas, de modo que seja possível trabalhá-los em conjunto para potencializar a formação integral dos estudantes.

As Orientações para o professor oferecem subsídios para apoiar a confecção de planejamentos diversos conforme a necessidade do professor, dos conteúdos e das turmas. No entanto, é preciso atenção, autonomia e flexibilidade para adaptar as sugestões aqui fornecidas às regências contidas no Projeto Político Pedagógico da unidade escolar e no currículo estadual. Outra atenção necessária ao planejar as aulas é quanto aos casos de estudantes com deficiências ou transtornos, os quais requerem a dedicação do professor a um Planejamento Educacional Individual (PEI).

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Organização do espaço

Com base nas novas perspectivas educacionais, o estudante do Ensino Médio tem papel de protagonismo em seu desenvolvimento pessoal. Portanto, apenas o modelo tradicional de configuração de uma sala de aula, com carteiras enfileiradas, em que o professor atua como único detentor do conhecimento, não supre a necessidade de um espaço propício para a interação e as relações interpessoais na aprendizagem.

Por isso, outras formas de organização do espaço da sala de aula, além de promover a construção do conhecimento de forma significativa e qualificada, podem ser aliadas para melhorar o convívio; incentivar a troca de experiências e a interação entre estudantes de diferentes perfis; favorecer o processo de inclusão; propiciar o desenvolvimento da empatia e da cooperação e proporcionar um ambiente mais dinâmico e agradável.

Confira a seguir algumas possibilidades de dispor as carteiras na sala de aula para motivar os estudantes a se interessarem mais pelas práticas escolares. Cada uma delas pode ser aplicada conforme a intencionalidade pedagógica, podendo variar, por exemplo, na recepção deles durante as aulas convencionais e nos momentos de avaliação. Atente, contudo, à presença de estudantes com deficiências ou transtornos, a fim de que essas possibilidades não prejudiquem o desempenho deles ou não os excluam das atividades.

Ilustração de 16 carteiras escolares com agrupadas em círculo.
Em círculo.
Ilustração de 16 carteiras escolares divididas em 4 grupos de 4 carteiras viradas de frente um grupo para o outro.
De frente uns para os outros.
Ilustração de 24 carteiras escolares divididas em dois grupos virados de frente um para o outro. Cada grupo está organizado em duas fileiras com 6 carteiras em cada uma.
Em fileiras voltadas umas para as outras.
Ilustração de 21 carteiras divididas em 3 fileiras com 7 carteiras cada.
Em formato de plateia.
Ilustração de 16 carteiras escolares agrupadas em 4 grupos com quatro carteiras cada.
Em grupos.
Ilustração de 16 carteiras escolares agrupadas em formato de U.
Em U ou meia-lua.

Espaços não formais de ensino-aprendizagem

O ensino de Ciências da Natureza e suas Tecnologias pode ocorrer em diversos espaços e contextos além da sala de aula. Alguns autores consideram três tipos de educação: formal, informal e não formal. De acordo com Gohn (2006),

[...] a princípio podemos demarcar seus campos de desenvolvimento: a educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; a informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização – na família, bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados; e a educação não formal é aquela que se aprende "no mundo da vida", via processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianos.

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 28, jan./mar. 2006.

As atividades direcionadas à educação não formal podem ser realizadas em espaços não escolares, como centros de Ciências, museus, jardins botânicos, herbários, zoológicos, planetários e indústrias. Alguns espaços onde se veiculam conhecimentos populares também oportunizam a aprendizagem, como lavanderias e tinturarias; locais de produção de laticínios ou bebidas; ambientes de fundição, funilaria e metalurgia; jardinagem e floricultura; feiras alimentares; shopping centers; pedreiras e pesqueiros.

Os espaços não formais de ensino ainda têm o papel de divulgar e comunicar a ciência.

[...] A educação não formal, por outro lado, com caráter sempre coletivo, envolve práticas educativas fora do ambiente escolar, sem a obrigatoriedade legislativa, nas quais o indivíduo experimenta a liberdade de escolher métodos e conteúdos de aprendizagem. Alguns exemplos de locais que oferecem a educação não formal são: museus, meios de comunicação, agências formativas para grupos sociais específicos, organizações profissionais, instituições não convencionais de educação que organizam eventos tais como cursos livres, feiras e encontros. [...] os museus de astronomia, planetários, observatórios astronômicos e clubes de astrônomos amadores que oferecem tais atividades podem ser incluídos na categoria de estabelecimentos de educação não formal em astronomia. [...]

LANGHI, Rodolfo; NARDI, Roberto. Ensino da astronomia no Brasil: educação formal, informal, não formal e divulgação científica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 31, n. 4, 2009. Disponível em: https://s.livro.pro/xa90a6. Acesso em: 15 out. 2024.

Portanto, torna-se indispensável proporcionar vivências como essas aos estudantes, contemplando, no planejamento das aulas visitas a esses espaços não formais de ensino-aprendizagem. Essas sugestões visam fortalecer o ensino para que ele cumpra seu papel democrático, inclusivo e transformador e desperte nos jovens a capacidade e a necessidade de mudar o mundo.

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O estudante

É inegável que as constantes transformações na sociedade resvalam em âmbitos diversos da vida social, incluindo a escola. Nesse processo, os estudantes se deparam com instituições de educação que nem sempre conseguem acompanhar as mudanças estabelecidas fora dos muros escolares, uma vez que se debatem entre práticas há muito enraizadas. Surge, com isso, a necessidade de adaptação frente a novas demandas, ou seja, de contribuição para a formação de jovens que já agem e participam da sociedade em que vivem como sujeitos ativos, preparando-os não somente para o mercado de trabalho, mas também para os desafios que lhes são proporcionados, tornando-os cada vez mais independentes e desenvolvendo neles atitudes e valores como a inovação, a criatividade, a organização e o planejamento, que lhes serão importantes como cidadãos.

Um discurso bastante presente nas novas propostas político-pedagógicas é a democratização do ensino público e a melhoria de sua qualidade, baseados na equidade, justiça social e a valorização da diversidade dos estudantes. Essas transformações devem envolver uma série de ações por parte dos pais, professores e especialistas, muitas vezes, envolvendo também a reformulação de currículos.

Um dos pilares que deve sustentar essa manobra "está no reconhecimento de que a reflexão sobre a multiplicidade exige a consideração da identidade não como essência, mas como um campo de ação social" (BRASIL, 2013, p. 18). Desse modo, há de se compreender o que é ser jovem atualmente, ou seja, cidadãos em transformação, em sua maioria, conectados e engajados tecnologicamente, cientes dos fatos e acontecimentos sociais e culturais que ocorrem no âmbito local e mundial, que buscam respostas perante as dúvidas e os anseios que sentem, curiosos e criativos, apreciadores da cultura local e global, entre outras características.

[...]
O mundo da cultura aparece como um espaço privilegiado de práticas, representações, símbolos e rituais, no qual os jovens buscam demarcar sua identidade juvenil. Longe dos olhares dos pais, educadores ou patrões, mas sempre tendo-os como referência, os jovens constituem culturas juvenis que lhes dão uma identidade como jovens. As culturas juvenis, como expressões simbólicas da condição juvenil, se manifestam na diversidade em que esta se constitui, ganhando visibilidade através dos mais diferentes estilos, que têm no corpo e no visual uma das suas marcas distintivas.
[...]

REIS, Juliana Batista dos; JESUS, Rodrigo Ednilson de. Marcas das culturas juvenis. In: Culturas juvenis e tecnologias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. p. 16.

Dessa forma, ao considerar essa pluralidade das identidades juvenis, tomando os jovens como sujeitos sociais com importante participação cultural dentro e fora dos muros da escola, apresentam-se, nesta coleção, diversos temas que podem ampliar o repertório de conhecimento desses estudantes, a fim de instigá-los a ter contato com a área de Ciências da Natureza por meio de assuntos que sejam pertinentes, significativos e agradáveis a eles. Além disso, acredita-se que eles usarão esse aprendizado não somente na escola, mas também em diferentes fases da vida, para seu desenvolvimento pessoal e profissional, e na atuação como cidadãos participativos do meio em que vivem.

Entre os elementos que constituem as culturas juvenis, destacam-se ainda a arte, o esporte, a política e a tecnologia. Esta última tem exercido um papel significativo nas práticas cotidianas dos jovens, que encontram nas plataformas digitais um meio para expressarem sua singularidade. A respeito disso, Carrano, Damasceno e Tafakgi afirmam que:

[...] notar pelas mídias eletrônicas, podem e devem ser utilizadas como ferramentas que facilitem a interlocução e o diálogo entre os jovens, profissionais da educação e da escola, contribuindo assim para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras em comunidades de aprendizagens superadoras das tradicionais hierarquias de práticas e saberes ainda tão presentes nas instituições escolares.
[...]

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno II: o jovem como sujeito do ensino médio. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013. p. 27-28.

Nesse sentido, são vários os benefícios que se observam ao transformar a cibercultura em uma aliada dos métodos de ensino, mas exigem que educadores estejam abertos a aprender os novos recursos e a se prepararem adequadamente para se tornar mediadores nas novas configurações de ensino e aprendizagem e não os detentores máximos do saber.

Ainda no que se refere à inserção das culturas juvenis no contexto escolar, é possível organizar pesquisas, atividades temáticas e rodas de conversa em que os estudantes terão a oportunidade de falar sobre a relação que mantêm com tecnologias digitais, música, dança, moda e outros interesses relacionados ao seu desenvolvimento pessoal. Com base nessas práticas, o currículo escolar poderá ser planejado de modo a contemplar os temas integrantes das culturas juvenis.

A autonomia dos estudantes, em conjunto com o autoconhecimento e a autoestima – que, da mesma forma, devem ser trabalhados no contexto escolar –, auxiliará os jovens não somente na definição de suas escolhas profissionais, mas também no "que concerne às escolhas de estilos de vida saudáveis, sustentáveis e éticos" (BRASIL, 2018a, p. 463). Identificar as inspirações e as expectativas dos estudantes, bem como suas angústias e aflições no que se refere ao futuro, é imprescindível para que se inicie esse trabalho, cujo objetivo é permitir que aprimorem as habilidades e competências exigidas para o que almejam – por isso a importância de um ensino personalizado, que valorize as singularidades dos sujeitos envolvidos e transforme o professor em um facilitador.

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Orientações pedagógicas

Interações sociais e saúde mental

Entre os muitos atributos e habilidades exigidos dos professores na atualidade, é fundamental ressaltar a importância de um olhar atento e sensível para detectar atitudes que possam refletir problemas pelos quais os estudantes estejam passando, dentro ou fora de sala de aula. Essas adversidades podem se manifestar de formas distintas, como por meio da dificuldade de lidar com emoções ou de comportamentos que indiquem falta de interação social ou problemas de convivência.

Como a saúde mental não se caracteriza por sua linearidade, mas por dimensões, o professor, além de estar continuamente vigilante, deve promover, constantemente, o desenvolvimento de certas habilidades, atitudes e valores dos estudantes. Nesse momento, é válido salientar que a escola não deve se limitar a abordar os conteúdos curriculares regulares, mas também promover junto aos estudantes a capacidade de se comunicar e de se relacionar com os colegas, ouvindo-os e praticando a empatia; de respeitar as regras do ambiente escolar; de engajar em atividades culturais, entre outras. Concomitantemente ao reconhecimento de habilidades, deve ocorrer a identificação de situações que podem dar indícios de questões relacionadas às interações sociais e à saúde mental e que precisam ser observadas, como bullying, cyberbullying, racismo, sexismo, homofobia, transfobia, isolamento social, maus-tratos, violências de qualquer tipo, problemas com autoimagem e distúrbios alimentares.

Em consonância com esses fatores e pautada em metodologias especializadas, é dever da comunidade escolar, incluindo diretores, coordenadores, professores, outros funcionários que desempenham atividades técnicas e administrativas e também os próprios estudantes, manter um ambiente harmonioso e livre de conflitos, promovendo a cultura da paz. Nesse sentido, promover o diálogo de forma respeitosa, prezando pela comunicação não violenta; incentivar práticas colaborativas, em detrimento das competitivas; manter relações horizontais, ou seja, sem predominância de estruturas hierárquicas; e desenvolver continuamente as competências socioemocionais mostram-se essenciais para que a saúde mental dos sujeitos pertencentes a esse contexto seja preservada.

Embora sejam perceptíveis em muitas ocorrências, alguns dos problemas descritos anteriormente aparecem de modo silencioso ou são negados insistentemente. Casos de bullying e de cyberbullying, por exemplo, podem acontecer sem que ninguém os testemunhe, dificultando sua constatação, uma vez que a vítima pode ser intimidada ou ameaçada se relatar o ocorrido a um terceiro. Nessas situações, canais abertos de comunicação e, novamente, atenção às mudanças comportamentais, ainda que sutis, são capazes de reverter esse cenário. Além disso, projetos paralelos em que são discutidas questões como relações humanas, diversidade e construção da identidade na juventude demonstram eficácia no combate a essas questões.

Quanto ao bullying, é fundamental enfatizar que ele se caracteriza por ser recorrente, ter intenção de chatear ou ameaçar e não ter motivos claros para acontecer, evidenciando que a força e o poder do agressor sobre a vítima constituem suas bases estruturantes. Ele deve, portanto, ser diferenciado de brigas ocasionais ou de situações pontuais em que haja discordância entre os estudantes. Já o cyberbullying pode prejudicar a saúde mental dos estudantes por meio de insultos, intimidações e violência psicológica causados por usuários de redes sociais ou outros meios digitais, sendo potencializados pela abrangência da internet.

Uma vez que as consequências do bullying e do cyberbullying extrapolam o ambiente onde ele foi praticado, as medidas preventivas devem se estender a outros contextos. Tanto a instituição familiar como a escolar são essenciais para detectar a violência e impedir que ela aconteça, por isso devem agir em conjunto visando à superação dessa e de toda forma de violência.

Cabe ressaltar que as medidas tomadas com relação a esse problema não objetivam punir o agressor, mas oferecer-lhe assistência. Apesar dos mecanismos que possibilitam a resolução, ainda que lenta e gradual, dessas questões, alguns casos podem se revelar mais graves, exigindo que se busque ajuda especializada. Nesse contexto, o professor tem muito a contribuir no combate a esses tipos de violência, desenvolvendo atividades, abordagens e campanhas antibullying.

Sugestões de práticas para a promoção da boa convivência

1. Nos primeiros dias de aula, promova momentos para combinar práticas de cuidados ao se relacionar com as pessoas, como:

  • pensar no que quer falar, de modo que seja dito somente se tiver certeza de que não ofenderá ou magoará alguém;
  • conversar fazendo uso de palavras positivas, sem prepotência, coação ou agressividade;
  • respeitar o próximo e a si mesmo;
  • apoiar suas atitudes em comportamentos éticos, democráticos e inclusivos;
  • não julgar nem comparar as pessoas;
  • assumir o que fala e suas atitudes;
  • valorizar e promover o desenvolvimento da autoestima;
  • desenvolver competências socioemocionais, como empatia, respeito, responsabilidade, foco, persistência e autoconfiança.

2. Em parceria com um profissional especializado, promova momentos para conversarem, por exemplo, sobre:

  • a importância da empatia nos ambientes digitais;
  • o respeito à intimidade de cada um;
  • a importância de assumir a responsabilidade pelo que diz e faz;
  • o desenvolvimento da autoestima;
  • a importância de denunciar atos de violência e discriminação de qualquer tipo;
  • o combate aos estereótipos, à violência sexual, à intolerância religiosa, ao racismo, à xenofobia, ao discurso de ódio, ao cancelamento digital, entre outros.

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3. Proponha rodas de conversa mediadas reflexivas, realizadas por meio de diálogos respeitosos, abordando temáticas sensíveis de nossa sociedade, como desigualdade de gênero, violência contra a mulher, homofobia, transfobia e racismo.

4. Promova atividades culturais relacionadas a diferentes matrizes étnico-culturais (abordagens que utilizam a linguagem artístico-literária permitem um trabalho prático com essas temáticas e colaboram para o contato com o outro).

5. Realize dinâmicas que objetivam expor sentimentos e emoções. Esse tipo de atividade deve ser bem orientado e conduzido para não causar desconforto e constrangimento aos estudantes.

6. Proponha a produção e divulgação de autobiografias contemplando a diversidade e as características pessoais dos estudantes a fim de valorizar os diferentes perfis.

7. Assista com os estudantes a filmes e documentários para refletir e conversar sobre diferentes assuntos sociais importantes relacionados à saúde emocional e ao campo da convivência.

8. Inclua estudantes em situação de itinerância (povos ciganos, circenses, migrantes, imigrantes ou em trânsito) ao ambiente escolar por meio de momentos de conversa e trocas de experiências, como forma de promover o acolhimento deles e consequentemente ampliar o universo dos demais estudantes.

Abordagens como essas podem auxiliar na percepção de situações problemáticas e oferecer suporte aos estudantes, evitando que possíveis episódios de discriminação ou violência ocorram. Nesta obra, em momentos apropriados, propomos atividades que promovem o pensamento crítico, o diálogo e a resolução de conflitos, oportunizando aos estudantes o aprofundamento de discussões, a fim de que se posicionem diante de temas importantes, desenvolvendo a empatia e o respeito ao próximo.

Estratégias de ensino-aprendizagem

As metodologias ativas

As metodologias ativas consistem em abordagens diversificadas que consideram o estudante como centro do processo de aprendizagem e o professor como mediador dele (MORAN, 2018).

O fato de, em uma mesma sala de aula, o professor se deparar com jovens que têm variadas formas de aprender exige da prática pedagógica ações que possibilitem alcançar os diferentes perfis desses estudantes, uma vez que eles já chegam com seus conhecimentos de mundo e da cultura, o que tem grande influência no processo de aprendizagem. Nesse sentido, as metodologias ativas, além de associarem situações de ensino à realidade, são fundamentais para que o professor consiga atingir o maior número de estudantes possível, já que elas fornecem possibilidades de compreensão dos conteúdos de modo diferente das práticas comumente utilizadas e abrangem maior variedade de formas de aprender.

[...]
O que constatamos, cada vez mais, é que a aprendizagem por meio da transmissão é importante, mas a aprendizagem por questionamento e experimentação é mais relevante para uma compreensão mais ampla e profunda. Nos últimos anos, tem havido uma ênfase em combinar metodologias ativas em contextos híbridos, que unam as vantagens das metodologias indutivas e das metodologias dedutivas. Os modelos híbridos procuram equilibrar a experimentação com a dedução, invertendo a ordem tradicional: experimentamos, entendemos a teoria e voltamos para a realidade (indução-dedução, com apoio docente).
[...]

MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 2.

É importante, ainda, considerar que a autonomia e a motivação se inter-relacionam no processo de aprendizagem. O interesse em buscar novos conhecimentos e a oportunidade possibilitada aos estudantes de ser responsáveis pelo seu aprendizado despertam a motivação e, estando motivados, eles nutrem o desejo de aprender mais e de descobrir novas informações.

Dessa forma, acreditamos que um estudante engajado se sentirá mais responsável e comprometido com o próprio processo de aprendizagem, uma vez que, ao ser exposto a desafios, mesmo que simples, como uma pesquisa para a busca de respostas sobre um assunto proposto, ele terá a curiosidade despertada, além de ter a possibilidade do desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo. Assim, é preciso que os estudantes sejam constantemente incentivados, para que esse interesse inicial não se perca ao longo do ano letivo ou da vida deles.

Em consonância com o que foi exposto e acreditando na promoção do estudante como agente atuante e responsável em seu processo de aprendizagem, sugerem-se, em diversos momentos desta obra, tanto no Livro do Estudante como nas Orientações para o professor, atividades baseadas nas estratégias de metodologias ativas, que oportunizam o desenvolvimento da autonomia e da participação dos estudantes, objetivando à pesquisa para a construção de novos conhecimentos, debates, trocas de ideias e experiências com os colegas sobre os temas propostos e atividades em grupos em que possam colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo das unidades. Essas ações promovem aspectos como cooperação, empatia, pluralismo de ideias, argumentação, inferência, pensamento crítico, curiosidade intelectual, investigação e pensamento científicos, entre outros. A seguir, apresentamos algumas sugestões de estratégias de metodologias ativas.

One-minute paper

O professor faz uma pergunta relacionada ao conteúdo e os estudantes devem respondê-la em até 1 minuto, de maneira concisa e direta. Eles podem registrar a resposta no caderno ou em uma folha avulsa. Essa estratégia pode ser utilizada como uma avaliação diagnóstica para identificar o nível de conhecimento da turma sobre o assunto ou pode ser realizada em diferentes momentos, como antes, durante ou ao final da aula.

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Turn and talk

O professor propõe uma questão aos estudantes, que se viram (turn) para discutir (talk) a resposta com o colega imediatamente ao lado. Essa estratégia possibilita que eles organizem e compartilhem oralmente suas ideias e ouçam ativamente as opiniões do colega. Além disso, ela busca acessar os conhecimentos prévios e desenvolver a argumentação.

Think-pair-share

O professor propõe a questão e orienta os estudantes a refletir individualmente sobre ela (think). Em seguida, organiza-os em duplas para que troquem opiniões sobre a questão (pair). Por fim, incentiva as duplas a compartilhar suas respostas/conclusões com a turma (share).

Gallery walk

Os estudantes exibem suas produções de maneira semelhante a uma galeria de arte, fixando-as em paredes ou organizadas em fileiras. Eles devem circular e visitar todos os cartazes. Assim, cada um terá a oportunidade de apresentar seu trabalho e conhecer a produção dos colegas.

Jogo pedagógico – Verdadeiro, falso ou discussão

O professor deve confeccionar, com antecedência, de quatro a seis tabuleiros, que poderão ser utilizados em diferentes momentos durante o ano letivo. Cada tabuleiro deverá ser dividido em duas partes para organizar dois conjuntos de envelopes. De um lado do tabuleiro devem ser fixados cinco envelopes, numerados de 1 a 5. Já do outro lado, devem ser fixados três envelopes, nomeados com as palavras verdadeiro, falso e discussão.

Para realizar a atividade, também devem ser confeccionados de vinte a trinta cartões, com perguntas relacionadas ao conteúdo estudado. As perguntas devem ter como resposta verdadeiro ou falso, mas não devem estar registradas no cartão, e sim em um gabarito, que servirá para a consulta dos grupos ao final da atividade.

Para realizar o jogo, organize a turma em grupos e entregue a cada um deles um dado e um tabuleiro, com os cartões já inseridos dentro dos envelopes numerados de 1 a 5. Cada integrante deverá jogar o dado e tirar um cartão do envelope, de acordo com o número sorteado (caso seja o número 6, o jogador passa a vez para o colega). O estudante deverá ler a questão e tentar respondê-la sozinho para colocar o cartão no envelope verdadeiro ou falso. Os colegas do grupo podem ajudá-lo a responder e, quando não souberem a resposta, o cartão deverá ser colocado no envelope discussão.

Ao final, o professor deve disponibilizar o gabarito aos grupos, para que façam a correção e conversem sobre as perguntas que foram depositadas no envelope discussão, sanando as dúvidas e revisando o conteúdo. Os acertos devem ser anotados na lousa, em um placar. O grupo com maior pontuação vence.

Debate

Os estudantes se posicionam de modo a formar dois grupos. Um grupo faz um levantamento de aspectos positivos ou favoráveis com relação a um assunto, ao passo que o outro faz um apanhado dos pontos negativos ou desfavoráveis. Para isso, é necessária uma pesquisa prévia em fontes relevantes e confiáveis, a fim de extrapolar as opiniões típicas do senso comum. Em seguida, sugere-se que eles façam anotações sobre os argumentos e os contra-argumentos que desejam evidenciar no debate. Ao final, um estudante de cada grupo apresenta a defesa de seu grupo a fim de que o outro grupo analise e exponha seus contra-argumentos.

Seminário

Os estudantes devem ser organizados em grupos e orientados a preparar o seminário, de acordo com o tema e a data estipulada. Primeiro, cada grupo deverá planejar o que será apresentado, definindo o tema e dividindo as tarefas entre os integrantes do grupo. Em seguida, deverão executar o planejamento, realizando as pesquisas necessárias, levantando dados e informações em fontes confiáveis. Com as informações coletadas, os grupos deverão organizar o roteiro com os principais tópicos que farão parte da apresentação e organizá-la, produzindo, se necessário, materiais audiovisuais, como cartazes e vídeos. Os grupos deverão organizar a apresentação, distribuindo as falas entre os integrantes, para então ensaiá-las.

No momento da apresentação, um dos integrantes do grupo deverá iniciar o seminário apresentando um resumo do que será exposto. Na sequência, cada um dos demais integrantes deverá apresentar sua parte, falando com clareza, sem utilizar gírias ou repetições em excesso de determinadas palavras ou expressões, apresentando, assim, as informações de forma coesa e coerente. Ao final, deve ser realizado um momento de conversa para refletir sobre os diferentes posicionamentos da turma com relação ao tema apresentado e concluir quais pontos precisam ser retomados.

Ao propor atividades como as sugeridas anteriormente, verifique sempre a compatibilidade de cada uma com as individualidades de cada estudante. Pode ser que algum estudante com deficiência ou transtorno necessite de adaptação para não haver qualquer tipo de exclusão.

Pesquisa escolar

No processo de ensino-aprendizagem, a pesquisa é uma estratégia bastante utilizada para trabalhar com os estudantes em sala de aula. No entanto, para obter resultados satisfatórios, existem algumas orientações que o professor deve fornecer a eles antes de realizá-la.

1. Definição do tema: ao definir claramente o tema da pesquisa, estabelece-se um objeto de estudo que desperte o interesse dos estudantes.

2. Planejamento: estabelecer um planejamento para a pesquisa, no qual devem constar os objetivos, envolvendo a problemática inicial sobre o tema escolhido; as fontes de pesquisa (livros, jornais, revistas, internet, dicionários, enciclopédias, fotografias, documentários, filmes etc.); a distribuição de tarefas e a elaboração de um cronograma.

3. Coleta de dados: início dos trabalhos para a efetiva realização da pesquisa. É fundamental que haja interação e troca de experiências entre os próprios estudantes nessa etapa, para que possam verificar se seu trabalho está sendo produtivo para o restante do grupo.

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4. Análise e interpretação dos dados: as informações coletadas devem ser analisadas e interpretadas, pois apenas farão sentido após serem relacionadas com os conhecimentos prévios dos estudantes, com sua realidade próxima, com os conteúdos estudados nos capítulos e com as problemáticas propostas no início da pesquisa.

5. Produção do texto: refere-se a uma reunião de pauta com todo o grupo para definir a ordem em que os tópicos serão apresentados e produzir um rascunho do texto com as informações pesquisadas.

6. Revisão: após essas etapas, cada membro do grupo deve novamente ler o trabalho e apresentar suas considerações finais. A parte final, por sua vez, é composta das referências bibliográficas.

7. Socialização: é fundamental que os grupos troquem informações sobre as conclusões a que chegaram. Outra opção é escolher um meio de divulgação da pesquisa para compartilhá-la com os outros estudantes da escola, com os funcionários ou com a comunidade.

Trabalho em grupo

Os trabalhos em grupo podem contribuir para a aprendizagem, pois incentivam a interação de todos os envolvidos, o que cria uma oportunidade para conversarem, trocarem ideias e debaterem determinados assuntos.

[...] o trabalho em grupo desponta como uma alternativa ao modelo tradicional, por meio da qual os alunos podem estabelecer uma relação dialógica e dialética com seus colegas e professores. Assim, eles compartilham diferentes momentos e percursos de aprendizagem, trocando distintas experiências de vida e educacionais.
[...]

BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 80. (Série Desafios da Educação).

A colocação de situações diversificadas, de assuntos polêmicos, além de instigar a curiosidade dos estudantes, permite o desenvolvimento de um debate rico e construtivo, em que eles se sentem encorajados a buscar soluções e alternativas. Uma das características do trabalho em grupo é levar o estudante a expor suas ideias e argumentar sobre o que pensa, estabelecendo uma relação entre sua opinião e a dos colegas, além de se relacionar com o outro e ouvi-lo.

Ao explorar esse tipo de trabalho, é importante que os elementos de avaliação tenham o objetivo de acompanhar o desenvolvimento das ideias e os argumentos dos estudantes. O professor deve conduzir as ações desencadeando questões desafiadoras, evitando uma postura autoritária, o que comprometeria a participação dos estudantes e, consequentemente, dificultaria a manifestação de seus sentimentos e dúvidas.

Leitura e escrita

A leitura, a escrita e a interpretação de textos estão relacionadas à competência leitora. Por esse motivo, nesta coleção elaboramos estratégias de leitura para que o estudante interprete signos e mensagens tanto em textos quanto em imagens, gráficos ou tabelas, em diversos níveis de cognição, o que viabiliza a interpretação e a compreensão da leitura crítica e autônoma.

Não é somente com base na capacidade de ler e escrever que os estudantes afirmam sua alfabetização. É necessário dispor de meios para consolidar essas competências a fim de que o estudante as desempenhe de maneira efetiva para obter conhecimentos e se expressar.

Atualmente, a rapidez e a praticidade com que se tem acesso à informação, muitas vezes, condiciona os jovens a desenvolver uma leitura rápida e fragmentada. Portanto, a leitura contínua e atenta é fundamental para ser um veículo de informação eficaz, o que consequentemente também é importante para construir o conhecimento.

Além das leituras estratégicas, ao longo deste material, os estudantes são incentivados a registrar suas respostas e opiniões por escrito. Dessa forma, garantimos que a escrita também seja efetiva nesse processo.

Argumentação e inferência

Os estudantes, no Ensino Médio, devem consolidar sua capacidade de análise, compreensão e argumentação a fim de se posicionar com segurança sobre as mais diversas questões. Essa capacidade é indispensável para reconhecerem quando argumentos com os quais se deparam são válidos ou não, tornando-se aptos não só para a vida prática cotidiana, mas também para as etapas seguintes de formação no Ensino Superior. Analisar, compreender e argumentar constituem um conjunto de práticas fundamentais para a interação social e para que os estudantes exerçam plenamente sua cidadania.

A capacidade de análise e compreensão está muito ligada à capacidade de inferência, um processo pelo qual o leitor chega a uma conclusão tendo como base uma ou mais premissas. A inferência pode ser feita com base em pistas fornecidas no próprio texto. Uma vez obtidas as pistas, deve-se confrontá-las com aspectos conhecidos da realidade. Assim, por meio de diversos mecanismos de análise, são estabelecidas relações com base em um indício para formular conclusões.

[...]
Na leitura de um texto, o resultado da compreensão depende da qualidade das inferências geradas. Os textos possuem informações explícitas e implícitas; existem sempre lacunas a serem preenchidas. O leitor infere ao associar as informações explícitas aos seus conhecimentos prévios e, a partir daí, gera sentido para o que está, de algum modo, informado pelo texto ou através dele. A informação fornecida direta ou indiretamente é uma pista que ativa uma operação de construção de sentido. Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a inferência não está no texto, mas na leitura, e vai sendo construída à medida que leitores vão interagindo com a escrita.
[...]

DELL'ISOLA, Regina L. Péret. Inferência na leitura. Glossário Ceale. Disponível em: https://s.livro.pro/wtyx1f. Acesso em: 31 jul. 2024.

Sendo assim, em uma leitura inferencial, o leitor lê algo, recorre a pistas que o próprio texto fornece e aos seus conhecimentos prévios em um processo contínuo. Com isso, ele interpreta as informações implícitas e, por fim, compreende ou faz novos questionamentos sobre o que leu.

A argumentação é uma organização discursiva que tem entre suas principais características a negociação de argumentos favoráveis e contrários a certa perspectiva, tendo o objetivo de chegar a uma conclusão. Assim, ela tem o intuito de convencer alguém, defendendo ou rejeitando determinado ponto de vista, e pode ser desenvolvida tanto oralmente quanto por meio da escrita. Em sala de aula, as atividades relacionadas à argumentação podem incluir leitura, oralidade e produção escrita e devem ser escolhidas de acordo com o perfil da turma.

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Nas aulas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, os estudantes são apresentados a uma linguagem específica, determinante na aprendizagem dos conceitos. Por isso, o discurso argumentativo deve se pautar nos conceitos científicos, associando-os aos conceitos científicos escolares e aos conhecimentos cotidianos.

Em contrapartida, as opiniões são mutáveis e estão amparadas por crenças pessoais e valores baseados em pontos de vista próprios. Portanto, quando se pretende convencer outra pessoa de algo, é necessário argumentar, e não emitir opiniões infundadas.

[...]
A argumentação [...] é uma atividade social, intelectual e de comunicação verbal e não verbal utilizada para justificar ou refutar uma opinião sobre um assunto de ciências. Ela é constituída de um conjunto específico de um ou mais posicionamentos dirigidos para obter a aprovação de um ponto de vista particular por um ou mais interlocutores. Estes posicionamentos podem ser expressos em um ou vários enunciados e comunicados e interpretados como argumentos ou opiniões. Um enunciado isolado não pode constituir um argumento ou uma opinião a priori. Somente quando inserido em um discurso e submetido a um determinado contexto é que este enunciado pode ser analisado e interpretado como sendo um argumento ou uma opinião. [...]

VILLANI, Carlos Eduardo Porto; NASCIMENTO, Silvania Sousa do. A argumentação e o ensino de ciências: uma atividade experimental no laboratório didático de física do ensino médio. Investigações em Ensino de Ciências, v. 8, n. 3, 2003. p. 189. Disponível em: https://s.livro.pro/l39qgh. Acesso em: 2 ago. 2024.

Nas atividades baseadas em argumentações, os estudantes se apropriam da linguagem científica e passam a estruturar enunciados, desenvolvendo, assim, a autonomia. Para alcançar essa finalidade, o professor deve proporcionar momentos de interação, como conversas, bate-papos, mesas-redondas e debates, atuando como mediador nesses processos. São situações para os estudantes elaborarem explicações coletivas ou individuais acerca das evidências apresentadas e desenvolverem o respeito a opiniões diferentes das suas.

Com a argumentação, os estudantes participam de questões sociais e desenvolvem a capacidade de tomar decisões, o que os ajuda no exercício da cidadania.

No decorrer do processo, é preciso desenvolver nos estudantes o cuidado com o uso de argumentos falaciosos, que podem comprometer o raciocínio e a compreensão dos textos. Falácias são recursos falsos e apelativos usados para convencer uma pessoa nas mais diversas circunstâncias. São argumentos que procuram ser conclusivos com relação a algum assunto, mas não se sustentam como verdade. Uma falácia pode ser usada de modo proposital ou não – muitas vezes, qualquer um pode recorrer a ela sem perceber, deixando-se guiar pelas emoções. Há diversos tipos de falácias, e conhecer mais sobre elas é uma maneira de estar preparado para não ser convencido por elas e ser mais coerente nas participações em debates e mais assertivo ao escrever um texto argumentativo.

Além disso, o trabalho com argumentação e inferência é propício para abordar a pseudociência, desenvolvendo nos estudantes a capacidade de identificar e diferenciar os conhecimentos fundamentados no método científico e desenvolvidos por meio dele dos que se dizem fundamentados cientificamente, mas que foram desenvolvidos por meio de pesquisas que não se pautam no método científico. A pseudociência está presente em diversos meios a que geralmente os estudantes têm acesso e acaba sendo atrativa ao ser explicada. Os prejuízos da pseudociência vão muito além da desinformação, podendo afetar toda a sociedade, como na área da saúde pública.

A seguir, apresentamos algumas sugestões que podem ser utilizadas para o desenvolvimento da leitura inferencial e da argumentação. Salientamos a importância de adaptar tais sugestões conforme o perfil dos estudantes e a demanda em sala de aula, como estudantes com deficiências ou transtornos, a fim de que não haja qualquer tipo de exclusão.

Leitura e inferência

Para aprimorar a capacidade de inferir, nos momentos de prática de leitura de notícia, reportagem, tirinha, gráfico, tabela etc., os estudantes devem ser orientados a realizar uma leitura silenciosa ou em voz alta, que pode ser individual, em duplas ou em grupos. Durante a leitura, eles devem fazer questionamentos como: "Eu já ouvi falar disso antes?"; "Qual é o significado de tal palavra nesse texto?"; "Por que o autor se posicionou dessa maneira?" e registrar no caderno as compreensões ou dúvidas que vão surgir. Em seguida, eles devem refletir sobre os conhecimentos que já têm sobre o assunto para, então, ler novamente o texto, refletir, identificar as informações implícitas no texto para, por fim, interpretar e compreender o que foi lido.

Também é importante orientar os estudantes a obter informações sobre o autor do texto, principalmente a respeito das ideias e dos posicionamentos dele acerca de diversos temas.

Argumentação oral

É possível aprimorar a capacidade de argumentar proporcionando aos estudantes o contato com textos de múltiplos temas que lhes interessem, procurando contemplar a diversidade em sala de aula e as diferenças de perfis. Para que o aprendizado se torne mais significativo, é importante que eles pratiquem a escolha dos temas, pesquisem e leiam sobre ele, buscando fontes confiáveis de informação. Eles devem analisar os textos com a percepção de como o autor defende suas ideias, qual é o principal argumento usado no texto e quais são as fontes dos dados apresentados. Com isso, devem fazer anotações sobre o assunto, destacando os argumentos que julgam mais relevantes e de que maneira concordam com ele ou discordam dele. É preciso que o professor acompanhe a atividade para perceber quais são as dificuldades dos estudantes a fim de adaptar e aprimorar algumas das etapas conforme as necessidades.

Após a análise inicial, os estudantes devem realizar um debate para expor seus argumentos sobre o tema. É imprescindível que eles mantenham a clareza e a coerência em suas falas. O debate em sala de aula não deve ser uma disputa em que um ganha e o outro perde, mas sim um exercício que busque a reflexão com base em fatos, evidências e no raciocínio lógico e incentive a argumentação oral. Para isso, é preciso esclarecer que o respeito deve fazer parte das ações e das atitudes nessa atividade. Um mediador deve ser escolhido para criar as regras antes de iniciar o debate, a fim de que ele ocorra de modo organizado. O mediador pode, por exemplo, definir antecipadamente o tempo para realizar as perguntas e efetuar as respostas e permitir o direito a réplicas e tréplicas.

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Argumentação escrita

Por meio de um primeiro exercício oral, como o debate sugerido anteriormente, é importante trabalhar a produção escrita com os estudantes. Nessa produção, eles devem apresentar o tema que escolheram, desenvolver seus argumentos e compor uma conclusão, buscando clareza em seu posicionamento e tendo como base pressupostos que embasem suas ideias. Ao produzir o texto, eles devem fazer um exercício crítico de análise dos próprios argumentos, com o objetivo de identificar possíveis fragilidades e pontos falhos. O professor deve avaliar as características da turma para orientar se a produção será feita individualmente, em dupla ou em grupo. Após produzirem o texto, é importante corrigi-lo, verificando atentamente a estrutura e a organização dos parágrafos, além da coesão, da coerência e da consistência dos argumentos. Por fim, os estudantes devem reescrever o texto com base nos apontamentos feitos na correção. Se preferirem, os textos podem ser divulgados em blogs e em mídias sociais da escola. Porém, isso deve ser definido antes de se iniciar a produção dos textos, respeitando a escolha individual e a possibilidade de mudarem de ideia ao longo do processo. Em muitos casos, esse tipo de divulgação pode aumentar o engajamento dos jovens e servir como um motivador para a atividade se tornar uma rotina.

Identificação de falácias

Para tornar os estudantes aptos a identificar falácias, é possível realizar atividades que os incentivem a ter rigor nos momentos de leitura ou de escuta de todo tipo de informação, avaliando os argumentos e fazendo uma análise crítica a fim de questionar aquilo que foi apresentado. Essas estratégias contribuem para que os estudantes identifiquem falácias e evitam que eles as construam e as reproduzam. Para isso, é importante, por exemplo, que eles:

  • verifiquem se o foco nos argumentos principais foi mantido e se tais argumentos têm base em evidências científicas e fontes confiáveis;
  • analisem a coerência das ideias apresentadas e suas possíveis contradições, desenvolvendo, assim, a capacidade de produzir análises com autonomia e pensamento crítico, aspectos fundamentais para o desenvolvimento da cidadania;
  • verifiquem alguns elementos, como informações que apresentam dados muito generalizados e que são repassadas de maneira apressada, pois, nesses casos, pode-se presumir, por exemplo, algo sobre uma grande parcela da população com base em uma amostra inadequada, geralmente tendo como ponto de partida um estereótipo ou algum preconceito.

Pensamento computacional

O pensamento computacional (PC) é um processo que visa encontrar e especificar soluções para problemas, como aqueles considerados complexos, a fim de que sejam entendidos e soluções sejam desenvolvidas. Segundo o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), o PC:

[...]
Refere-se à capacidade de resolver problemas a partir de conhecimentos e práticas da computação, englobando sistematizar, representar, analisar e resolver problemas. O Pensamento Computacional tem sido considerado como um dos pilares fundamentais do intelecto humano, junto à leitura, à escrita e à aritmética, visto que ele também é aplicado para descrever, explicar e modelar o universo e seus processos complexos.

CENTRO DE INOVAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Currículo de referência em tecnologia e computação. Disponível em: https://s.livro.pro/orweis. Acesso em: 29 jul. 2024.

A tabela a seguir apresenta algumas maneiras como o PC pode ser utilizado no processo de ensino-aprendizagem dos componentes da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias.

Pensamento computacional e a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Conceitos PC Biologia, Química e Física

Coleção de dados

Coletar dados de um experimento.

Análise de dados

Analisar os dados de um experimento obtidos por meio da experimentação.

Representação de dados

Sintetizar os dados obtidos por meio da experimentação e encontrar diferentes maneiras de representá-los.

Abstração

Elaborar modelos que expliquem a situação representada nos experimentos.

Algoritmos e procedimentos

Criar procedimentos que permitem investigar situações semelhantes a investigada no experimento realizado.

Paralelismo

Realizar experimentos semelhantes com diferentes parâmetros.

Simulação

Simular situações por meio dos conceitos investigados no experimento.

Fonte: BRACKMANN, Christian Puhlmann. Desenvolvimento do pensamento computacional através de atividades desplugadas na educação básica. 2017. 244 f. Tese (Doutorado em Informática na Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias na Educação, Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://s.livro.pro/iKKky1. Acesso em: 1º ago. 2024.

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O PC apresenta quatro pilares interdependentes ao longo do processo de resolução de problemas.

  • Decomposição: decompor um problema em partes menores (subproblemas) para que seja mais fácil entendê-lo e resolvê-lo. Com essa técnica, é possível resolver problemas complexos de maneira mais simples.
  • Reconhecimento de padrões: reconhecer as etapas similares dentro de um mesmo problema.
  • Abstração: abstrair somente as informações relevantes para a solução do problema, ignorando os detalhes irrelevantes. Para isso, é necessário filtrar e classificar as informações, de forma que os detalhes irrelevantes do problema sejam ignorados.
  • Algoritmos: desenvolver um passo a passo simples ou regras para a solução do problema.

O PC vai também ao encontro das competências gerais e das competências específicas da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias apresentadas na BNCC.

Nesta obra, o uso do PC é incentivado tanto em sua forma plugada como em sua forma desplugada e ocorre em diferentes momentos do Livro do Estudante e das Orientações para o professor. Está, por exemplo, em propostas de atividades em que os estudantes precisam utilizar os meios tecnológicos para buscar informações sobre assuntos relacionados aos temas propostos; também em atividades práticas de investigação, nas quais desenvolvem procedimentos, coletam dados e elaboram conclusões; em produções de esquemas que exigem generalizações e formas de layout específicas projetadas ou não por ferramentas tecnológicas; em atividades de análise, com os colegas, de produções escritas e de busca por soluções para melhorar os textos produzidos; e em atividades de compreensão oral cuja execução depende da escolha de estratégias para melhorar o processo de aprendizagem.

Recursos didáticos

Tecnologias de informação e comunicação

Com as tecnologias de informação e comunicação (TICs), ampliaram-se os elementos disponíveis para enriquecer o trabalho do professor. Em sala de aula, elas potencializam o processo de aprendizagem, favorecendo a interação entre professor, educando e conhecimento. É importante ressaltar que o uso de TICs é um meio do processo ensino-aprendizagem, e não seu foco.

Atualmente, muitas pessoas consideram que há excesso de tecnologia no dia a dia dos jovens. Um aspecto a ser ressaltado é a época em que eles nasceram, pois não se trata de uma distância temporal, mas digital.

[...]
Segundo Marc Prensky (2010), temos gerações diferentes envolvidas nesse processo: a dos nativos e a dos imigrantes digitais. Os primeiros são aqueles que já nasceram inseridos em uma cultura digital e cujas relações com essas tecnologias foram aprendidas intuitivamente e marcam sua forma de relacionamento com os conhecimentos. A maioria dos professores, imigrantes digitais que se inseriram no mundo da tecnologia, têm uma forma de ensinar que nem sempre está em sintonia com o modo como os nativos aprendem melhor, ou, pelo menos, que lhes desperta maior interesse. [...]

BACICH, Lilian; NETO, Adolfo Tanzi (org.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. p. 49.

Em muitos casos, encontram-se no mesmo espaço a lousa, o giz, os televisores, os computadores, os softwares, as lousas digitais e os projetores multimídia. Esses instrumentos não reduzem o papel da escola ou do professor na educação.

[...]
Os recursos semióticos que encontramos nas telas dos computadores são basicamente os mesmos que podemos encontrar em uma sala de aula convencional: letras e textos escritos, imagens estáticas ou em movimento, linguagem oral, sons, dados numéricos, gráficos, etc. A novidade, em resumo, está realmente no fato de que as TIC digitais permitem criar ambientes que integram os sistemas semióticos conhecidos e ampliam até limites inimagináveis à capacidade humana de (re)apresentar, processar, transmitir e compartilhar grandes quantidades de informação com cada vez menos limitações de espaço e de tempo, de forma quase instantânea e com um custo econômico cada vez menor (Coll e Martí, 2001). [...]

COLL, César; MAURI, Teresa; ONRUBIA, Javier. A incorporação das tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, César; MONEREO, Carles. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 76.

Com o uso de TICs, há uma potencialização do trabalho docente, que começa a participar mais diretamente das práticas pedagógicas, envolvendo-se com os estudantes nas atividades propostas. O professor passa de um centralizador do conhecimento a um sujeito aberto também a aprender a cada experiência digital, capaz de se adaptar àquilo que desperta o interesse dos estudantes.

Outro desafio do professor que utiliza as TICs é lidar com diferentes estudantes em situações opostas: aqueles que têm acesso às inovações tecnológicas e as dominam e os excluídos desse universo digital. O docente deve mobilizar-se para mudar esse quadro e aproximar esses estudantes, transformando a tecnologia em uma aliada do processo de ensino-aprendizagem, aproximando pessoas tão distintas e tornando-as cidadãos críticos e participativos.

Para superar esse desafio, o professor precisa atentar à realidade socioeconômica dos estudantes e do local onde vivem, verificando quais são os tipos de tecnologias disponíveis em seu dia a dia, como fazem para acessar a internet ou digitar trabalhos no computador; como utilizam a telefonia móvel; qual modo escolhem para assistir aos filmes (cinema, televisão aberta, computador); como ouvem músicas (rádio, computador, smartphone); como se comunicam com os amigos (smartphone, redes sociais). Baseando-se nessas informações, o professor tem condições de estabelecer formas de utilizar as TICs em sala de aula e orientar os discentes nas práticas pedagógicas, inserindo-os no universo digital de forma construtiva.

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Internet

A internet permite a integração e a articulação entre as pessoas no ciberespaço (espaço digital), contribuindo para a troca de experiências e de conhecimentos entre os usuários. Além disso, possibilita que os estudantes busquem informações necessárias à construção de seu conhecimento, transformando a escola em um espaço aberto, conectado com o mundo, capaz de promover trocas de experiências entre professores e estudantes de outras localidades.

Com a quantidade de textos e recursos educacionais disponíveis, o professor tem um papel importante na orientação dos estudantes, direcionando-os em suas pesquisas, auxiliando-os na escolha das informações para garantir os melhores resultados em sala de aula. Para isso, é imprescindível instruir os estudantes sobre os seguintes cuidados:

  • Conferir previamente as informações de sites, a fim de identificar os que apresentam conteúdos confiáveis, combatendo, assim, as fake news.
  • Buscar o assunto da pesquisa em um domínio confiável. Por exemplo, ao pesquisar tartarugas marinhas, o recomendado seria acessar um site específico sobre o assunto, como o do projeto brasileiro de conservação de tartarugas marinhas, o Projeto Tamar.
  • Perante situações em que não se conhece sites pertinentes ao assunto em questão, é necessário usar um mecanismo de busca (confiável). Nesse caso, o usuário deve pesquisar com base na palavra-chave ou na combinação de palavras relacionadas ao assunto. Em seguida, deve conferir os resultados da busca e fazer o levantamento sobre os autores, as fontes bibliográficas e os temas associados ao assunto para selecionar as melhores opções. Feito isso, repete-se o procedimento nos sites escolhidos a fim de filtrar ainda mais a pesquisa.

Com essa facilidade na obtenção de informações, é preciso instruir os estudantes sobre os respectivos aspectos éticos, como as regras de direitos autorais e as consequências para quem comete plágio. Por isso, é fundamental orientá-los a usar as próprias palavras e ideias na elaboração de textos, ainda que sejam baseados em textos de terceiros. Isso, além de ser uma postura ética, auxilia na ampliação do vocabulário pessoal e no desenvolvimento da competência leitora.

Recursos audiovisuais

Há diversos recursos audiovisuais que os professores podem utilizar em suas aulas, como pinturas, esculturas, televisão e cinema.

A realidade da maioria dos estudantes é composta de elementos da cultura popular provenientes de diferentes meios, geralmente televisivos e fílmicos. Como a comunicação em massa é uma realidade, pode ser aproveitada em sala de aula para promover a aprendizagem.

No cinema e na televisão, há confluência de imagem, som e movimento. O professor pode aproveitar esses recursos audiovisuais para mostrar alguns fatos históricos, a construção de conceitos científicos e os conceitos errôneos presentes em muitas ideias de senso comum. Os filmes e a televisão têm em comum o aspecto motivador e, dependendo da ação do professor, podem ser contextualizados com os conceitos científicos a serem ensinados.

[...] assistir a um filme, seja para entreter-se com ele, seja para analisá-lo, pressupõe aprendizagens específicas. Os filmes são produções em que a imagem em movimento, aliada às múltiplas técnicas de filmagem e montagem e ao próprio processo de produção e ao elenco selecionado, cria um sistema de significações. São histórias que nos interpelam de um modo avassalador porque não dispensam o prazer, o sonho e a imaginação. Elas mexem com nosso inconsciente, embaralham as fronteiras do que entendemos por realidade e ficção. Quando dizemos que o cinema cria um mundo ficcional, precisamos entendê-lo como uma forma de a realidade apresentar-se. [...]

FABRIS, Elí Henn. Cinema e educação: um caminho metodológico. Educação e Realidade, v. 1, n. 33, jan./jun. 2008. p. 118. Disponível em: https://s.livro.pro/ch1kgg. Acesso em: 29 jul. 2024.

No entanto, para que tais recursos audiovisuais sejam utilizados em sala de aula, é necessário que o professor verifique se a linguagem empregada no recurso está de acordo com a faixa etária e cognitiva dos estudantes. O Ministério da Justiça indica a classificação dos filmes lançados legalmente no mercado brasileiro, incluindo o ano de lançamento, o país de origem, a distribuidora, a produtora e os responsáveis pela direção geral. Se o filme for considerado inadequado para determinada faixa etária, há uma justificativa acompanhando essas informações, a qual está disponível em: https://s.livro.pro/kbwkvn. Acesso em: 27 set. 2024.

Também é preciso conferir se o equipamento disponibilizado para a transmissão está em condições de ser usado e planejar a aula de acordo com a duração do filme, por exemplo, incluindo a previsão de possíveis questionamentos dos estudantes.

Nesta coleção, apresentamos também a reprodução de algumas obras de arte consagradas para que os estudantes conheçam e valorizem tanto as diferentes culturas como a história da arte.

Gêneros textuais

Atualmente, a maior parte dos estudantes, muito mais interessada em ler temas de sua preferência, apresenta dificuldades para interpretar os textos propostos em sala de aula, o que se torna um obstáculo à aprendizagem dos diversos conteúdos. Dessa maneira, o choque entre a leitura descompromissada, de entretenimento, e a leitura acadêmica também ocorre na escola.

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Uma forma de minimizar a situação citada anteriormente é tornar o momento de leitura agradável. É possível atingir esse objetivo tanto pela leitura de textos literários como de textos científicos e jornalísticos, considerando inclusive os recursos imagéticos como as histórias em quadrinhos, as tirinhas e os cartuns. Além de terem caráter humorístico, essas modalidades textuais assumem papel crítico ou descritivo de alguma situação do cotidiano. Também são acessíveis, adequadas à faixa etária dos estudantes e podem ser usadas como instrumento avaliativo dos conhecimentos prévios dos estudantes. As histórias em quadrinhos podem ser exploradas nas aulas de diversas maneiras: antes dos conteúdos a serem trabalhados; como exemplo do que foi abordado; como base para os estudantes elaborarem os próprios quadrinhos; como meio para leitura, discussão, comentário; como fonte de inspiração para criação de atividades ou instrumento para desenvolvimento de diálogos, no caso das tirinhas sem balão de fala dos personagens; como modo de retratar os conceitos científicos explícitos na história em questão; entre outras possibilidades.

Avaliação

A avaliação é um instrumento que o professor tem para diagnosticar, analisar, sistematizar e orientar suas ações pedagógicas. Entende-se a avaliação como um diálogo contínuo entre professor e estudante, uma vez que, quando elaborada em concordância com o conteúdo ensinado, serve como resposta concreta à prática do professor e ao processo de ensino-aprendizagem.

No contexto em que atua, deve estar claro para o professor que, além de a avaliação ser importante, ter um processo que deve ser contínuo e não se restringir a resultados, ela diagnostica os reais problemas na aprendizagem e colabora para a evolução do estudante.

A avaliação deve ser compreendida como processo, instrumento de coleta de informações em que os estudantes sistematizam e interpretam as informações obtidas, tomando uma decisão e, principalmente, ocorrendo a descentralização do poder do professor.

Para que a avaliação não se torne uma forma de seleção e exclusão, focada apenas em princípios de eficiência e competitividade, é importante haver um canal de comunicação entre estudantes e professor. Desse modo, os critérios da avaliação, seja diagnóstica, formativa, comparativa, ipsativa ou mesmo somativa, precisam ser apresentados e discutidos antes de sua aplicação, para que o estudante saiba como e sob quais aspectos serão avaliados. Para isso, é preciso compreender e diferenciar cada um desses tipos de avaliação.

Avaliação diagnóstica

Esse tipo de avaliação deve ser realizado principalmente no início do estudo de cada tema. Seu objetivo é fornecer informações para que o professor possa identificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os conteúdos que serão trabalhados. Assim, a avaliação diagnóstica adota uma perspectiva investigativa e pode ser aplicada para aprofundar a compreensão dos aspectos socioculturais dos estudantes, como história de vida, interesses e concepção de mundo.

O risco de obter resultados falsos e inconsistentes com a realidade do grupo é alto ao usar apenas um modelo avaliativo. Portanto, o uso de diferentes métodos de avaliação diagnóstica, tanto individuais quanto coletivos, é essencial, pois permite uma investigação mais profunda sobre os conhecimentos, as habilidades e as competências dos estudantes. Entre os métodos possíveis estão entrevistas com os estudantes, debates, análise conjunta de imagens, leitura e interpretação de textos de diversos gêneros, dinâmicas, criação de textos e aplicação de questionários com variados formatos e graus de dificuldade.

Após as avaliações diagnósticas, é necessário analisar os resultados a fim de discutir possíveis soluções para corrigir deficiências e aprimorar o planejamento, tornando-o mais alinhado à realidade dos estudantes. Inicialmente, é possível criar um perfil geral da turma, examinando os elementos socioculturais investigados e aqueles diretamente relacionados ao material. A readequação do planejamento deve incluir tópicos relacionados aos interesses e à realidade dos estudantes e que procurem suprir suas principais dificuldades, além de metodologias diversas e conteúdos identificados como inadequados. Essas avaliações também ajudam na análise individual, identificando os estudantes que precisam de maior intervenção. Isso permite observar diferentes perfis e considerar várias maneiras de ajudá-los a atingir seus objetivos de aprendizagem.

As páginas de abertura desta coleção são boas ocasiões para realizar um diagnóstico da turma, pois incentivam a reflexão e permitem que os estudantes expressem seus conhecimentos prévios. Além disso, muitas questões de intervenção ao longo do desenvolvimento dos capítulos atuam como avaliações diagnósticas, a depender de suas abordagens.

Avaliação formativa

Essa avaliação aborda os aspectos essenciais para a formação integral dos estudantes e deve ser aplicada ao longo de todo o período letivo, considerando tanto o conteúdo aprendido como o processo de aprendizagem.

As situações de aprendizagem devem ser usadas como ferramentas para avaliar se os objetivos educacionais estão sendo alcançados e discutir com a equipe pedagógica as melhorias necessárias no processo de ensino-aprendizagem, além de identificar se intervenções individuais são necessárias. Algumas estratégias, como seminários, debates e rodas de conversa podem promover a elaboração e a expressão de ideias. O desenvolvimento de projetos ao longo do ano letivo, a correção de tarefas com feedback para os estudantes, a resolução de problemas e atividades em grupo que exigem posturas ativas e colaborativas são exemplos de práticas que permitem ao professor observar as habilidades e competências desenvolvidas pela turma.

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No Livro do Estudante, além da seção Atividades, que sugere diversas estruturas que podem ser utilizadas como ferramentas de avaliação formativa, existe a seção Mais questões, que apresenta atividades comuns em provas oficiais e fornece informações importantes sobre o aprendizado dos estudantes. Nas Orientações para o professor, também há a seção Acompanhando a aprendizagem, que apresenta sugestões de estratégias de avaliação para que o professor acompanhe a aprendizagem da turma em momentos oportunos e, se necessário, altere seus planejamentos.

A estrutura das atividades práticas presentes na seção Prática científica possibilita ao professor acompanhar a atuação dos estudantes em diferentes tarefas, como levantamento de hipóteses, trabalho em equipe, manipulação dos materiais, observação e análise dos resultados, elaboração de conclusões baseada em observações, além da capacidade de solucionar problemas que surgem durante a execução. São, portanto, atividades que fornecem importantes informações sobre o aprendizado dos estudantes quanto a conceitos, comportamentos, argumentação e inferências.

Avaliação somativa

Esse tipo de avaliação é comumente realizado ao final de uma unidade de aprendizagem. Ele complementa a avaliação formativa e evidencia os resultados obtidos, permitindo identificar estratégias que podem ser modificadas para melhorar o aprendizado dos estudantes. Portanto, essa avaliação deve refletir o trabalho realizado anteriormente e fornecer uma reflexão final e uma visão geral do processo de ensino-aprendizagem.

A avaliação somativa geralmente tem como objetivo atribuir notas e conceitos aos estudantes e determinar se eles devem ser aprovados. No entanto, os indicadores fornecidos por esse tipo de avaliação permitem que o processo de ensino seja repensado e melhorado. Quando há uma discrepância significativa entre os resultados da avaliação formativa e da somativa, é crucial analisar esses casos para entender o que ocorreu e encontrar possíveis soluções.

A seção Retome o que estudou, presente ao final de cada unidade desta coleção, permite aos estudantes retomar os principais conceitos estudados na unidade e identificar as principais dificuldades. Além disso, nessa seção serão retomadas algumas questões sugeridas nas páginas de abertura de unidade e ao longo do desenvolvimento dos conteúdos, a fim revisar os principais conceitos e possibilitar que os estudantes façam uma autoavaliação de seu aprendizado.

Avaliação comparativa

A avaliação comparativa é um instrumento pedagógico que fornece informações sobre o aprendizado dos estudantes com relação a padrões, critérios, grupos ou normas. Seu objetivo é comparar o desenvolvimento da aprendizagem entre estudantes, proporcionando uma visão clara de como cada um está em relação ao grupo.

Esses padrões podem ser definidos por currículos nacionais, estaduais ou escolares, e os critérios podem incluir expectativas específicas de desempenho. As comparações são feitas em relação à média de desempenho de um grupo, normas estabelecidas por estudos anteriores ou testes nacionais e internacionais.

Os métodos de avaliação comparativa incluem resumos de conteúdo, testes rápidos, relatórios e exames de larga escala, como o Enem. Esses métodos fornecem uma gama de ferramentas para monitorar e comparar o progresso dos estudantes.

Desde os anos 1990, as avaliações de sistema conduzidas pelo Ministério da Educação (MEC) têm se tornado essenciais para formular e implementar políticas educacionais. O uso sistemático dos resultados delas pelas escolas e redes de ensino tem crescido, especialmente com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mobiliza redes e escolas a utilizar os resultados no planejamento educacional.

Avaliação ipsativa

Trata-se de uma ferramenta de educação que se concentra no progresso individual do estudante ao longo do tempo, fazendo comparações entre seu desempenho atual e anterior. Como foca no estudante, comparando-o consigo mesmo e levando em consideração fatores como esforço, contexto de trabalho e progresso, a avaliação ipsativa permite a cada estudante que observe o próprio crescimento e desenvolvimento, ao contrário das avaliações normativas, que comparam o desempenho dos estudantes entre si.

Essa abordagem se concentra exclusivamente na evolução pessoal dos estudantes e evita comparações com os demais da turma. Testes regulares, feedbacks individualizados, autoavaliações e avaliações contínuas são algumas das muitas formas pelas quais a avaliação ipsativa pode ocorrer. Uma maneira comum de avaliar o progresso das habilidades de um estudante é fazer testes no início e no final de um período. Esses exames ajudam a determinar o ponto de partida de cada estudante e a evolução alcançada ao longo do tempo.

A avaliação ipsativa, que acompanha os processos de aprendizagem, oferece informações valiosas sobre o desenvolvimento dos estudantes, ajudando a superar dificuldades e aprimorar habilidades. Seus resultados devem ser usados para adaptar o ensino, e não para classificar os estudantes. Assim, esse tipo de avaliação responde a perguntas sobre o que o estudante sabe, faz e é capaz de ser, contribuindo para o desenvolvimento das aprendizagens dele.

As questões sugeridas na seção Retome o que estudou e algumas atividades sugeridas na seção Acompanhando a aprendizagem contribuem para a avaliação ipsativa.

Cabe ao professor pensar na avaliação como um processo que vai além de sua mera aplicação, que precisa ser cuidadosamente elaborado. As informações obtidas por meio dessa avaliação, por sua vez, devem ser revisadas com os estudantes para reconhecerem o ensino como um processo contínuo, que implica rever suas dificuldades a fim de avançar na aprendizagem. O planejamento do processo de avaliação deve incluir conteúdos trabalhados em sala de aula de maneira situada e reflexiva, levando em consideração o processo de aprendizagem do estudante. Deve, ainda, na medida do possível, conter atividades que valorizem diferentes tipos de conhecimento do estudante, como atividades objetivas, dissertativas, trabalhos em grupo e debates.

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Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu caráter punitivo e excludente e passa a avaliar o estudante de maneira formativa e continuada, além de possibilitar que o professor reveja sua prática pedagógica.

A autoavaliação

A autoavaliação tem papel fundamental na democratização da avaliação. A utilização dessa ferramenta possibilita tanto a estudantes como a professores avaliar o próprio desempenho em sala de aula. Ao dar aos estudantes a oportunidade de se autoavaliar, o educador também tem a chance de refletir sobre suas práticas pedagógicas e as escolhas que faz em sala de aula.

[...]
Para o aluno autoavaliar-se, é altamente favorável o desafio indicado pelo professor, provocando-o a refletir sobre o que está fazendo, retomar passo a passo seus processos, tomar consciência das estratégias de pensamento utilizadas. Mas não é tarefa simples. Para tal, o professor precisará ajustar suas perguntas e desafios às possibilidades de cada estudante, analisar as etapas do processo em que se encontra, priorizando uns e outros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quando falar, refletindo sobre o seu papel frente à possível vulnerabilidade do aprendiz. [...]

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliar para promover: as setas do caminho. 15. ed. Porto Alegre: Mediação, 2014. p. 60.

A autoavaliação pode ser feita em diferentes momentos, como no final de cada produção escrita/oral, com o objetivo de levar o estudante a analisar sua compreensão a respeito das características necessárias à produção do texto. Além da autoavaliação da produção textual, outra ainda é proposta para avaliar o processo. Nesta, o estudante pode verificar o que já aprendeu e identificar o que precisa aprender mais, apontando e corrigindo as inadequações.

Algumas seções desta coleção que incluem atividades avaliativas permitem aos estudantes que façam avaliações pessoais do próprio aprendizado. A seguir, apresentamos algumas perguntas para autoavaliação que podem ser utilizadas pelos estudantes em diferentes momentos da aula.

  • Quais foram os principais conteúdos que aprendi na unidade?
  • Quais dificuldades encontrei e como posso superá-las?
  • Preciso retomar o estudo de quais conteúdos?
  • Consegui aplicar os conteúdos e conceitos estudados em atividades práticas?

A seção Retome o que estudou também oportuniza momentos para a realização da autoavaliação, quando o estudante deve retomar as questões respondidas durante a condução dos conceitos e respondê-las novamente. Com isso, ele tem a oportunidade de confrontar essas respostas e verificar as mudanças, tomando consciência da aprendizagem.

Exames de larga escala

Além dos diferentes modelos de avaliação, é importante levar em consideração a preparação dos estudantes para exames de larga escala, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que avalia o desempenho escolar dos estudantes ao final do Ensino Médio e, em certos casos, serve como critério de seleção para ingresso em instituições de Ensino Superior por meio de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Assim, é importante fornecer, no decorrer do Ensino Médio, instruções sobre como funcionam e resolver questões de edições anteriores desses exames para auxiliar os estudantes a se familiarizarem com a estrutura das questões, que geralmente apresentam um texto-base contextualizado em temas reais e atuais e são, muitas vezes, interdisciplinares.

Promover simulados em sala de aula, além de ser uma forma de familiarizar os estudantes com as estruturas de atividades comuns nesses tipos de exames, pode ser uma boa oportunidade de revisar e avaliar alguns processos e conteúdos e discutir as questões. Rodas de conversa sobre as dificuldades enfrentadas por estudantes que já tiveram a experiência com esses exames podem incentivar a troca de impressões, ajudando-os a se sentir acolhidos ao compartilhar eventuais frustrações e a superar suas dificuldades. Essas práticas promovem, ainda, o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para a formação integral, incluindo a capacidade de aplicar informações científicas em diferentes contextos e a compreensão da dinâmica de algumas relações sociais.

Na seção Mais questões, esta coleção apresenta uma variedade de questões que já foram aplicadas em edições anteriores do Enem e em outros exames de larga escala. O objetivo é familiarizar os estudantes com os diferentes tipos de questões comuns em avaliações de larga escala.

Os exames de larga escala geralmente contribuem para desenvolver as competências e a autonomia dos estudantes para solucionar problemas com base em conhecimentos interdisciplinares. Nesse sentido, entende-se como competência a capacidade de fazer esquemas mentais, que se referem a ações e operações mentais de caráter cognitivo, socioafetivo ou psicomotor que, mobilizadas e associadas a saberes teóricos ou experienciais, geram habilidades: o saber fazer.

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A Base Nacional Comum Curricular

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que estabelece normas que organizam e orientam as aprendizagens fundamentais a serem desenvolvidas progressivamente pelos estudantes ao longo de sua trajetória escolar na Educação Básica. Ela está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional da Educação, que a torna obrigatória nos currículos das instituições públicas e privadas do Brasil.

A BNCC valoriza não só os conteúdos regulares do currículo, mas também o desenvolvimento de aspectos socioemocionais, favorecendo a formação integral dos estudantes, combatendo problemas como o preconceito e valorizando as diversidades com vistas à construção de uma sociedade justa, democrática, inclusiva e preocupada com os problemas contemporâneos.

O principal objetivo dessa política pública é estabelecer uma base norteadora para o ensino no país, considerando as demandas dos estudantes, a fim de prepará-los para o futuro, diminuindo desigualdades e proporcionando direitos iguais de aprendizagem. Sendo um documento que tem como proposta normatizar o currículo escolar brasileiro, a BNCC define que, ao longo da Educação Básica (incluindo, dessa forma, a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio), os estudantes devem ter assegurado o desenvolvimento de dez competências gerais, que se unificam, no âmbito pedagógico, nos direitos de aprendizagem e desenvolvimento e na formação de atitudes e valores dos aprendizes.

Dessa forma, essas competências são delineadas pela BNCC como mobilização de conhecimentos, em que estão inseridos os conceitos e procedimentos; as habilidades, denominadas pelas práticas cognitivas e socioemocionais; além das atitudes e dos valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Como a proposta é a de que o estudante desenvolva essas competências ao longo de sua trajetória escolar, a fim de promover uma amplitude e uma complexidade das abordagens propostas por elas, espera-se que eles, no Ensino Médio, desenvolvam-nas em sua totalidade. Dessa forma, o professor deve propor cada uma de acordo com o nível de cada turma, fazendo adaptações e ajustes conforme a demanda.

O Ensino Médio deve continuar a formação dos estudantes ampliando os conhecimentos construídos no Ensino Fundamental e preparando-os para os desafios que encontrarão ao longo de sua trajetória na vida pessoal e profissional. A área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias busca consolidar e ampliar as aprendizagens previstas pela BNCC nos componentes de Biologia, Física e Química, a fim de garantir o uso pertinente das terminologias, processos e conceitos científicos, provendo-lhes a possibilidade de desenvolver competências e habilidades para utilizar os conhecimentos desses componentes simultaneamente em situações de aprendizagem.

Apresentamos, a seguir, as competências específicas da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias para o Ensino Médio.

1. Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global.
2. Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis.
3. Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC).

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2018. p. 553. Disponível em: https://s.livro.pro/p3pjoo. Acesso em: 30 jul. 2024.

No documento da BNCC, cada uma dessas competências é detalhada e explicada e, para cada uma delas, são elencadas algumas habilidades. Nas Orientações para o professor são apresentados os trabalhos com as competências gerais, as competências específicas e as habilidades, destacando os códigos e as relações com o conteúdo/o tema/a atividade trabalhados. Esses elementos também são mapeados no Quadro de habilidades e conteúdos.

Além das competências gerais, das competências específicas e das habilidades, as Orientações para o professor destacam os temas contemporâneos transversais trabalhados na coleção, segundo o documento Temas contemporâneos transversais na BNCC, de 2019.

Os temas contemporâneos transversais propiciam aos estudantes reflexões sobre diferentes temas e questões relevantes da contemporaneidade, incentivando a participação social, política e cidadã.

Essas reflexões são sempre vinculadas às atividades do Livro do Estudante cujo tema permita não apenas colocar em prática conteúdos de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, mas também discutir, argumentar e se conscientizar sobre o que é aprender em conjunto.

Dessa forma, os estudantes, ao fazerem uma atividade em que aprendem sobre as tradições indígenas, por exemplo, são instigados a refletir sobre os temas contemporâneos transversais Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, uma vez que podem aprender ou complementar o conhecimento que eles têm sobre a importância dos hábitos e das tradições indígenas para a cultura do país.

Página XXII

Mapa de conteúdos e recursos do volume

Apresentamos, a seguir, um mapa de conteúdos e recursos deste volume. Cabe ao professor a decisão fundamental sobre como utilizar o apoio pedagógico que é o livro didático: construir critérios de seleção dos temas das unidades de que fará uso, levando-se em conta o projeto pedagógico da escola, as condições da turma e as condições temporais da carga horária da grade curricular. Além disso, da maneira como a coleção está estruturada, o professor tem autonomia pedagógica para decidir sobre quais unidades abordar ou deixar de abordar, no todo ou em partes; e sobre seguir a ordem apresentada ou reagrupar as unidades pelos critérios organizativos que escolher, fazendo as pontes entre as unidades dentro desses critérios.

Unidade 1 – A Química e a matéria do Universo
Capítulo Conteúdos Competências gerais; competências específicas da BNCC Habilidades da BNCC Temas Contemporâneos Transversais

1 – A ciência moderna

Da alquimia à química moderna.

Economia verde.

Mulheres na ciência.

Conhecimento científico e o conhecimento tradicional.

Divulgação científica.

CG1; CG2; CG6; CG9

EM13CNT201

EM13CNT303

EM13CNT305

EM13CNT309

Trabalho.

2 – Conceitos iniciais de Química

Grandezas físicas.

Massa, peso, volume, densidade, pressão, temperatura e calor.

Notação científica.

CG2

3 – A matéria

O estudo da matéria.

A estrutura do átomo.

Origem dos elementos químicos.

Distribuição dos elementos químicos no Universo.

A estrutura da Terra.

Teorias atômicas: Dalton, Thomson, Nagaoka,

Rutherford, Bohr e a atual.

Atomismo.

Distribuição eletrônica.

CG1; CG5

CECNT1

CECNT2

CECNT3

EM13CNT201

EM13CNT209

4 – Organização dos elementos químicos

Origem das primeiras tabelas periódicas.

A tabela periódica atual e sua estrutura.

Classificação dos elementos químicos.

Contribuição das mulheres para a tabela periódica.

Formação de novos elementos químicos.

CG1; CG2; CG4

EM13CNT201

5 – Substâncias e misturas

Substâncias simples e compostas e suas propriedades.

Massas atômicas e massas moleculares.

Quantidade de matéria e massa molar.

Misturas homogêneas e heterogêneas.

Dispersões coloidais.

Separação de misturas.

A química e o saneamento básico: tratamento de água e de esgoto.

CG1; CG2; CG3; CG4; CG6; CG7; CG9

CECNT1

CECNT2

CECNT3

CELGG2

CELGG6

EM13CNT101

EM13CNT104

EM13CNT106

EM13CNT209

EM13CNT301

EM13CNT307

EM13CNT309

EM13CNT310

EM13CHS104

EM13CHS204

EM13CHS205

EM13CHS601

Diversidade cultural.

Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Educação financeira.

Educação ambiental.

Página XXIII

Unidade 2 – A Química e a vida na Terra
Capítulo Conteúdos Competências gerais; competências específicas da BNCC Habilidades da BNCC Temas Contemporâneos Transversais

6 – A união dos átomos

Consumo consciente.

Ligações iônicas.

Ligações covalentes.

Ligações metálicas.

Materiais inteligentes.

Classificações de ligações químicas.

Representação de estruturas químicas.

Condução de corrente elétrica.

CG2

EM13CNT201

EM13CNT307

Educação ambiental.

7 – As interações entre as moléculas

Tensão superficial da água.

Geometria molecular.

Polaridade.

Interações ou forças intermoleculares.

Dipolo induzido-dipolo induzido.

Dipolo permanente-dipolo permanente.

Íon-dipolo.

Ligações de hidrogênio.

Materiais hidrofóbicos e a segurança no trânsito.

CG2

EM13CNT301

Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas culturais brasileiras.

Educação para o trânsito.

8 – Funções orgânicas I

Química orgânica.

Propriedades dos compostos orgânicos: polaridade molecular, solubilidade em água, estados de agregação dos compostos.

Classificação das cadeias carbônicas.

Hidrocarbonetos.

Nomenclatura de hidrocarbonetos.

Matriz energética brasileira e consumo de petróleo.

CG1; CG2; CG8; CG10

EM13CNT104

EM13CNT201

EM13CNT202

EM13CNT307

Trabalho.

9 – Funções orgânicas II

Funções oxigenadas: álcool, aldeído, cetona, fenol, éter, ácido carboxílico, éster e enol.

Glicose no sangue.

Funções nitrogenadas: amina e amida.

Isomeria constitucional.

Estereoisomeria.

CG3; CG8

CECNT1

CECNT3

EM13CNT104

EM13CNT207

EM13CNT309

Saúde.

Ciência e tecnologia.

Vida familiar e social.

Educação alimentar e nutricional.

Unidade 3 – Matéria, energia e as transformações na Terra
Capítulo Conteúdos Competências gerais; competências específicas da BNCC Habilidades da BNCC Temas Contemporâneos Transversais

10 – Transformações da matéria

Ciclo da água.

Estados de agregação da matéria.

Transformações físicas.

Pressão de vapor.

Fatores que influenciam as mudanças de fase.

Diagramas de mudanças de fase da água.

Comportamento anômalo da água.

Transformações químicas da matéria.

Leis ponderais.

Conservação da matéria em um sistema.

Lei da conservação das massas.

Lei das proporções constantes.

CG1; CG2

EM13CNT101

EM13CNT105

EM13CNT202

EM13CNT203

EM13CNT205

EM13CNT301

EM13CNT307

Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

11 – Soluções e propriedades coligativas

Concentrações de soluções.

Concentração em massa.

Porcentagem em massa de soluto.

Título em massa.

Concentração em partes por milhão (p p m ppm) e em partes por bilhão (p p b ppb).

Concentração em quantidade de matéria.

Concentração em mol por quilograma mol/kg.

Concentração de íons em mol por litro mol/L.

Fração em quantidade de matéria.

Relações entre algumas concentrações de soluções.

Diluição de soluções.

Mistura de soluções.

As propriedades coligativas.

Abaixamento da pressão de vapor (tonoscopia).

Ebulioscopia.

Crioscopia.

Osmose e pressão osmótica.

Propriedades coligativas na alimentação.

CECNT3

EM13CNT301

EM13CNT303

12 – Quantidade e proporção de matéria

Cálculo estequiométrico.

Balanceamento de equações químicas.

Relação entre massas: massa molar.

Relação entre matéria e volume: volume molar.

Fórmulas químicas.

Rendimento de reações químicas.

Fatores que influenciam no rendimento de reações químicas.

Excesso de reagentes.

Pureza dos regentes.

Fritz Haber, entre o Nobel e a guerra.

Química Verde.

Quantidade de matéria.

CG1; CG9

EM13CNT101

EM13CNT105

EM13CNT305

Ciência e tecnologia.

13 – Termoquímica

Conceito de entalpia.

Variação de entalpia.

Entalpia de formação.

Energia de ligação.

Lei de Hess.

Como o petróleo salvou as baleias cachalotes.

EM13CNT105

Educação ambiental.

Diversidade cultural.

Ciência e tecnologia.

Página XXIV

Unidade 4 – Energia e transformações na sociedade
Capítulo Conteúdos Competências gerais; competências específicas da BNCC Habilidades da BNCC Temas Contemporâneos Transversais

14 – Eletroquímica

Desenvolvimento das pilhas.

Reações de oxidação e reações de redução.

Funcionamento de pilhas e baterias.

Número de oxidação.

Agente redutor e agente oxidante.

Balanceamento de reações de oxirredução.

Pilha de Daniell.

Diferença de potencial e força eletromotriz em pilhas.

Potencial padrão.

Proteção dos metais.

Pilhas secas.

Pilhas alcalinas.

Pilha de lítio.

Baterias de chumbo.

Baterias de íon de lítio.

Baterias de carros elétricos.

Célula de combustível.

CG1; CG2

EM13CNT106

EM13CNT107

EM13CNT301

EM13CNT307

EM13CNT308

EM13CNT309

15 – Eletrólise

Conceito de eletrólise.

Características da eletrólise ígnea.

A reciclagem do alumínio.

Características da eletrólise aquosa.

Aplicações da eletrólise.

Lei de Faraday.

CG1; CG7; CG9

EM13CNT101

EM13CNT307

Educação ambiental.

Trabalho.

16 – Radioatividade

Conceito de radioatividade.

Descoberta da radioatividade.

O primeiro elemento radioativo criado artificialmente.

Radiação ionizante.

Leis de Soddy.

Meia-vida.

Decaimento radioativo natural.

CG1; CG2; CG6; CG7

EM13CNT101

EM13CNT103

EM13CNT104

EM13CNT205

EM13CNT301

EM13CNT302

EM13CNT305

EM13CNT306

17 – Usos da radioatividade

Aplicações da radioatividade.

Radioatividade na medicina.

Radioatividade na agricultura.

Radioatividade na indústria.

Radioatividade e a datação de fósseis.

Cuidados com os materiais radioativos.

Radioatividade e controle de insetos.

CG1; CG2; CG9

EM13CNT101

EM13CNT103

EM13CNT104

EM13CNT205

EM13CNT301

EM13CNT303

EM13CNT307

Ciência e tecnologia.

Educação ambiental.

Página XXV

Unidade 5 – A dinâmica das transformações e o ser humano
Capítulo Conteúdos Competências gerais; competências específicas da BNCC Habilidades da BNCC Temas Contemporâneos Transversais

18 – Equilíbrio químico

Equilíbrio químico e saúde bucal.

Reações reversíveis.

Osteoporose.

Equilíbrio químico e a constante de equilíbrio.

Equilíbrios heterogêneos.

Fatores que alteram o equilíbrio químico.

CG1; CG8

EM13CNT208

Saúde.

Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.

19 – Equilíbrio iônico e pH

Definições ácido-base.

Constante de ionização da água: p H pH e p O H pOH.

Métodos de determinação de p H pH.

Constantes de ionização e de dissociação.

O ácido cianídrico e a farinha de mandioca.

Solução-tampão.

Indicador ácido-base natural.

CG1; CG2; CG4; CG8; CG9

EM13CNT101

EM13CNT104

EM13CNT301

EM13CNT306

EM13MAT305

EM13LP34

Saúde.

Educação alimentar e nutricional.

20 – Hidrólise salina e produto de solubilidade

Hidrólise salina.

Hidrólise de um sal de ácido fraco e base forte.

Hidrólise de um sal de ácido forte e base fraca.

Hidrólise de um sal de ácido fraco e base fraca.

Hidrólise de um sal de ácido forte e base forte.

Sal da alimentação indígena.

Produto de solubilidade.

CG2; CG7; CG8; CG9

EM13CNT101

EM13CNT207

EM13CNT301

EM13CNT307

Educação alimentar e nutricional.

Saúde.

Unidade 6 – As substâncias e o meio ambiente
Capítulo Conteúdos Competências gerais; competências específicas da BNCC Habilidades da BNCC Temas Contemporâneos Transversais

21 – Ácidos, bases, sais e óxidos

Chuva ácida: causa, consequências e possíveis soluções.

Ácidos e bases de acordo com Arrhenius.

Ácidos e bases segundo Brønsted-Lowry.

Ácidos e bases segundo Lewis.

Características, classificação e nomenclatura dos ácidos.

Principais ácidos e suas aplicações.

Características, classificação e nomenclatura das bases.

Principais bases e suas aplicações.

Características, classificação e nomenclatura dos sais.

Indicadores ácido-base naturais.

Branqueamento de corais.

Características dos óxidos.

Classificação e nomenclatura dos óxidos.

Protetor solar.

CG1; CG4; CG5; CG7; CG8; CG9

EM13CNT104

EM13CNT105

EM13CNT302

EM13CNT307

EM13CNT309

Educação ambiental.

Saúde.

22 – Cinética química

Taxa média de uma reação química.

Teoria das colisões e formação do complexo ativado.

A rapidez de uma reação química.

Fatores que influenciam a taxa de uma reação química: concentração, temperatura, superfície de contato e catalisadores.

Funcionamento do conversor catalítico automotivo.

Lei cinética das reações químicas.

CG1; CG2; CG4; CG7; CG8

EM13CNT101

EM13CNT104

EM13CNT105

EM13CNT203

EM13CNT205

EM13CNT206

EM13CNT301

Educação ambiental.

Saúde.

Educação alimentar e nutricional.

23 – Polímeros

Micronutrientes e macronutrientes.

Polímeros naturais.

Proteínas.

Carboidratos.

A extração do látex.

Polímeros sintéticos.

Polímeros de adição.

Polímeros de condensação.

Polímeros biodegradáveis.

CG1; CG2; CG6; CG7; CG8; CG10

CECNT1

CECNT3

CECHSA2

CECHSA3

EM13CNT104

EM13CNT206

EM13CNT207

EM13CNT302

EM13CNT306

EM13CNT309

Saúde.

Educação alimentar e nutricional.

Educação ambiental.

Página XXVI

Sugestões de cronograma

Apresentamos, a seguir, uma proposta de cronograma para elaborar o planejamento deste volume. No entanto, cabe ao professor a decisão de como utilizar o livro didático como apoio pedagógico, seguindo critérios de seleção dos temas e levando em consideração diversos fatores, como o projeto pedagógico da escola, as condições da turma, a carga horária e a grade curricular. Da maneira como está estruturada, esta coleção permite que o professor tenha autonomia pedagógica para decidir sobre quais temas abordar ou deixar de abordar, no todo ou em partes; sobre seguir a ordem apresentada ou reagrupar os temas de acordo com os critérios organizacionais escolhidos e, com isso, estabelecer as conexões entre os temas dentro desses critérios.

Sugestão bimestral
Bimestre Unidades e capítulos

1º bimestre

(1º ano)

Unidade 1 - Capítulo 1

Unidade 1 - Capítulo 2

Unidade 1 - Capítulo 3

2º bimestre

(1º ano)

Unidade 1 - Capítulo 4

Unidade 1 - Capítulo 5

3º bimestre

(1º ano)

Unidade 2 - Capítulo 6

Unidade 2 - Capítulo 7

4º bimestre

(1º ano)

Unidade 2 - Capítulo 8

Unidade 2 - Capítulo 9

1º bimestre

(2º ano)

Unidade 3 – Capítulo 10

Unidade 3 – Capítulo 11

2º bimestre

(2º ano)

Unidade 3 – Capítulo 12

Unidade 3 – Capítulo 13

3º bimestre

(2º ano)

Unidade 4 - Capítulo 14

Unidade 4 - Capítulo 15

4º bimestre

(2º ano)

Unidade 4 - Capítulo 16

Unidade 4 - Capítulo 17

1º bimestre

(3º ano)

Unidade 5 - Capítulo 18

Unidade 5 - Capítulo 19

2º bimestre

(3º ano)

Unidade 5 - Capítulo 20

Unidade 6 - Capítulo 21

3º bimestre

(3º ano)

Unidade 6 - Capítulo 22

4º bimestre

(3º ano)

Unidade 6 - Capítulo 23

Sugestão trimestral
Trimestre Unidades e capítulos

1º trimestre

(1º ano)

Unidade 1 - Capítulo 1

Unidade 1 - Capítulo 2

Unidade 1 - Capítulo 3

2º trimestre

(1º ano)

Unidade 1 - Capítulo 4

Unidade 1 - Capítulo 5

Unidade 2 - Capítulo 6

3º trimestre

(1º ano)

Unidade 2 - Capítulo 7

Unidade 2 - Capítulo 8

Unidade 2 - Capítulo 9

1º trimestre

(2º ano)

Unidade 3 - Capítulo 10

Unidade 3 - Capítulo 11

Unidade 3 - Capítulo 12

2º trimestre

(2º ano)

Unidade 3 - Capítulo 13

Unidade 4 - Capítulo 14

Unidade 4 - Capítulo 15

3º trimestre

(2º ano)

Unidade 4 - Capítulo 16

Unidade 4 - Capítulo 17

1º trimestre

(3º ano)

Unidade 5 - Capítulo 18

Unidade 5 - Capítulo 19

2º trimestre

(3º ano)

Unidade 5 - Capítulo 20

Unidade 6 - Capítulo 21

3º trimestre

(3º ano)

Unidade 6 - Capítulo 22

Unidade 6 - Capítulo 23

Sugestão semestral
Semestre Unidades e capítulos

1º semestre

(1º ano)

Unidade 1 - Capítulo 1

Unidade 1 - Capítulo 2

Unidade 1 - Capítulo 3

Unidade 1 - Capítulo 4

Unidade 1 - Capítulo 5

2º semestre

(1º ano)

Unidade 2 - Capítulo 6

Unidade 2 - Capítulo 7

Unidade 2 - Capítulo 8

Unidade 2 - Capítulo 9

1º semestre

(2º ano)

Unidade 3 - Capítulo 10

Unidade 3 - Capítulo 11

Unidade 3 - Capítulo 12

Unidade 3 - Capítulo 13

2º semestre

(2º ano)

Unidade 4 - Capítulo 14

Unidade 4 - Capítulo 15

Unidade 4 - Capítulo 16

Unidade 4 - Capítulo 17

1º semestre

(3º ano)

Unidade 5 - Capítulo 18

Unidade 5 - Capítulo 19

Unidade 5 - Capítulo 20

2º semestre

(3º ano)

Unidade 6 - Capítulo 21

Unidade 6 - Capítulo 22

Unidade 6 - Capítulo 23

Página XXVII

Transcrições

Podcast: Os elementos mais recentes da tabela periódica

Unidade 1, Capítulo 4

[VINHETA DE ENTRADA]

[LOCUTOR] Os elementos mais recentes da tabela periódica.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR] Olá, estudante! Já imaginou como seria descobrir um novo elemento químico e ver seu nome na tabela periódica?

[EFEITO SONORO DE SURPRESA]

[LOCUTOR] Neste podcast, vamos explorar as mais recentes adições a essa incrível tabela que organiza os átomos que formam tudo ao nosso redor. Pronto para essa aventura científica? Então, vamos nessa!

[VINHETA DE APROFUNDAMENTO]

[LOCUTOR] A tabela periódica é um dos maiores marcos da Ciência, fruto das descobertas de diversos cientistas ao longo do tempo. Essa tabela é importante porque ela organiza os elementos químicos conforme suas propriedades, o que facilita a assimilação de conceitos químicos e a compreensão do comportamento da matéria. Em dois mil e dezesseis, tivemos uma atualização histórica. A União Internacional de Química Pura e Aplicada, conhecida pela sigla IUPAC, confirmou a existência de quatro novos elementos químicos, completando a sétima linha da tabela periódica. A IUPAC nomeou os elementos como: Nihonium, Moscovium, Tennessine e Oganesson. Em português, os nomes adaptados pela Sociedade Brasileira de Química foram: Nihônio, Moscóvio, Tennesso e Oganessônio.

[EFEITO SONORO DE APLAUSOS]

[LOCUTOR] A IUPAC é uma organização global que padroniza a nomenclatura e a terminologia química, estabelece diretrizes para a nomenclatura de novos elementos químicos e compostos e promove a colaboração internacional na área da química. Uma curiosidade é que os quatro novos elementos da tabela periódica, nomeados de forma temporária em dois mil e dezesseis, tiveram seus nomes ratificados no ano seguinte, durante o Congresso Mundial de Química da IUPAC, realizado na cidade de São Paulo. O Brasil teve participação nos eventos formais de divulgação dessas grandes descobertas. Conforme a tradição, elementos recém-descobertos podem ser nomeados com base em:

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Um conceito ou personagem da mitologia, incluindo objetos astronômicos.

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Uma referência a um mineral ou substância similar.

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Um lugar ou região geográfica relevante para a descoberta ou síntese do elemento.

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Uma propriedade fundamental do elemento, como sua cor, estado físico ou comportamento químico.

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Uma homenagem a um cientista que tenha feito contribuições significativas para a área.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTOR] Primeiro, com número atômico cento e treze e símbolo Nh, o Nihônio foi sintetizado no Japão, e seu nome vem de "Nihon", que é uma das formas de dizer "Japão" na língua japonesa e significa "a Terra do Sol nascente". Em seguida, temos o Moscóvio, de número atômico cento e quinze e símbolo Mc. Ele foi descoberto na Rússia e recebeu seu nome em homenagem a Moscou, a capital do país. O Tennesso, de número atômico cento e dezessete e símbolo Ts, foi nomeado em homenagem ao estado do Tennessee, nos Estados Unidos, onde ficam sediadas as instituições envolvidas em sua descoberta. Por fim, temos o Oganessônio, com número atômico cento e dezoito e símbolo Og. Ele recebeu esse nome em homenagem ao físico nuclear russo Yuri Oganessian, que contribuiu significativamente para a pesquisa de elementos superpesados. Esse elemento é especialmente interessante porque sua descoberta envolveu uma colaboração internacional entre cientistas estadunidenses e russos. A história da Ciência está repleta de exemplos de avanços notáveis impulsionados pela colaboração entre países! Agora que você já sabe a história por trás dos mais recentes elementos químicos descobertos, vamos conhecer algumas características em comum.

[EFEITO SONORO DE BOLHAS]

[LOCUTOR] Baseado no que foi dito nesse podcast, sabemos que os quatro novos elementos descobertos estão alocados na sétima linha da tabela periódica. Sabemos também que os nomes e símbolos desses elementos foram propostos em reconhecimento a localizações geográficas e em homenagem a um cientista que fez contribuições para a produção de novos elementos químicos. Contudo, ainda existem alguns fatos e expressões presentes nesse campo que são importantes de se conhecer:

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Um: transmutação artificial: todos os quatro elementos foram sintetizados artificialmente em laboratório, pois não são encontrados naturalmente na Terra. É importante lembrar que, dos cento e dezoito elementos químicos, noventa e dois são encontrados na natureza, enquanto os vinte e seis restantes são produzidos em laboratório.

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Dois: superpesados: esses elementos são classificados como elementos superpesados ou transurânicos, uma vez que têm números atômicos maiores que o do urânio, de noventa e dois, e, consequentemente, massas atômicas elevadas.

[EFEITO SONORO DE TÓPICO]

[LOCUTOR] Três: instabilidade: os quatro são altamente instáveis e têm meias-vidas muito curtas, o que significa que decaem rapidamente, formando outros elementos químicos. A maioria dos elementos superpesados sintetizados até o momento têm meias-vidas de frações de segundos, o que dificulta uma aplicação para eles. Contudo, os cientistas nucleares acreditam que pode haver uma "ilha de estabilidade" e que novos elementos superpesados podem ter tempos de meias-vidas maiores, o que possibilitaria aplicações na indústria e na medicina.

[VINHETA DE ENCERRAMENTO DO ASSUNTO]

[LOCUTOR] Essas descobertas são incríveis, não é mesmo? Elas mostram como a Ciência é uma aventura contínua, com novas conquistas o tempo todo. O que mais a tabela periódica nos reserva no futuro? Quem sabe você pode ser o próximo a descobrir novos elementos? Espero que tenha gostado desse mergulho na química moderna. Até a próxima!

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[LOCUTOR] Esta produção usou áudios de Yan Maran e Envato Elements. Voz de Barros Batista.

Podcast: A química dos perfumes

Unidade 2, Capítulo 9

[LOCUTORA] A química dos perfumes.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Nosso olfato é capaz de distinguir uma infinidade de aromas graças à complexidade dos nossos receptores olfativos e à forma como nosso cérebro processa essas informações. Ao sentir os aromas de um perfume, por exemplo, estamos interagindo com uma sinfonia molecular que desencadeia uma série de reações em nosso organismo, podendo evocar memórias, emoções e sensações. Você já se perguntou por que um simples cheiro pode nos trazer lembranças tão vívidas ou alterar o nosso humor? A resposta está na fascinante química dos perfumes. Eu sou a Mari e, no podcast de hoje, vamos explorar os mistérios por trás das fragrâncias que nos encantam, explorando os componentes, as características e a ciência que tornam cada perfume único. Vem comigo!

[VINHETA DE APROFUNDAMENTO]

[LOCUTORA] "Perfume" pode ser definido como uma combinação de solventes, fixadores e compostos aromáticos, as fragrâncias. Esse conjunto geralmente vem em forma líquida, usado para proporcionar um aroma agradável a seres humanos, animais, objetos e ambientes. Perfumes podem ser considerados misturas que emitem e difundem um odor aromático e cativante. Vamos começar conhecendo os principais componentes que tornam essa magia possível.

[EFEITO SONORO DE BOLHAS]

[LOCUTORA] Conforme já mencionamos, perfumes são composições complexas. Elas são formadas por três elementos principais: solventes, fixadores e essências. Vamos nos aprofundar um pouco mais?

[VINHETA DE ITEM]

Página XXVIII

[LOCUTORA] Solventes: O componente mais comum usado como solvente nos perfumes é um álcool, geralmente o etanol. O solvente dilui e dissolve os compostos aromáticos, permitindo ajustar a concentração desejada do perfume e ajudando também a espalhar a fragrância de maneira uniforme quando aplicada na pele. Além disso, o solvente evapora rapidamente, o que faz com que o cheiro se espalhe no ar.

[VINHETA DE ITEM]

[LOCUTORA] Fixadores: Esses elementos também solubilizam os compostos aromáticos e retardam a evaporação dos componentes mais voláteis, o que ajuda a prolongar a duração do perfume na pele, liberando o aroma lentamente ao longo do tempo. Exemplos de fixadores incluem musgo de carvalho, âmbar gris e algumas resinas vegetais.

[EFEITO SONORO DE BOLHAS]

[LOCUTORA] Por fim, as essências são substâncias aromáticas concentradas, extraídas de plantas, flores, frutas ou outros materiais naturais. Com o desenvolvimento dos processos de síntese de química orgânica, muitas dessas essências passaram a ser produzidas em laboratório, com a cópia de essências naturais ou a produção de novas essências, conforme a criatividade dos químicos sintéticos. Essências são frequentemente utilizadas na fabricação dos perfumes, de cosméticos e de produtos de limpeza.

[EFEITO SONORO DE BOLHAS]

[LOCUTORA] Agora, vamos falar um pouco dos compostos que apresentam aromaticidade, como o benzeno e seus derivados. Esses elementos são responsáveis por muitos cheiros florais e doces. Por exemplo, a cumarina, encontrada na fava tonka, que tem um aroma doce, amendoado. Outro composto aromático comum que pode ser adicionado ao perfume é o eugenol, que tem um cheiro de cravo-da-índia e é usado tanto na perfumaria como em produtos odontológicos. Os óleos essenciais também são misturas de compostos odoríferos que podem aparecer nas composições dos perfumes. Os terpenos, classe de constituintes mais importantes dos óleos essenciais, encontrados em muitas plantas, são responsáveis por cheiros como os de lavanda e os cítricos. O limoneno, um terpeno encontrado nas cascas de cítricos, é amplamente utilizado para dar um toque fresco aos perfumes. Além do limoneno, o linalol, presente na lavanda e no coentro, é outro terpeno muito popular por seu aroma floral e ligeiramente picante.

[EFEITO SONORO DE BOLHAS]

[LOCUTORA] Um aspecto crucial na formulação de perfumes é a volatilidade dos componentes, que determina a rapidez com que cada substância evapora, constituindo o que os perfumistas denominam de "notas". Perfumes são compostos por três tipos de notas. Vamos a elas?

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Começando pela nota superior, ou cabeça do perfume: é a primeira a ser percebida e evapora rapidamente, como cítricos e a lavanda. Ela é a primeira impressão que temos de um perfume e geralmente dura de cinco a trinta minutos. Os ésteres, como o acetato de isoamila, proporcionam cheiros frutados e são essenciais para criar notas de cabeça vibrantes.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Temos também a nota do meio, ou coração do perfume, que forma o corpo do produto e dura mais tempo, como rosa e jasmim. As substâncias responsáveis por esses cheiros evaporam mais lentamente da pele. Essas notas começam a emergir depois que as notas de cabeça evaporam e podem durar de uma a cinco horas.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Por fim, a nota de fundo, ou base do perfume, que é a última a evaporar, proporcionando a fixação do perfume, como a baunilha e o sândalo. Você sente essa nota em cerca de cinco a oito horas depois da aplicação. As notas de base podem durar várias horas ou até um dia inteiro, deixando uma impressão duradoura. Sabendo de tudo isso... Como os perfumistas criam um perfume?

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Muitos consideram que a criação de um perfume é uma arte, o que pode ser notado pela comparação dos aromas com as notas musicais. Criar um perfume é como compor uma música. Os perfumistas combinam diferentes ingredientes para criar uma sinfonia de cheiros. Eles usam uma pirâmide olfativa para estruturar as notas do perfume, garantindo que as notas de cabeça, coração e base se harmonizem perfeitamente. Isso envolve não apenas o conhecimento químico, mas também um senso aguçado de olfato e criatividade artística. Todos esses componentes podem encarecer o preço de um perfume, mas você sabe o que torna alguns perfumes mais caros do que os outros? A resposta está na raridade e na complexidade da obtenção dos ingredientes. Alguns perfumes usam extratos de plantas raras ou difíceis de cultivar, que florescem apenas durante algumas semanas por ano e precisam ser colhidas manualmente. Além disso, a síntese de fragrâncias naturais em laboratório pode ser um processo complexo e caro. O próprio processo de criação e teste de perfumes pode ser caro e demorado, influenciando também o preço final do produto. As empresas investem em pesquisa e desenvolvimento para garantir que seus perfumes sejam únicos e de alta qualidade. Isso inclui testes de segurança, estabilidade e performance do produto em diferentes condições.

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[LOCUTORA] Esses conhecimentos são incríveis, não é mesmo? Espero que tenha gostado de aprender sobre a química dos perfumes! Da próxima vez que usar seu perfume favorito, tenho certeza de que vai se lembrar do nosso papo de hoje. Até a próxima!

[VINHETA FINAL]

[LOCUTORA] Essa produção usou áudios de Yan Maran e Envato Elements. Voz de Mari Guedes.

Podcast: A energia das reações químicas

Unidade 3, Capítulo 13

[VINHETA DE ENTRADA]

[LOCUTORA] A energia das reações químicas.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Da natureza até o interior de nossas casas, a transformação da matéria está presente em todos os lugares. Um bolo assando, o enferrujar de um prego e uma pedra de gelo que derrete, são apenas alguns dos exemplos de como as substâncias podem mudar. Essas transformações são fundamentais para a nossa vida, pois nos permitem aproveitar alimentos, desenvolver novos materiais e utilizar a energia de diferentes formas. Mas o que causa essas transformações? Qual a diferença entre a água virando gelo e a madeira queimando, por exemplo? Neste episódio, vamos explorar a ciência por trás dessas mudanças e entender como a energia está presente em cada uma delas.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] As mudanças que observamos em nosso cotidiano vão desde simples alterações físicas até complexas reações químicas. Quando falamos em transformações físicas, estamos nos referindo a mudanças que não criam substâncias, apenas alteram o estado de agregação das partículas de um material. Nesse caso, temos, por exemplo, a água se transformando em gelo no congelador...

[EFEITO SONORO DE CONGELAMENTO]

[LOCUTORA] A vaporização da água em uma chaleira...

[EFEITO SONORO DE APITO DE CHALEIRA]

[LOCUTORA] O derretimento de uma barra de chocolate...

[EFEITO SONORO DE DERRETIMENTO]

[LOCUTORA] E a condensação do vapor de água nos vidros de uma janela em um dia frio.

[EFEITO SONORO DE VENTO]

[LOCUTORA] Por outro lado, também existem as transformações químicas, que são mudanças nas quais as substâncias originais se alteram, formando novas substâncias, com propriedades diferentes. Por exemplo o escurecimento de um pedaço de maçã exposto ao ar. O cozimento de um ovo submetido ao calor...

[EFEITO SONORO DE BORBULHAS]

[LOCUTORA] A digestão dos alimentos em nosso corpo...

[EFEITO SONORO DE RUGIDO ESTOMACAL]

[LOCUTORA] E a queima de um palito de fósforo.

[EFEITO SONORO DE ACENDER UM PALITO DE FÓSFORO]

[LOCUTORA] Tanto as transformações físicas quanto as químicas estão relacionadas ao conceito de energia. Em alguns casos, a energia é o fator que induz essas mudanças; em outros, a liberação ou a absorção de energia é resultado das transformações. Vamos entender melhor?

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Em uma transformação física como o congelamento da água, a protagonista do processo é a liberação de energia: com a diminuição da temperatura, as moléculas de água perdem energia e se organizam em uma estrutura cristalina, formando o gelo.

[EFEITO SONORO DE CRISTALIZAÇÃO]

[LOCUTORA] Já na vaporização da água, ocorre o inverso: a absorção de energia. Ao recebê-la na forma de calor, ocorre um aumento na energia das moléculas, permitindo que elas passem da fase líquida para a fase gasosa.

Página XXIX

[EFEITO SONORO DE APITO DE CHALEIRA EM EBULIÇÃO]

[LOCUTORA] Nas transformações químicas, a energia também está presente de várias formas. Por exemplo, na queima de um palito de fósforo, a chama que vemos é energia, liberada na forma de calor e luz, como resultado da reação química de combustão da madeira. Isso acontece porque a energia necessária para quebrar as ligações das substâncias reagentes é menor do que a energia liberada na formação das ligações dos produtos. Nesse caso, os produtos formados são as cinzas, o dióxido de carbono e a água. Agora que conhecemos algumas relações entre a energia e as transformações físicas e químicas, podemos entender como alguns itens do nosso dia a dia se baseiam nessas propriedades. Que tal conhecer um exemplo?

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[LOCUTORA] Muitas vezes, as pessoas podem sofrer lesões durante a prática de esportes ou atividades físicas. Nesses casos, é comum o uso de compressas quentes e frias para tratar e aliviar os sintomas. Mas você sabe exatamente como esses produtos funcionam? As compressas quentes e as frias são formadas por um recipiente que contém uma porção de água e um sal sólido separados. Quando você golpeia ou ativa a compressa, ocorre a mistura e a dissolução do material sólido na água. Nas compressas frias, o sal sólido utilizado é o nitrato de amônio, de fórmula química NH quatro NO três. Quando esse sal entra em contato com a água, ocorre uma dissolução endotérmica. Isso significa que a dissolução absorve calor do ambiente e dos materiais em volta, fazendo com que a temperatura da compressa diminua. A superfície fria, em contato com a pele, ajuda a reduzir a inflamação e a dor em casos de machucados provocados por uma queda ou uma pancada. Já nas compressas quentes, o sal utilizado é o cloreto de cálcio, de fórmula CACL dois. Quando esse sal se dissolve na água, ocorre uma dissolução exotérmica. Nesse caso, a dissolução libera calor para o ambiente, e esse calor aquece a compressa. Em contato com a pele, o calor é benéfico no tratamento de lesões musculares ou dores crônicas, pois ajuda a melhorar a circulação sanguínea e a relaxar os músculos. Resumindo, as compressas frias utilizam uma reação de dissolução endotérmica, que absorve calor e esfria a compressa, e as compressas quentes funcionam por meio de uma reação de dissolução exotérmica, que libera calor e esquenta a compressa.

[VINHETA DE ENCERRAMENTO DO ASSUNTO]

[LOCUTORA] Ao longo desse episódio, nós exploramos o fascinante mundo das transformações físicas e químicas que ocorrem ao nosso redor, com ênfase na energia envolvida nesses processos. Aprendemos que essas transformações não são apenas conceitos abstratos estudados em laboratório, e sim fenômenos que permeiam nossa vida cotidiana e têm aplicações práticas importantes. E você, se lembra de mais algum produto ou situação do dia a dia que envolve transformações da matéria e mudanças de energia? Pense nisso e até a próxima!

[VINHETA FINAL]

[LOCUTORA] Essa produção usou áudios de Yan Maran e Envato Elements. Voz de Mari Guedes.

Podcast: A obtenção e utilização do Urânio-235

Unidade 4, Capítulo 17

[VINHETA DE ENTRADA]

[PAULO] A obtenção e a utilização do urânio duzentos e trinta e cinco.

[VINHETA DE INICIAÇÃO]

[PAULO] Olá, estudante! Eu sou o Paulo e, no podcast de hoje, vamos falar sobre o urânio, um elemento fundamental para a produção de energia nuclear. Você vai entender em detalhes como ele é extraído da natureza, preparado para uso nos reatores e qual o seu papel na geração de eletricidade. Vamos lá?

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[PAULO] Quem vai ajudar a gente nessa discussão é a Mari. Bem-vinda, Mari!

[MARI] Obrigada, Paulo, e olá, estudante! Acredito que podemos começar apresentando a definição de materiais radioativos. Basicamente, materiais radioativos são substâncias que emitem radiação de forma espontânea. Essa radiação é a energia liberada do núcleo de seus átomos, que são como pequenas esferas com um núcleo no centro. Em alguns átomos, esse núcleo é instável e libera energia para se tornar mais estável. Essa energia liberada é a radiação.

[PAULO] Exato! E, entre esses materiais, o urânio é um dos mais conhecidos. Ele é um elemento químico que pode ser encontrado em pequenas quantidades em rochas, no solo e até mesmo na água. É importante destacar que o urânio natural não é composto por um único tipo de átomo. Ele é formado por isótopos diferentes, sendo que o urânio duzentos e trinta e oito é o isótopo mais comum.

[MARI] É verdade, Paulo! O urânio duzentos e trinta e oito responde por noventa e nove vírgula três por cento do urânio natural. No entanto, a forma mais comum do urânio não é diretamente útil em aplicações como a geração de energia nuclear. Isso acontece porque ele não conta com núcleos físseis, que são núcleos que podem se quebrar pelo impacto de nêutrons que se movem lentamente. Agora você deve estar se perguntando: por que o urânio é tão importante, então?

[PAULO] Ah! Boa pergunta! Vou começar falando sobre o seu processo de enriquecimento, que é parte essencial do uso desse material. O enriquecimento do urânio envolve a separação e a concentração do urânio duzentos e trinta e cinco, um isótopo menos comum que contém um núcleo físsil e que pode sustentar uma reação de fissão em cadeia dependendo da quantidade utilizada. Um dos métodos mais avançados para isso é a ultracentrifugação.

[MARI] E é muito interessante saber como são realizadas a separação e a concentração desse isótopo por meio desse método. Você pode contar mais a respeito desse processo, Paulo?

[PAULO] Claro! Esse método se baseia no princípio da diferença de massa entre os isótopos de urânio, pois o urânio duzentos e trinta e oito é ligeiramente mais pesado que o urânio duzentos e trinta e cinco. Assim, o urânio é transformado em hexafluoreto de urânio, que posteriormente é vaporizado e submetido a altíssimas rotações em centrífugas. As moléculas mais pesadas, ou seja, aquelas que contêm urânio duzentos e trinta e oito, tendem a se concentrar nas paredes externas do cilindro da centrífuga, enquanto as mais leves se acumulam no centro, de onde podem ser recolhidas.

[MARI] E é aí que o urânio mostra seu valor. A ocorrência natural do urânio duzentos e trinta e cinco, é de apenas zero vírgula sete por cento, e, para servir de combustível nos reatores, ele é enriquecido de três a cinco por cento. O hexafluoreto de urânio é então convertido a dióxido de urânio e utilizado para a fabricação de pastilhas que servirão de elemento combustível para alimentar os reatores nucleares.

[PAULO] Ah! E é interessante mencionar, Mari, que o funcionamento de uma usina nuclear é muito parecido com o de uma usina que utiliza combustível fóssil, pois o calor gerado no reator é utilizado na formação de vapor de água, que acionará uma turbina e um gerador elétrico. E uma grande vantagem é que, além de não emitir gases poluentes, apenas uma pequena quantidade de urânio é necessária para a geração de energia elétrica. Cerca de meio quilo de urânio pode gerar a mesma quantidade de energia elétrica de mil trezentas e cinquenta toneladas de carvão.

[MARI] No entanto, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Depois de utilizado, o urânio gera resíduos radioativos, que são perigosos. Por isso, eles precisam ser descartados de maneira extremamente cuidadosa. Esses resíduos permanecem radioativos por milhares de anos, o que significa que o gerenciamento deles é um dos maiores desafios da energia nuclear.

[PAULO] É verdade. Esses resíduos precisam ser armazenados em locais especiais, isolados do meio ambiente, para garantir que não haja contaminação. A ciência ainda está buscando formas de melhorar esse processo, seja por meio de novas técnicas de armazenamento ou de reciclagem dos materiais.

[MARI] Enquanto a gente falava sobre o descarte dos resíduos radioativos, me veio à mente a série Os Simpsons. Sabe aqueles episódios em que o protagonista, o Homer Simpson, trabalha em uma usina nuclear? Eles sempre exageram na bagunça que é a segurança por lá. Acho que foi impossível não pensar naquelas cenas em que o lixo nuclear é jogado de qualquer jeito, até dentro de um parque de diversões!

[PAULO] Essa referência é ótima, Mari. Os Simpsons sempre brincam com esses exageros. Mas na vida real, o gerenciamento de resíduos radioativos, como os do urânio, precisa ser levado muito a sério. Uma destinação inadequada dos rejeitos radioativos pode ter consequências gravíssimas para as sociedades humanas e para a natureza. Por isso, a ciência está em constante evolução para melhorar essas práticas e garantir ainda mais segurança ao processo de geração de energia nuclear.

[VINHETA DE ENCERRAMENTO DO ASSUNTO]

[MARI] E, assim, concluímos nosso podcast de hoje. Entendemos que o urânio, apesar da baixa abundância natural de seu isótopo físsil, tem um importante papel na geração de energia nuclear. Desde sua extração, enriquecimento, utilização até o descarte dos resíduos, o cuidado em cada etapa é essencial para garantir que possamos aproveitar essa fonte poderosa de energia de maneira segura e eficiente.

[PAULO] Esperamos que você tenha aprendido algo novo e interessante sobre o urânio e o mundo da energia nuclear. E lembre-se: a ciência é cheia de descobertas incríveis que podem mudar o mundo ao nosso redor. Até o próximo episódio!

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[PAULO] Esta produção usou áudios de Yan Maran e Envato Elements.

[MARI] Vozes de Paulo Barcellos e Mari Guedes.